quarta-feira, 22 de abril de 2020

Como explicar Bolsonaro para estrangeiros...




POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Uma das perguntas que mais tenho respondido, aqui em Portugal, em especial nas últimas semanas, é sobre o atual governo: como os brasileiros elegeram uma pessoa com o perfil de Jair Bolsonaro para a Presidência da República?

Para uma pessoa que vive em regimes democráticos, como na expressiva maioria da Europa, é difícil assimilar a ideia de que a democracia possa dar tamanho poder a quem nega a própria democracia.

A resposta é simples. A eleição de Jair Bolsonaro foi democrática, pelo voto direito (não vamos discutir aqui o processo da prisão de Lula). Mas mesmo assim as pessoas tendem a não ficar convencidas. E isso obriga a uma reflexão sobre uma pesquisa divulgada há algum tempo e segundo a qual os brasileiros tem uma péssima percepção da realidade do país. Ou seja, muita dificuldade em interpretar o mundo.

Para tentar uma abordagem didática, tomei a liberdade de seccionar os eleitores de Bolsonaro em três grupos: os antipetistas, os que cultuam o "mito" e os que veem em Bolsonaro uma espécie de espelho (uma projeção da sua própria maldade). Tudo parece indicar que apenas estes últimos ainda estejam ao lado do presidente e a palavra "impeachment" voltou ao léxico cotidiano.

14 comentários:

  1. O COISO surgiu como uma proposta de fazer a nova política. O que ninguém percebeu foi a sua mediocridade enquanto deputado federal, sua carreira medíocre no exército e sua mentalidade pífia. A cada dia prova que é mais medíocre, incompetente e paranóico.

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    1. De fato, Bolsonaro não decepcionou. Ele é tudo aquilo que se esperava dele.

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  2. No Brasil, os eternos manja rola de milico ou lambedores de botas, como queiram, que "mamaram" ou tiveram parentes ou amigos que se beneficiaram na ditadura, volta e meia se fantasiam de palhaços com camisa amarela ou enrolados em bandeiras e saem as ruas mostrando o que são.
    São esses parasitas do tempo que dão força a Bolsonaro, que em sua mente doentia enxerga 200 pessoas gritando mito, imaginando que é o mundo a lhe render homenagens...

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    1. Acho que o problema é o excesso de "mediatização". Não são tantos assim (os tais 12% fieis a Bolsonaro), mas o fato de estarem sempre a aparecer nas redes sociais faz parecer que são muitos.

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  3. O demente podia ao menos cumprir a unica proposta de campanha que era acabar com a Globo. Nem esse favor ao Brasil o mala vai fazer.

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  4. Interessante, a Europa se achar tão "civilizada", vcs conseguem fazer uma crítica sem babar esse elitismo?
    Veja bem,se vcs são tão civilizados, estão com dificuldade de ensinar os brasileiros que moram por estas terras a votar. Pq JB ganhou as eleições por aí, na maioria dos países da Europa.
    Dois achar que os problemas do Brasil, acontecem só por aqui, quanta ingenuidade. Muitas das ideias que JB representa(não vou entrar no mérito se representa bem ou mal), tem aparecido por aí também. Como um maior liberalismo econômico, nacionalismo,e uma visão "antipolitica" da realidade, pois não pense vc que o modelo de Europa não vive seu escotamento.

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    1. Bem-vindo, Anônimo. Já sentia saudades. 1. A Europa é mais "civilizada" (se bem que o conceito de civilização não é uno). Não vemos malucos saindo para as ruas todos os dias a fazer manifestações a favor do coronavírus. 2. Não temos que ensinar os brasileiros que estão na Europa. Eles é que devem descobrir, por eles mesmos, o valor da democracia. Imagine que em Portugal todos eles têm acesso ao nosso sistema de saúde nas mesmas condições que os nacionais. 3. Os problemas do Brasil não acontecem apenas no Brasil. É só lembrar que temos a Aliança Avestruz, formada pelos presidentes do Brasil, Nicarágua, Bielorrúsia e Turquemenistão. 4. O modelo da Europa está em risco, sim senhor, mas essa é outra conversa.

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    2. Tem um país da Europa onde as ideias de Bolsonaro estão a todo vapor: a Hungria, de Viktor Orbán. Uma potência, como você bem sabe.

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    3. Hungria é um país que curti visitar. Mas desde que esse canalha está no poder prometi não voltar (como o Brasil, também).

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  5. Que bom que sentes saudades, gosto de pessoas sem falsa modéstia. Saibas que não guardo rancor, até gostavas de ti pelo menos vc desce pro play.
    Mas pergunto por que essa fixação com a bananalândia? Falta um rebanho ai nessas terrinhas, para vc pregar as boas novas de seu mundinho civilizado?
    Nossos "500" anos de história conhecida por vcs, não lhe mostram que temos nossos próprios ídolos, mesmo assim vcs não se cansam de nos trazer todos esses livros sagrados e espelhos pelos quais vemos esse vazio e doença de seu mundo durante tanto tempo?
    Não que eu seja ingrato com esses livros sagrados que vcs nos trouxeram por tanto tempo,e como mostra da minha gratidão tenho um aqui escrito por um conterrâneo do seu continente, até muito citado no nosso site acadêmico. Esse conterrâneo veios com suas boas novas dar uma palestra numa época em vivamos numa ditadura organizada por um grupo de escoteiros, falando que esse papo de medicina social, sistema de saúde universais, e quarentena não passavam de veterinária para animais ruminantes de grande porte. Então por favor decidam entre vcs ai o que é melhor, pois assim eu fico confuso!!!

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    1. Pô, Flávio. É bom saber que continuas o mesmo. 1. Quanto à modéstia, não duvide. Eu sou o cara mais modesto do mundo. Ninguém chega aos meus pés em termos de modéstia. Posso dizer mesmo que sou o rei da modéstia. 2. O nosso gado já foi educado a andar para a esquerda. Pouco a fazer. 3. Conterrâneo do continente? Como vou saber? Esta porra aqui é grande para caralho. Só a Austrália tem 26 milhões de habitantes.

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    2. Lembrei do Samba do Crioulo Doido.

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