quinta-feira, 23 de abril de 2020

Por que Bolsonaro precisa sair?




POR CLÓVIS GRUNER

Com a participação nas manifestações de domingo (19), pedindo intervenção militar e um novo AI-5, Bolsonaro acrescentou mais dois ou três aos vários crimes de responsabilidade que cometeu desde que assumiu a presidência, há pouco mais de um ano. Some-se a eles a irresponsabilidade genocida frente a uma pandemia de proporções globais, e temos um cardápio variado de motivos para afastá-lo o mais rapidamente possível da presidência.


Apesar disso, as instituições continuam funcionando como se tudo normal fosse e estivesse: notas de repúdio foram publicadas; a imprensa segue acovardada; e a oposição de esquerda continua silente, porque, de acordo com o “cálculo político” de suas lideranças, não é hora para impeachment. Os principais argumentos são dois: a-) um impeachment fracassado poderia resultar no fortalecimento de Bolsonaro; b-) vitorioso, quem assume é Mourão, o que significa que, na prática, pouca coisa muda.

Não alimento nenhuma ilusão quanto a Mourão e impedimento não é antessala da revolução. Bolsonaro precisa sair não para que, de seu afastamento, advenha alguma “mudança estrutural”. Mas porque é um miliciano fascista, que está a atentar, dia após dia, contra a democracia, além de colocar a vida de brasileiras e brasileiros em risco em nome de seu projeto pessoal e político de poder.

E não há cálculo político que justifique a apatia conivente das esquerdas e, mais especificamente, dos partidos de esquerda com representação parlamentar, particularmente nesse momento de isolamento social, aqueles que podem tomar a iniciativa de levar adiante um pedido de impeachment. Não estou a dizer que se trata de tarefa fácil, porque o impedimento de um presidente nunca se faz sem traumas.

Mas é algo que precisa ser feito, e urgentemente, se quisermos preservar alguma coisa que se possa chamar, minimamente, de país.

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Como explicar Bolsonaro para estrangeiros...




POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Uma das perguntas que mais tenho respondido, aqui em Portugal, em especial nas últimas semanas, é sobre o atual governo: como os brasileiros elegeram uma pessoa com o perfil de Jair Bolsonaro para a Presidência da República?

Para uma pessoa que vive em regimes democráticos, como na expressiva maioria da Europa, é difícil assimilar a ideia de que a democracia possa dar tamanho poder a quem nega a própria democracia.

A resposta é simples. A eleição de Jair Bolsonaro foi democrática, pelo voto direito (não vamos discutir aqui o processo da prisão de Lula). Mas mesmo assim as pessoas tendem a não ficar convencidas. E isso obriga a uma reflexão sobre uma pesquisa divulgada há algum tempo e segundo a qual os brasileiros tem uma péssima percepção da realidade do país. Ou seja, muita dificuldade em interpretar o mundo.

Para tentar uma abordagem didática, tomei a liberdade de seccionar os eleitores de Bolsonaro em três grupos: os antipetistas, os que cultuam o "mito" e os que veem em Bolsonaro uma espécie de espelho (uma projeção da sua própria maldade). Tudo parece indicar que apenas estes últimos ainda estejam ao lado do presidente e a palavra "impeachment" voltou ao léxico cotidiano.

terça-feira, 21 de abril de 2020

Pirabeiraba, a rotatória e as academias



POR JORDI CASTAN

No seu aniversário, o Distrito de Pirabeiraba, em Joinville, ganhou uma verdadeira obra de arte. Uma nova rotatória que incorpora a arte ao quotidiano de Pirabeiraba. Obra inspirada em Kandinsky, de Vassarely, de Soto, de Cruz Diez.


Ainda em Pirabeiraba. O deputado estadual Fernando Krelling apresentou projeto de lei, aprovado pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina, que considera as academias de ginástica "serviços essenciais" em época de coronavírus. Estaria errada a iniciativa? Será que há conflito de interesses? O deputado está defendendo os interesses de quem? 

sábado, 18 de abril de 2020

Chuva Ácida volta e discute o coronavírus

POR CHUVA ÁCIDA

O Chuva Ácida voltou. E todas as semanas vai ter um debate mais alargado com todos os seus integrantes. Este é o primeiro, com Clóvis Gruner, Jordi Castan e José António Baço. Vejam e comentem.