sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

A Tarifa Zero vai abaixar o seu aluguel

Você se importa com a condição do outro ou só com a sua?
POR FELIPE SILVEIRA

Discutir tarifa zero é sempre um exercício de paciência, principalmente nas redes sociais. Tem uma galera que pira, geralmente em caixa alta (LETRAS MAIÚSCULAS), dizendo apenas que isso é uma bobagem, que nada é de graça e que alguém tem que pagar. Bom, isso é óbvio, alguém tem que pagar, e serão os ricos.

Nesse texto vou falar do aspecto que eu mais gosto na proposta da Tarifa Zero. A proposta do Movimento Passe Livre (MPL) defende, entre outras formas, que o financiamento do sistema de transporte público seja feito por meio de impostos progressivos, sendo o IPTU, salvo engano, o principal deles.

O problema é que tem gente que enlouquece quando ouve falar em “mais impostos”. Estranhamente, são pessoas que não pagariam mais impostos caso fosse adotada essa proposta. Mas, infelizmente, o discurso anti-impostos pegou de jeito na nossa classe média.

Indo direto ao ponto, é o seguinte: quem tem mais paga mais, isentando ou barateando para quem não tem ou tem bem pouco. Ou seja, você só vai pagar mais se tiver terrenos, apartamentos, casas, enfim, se viver da exploração da pobreza alheia. E, caso você não saiba, a grande massa de pagadores de aluguel nesse país é a classe pobre.

Dessa maneira, com imposto progressivo, o preço do aluguel iria cair automaticamente. Afinal, quem tem imóvel para alugar precisaria ocupar o lugar para não sair no prejuízo. Ou aluga ou paga do bolso, sendo que o Estado ganharia de qualquer maneira. Da mesma forma, quem tem grandes terrenos precisaria ocupá-lo ou vendê-lo, também para não ter que arcar com os custos do IPTU. O aluguel e o valor dos imóveis iria cair. Haveria quem quisesse arcar com os custos sem abrir mão de nada, mas esse cara também estaria pagando mais caro pra isso. Hoje, esse mesmo cara paga uma mixaria para fazer especulação imobiliária. É urgente que esse cara, que lucra com a cidade e com a pobreza, pague mais.

É importante ressaltar, no entanto, que o imposto progressivo deve ser aplicado de maneira que não recaia sobre aquele que paga o aluguel, mas sim àquele que lucra com isso.

Mais importante ainda é saber que, em Joinville, há mais imóveis vazios (servindo à especulação imobiliária) do que gente na fila da secretária de habitação. Se você acha isso certo, ou não é bom da cabeça ou não é bom do coração.

O melhor de tudo é que essa grana (que viria do IPTU progressivo) ainda seria usada para facilitar a vida do trabalhador, eliminando a catraca. O dinheiro que seria usado para pagar o busão sobraria para outras necessidades.

E essa seria apenas uma das maneiras de financiar o transporte público. Pra mim, a mais legal, porque ajuda a construir um mundo mais justo a partir de um problema dos mais injustos, que é a falta de moradia e a exploração de poucos sobre muitos.

58 comentários:

  1. Assunto bem espinhoso, Felipe. É hoje que os Anônimos piram. =)
    Mas está bem explicado, e é um tema que deveria sensibilizar as pessoas, especialmente aquelas que se beneficiariam de uma política mais justa, direta ou indiretamente, mas são as primeiras a botar a boca no trombone.
    Só acho que o IPTU progressivo não basta. Acho mesmo que isso encareceria os alugueis, e é claro que os especuladores passariam o custo para seus inquilinos. Mais eficaz seria tributar as fortunas, que é de competência federal e claro, também depende de vontade política.
    E claro, seria importante as pessoas entenderem que, ao contrário do que pensa o senso comum, quem paga mais imposto é quem tem menos dinheiro, ou seja, as pessoas cujo salário só dá para comprar comida, que é onde estão embutidos os maiores impostos. Quem tem dinheiro sobrando faz investimentos, que estão sujeitos a uma tributação bem branda (comparada com a dos alimentos e produtos em geral, e comparada inclusive com a tributação de países como os EUA, que tributam investimentos em até 40% - nosso teto de IR é bem menor que isso).
    E tem um aspecto que acaba esquecido: se o trabalhador tiver uma sobra qualquer no seu salário, ele vai comprar outros produtos e naturalmente vai contribuir para aquecer a economia local. Ou seja, às vezes o mesmo cara que esbraveja diante da ideia da tarifa zero é aquele cara que tem um pequeno comércio que pode prosperar se sobrar mais dinheiro pro trabalhador poder gastar. Não é assim tão difícil de entender que numa sociedade mais justa todo mundo ganha, né?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Perfeito, Cecília. Sobre o imposto não recair sobre o pobre, tem um texto que problematiza a questão no Tarifa Zero. Fecho com ele:

      http://tarifazero.org/2013/10/03/como-fazer-do-iptu-um-imposto-justo-sobre-a-tarifa-do-transporte-a-especulacao-imobiliaria-e-a-exclusao/

      Excluir

    2. Se tributarem as grandes fortunas, os milionários apenas mudam de endereço. Isso aconteceu na França e na Inglaterra. Estão todos em Mônaco, Andorra, etc.. É apenas um paliativo inócuo.

