quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Quando você pensa que já viu tudo... eis o Trumpy Bear

POR ET BARTHES
Quando você pensa que já viu tudo… eis que surge algo impensado (mesmo impensável). Um ursino de pelúcia inspirado no presidente norte-americano Donald Trump. E o produto está tendo uma campanha de lançamento de fazer inveja a muitas das grandes marcas. Tem filmes com realização de qualidade e parece não ter faltado dinheiro para a produção. Tudo como o capitalismo manda.

O boneco é um modelo de edição limitada da coleção Teddy Bear e a razão é a razão do lançamento é muito simples: “comemorar os Estados Unidos”. Seja lá isso o que for. O patriotismo é o toque de caixa do novo produto, que até traz uma bandeira dos EUA dentro do ventre. Você abre e puxa a bandeira para fora para, como mostra o vídeo, é está pronto para mostrar “o seu patriotismo com o novo Trumpy Bear”.

Ah… e qual a marca da “personalidade” do ursinho? O cabelo e as sombrancelhas laranjas, como as do próprio Donald Trump. O boneco, que custa US$ 39,90 e nasceu no “dica da bandeira”, vem com certificado de autenticidade e pode ser levado a todos os lugares, como o filme mostra. Destaque para o golfe, esporte favorito do presidente norte-americano (ou serão os banhos dourados?).s



quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Agora que elegeram "isso"...

POR MÁRIO PAGANINI
Há pessoas que pedem a adesão a uma causa e a coisa até faz sentido. Mas fica estranho quando é Maitê Proença a pedir qualquer espécie de apoio a uma ideia (ainda mais quando essa causa é Bolsonaro). Todos sabemos que ela não é exatamente uma referência em termos de desprendimento das coisas materiais, uma vez que nada a faz desistir da pensão vitalícia que, segundo a imprensa, anda por volta de 20 mil reais. É grana. 

É uma questão que tem passado batida, porque ninguém ousa mexer no vespeiro. Segundo recente matéria da revista Época, a pensões das filhas solteiras de funcionários públicos consomem cerca de R$ 4,35 bilhões do contribuinte. Atenção… bilhões. E, como todos sabemos, muitas delas já tiveram - ou têm - relações duradouras, mesmo com filhos. Mas sem abrir mão da solterice, para não perderem direito à grana.

Seria interessante ver Bolsonaro, o moralizador, acabar com a teta. É claro que não pode e nem quer. Seria divertido ver Bolsonaro a caçar solteiras de araque como Maitê Proença. Mas, ao contrário, dizem por aí que ele até pode convidar a moça para ministra. Ora, tudo é possível no Brasil destes dias. Com um quadro desses, nem ficou estranho o filme divulgado pela atriz a pedir apoio ao futuro presidente.

Só que tem um ou dois detalhes interessantes. O primeiro é o ato falho, quando ela diz: “elegemos isso”, numa referência a Bolsonaro, talvez o seu futuro patrão. Mais adiante, a putativa ministra diz que as  pessoas abriram mão dos “direitos humanos” para ter emprego e comida na mesa. O que só prova a baixa qualidade intelectual dos ministeriáveis do “mito”. Porque emprego e comida são exatamente isso: direitos humanos. 

Cão Tarado - O retorno do Jedi


terça-feira, 13 de novembro de 2018

Direitos e privilégios: a hora do fim?


POR JORDI CASTAN
Devemos defender os direitos e atacar com veemência os privilégios. O Brasil é um país de privilégios e privilegiados. Um país que durante décadas concentrou favores e vantagens, numa casta privilegiada que continua abocanhando uma porção desproporcional de riqueza e poder. E fez isso às custas da maioria da população, essa mesma que hoje está duramente castigada pela crise e que saiu as ruas para eleger o candidato que melhor soube capitalizar seus desejos e frustrações. Ou seja, aquele que identificou com o perfil necessário para mudar tudo aquilo que precisaria ser mudado.

Os direitos são universais, justos e beneficiam a toda a sociedade. Não há um beneficiário direto. Não pode haver “direitos” só de alguns, nem podem haver direitos injustos, tampouco podemos considerar direitos aqueles que só beneficiam aos que os conquistaram.
O país está na encruzilhada de ter que separar privilégios de direitos. Não dá mais para manter castas de privilegiados às custas da maioria da população. Enquanto os direitos são sagrados e devem ser preservados, os privilégios devem ser extintos imediatamente. O brasileiro não consegue mais manter uma elite de privilegiados cada vez mais privilegiados, cada vez mais ousados e desavergonhados.

O vergonhoso aumento de 16,3% concedido pelo senado aos ministros do STF e a PGR é um privilégio. O aumento do salário mínimo em 1,81% é um direito: podemos até convir que seja pouco, mas é igual para todos. A diferença entre direito e privilegio deve ser a primeira iniciativa do novo governo. O resultado das urnas é a resposta dos sem privilégios aos privilegiados. A lista de privilégios e dos setores da sociedade beneficiados com privilégios vergonhosos e inaceitáveis é extensa é não conhece limites.

Começa, numa lista que não pretende ser completa, nem exaustiva e que tampouco tem ordem ou sequência de valor ou gravidade, com alguns casos. As filhas solteiras dos militares, os funcionários públicos que “trabalham” 6 horas ou menos e recebem por 8 horas. Os deputados e senadores que recebem aposentadoria aos 60 anos de idade. Ou os policiais militares, bombeiros e assemelhados que aposentam em geral com menos de 50 anos de idade e antes são reformados para a patente imediatamente superior.
Privilégios são os anos sabáticos pagos com recursos públicos, são os carros, motoristas, as cotas de combustível e as prestações de contas sem comprovação. Privilégios são o auxilio paletó, receber pagamento adicional por periculosidade exercendo função administrativa. Privilégios são também os cartões corporativos, os engraxates, os almoços gratuitos, o DEMED (Departamento Médico da Câmara) para ex-deputados, os planos de saúde ilimitados fora do SUS, quando custeados com recursos públicos.

São privilegiados os que recebem sem trabalhar, sem assinar o ponto, o sem cumprir horário. São privilégios inaceitáveis motoristas, veículos a disposição e funcionários administrativos para ex-presidentes, mais ainda se estiverem presos e condenados em segunda instância. Tampouco podem ser considerados direitos as férias forenses superiores aos 30 dias por ano, como estabelece a CLT, nem receber salários acima do teto constitucional, por muito que todos estes privilégios sejam legais, amparados por leis, resoluções, normas e tenham amparo legal. São legais, mas são imorais e injustos.
No caso do aumento concedido pela maioria dos senadores aos ministros do STF, que são os magistrados que julgam as 55 mil autoridades de 40 cargos diferentes, entre os que se encontram os senadores que aprovaram os 16,3% de aumento. Em tempo, o foro privilegiado é também um privilégio que não deveria existir.

Para pôr de volta o Brasil nos trilhos da moralidade e da justiça é preciso enfrentar de frente as castas de privilegiados, essas mesmas que estão espalhadas por todos e cada um dos elementos que compõem o tripé republicano. Ou se combatem e se extirpam estes privilégios - e os privilegiados que os defendem e representam - ou a república estará definitivamente perdida. O eleitor votou no Brasil dos direitos e votou também contra o dos privilégios. Responder a este anseio exigirá coragem, firmeza e persistência. E a mobilização para defender privilégios começou antes mesmo que o novo governo assuma.