POR ALBERTINA CAMILO* - Fazer Aqui
As mudanças costumam causar um certo desconforto, no mínimo, e chegam a amedrontar, atingindo o estágio do medo, que paralisa. É neste nível que está um grande número de jornalistas hoje, diante da revolução sem precedentes provocada pela mídia online – nem dá para comparar com os anos 1990, quando os computadores invadiram as redações e aposentaram as máquinas de datilografia. Jornais impressos que pareciam inabaláveis fecham em todo o mundo. Mais e mais jornalistas se veem longe do emprego “tradicional”, tentando entender o que está acontecendo e sem saber o que vem por aí. Mas um bom número de profissionais já decodificou o recado: não há futuro possível fora do online. O problema (prefiro pensar em desafio) é saber como transformar as inúmeras possibilidades em ganhos financeiros.
É algo novo em todos os sentidos. Jornalista tem a fama (justa, aliás) de não saber “vender”. Era tão fácil ter o salário depositado pelo empregador todo mês, não é? Como enfrentar uma forma tão diferente de produzir conteúdo e, ao mesmo tempo, fazer com que renda financeiramente?
Se ficar o bicho pega, se correr o bicho come. Ou ficamos no passado, em lamúrias do tipo “era bom e eu não sabia”, vendo as novas oportunidades passarem, ou encaramos nossas inseguranças e aprendemos os segredos e truques dessa revolução jornalística (lendo, pesquisando, perguntando, conversando muito, se unindo, criando). Eu estou encarando e chamando outros a fazerem o mesmo.
A aventura do jornalismo vai continuar, não importa o formato.
* Albertina Camilo é jornalista com passagens pelos jornais A Notícia e Notícias do Dia, de Joinville. É idealizadora do recém-lançado portal online Fazer Aqui, que reúne produção colaborativa de jornalistas e outros profissionais. O próximo desafio é monetizar o espaço e fazer todos ganharem.