      Aumentar impostos é encarecer produtos, diminuindo o poder aquisitivo da população. Ou você acha que na planilha de custos dos empresários esses custos extras não serão incorporados ao preço final?

      Com produtos mais caros, menos consumo. Com menos consumo, menos produção, menos empregos, menos consumo novamente e o ciclo se repete até a derrocada final.

      Hoje as pessoas que mais pagam impostos proporcionalmente são os mais pobres, não porque o imposto de renda pese (a maioria é isenta), mas porque os impostos absurdos cobrados da produção tornam o Brasil um dos países mais caros do mundo.

      O que os países civilizados fazem é diminuir a carga sobre a produção e aumentar sobre a renda, mas de forma justa que impeça a sonegação e a evasão de divisas.

      O problema é que a União é gastadora. Gasta mal e perde muito dinheiro na corrupção (em todas as esferas, não somente a Federal). Assim, a famosa contra-partida para o cidadão não ocorre. A Educação pública é falha, as pessoas não se qualificam e são obrigadas a viver em subempregos ou agarradas em benefícios sociais, o que encare ainda mais o processo e perpetua o ciclo vicioso.

      Todos queremos um welfare state como a Suécia, mas precisamos chegar no nível de maturidade política dos cidadãos daquele país primeiro.

      Excluir
    3. André, ao atacar os impostos e o Estado (como sempre) tu só esquece de dizer que os lucros na terra tupiniquim também são os maiores do planeta. Veja a margem de lucros das montadoras de automóveis só como exemplo. E outra, impostos sobre fortunas existem nos EUA e Reino Unido, não são as mecas do capitalismo tão alardeadas pelos liberais como vc?

      Excluir
  2. Poxa... quem diria que o radical alucinado do Felipe poderia escrever algo sensato?
    Fiquei impressionado.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sensato? Esse foi um dos maiores absurdos que já li. Que ideia sem pé nem cabeça. Pura viagem!

      Excluir

  3. “Ou seja, você só vai pagar mais se tiver terrenos, apartamentos, casas, enfim, se viver da exploração da pobreza alheia.”

    Quer dizer que quem tem uma casa e um apartamento esta “vivendo da exploração alheia”? Não sabia, trinta anos trabalhando como um condenado, pagando impostos, e depois que pagar religiosamente todas as parcelas do meu apartamento e da minha casa, é eu quem explora “a pobreza alheia”?
    “Dessa maneira, com imposto progressivo, o preço do aluguel iria cair automaticamente.”

    Não, o preço vai aumentar porque o proprietário não vai absorver o aumento do aluguel. Convenhamos, nenhum integrante do MPL vive de aluguel, não é? Se vivessem de aluguel saberiam que o IPTU do imóvel alugado já está incluso nas parcelas do aluguel.

    “Ou aluga ou paga do bolso, sendo que o Estado ganharia de qualquer maneira.”
    Eu tenho escolha? Se eu deixar meu imóvel vazio não preciso parar imposto? Caramba, tão avisando isso só agora...

    “É importante ressaltar, no entanto, que o imposto progressivo deve ser aplicado de maneira que não recaia sobre aquele que paga o aluguel, mas sim àquele que lucra com isso.”

    Ah, tá. Agora tá explicado... Não tem problema, o locatário aumenta o valor do aluguel, afinal o mercado é aberto. Ou vão decidir também qual o valor do aluguel de cada imóvel?

    “Mais importante ainda é saber que, em Joinville, há mais imóveis vazios (servindo à especulação imobiliária) do que gente na fila da secretária de habitação.”
    Você está juntando terrenos e apartamentos no mesmo bolo? Porque alguém com o apartamento fechado, pagando IPTU do imóvel, ganharia dinheiro com a especulação?

    Essas propostas são rasas, não se sustentam, são utópicas. Sugiro, urgentemente, um economista, um contador e um engenheiro no MPL. Estudantes de direito, de letras, de história e de artes não sabem do que estão falando.

    Flávio

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Cara, que difícil lidar com quem não sabe ou não quer ler.

