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segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Lá do andar de cima, Freitag manda recados para Udo e Darci

POR JORDI CASTAN



Liebe Udo, eu não insistiria tanto na limpeza das mãos. Já lhe disse antes que se precisa falar tanto da higiene das suas mãos boa coisa não deve ser. Na minha época de prefeito nunca precisei dizer que era honesto o joinvilense sabia. Na política, como no dia a dia, não é preciso dizer aquilo que todos sabem. Vou lhe dizer mais: não precisei gastar toda essa babilônia que você tem gastado em publicidade e propaganda. Aliás, se Goebels visse ia dizer que há poucos tão aplicados como você neste tema da propaganda.

Eu até acredito que você vai ganhar no segundo turno, menos pelos seus méritos e mais porque o outro candidato não tem fôlego para chegar. Mas numa conversa com o Nilson, o Balthazar e o Helmut, concordamos que não se fazem prefeitos como antigamente. O Balthazar, inclusive, chegou a fazer uma piada e disse entre gargalhadas que ser alemão já não é garantia.

É bom lembrar que ter criado a Consul e a Embraco não é a mesma coisa que ter dirigido a Dohler. Ainda bem que agora ninguém mais diz que você é outro Freitag. Sabe muito bem que Freitag só teve um e a melhor prova é ser lembrado com saudade e citado como um dos melhores prefeitos que Joinville já teve. E isso depois de 30 anos. Acho que você terá sorte se o eleitor esquece rápido tudo o que você deixou de fazer. Eu prometi pouco e fiz muito, você preferiu prometer muito e fazer pouco, são duas formas de ser e de fazer.

Estou com saudade daqueles marrecos recheados, aqui os que temos não tem o mesmo gosto e a cerveja tem mais gosto de milho que de cevada.


Darci... quanto tempo desde que você era técnico agrícola na Fundação. Que longo caminho percorreu. Nunca duvidei da sua ambição, mas não imaginei naquela época que você chegaria tão longe. Ainda que nos últimos anos, escutei alguns colegas daquela época, comentar, não sem uma certa inveja o muito que você tinha progredido. Sabe que este é um mundo pequeno e tudo se sabe.

Sobrou muito pouco do Darci que conheci naquela época. Não sei se hoje o reconheceria se cruzássemos na rua. Daqui onde estou hoje escuto muitas coisas que me custam de acreditar. Pode até ter muito exagero e maledicência, mas você sabe muito bem que quando o rio faz tanto barulho é porque traz pedras. Dos seus colegas daquela época, acredito que nenhum chegou tão longe e soube multiplicar seu patrimônio, como você.

Até estava pensando sugerir ao Udo que, caso ele ganhe, o nomeie para a Secretaria da Fazenda. Vai que com essa capacidade ele deixa de reclamar da falta de dinheiro e começa a fazer coisas. O Helmut sugeriu que se o resultado fosse diferente e você ganhasse, deveria lhe sugerir que nomeasse o Udo para Secretario de Gestão, ainda que o que ele deve preferir seria o cargo de comandante da Guarda Municipal. Seria bom para a sua biografia se acabasse alguma das coisas que começou e não acabaria sua vida pública de uma maneira tão melancólica. 

Fizemos um bolão sobre quem ganharia o segundo turno e se as pesquisas se confirmarem ninguém vai ganhar muito, mas quem vai perder mesmo é Joinville que corre o risco de ficar outros quatro anos estagnada. O Nilson disse que Joinville vai avançar para trás. Como você ainda é jovem terá outras oportunidades de ser candidato, a nossa dúvida é se Joinville vai aguentar até lá. O Balthazar desde sua sabedoria perguntou que fez Joinville de tão ruim para merecer tanto azar. 

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Udo não é Freitag


POR JORDI CASTAN

Durante a campanha foi construída a imagem que o perfil do então candidato Udo Dohler encaixava ou tinha fortes semelhanças com o ex-prefeito Wittich Freitag. Muitos eleitores acreditaram nesta semelhança e votaram na figura do empresário.

As semelhanças são e sempre foram muito menores que as construídas habilmente pelos marqueteiros. O nome "alemão", o jeito turrão, o perfil empresarial, a imagem de parcimonioso nos gastos, de bom administrador. E mesmo algumas outras mais anedóticas que verdadeiras.

O Wittich Freitag da primeira gestão foi ousado, inovou e estabeleceu linhas mestras que ainda perduram na Joinville de hoje. Na sua segunda gestão a doença não lhe permitiu repetir o sucesso do primeiro mandato. Se na época a reeleição tivesse sido possível, provavelmente a Joinville de hoje seria outra. Não o foi e temos hoje esta Joinville que aqui está.

Na sua gestão Udo Dohler tem sido medroso, não tem agido com a coragem que muitos de seus eleitores esperavam. Tem deixado de fazer as mudanças que a cidade precisa, preferindo manter cargos, privilégios e preservar o "status quo". Boa prova disso é a composição do seu secretariado e da maioria dos cargos comissionados. A outra é a relação quase promíscua que mantém com o legislativo.

Faria bem ao prefeito Udo Dohler estudar melhor a gestão Wittich Freitag. E ainda melhor se também desse uma lida atenta a gestão de outro político oriundo do meio empresarial, o antigo prefeito Nilson Bender. O atual prefeito só teria a ganhar se aprofundasse o estudo de esses interessantes episódios de nossa história recente e se concentrasse em analisar melhor as diferenças entre a gestão de um e de outro com a sua.

É evidente que Joinville hoje não é a mesma que na década de 80, mas os valores éticos, morais e os princípios administrativos de sucesso de ontem e de hoje continuam sendo válidos.