POR JORDI CASTAN
Já estão as fanfarras de áulicos celebrando, a pleno pulmão,
que foram entregues reformadas a Biblioteca Rolf Colin e a Casa da Cultura. É
hora de parabenizar? Sim, mas nem tanto.
Na mesma semana a prefeitura informa que o restaurante
popular, localizado no bairro Bucarein fechará para reformas, no mínimo durante
meio ano. Dois temas chamam a atenção neste fechamento. O primeiro é que o
restaurante foi inaugurado em abril de 2008, sendo portanto uma obra recente e não há
informação do motivo de uma reforma que leve ao seu fechamento durante meio
ano. O segundo é que seria importante - e contribuiria a melhorar a transparência
sobre a gestão pública - divulgar o motivo para, em tão pouco tempo, já
ser necessária uma reforma desta envergadura, pois o fechamento
durante tanto tempo deixa desatendidos os atuais usuários do restaurante
popular. Desnecessário repetir aqui que o correto seria exigir
responsabilidades ou aos autores do projeto ou aos executores da obra, caso
fosse constatado que a reforma precoce é resultado de erros de projeto, de
execução ou de fiscalização. Pela forma
frouxa como são tratados os prazos no governo municipal, quem apostar numa reforma mais demorada tem muitas chances de ganhar.
A Biblioteca Rolf Colin foi interditada em 21 de setembro de
2010. É bom relembrar que pouco tempo antes tinha recebido uma ampla reforma e, daquela reforma, até agora ninguém foi responsabilizado e tudo ficou por isso
mesmo. Joinville esteve com sua biblioteca interditada durante mais de três
anos. Tempo demais para uma cidade que insiste em querer ser a segunda economia
do sul do país.
A Casa da Cultura foi interditada em agosto de 2011 e ficou
fechada durante mais de dois anos. As suas atividades ficaram comprometidas e
os alunos foram afetados pelos cancelamentos de aulas, pela transferência de
atividades para outros locais e tampouco, neste caso, pode-se dizer que a sociedade
se mobilizou. A sensação é que Joinville convive com uma mania de grandeza ao
tempo em que padece de um complexo de inferioridade. Ninguém mais se surpreende
com prédios públicos interditados. Eles passam a fazer parte da nossa paisagem
urbana e fica por isso mesmo.
A lista dos prédios públicos em estado precário ou
interditados ainda é longa e alguns devem demorar em sair da interdição. E assim
Joinville vai convivendo com essa realidade de ser uma rica cidade pobre. Mais
pobre de espírito que de recursos, mas essa é outra historia.
Parabéns por devolver ao joinvilense duas importantes
referências culturais. Agora para que as felicitações possam ser completas
seria bom informar: Qual é o cronograma
de entrega dos outros prédios públicos interditados? Qual o programa permanente
de manutenção e preservação do patrimônio público cultural e histórico de
Joinville? Quais os recursos e quem são os responsáveis? Entre os bens públicos
que já mostram sinais preocupantes de deterioração (e incompatíveis com a data da
sua entrega a população) estão o Parque José de Alencar ( da Cidade) e o Parque
das Águas, em que o mato e o abandono estão ganhando a batalha. Outro é a nova
Rua das Palmeiras que já perdeu a cor e as flores dos primeiros meses e precisa
de um olhar mais atento.
Acredito que, sem procurar maldades no processo de construção de obras públicas, o fator que mais influencia a má qualidade das edificações é a lei das licitações, que determina o quesito "menor preço", em detrimento do aspecto "melhor relação custo benefício". Um exemplo deste é a pavimentação com concreto da serra Dona Francisca.
ResponderExcluirEu no milênio passado, estudei em escola pública da qual já se serviram meus pais, e o prédio continuava lá, forte e rijo. Porque edificado com tijolos maciços, paredes duplas (dizia-se que era para resistir a ataques aéreos em caso de guerra), madeiras de lei, telhas cerâmicas de boa qualidade. Aliado a este fator a simples existência de um zelador do tipo "faz tudo", seria o bastante para garantir também a manutenção da obra entregue. Nós tínhamos o "seo" João, misto de eletricista, encanador, pedreiro, zelador, e fiscal. Se ele pegasse criança bagunçando o banheiro era diretoria e bilhete para os pais. Em casa os pais nos disciplinavam fisicamente em vez de ameaçar professores e diretores de processos judiciais.
a long time ago.....
ExcluirWonderful times though....
ExcluirFica um ano fechado p/ "pintar uma parede", imagine a "economia" da prefeitura nesse período.
ResponderExcluirNa época do Jórdi como presidente da conurb deveria ser diferente...
ResponderExcluirQue bom que o anônimo das 16:39 lembra ainda.
ResponderExcluirComeçou o quebra pau....ai ai.
ExcluirQuebra pau, aonde?
ExcluirVejam no vídeo publicado pelo Portal Joinville em Julho de 2011, http://www.portaljoinville.com.br/v4/blogs/pontodevista/18405, a colocação do atual Vice-prefeito sobre a "Secretaria de Embelezamento". Minuto 07:29.
ResponderExcluirCaramba, secretaria e embelezamento...mas ele é o atual vice- prefeito né ?
Excluirsecretaria de embelezamento, secretario quem Carlos Bust.....kkkk
ExcluirEmbora iniciadas na gestão Carlito, as duas obras pararam por falta de recursos e só foram reiniciadas este ano. O pouco que se vê é mais animador que o ano que passou, até o Museu de Arte está em obras. Mas concordo com vc Jordi, temos muitos locais interditados, escolas tradicionais como o Conselheiro e o Germano sendo destinadas para outros usos por falta de grana e de gestão adequada. Com um ano se esperava muito mais. E podem apertar o cinto que com falta de dinheiro o poder público sempre passa o chapéu na população: aumento de vários impostos e taxas estão chegando para cobrir o rombo.
ResponderExcluirJordi e o Calduro ?
ResponderExcluirO governo Carlito passou a gestão inteira com o antigo prédio da Prefeitura na Max Colin entregue às moscas. Um edifício daquele porte no centro da cidade não poderia abrigar outras secretarias? Serviu anos para abrigar o governo municipal. O que mudou depois que foram para às margens do Rio Cachoeira?
ResponderExcluirEnquanto isso o governo municipal fica alugando imóveis caros no centro da cidade, inflacionando o mercado.
Fora os casos de imóveis alugados e nunca utilizados.
Isso sem falar naquela vergonha do antigo Fórum no coração da cidade. Quantos anos já convivemos com aqueles escombros?
Alguns poderiam me lembrar que aquele prédio é de um outro orgão, etc.. Mas duvido que se um cidadão tivesse um imóvel naquele estado no centro da cidade ia ficar por isso mesmo.
O prefeito é o síndico da cidade. Ele que tem que manter o município bonito e bem cuidado. Por que não desapropria e faz uma praça no centro ?
Convivemos com anos de gestores incompetentes, mídia chapa-branca e população inerte, vivendo de migalhas.
O resultado é esse que o Jordi pintou no seu artigo.