      E, sim, se você tem uma casa pra morar, e aluga outra para quem não tem casa pra morar, você está, em parte, vivendo da exploração da pobreza alheia. Não é óbvio? Mas o problema grave não é uma pessoa que vive disse, mas aquelas que ganham fortunas e mais fortunas com isso.

      Sobre a questão da escolha: é óbvio que você tem que pagar imposto do mesmo jeito, mas o que defendemos é que quem tem imóvel vazio deve pagar mais imposto.

      Excluir
    2. Economista e contador eu não sei, mas engenheiro vai ser muito difícil.

      Excluir
    3. Não, é óbvio pra você!

      Flávio

      Excluir
    4. Ow Campeão... Google it: Economista+Passe+Livre... E veja os que acham possível. E os economistas que não acham possível, não acham por questões políticas! Coisa que os economistas não sabem nada... Pois são coisas de Estudantes de direito, de letras, de história, de sociologia...

      Excluir
    5. O texto deixa claro que a intenção é taxar quem vive da especulação imobiliária, tanto que o Felipe fez questão de usar o plural - casas, terrenos, apartamentos. E ainda deu exemplos de quem tem terrenos e casas desocupados e que teriam de, ou ocupá-los, ou arcar com os impostos mais altos, o preço a se pagar pela especulação. O comentário do Flávio é só a boa e velha má vontade agindo, como sempre.

      E Flávio, há uns 100 anos seus antepassados também achavam rasas, sem sustentação e utópicas propostas como oito horas de jornada de trabalho, férias, salário mínimo, férias, voto feminino e essas tolices esquerdistas que, como todos sabemos, levaram o mundo à bancarrota. Só que não.

      Excluir
    6. Já estamos acostumados com o tipo, né, Clóvis. O esforço que se faz pra deixar tudo como está ou piorar é incrível.

      Excluir
  4. Prosaico, utópico e fantasioso.
    Esquece, melhor classificar de ingênuo mesmo.
    Porém mais vale um ingênuo solidário que um fuhrer autoritário.

    Tô contigo Felipe!

    NelsonJOI returned...

    ResponderExcluir
  5. "Afinal, quem tem imóvel para alugar precisaria ocupar o lugar para não sair no prejuízo. Ou aluga ou paga do bolso, sendo que o Estado ganharia de qualquer maneira. Da mesma forma, quem tem grandes terrenos precisaria ocupá-lo ou vendê-lo, também para não ter que arcar com os custos do IPTU"

    Nesta situação que voce propõe de onde sairia o dinheiro para custear a Zarcão de Joinville ?

    Passe Livre a todo vapor na maravilhosa Cuba -> http://www.youtube.com/watch?v=gMXPD9_y9DE

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Do IPTU, Dirk. Haveria um aumento da arrecadação municipal e parte seria destinada ao financiamento do transporte público.

      Não entendi o que Cuba tem a ver com a história, mas já cenas bem parecidas no norte-sul. kkk

      Excluir
    2. Outro vídeo mostrando sistema sem catracas, outro país que não tem nada a ver com a história.

      http://www.dw.de/como-funciona-o-transporte-p%C3%BAblico-na-alemanha/av-17334483

      Excluir
    3. Qual é a tua proposta para o transporte em Joinville e no Brasil, Dirk?

      Eu realmente acho interessante se inspirar nos bons exemplos, mas temos que criar o nosso modelo, de acordo com a nossa realidade. A Tarifa Zero é uma proposta concreta de combate à desigualdade. Qual é a tua proposta?

      Excluir
    4. Joinville:

      -Deslocamento entre terminais por VLT's ou BRT's, ou seja pista exclusiva e estações e pontos de acesso rápido.
      -Deslocamento dos terminais aos pontos finais por vans, onibus, micro onibus, bondes, etc.
      -Custeio por quem utiliza, podendo-se adotar inclusive um sistema de cobrança que fidelize o usuário como a mensalidade proposta pelo Ivan Rocha. Prefeitura ou governo do estado poderiam subsidiar na forma de infraestrutura para padronizar e garantir qualidade.
      -Operação: empresas e concessionários aderindo ao modelo municipal

      Brasil:

      Regiões metropolitanas: infratestrutura estadual e operação por concessionárias integrado aos sistemas municipais
      Municipal: particularidades de cada municipio envolvem soluções especificas.

      Não encontro solução fácil para os milhares de pequenos municipios onde não existe cobrança de onibus porque não dispõe dos mesmos

      Excluir
    5. Felipe, Cuba é só um fetiche. Eu imagino o cara acordando de manhã e pensando: "Cuba". No meio da transa: "Cuba, Cuba, Cuba, Cuba, Cubasaaaaaaaa"".

