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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Homenagem a 3 mulheres especiais


POR GUILHERME GASSENFERTH

Há tempos eu tenho vontade de poder dividir com o mundo a grande admiração que tenho por três moças que vivem em meu coração. São elas, em ordem etária: Mery Paul, Jutta Hagemann e Alda Niemeyer. Vou contar-lhes o porquê da homenagem.

Primeiro, falaremos da mais nova de nossas protagonistas de hoje. Dona Mery Paul nasceu em Joinville, no dia 10 de novembro de 1936. Aos 76 anos, é um exemplo de vitalidade e gentileza. Uma de minhas mais assíduas amigas do Facebook e leitoras do Chuva Ácida, conheci dona Mery quando cantei no Coral da Igreja da Paz.

Em 1983, dona Mery criou o Mutirão do Amor. Impelida pela falta de assistência às gestantes das enchentes do Vale do Itajaí daquele ano, ela juntou um grupo de voluntárias para produzir enxovais às mãezinhas que esperavam bebês e não tinham condições. Este trabalho está prestes a completar 30 anos, sempre com a alegria e jovialidade de dona Mery à frente. É um exemplo para todos nós, jovens, adultos e idosos, o trabalho que ela faz na área social. É importante destacar que nas enchentes de 2008 e 2011, dona Mery acompanhou nosso trabalho na Central Solidária e foi nossa incansável secretária, registrando tudo, tintim por tintim. Quem recebe seus relatórios de prestação de contas do Mutirão do Amor sabe como é caprichosa esta moça!

Nossa outra homenageada é a dona Jutta Hagemann, a memória ambulante desta cidade. Adoro visitá-la em sua casa, uma vez que somos primos de qualquer grau e ela sempre tem informações importantes para a construção de minha árvore genealógica. Além disso, é sempre agradável conversar com uma moça tão culta e inteligente.

Aos 86 anos, dona Jutta é a conselheira certa para as incertas horas em que bate uma dúvida sobre o passado. Ela, que é testemunha de mais da metade da história da nossa cidade, tem uma inacreditável capacidade de decorar nomes e datas. Além disso, é figurinha carimbada na seção Memória, de ANotícia, que desafia os leitores a acertarem a localização de fotos antigas da cidade. Dona Jutta não perde uma!

Ela sai por aí, participa de grupos de conversação em alemão, de um clube de apaixonados por ópera, é conselheira do jornal ANotícia e dedica-se à pesquisa histórica, continuando um legado deixado pela saudosa filha Maria Thereza Böbel, que nos deixou precocemente em 2005. É outra que entende também de computador. Recordo-me com clareza o dia que ela me adicionou no MSN, dizendo que estava aprendendo a usar aquilo.

E apesar dos 86 anos, acaba de voltar da Alemanha, onde passeou um pouquinho e representou a parte brasileira da família no encontro dos descendentes dos Kröhne.

Minha última mocinha é dona Alda Schlemm Niemeyer, uma blumenauense reconhecida nacionalmente. Nascida em 1920, a Vovó Alda é outro exemplo pra mim. Fiquei tão feliz quando recebi sua cartinha, escrita à mão em alemão, dedicando-me um exemplar do livro que escreveu sobre a catástrofe blumenauense em 1983. Dona Alda, ou PP5-ASN, é radioamadora até hoje, transmitindo em português e alemão para o mundo. Nas enchentes, já com 63 anos, participou ativamente auxiliando pelo rádio a resgatar famílias isoladas e a buscar doações de outros pontos do Brasil e na Europa.

Ativa também no Facebook, Skype e MSN, dona Alda foi reconhecida com a medalha Defesa Civil Nacional, entregue pelas mãos do ministro da Defesa Civil em cerimônia transcorrida há dois meses em Brasília. Que alegria aos 92 anos de idade!

Dona Alda é a única das minhas três homenageadas que eu ainda não conheço pessoalmente, embora eu pretenda mudar isso em breve. Mas como já lhe telefonei algumas vezes, uma coisa eu posso lhes garantir: é difícil encontrar voz mais bonita por aí. Seu tom e firmeza de voz são próprios de alguém com 30 ou 40 anos. É claro que voz tão linda haveria de fazê-la reconhecida por todos os blumenauenses.

Enquanto eu escrevia esta homenagem, percebi que há ligação entre minhas três amigas, além do fato incontestável de as três serem muito bonitas. Dona Mery e Dona Jutta são joinvilenses e figuras conhecidas de nossos jornais, como é dona Alda em Blumenau. As três já foram homenageadas e premiadas, justamente. Dona Alda e Dona Jutta são primas distantes – somos nós três descendentes diretos de Christian August Kröhne e Johanna Richter. Por outro lado, tanto Dona Mery quanto Dona Alda tornaram-se conhecidas pelo trabalho que teve seu ponto comum nas enchentes do Vale do Itajaí de 1983. Será que é tudo mera coincidência?

Minhas amigas, meus sinceros parabéns pelo exemplo que vocês dão a nós e muito obrigado pelo carinho de sempre!

“A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las” Aristóteles