      Excluir
    6. Aí, sim, começamos a avançar. Eu já fui a favor da proposta mensal, com diminuição progressiva. Hoje sou pelo passe livre diretamente. Mas essa é uma questão de posicionamento político. Cada um tem o seu. Acho que é mais justo que todos financiem e acho que isso encorajaria o uso do coletivo, o que beneficiaria todo mundo.

      Sobre os VLTs e BRTs, há estudos que mostram que não são mais a solução viável, sendo ela o ônibus. Já achei isso mais legal. Mas primeiro vou achar o estudo para compartilhar aqui e debater.

      O que eu acho é que ele é inviável hoje. Custa muito caro, e a cidade e o país, supostamente, não tem dinheiro. (Até tem, mas acho que há outras prioridades).

      Excluir
  6. Se o pai da menininha da foto fosse dono da "casa" e esta fosse legalizada - aquilo ali ao lado da janela é um medidor de energia? não puxou gato, pobre e honesto, de fuder - e eu classe média morasse de aluguel então ele estaria financiando o passe livre e eu não?
    os proprietários de imóveis embutem o valor do iptu nos alugueis. e se no país a maior parte da população paga aluguel em joinville a coisa é muito diferente...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Mano, você é lento das ideias, né?

      Você não fica chocado com a existência daquela situação?

      Excluir
    2. com a situação daquela família sinceramente sim. mas nos meus 50 anos já vi demais pobreza ser usada para justificar "boas intenções". isso, na boa, me choca muito mais.

      Excluir
    3. Ainda o mano lento das idéias.
      Dados de joinville, felipe. De cada 10, 8 tem casa própria. Em joinville eu e vc, que pagamos aluguel, somos exceção. vc paga aluguel, né?

      "Os resultados detalhados do Censo também mostram que 76% da população tem casa própria, contra 19% que vivem de aluguel. Outros 4% moram em locais cedidos. Quando o critério é o tipo de habitação, 83% moram em casas – algo bastante visível nos bairros –, contra 15% que moram em apartamentos."
      o link da matéria
      http://anoticia.clicrbs.com.br/sc/noticia/2011/06/censo-mostra-que-mais-de-2-5-mil-residencias-em-joinville-sao-comandadas-por-jovens-3351218.html

      Excluir
    4. Anônimo [13:12], não olhei com atenção os dados do Censo, mas não esqueça de considerar os dados de famílias morando por residência.

      Destes 76% que têm casa própria, será que vivem só em UMA família no local? O mesmo para as casas de aluguel.

      Não é porque as pessoas não estão de baixo de uma ponte que elas vivem em condições dignas e com um conforto razoável.

      Excluir
    5. então vai lá e olha com atenção, ué! analisa os dados, tira as suas conclusões e a partir dai se posiciona. o que não dá é querer forçar a realidade a se acomodar aos "conceitos" de vcs. discutir achismos é difícil.
      http://www.ibge.gov.br/home/

      Excluir
  7. É necessário antes de mais nada estudar com profundidade o que é IPTU Progressivo. Essa taxa propõe que o proprietário de imóvel em área central construa, alugue ou venda o imóvel e não o mantenha baldio. A intenção é "forçar" o proprietário a tomar alguma medida a médio e longo prazo. Ou seja, caso ele não tome alguma providência o IPTU do seu terreno sofrerá aumento ano a ano. Mas esse aumento não é nenhum absurdo. Nem pode, pois a Constituição Federal não permite que se façam reajustes sem a justificativa necessária para tal aumento e deve ter um teto para isso. Como esse aumento é anual e não é muito significativo, os valores do IPTU Progressivo precisariam de uns 200 ano para quem sabe um dia conseguir subsidiar a metade do sistema de transporte público de Joinville. Ou seja, o IPTU Progressivo é insuficiente para bancar essa conta a longo prazo. Quem dera a curto e médio prazo. O IPTU Progressivo não foi criado para gerar receita para Prefeitura de Joinville e sim para regular os imóveis baldios na área central da cidade. Gente, vamos ler mais. Buscar mais informações antes de falar sobre algo que não conhece. O articulista fica com a imagem vulnerável perante seus leitores.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Como manobram pra manter tudo como está...

      Essa não é a única forma de financiamento da tarifa zero. Além disso, teria um impacto significativo na receita, sim.

      Excluir
  8. A especulação imobiliária é somente mais um tipo de investimento. Se não for bom, os investidores irão migrar para outro, simplesmente. Eles não vão pagar mais impostos. Vão colocar o dinheiro em Fundos de Ações, CDB, Letras do Tesouro, qualquer coisa que renda 0.3% a mais ao mês.

    Assim, acho a proposta bem intencionada, mas sem um final feliz.

    Hoje a especulação imobiliária movimenta milhões de reais, principalmente na construção civil, que não dá conta de construir tanto prédio. E isso, gera empregos e impostos. Ou seja, não é de todo ruim.

    O que não dá é apenas tributar para o governo decidir o que fazer com o dinheiro. A gente sabe que ele decide sempre mal. TODOS os governos, ok?





    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É incrível como vocês não conseguem olhar para a outra ponta, de como a especulação beneficia os ricos e prejudica os pobres, que perdem suas casas para que a nova classe-média-trabalhadora possa ocupar seus novos micro-apartamentos.

      Excluir
    2. Felipe,
      o que você está concluindo é que, com impostos mais altos na especulação imobiliária, essa especulação cessaria, o que é um fato correto. Desse modo, segundo sua análise, os imóveis vazios seriam alugados ou vendidos para quem iria realmente morar lá. Também está correto. E, por fim, essa enxurrada de novos imóveis iria balançar a relação de oferta-demanda do setor, empurrando os preços para baixo. Novamente correto.
      O problema é que a partir daí que o negócio complica. O mercado na sequência iria se ajustar. Não iriam ter mais tantos lançamentos de imóveis novos, pois a demanda atual já seria suficiente. Isso iria aumentar, num primeiro momento, uma queda na atividade econômica que é muito influenciada pela construção civil. O mercado de imóveis iria se estagnar, algumas construtoras iriam falir por não terem previsto esse movimento e o aumento gradativo da demanda (pela aumento da população que busca uma casa própria) iria fazer com que o mercado entrasse em lento aquecimento, até voltar aos patamares anteriores, em que especular seria lucrativo. Isso levando-se em consideração um aumento do PIB nos próximos anos. Se a economia do Brasil estagnar também, esse movimento vai demorar ainda mais.
      Ou seja, em um curto prazo, os alugueis iriam baixar, porém também teríamos mais demissões e diminuição da atividade econômica. Depois o sistema iria novamente se equilibrar como sempre acontece com o capitalismo. Em um médio ou longo prazo, dependendo da conjuntura econômica vigente no momento.

      Assim contemplamos de ponta-a-ponta todo o sistema e suas implicações em uma visão mais abrangente de todos os agentes econômicos envolvidos.

      Excluir
    3. O que o André não consegue enxergar (nunca) são os componentes sociais, que o Estado tem que ARCAR SIM, e dependendo das possibilidades ratear com quem é mais rico.
      Quanto ao IPTU progressivo, além de ser um instrumento de justiça social (pois o uso do solo deve ter este objetivo inclusive constitucional) também é um instrumento de regulação e planejamento urbano.

      Excluir
  9. Acho que sai mais em conta o seu Schneider comprar as duas empresas e fornecer transporte gratuito na "villa"... rsrs'

    ResponderExcluir
  10. Claramente um texto escrito por alguém sem qualquer compreensão básica de economia, ou dos resultados REAIS dos experimentos de tarifa zero pelo mundo.
    E por favor, ao menos aprenda que economia não é jogo de soma-zero. Acreditar, em pleno 2014, que quem tem "apartamentos, casas, ou seja, vive da exploração da pobreza alheia" é, no mínimo, constrangedor. Provavelmente deve acreditar em mais-valia ou outras baboseiras amplamente refutadas há mais de um século.

    ResponderExcluir
  11. (Jean Sidney -1-)

    Felipe...

    Você parece aqueles que maldizem os ricos, afirmando que “eles não entrarão no reino dos céus!

    Credo!

    Fica a pergunta que não quer calar:
    O que é ser rico para você em nosso país?
    Você se considera pobre?
    E se olhar par atrás, será que não encontrará gente “mais pobre que você” assim como vê mais rico a sua frente?

    Conheço muitos alemães em Joinville (e minha mãe se orgulhava de ser descendente de bugre), que começaram suas vidas na roça, que com mãos calejadas, entregavam leite, ovos, lingüiça.,. cebolinha verde e couve... que acordavam de madrugada e dormiam cedo, para hoje poderem ter duas ou três casinhas alugadas e pagar tratamento de saúde.

    Mas você os chama de “exploradores de pobres”, é isso?

    Conheci uma família que ainda na roça, diante das dificuldades, a matriarca começou a fazer panos de prato, e toalhinhas bordadas a mão após o término da luta no Sol a Sol escaldante de Joinville.

    As coisas estavam tão difíceis, que começou a ir para a cidade aos sábados, para oferecer seu trabalho manual àqueles que perto dela, eram os que você hoje chama de “exploradores de pobres”, pois afinal eram ricos.

    Sua visão é muito curta, você precisa levantar mais a cabeça e olhar mais além, sem perder de vista o que está próximo, pois aquele que você chama de pobre hoje, bem ai, abaixo de seu olhar, poderá ser amanhã o rico que você não enxergará com o devido valor e importância por não conhecer a sua história de vida.
    Tal qual o faz hoje.
    Após alguns anos, ela estava produzindo a ponto de colocar outras mulheres, que viviam com o mesmo esforço junto de suas famílias, para vender seus panos de prato e roupinhas para bebê, sem, no entanto, largar a roça.

    Decidiram então vender a pequena propriedade (periferia de Joinville) e se arriscar na cidade grande.
    ALUGOU uma pequena porta e começou um negócio.
    Confeccionava... logo também comprava e vendia... logo ia para São Paulo fazer seus pedidos...logo seu filho começou a administrar... logo expandiram... logo cresceram... logo lucraram... logo contrataram!

    Com uma visão futurista, ainda que sem estudo, começaram a comprar pequenos terrenos pensando no futuro.
    Para resumir... Quando as grandes lojas, com crediários financiados por bancos tomavam conta de Joinville, decidiram começara a construir, prevendo que seriam engolidos pelo MERCADO.

    Afinal, havia muitos mais “ricos”, e com capacidade de investimentos do que eles.

    (Continua)

    ResponderExcluir
  12. (Jean Sidney -2-)

    Hoje, possuem alguns apartamentos alugados, geram empregos em uma pequena construtora que os sustenta... mas você ainda assim, os chamará de “ESPLORADORES DE POBRES”.

    Sem trabalho não há conquistas...
    Sem lucro não há crescimento...
    Sem lucro e crescimento não há empregos...
    Sem empregos não há construção...
    Sem construção não há imobiliárias...
    Sem lucro e imobiliárias, não há corretor e imóveis...
    Sem lucro, não há zeladores, porteiros, jardineiros...
    Sem lucro não há mudança de vida...
    Sem lucro não se sai da pobreza...

    Todos vivem de lucro Felipe... inclusive o que exerce uma função que é remunerada de acordo com o mercado em alguma “RICA” ou “POBRE” empresa lhe mantém.

    Que tal uma “RICA” universidade, que mantém professores que dada às devidas proporções são “ricos” e ricos também em sabedoria e conhecimento, cujo valor é inquestionável e que são disputados por algumas das melhores instituições de ensino.

    “Ricos” que nunca usaram as mãos para arar uma terra, mas que fazem uso de sua dedicação, disciplina e inteligência, fazendo de seus cérebros a principal ferramenta de trabalho.
    Diane disso... Você sugere o que?
    Melhorar o salário dos professores de rede pública, ou diminuir o “lucro” dessas universidades e por conseqüência o salário desses professores?

    Viu Felipe... tudo é uma questão de ponto de vista!
    Todo custo gera um benefício.
    E o benefício que não temos está muito alem do lucro no aluguel que alguns recebem...
    Que tal... pensarmos em lucros...

    Petrobrás e seu custo para o benefício que não temos.
    Gastos com Senado... e funcionalismo como um todo, para benefícios que não temos.
    Custo de salários na prefeitura... que não nos traz os benefícios que desejamos.
    E outros que realmente envolvem os que nos privam dos venefícios que desejamos para o nosso povo, o ESTADO.

    E você ainda coloca:
    “Ou aluga ou paga do bolso, sendo que o Estado ganharia de qualquer maneira.”

    Viu Felipe, alimentar o Estado de qualquer maneira, é alimentar e manter a fonte dos verdadeiros gastos que engolem os impostos já existentes para manter os benefícios que desejamos. Mas é mais fácil do que lutar contra o Estado né?

    A coisa é mais profunda do que IPTU...

    O IPTU e os impostos não conseguem nem conservar esgotos, pontes, praças, escolas, segurança municipal, saúde... e você acha que vai ser significativo na tarifa “0” quando se fala de “aluguel”?

    Sinto muito!
    Sua solução de certa forma foi diz:
    Se você é pobre e pretende investir com o esforço da família em terrenos casas e outros bens que vão sugerir que você passará a ser rico... desista! Compre dólar, Euro, Ouro, carros populares, assim você vai fugir do “imposto”.
    Você sabia que há muitas favelas onde existem pessoas que alugam barracos?

    Felipe...
    Você é muito previsível Felipe.
    Você gosta de trabalhar com conceitos generalizados, pois eles não necessitam de muito conhecimento, nem de vivência, por isso seus argumentos são tão rasos.
    Seus conceitos funcionam muito bem, quando comparados ao COMUNISMO, que na teoria é uma beleza, muito bem colocado por George Orwell, e que possibilita se observa com muita clareza a visão de muitos que eram da oposição e que hoje estão no poder.

    Ou seja... estão ricos, e não precisam de alguns aluguéis para manter o padrão em que vivem, só precisam de pessoas que acreditam que os problemas sociais se resolverão pelo IPTU.

    Jean Sidney

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O que eu sugiro? R: Comunismo.
      Enquanto não chegamos lá vamos tentando diminuir as desigualdades. A tarifa zero é uma das maneiras de fazer isso.

      Excluir
    2. Você está brincando ou falando sério em sugerir o comunismo? Até onde eu sei o comunismo gera desigualdade. Por favor, explique-nos.

      Excluir
    3. tentando diminuir as desigualdades com posts, ovos podres e pneu queimado...

      Excluir
    4. Explicar qual parte, anônimo? Não sei por onde começar, pois você já está confuso no básico:

      capitalismo = desigualdade, dinheiro é deus, lucro é tudo
      comunismo = igualdade, comunidade, os bens são partilhados pelas pessoas

      Excluir
    5. Mas Felipe, os países comunistas não fracassaram? Qual foi a igualdade que eles criaram? A da pobreza? Sério, explique-nos, eu não estou compreendendo.

      Excluir
    6. Os esquerdistas esperam um comunismo como esse idealizado pelo Felipe tanto quanto os judeus aguardam o messias.

      Excluir
    7. Poxa, Jean... tava botando fé nesse teu comentário até a parte que pergunta:

      "O que é ser rico para você em nosso país?"

      Depois disso veio um monte de "mimimi", "meritocracia", mais "mimimi", um pouco de preconceito, mais "mimimi".

      Só lamento você parar o que estava fazendo para comentar (já que tempo é dinheiro), sem ser para defender um ideal coletivo.

      Não vou nem tentar explicar quem seriam os ricos do país, se não, já apareceriam alguns anônimos pedindo que algum economista falasse.

      Excluir
    8. O comunismo já foi demonstrado, na prática, que não funciona. O que mais se precisa fazer para demonstrar isso? Um país do tamanho da Rússia, com mais meia dúzias de outros países satélites, mantiveram uma república com ideário comunista por mais de 70 anos e só geraram miséria e um pilha de cadáveres pelo caminho. Terminaram do jeito que terminaram.

      Toda a inovação, todo progresso do homem nos últimos 100 anos vieram do espírito empreendedor e trabalhador dos capitalistas, que inventaram a lâmpada incandescente, o telefone, o avião, o computador.

      Hoje se estamos discutindo isso em um blog, separados geograficamente, através de uma rede de computadores interligados mundialmente foi porque o sistema capitalista gerou isso.

      Dê graças ao capitalismo que hoje temos o Chuva Ácida, caso contrário estaríamos trocando mensagens através de pombos ou garrafas no mar.




      Excluir
    9. Cê tá perdendo tempo, André.

      Excluir

  13. (Clóvis Gruner 31 de janeiro de 2014 12:25), Desculpe Clóvis mas vou ter que refrescar sua memória quanto ao que o Felipe disse:

    “Felipe Silveira31 de janeiro de 2014 10:06
    Cara, que difícil lidar com quem não sabe ou não quer ler.
    E, sim, se você tem uma casa pra morar, e aluga outra para quem não tem casa pra morar, você está, em parte, vivendo da exploração da pobreza alheia.”

    Isto é singular e não plural.
    E este é um pensamento no mínimo antidemocrático.
    Quando vão sugerir que só se pode ter um carro por pessoa?
    Em S. Paulo... quem pode, possui um com cada final de placa para poder circular todos os dias, independente do rodízio?
    O crime não está em poder ter, e ter, está em circular fora da lei.
    Casa na praia? Era coisa de rico, hoje conheço motoristas de transporte coletivo que têm uma.
    E você mesmo deve conhecer alguém, um professor ou professora que com muitas aulas extras, particulares, etc... conseguiu adquirir uma.
    Mas alugar pode, mesmo que seja pobre, afinal, se faz uma “vaquinha” e... tudo é festa, principalmente se for carnaval!
    Mas esqueci... os “ricos” é quem terão que proporcionar isso também né?
    Afinal, os preços dos alugueis em Camboriú, Florianópolis, Copacabana, Recife vão cair... pois o mercado não controlará mais a chamada “oferta e procura”, o IPTU fará isso.
    Acho que muito vão preferir morar de aluguel na praia.
    Da mesma forma que nos falaram que tinham pago a dívida externa (sabe como ela está hoje? )... que o Brasil estava auto suficiente em petróleo, sabe qual o valor hoje?
    Esqueci... vocês todos vocês andam de ônibus né?

    Por que não reivindicam algo semelhante em relação a educação também?
    Tem muita gente louca para estudar na Católica, na Evangélica, na Espírita, e em outras Faculdades e Universidades... que tal lutarmos para a diminuição dos valores cobrados?
    Faz ideia de quantas “entidades (todo tipo) sem fins lucrativos” são isentos de IPTU?
    Sugiro uma pesquisa, vai se surpreender.
    Mas... o problema aqui é o aluguem né?
    Sabe quantos órgãos públicos funcionam em regime de aluguel?
    Faz ideia dos valores destes alugueis?
    É casas para alugar precisam acabar... quem sabe assim tudo melhore.
    Como dizia minha mamãe: “melhor ouvir isso do que ser surda.”

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu não consigo entender a dificuldade de vocês em entender coisas simples. Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa:

      Primeiro, se tu mora numa casa, e tem outra sobrando, e ganha dinheiro com essa outra, cobrando aluguel de uma família pobre (há famílias ricas que pagam aluguel, e essas não estão sendo exploradas), sim, você está explorando outra família. Não importa se você trabalhou pra isso, trabalhou na roça para conquista, herdou etc. O fato é que você ganha dinheiro com a exploração dessa família pobre que SÓ PODE morar de aluguel. Mas isso é uma coisa, apenas conceitual.

      Segundo, há gente que ganha rios e rios de dinheiro com esse negócio chamado especulação imobiliária. Esses exploram centenas ou milhares de pessoas assim. A tarifa zero ajudará a combater isso. Como? Obrigando a ocupar esses espaços vazios ou fazendo os especuladores pagar mais caros pra mantê-los vazios.

      Excluir
    2. E dane-se o mercado. Economia planificada, já!

      É melhor ler isto do que ser cego.

      Excluir
  14. Para quem quer entender porque um jovem promissor deseja ser chefe da franquia brasileira do comunismo
    Fortuna de Fidel Castro supera la de algunas realezas

    Con 900 millones de dólares, el cubano supera la riqueza de las Reinas de Inglaterra y Holanda

    ResponderExcluir

  15. "Não importa se você trabalhou para isso..."

    Sem mais comentários, agora entendi o seu problema.

    ResponderExcluir
  16. Como assim uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa?
    Ou você trata tudo o que não é favorecimento ao pobre como sendo "especulação, ou "exploração", ou reveja seus conceitos.
    O cara lá em cima deixou bem claro que as universidades particulares de certa forma exploram os pobres, afinal. ou você é rico e cursa com tranquilidade ou se ferra trabalhando e sacrificando sua família.
    Isso não pé especulação e exploração?
    E o salário diferenciado entre professores de escolas privadas e particulares?

    Ou seja,tudo também é uma questão de opção quando se trata de mercado.

    Você vem me falar de ser obrigado a locar ou deixar fechado pagando imposto alto.
    Poderíamos fazer o mesmo com as câmaras municipais, Estaduais, e Federais, o que acha? Ou recebem menos ou fica fechada!
    Mas tentar resolver os problemas tirando dos que já tem ao invés de elevar os que ainda não tem é mais fácil e menos trabalhoso, ainda que seja só em teoria.

    Falta de investimento no interior...
    Propaganda de que a cidade grande é melhor...
    Que o trabalho é mais facilmente encontrado...
    Fuga do interior para cidade...

    Cara... tem tanto a ser mudado para que isso diminua... pense nisso.



    ResponderExcluir
  17. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

    ResponderExcluir

  18. Senti falta do meu comentário a respeito da Russa que deu seu relato quanto ao que viu no Brasil e como é a vida dos seus lá...

    Não chegou? Devo mandar novamente?

    ResponderExcluir
  19. Numa cidade que 1/3 da área urbana e rural pertencem a meia duzia de famílias, e que vários km² desta casta compõem os vazios urbanos, fica difícil debater sobre IPTU progressivo...

    ResponderExcluir
  20. Sinceramente, não entendo como estes pensamentos tão pequenos são expostos de uma maneiro que parece correta. Penso que você é um pobre que esta sendo explorado de tal maneira que não tem nem o que comer. Se possível repense seu ideal de vida, pois deixou claro que se quiser ter uma vida melhor, que possa ter riquezas, não se pode viver nesse pais.

    Thiago.

    ResponderExcluir

O comentário não representa a opinião do blog; a responsabilidade é do autor da mensagem