segunda-feira, 18 de março de 2013

Não rebaixem o meio-fio!

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Está tramitando na câmara de vereadores de Joinville um projeto de Lei, de autoria do vereador Roberto Bisoni (PSDB), que pode alterar consideravelmente a relação entre pedestres e automóveis: o livre rebaixamento do meio-fio, para facilitar a entrada e saída de automóveis, sobretudo dos comércios. Graças a alguns vereadores e entidades representativas, o projeto só entrará em pauta novamente após uma audiência pública para discussão de tema.

A justificativa do projeto é simples, porém equivocada. Bisoni argumenta que, nos bairros, os pequenos comerciantes estão perdendo clientela. A lógica dele é a seguinte: o número de automóveis aumentou bastante nos últimos anos (quase 110% de 2002 a 2011, segundo o Detran); a malha viária continua praticamente a mesma; com ruas mais cheias, espaços de estacionamento diminuem; como a atual legislação veda o uso total da testada dos estabelecimentos, o cliente não consegue vaga nem na rua e nem na frente da loja (Fonte: CVJ).

É complicado presenciarmos mais uma vez as bizarrices que são propostas por parte do legislativo joinvilense. Esta visão retrógrada de urbanismo, a qual dá privilégios ao automóvel em detrimento de todos os outros modais de deslocamento em uma cidade, deve ser abolida. Querem dar prioridade ao automóvel também na calçada, lugar exclusivo do pedestre? Ainda prefiro ser mais radical, e propor a extinção do recuo (utilizado na maioria das vezes como estacionamento). Lugar de carro é na rua, e muito menos na calçada e/ou no recuo para estacionar. E ainda: quanto mais espaço der para o carro, mais carro teremos nas cidades. Neste momento me recordo do ex-prefeito de Bogotá, Henrique Peñalosa, que revolucionou em muitos aspectos a sua cidade, principalmente ao considerar estacionamento um "problema de ordem privada" e que não promoveria nenhuma vaga de estacionamento em lugar público (a rua), ou em espaço de uso misto (calçadas e recuos). O cidadão de Bogotá passou a deixar seu carro em estacionamentos privados, pagando caro por isso, e percebeu que a melhor alternativa seria o transporte coletivo.

Vamos ficar atentos a este projeto, e também a todos os posicionamentos que surgirão nas audiências ou reuniões internas das comissões em que este projeto tramitará. O que não surpreende, mas nem um pouco, é de onde vem a autoria deste projeto. Anos atrás este mesmo legislador propôs o fim de todas as praças e lugares públicos, para evitar "bêbados e drogados". Então tá.

domingo, 17 de março de 2013

O Novo Papa


POR GUILHERME GASSENFERTH

Sou um cristão não-católico. Creio ser importante esta introdução para contextualizar as linhas que a seguem.

Apesar de influenciado tão somente pelo que li em jornais e na internet, gostei de alguns elementos da postura do agora papa, cardeal Jorge Mario Bergoglio.

Não preciso alertar ninguém sobre a importância que os símbolos têm na religião católica. O primeiro símbolo do novo papado , o nome papal, talvez seja o mais representativo deles. A escolha do nome Francisco pode representar que o novo papa assumirá como bandeiras a aproximação com outras denominações religiosas, o retorno à simplicidade e a dedicação ao combate à pobreza. O ecumenismo é demonstrado pela importância supracatólica de São Francisco de Assis; a simplicidade pregada por Cristo e vivida nos primeiros anos do cristianismo, foi pedida e demonstrada pelo Papa Francisco em seus primeiros atos; e o combate à pobreza infere-se diante da homenagem a São Francisco de Assis, fundador da ordem dos franciscanos, um sinônimo de pobreza e desapego a bens materiais.

É evidente que a exposição midiática a que foram submetidos os primeiros atos de Francisco não foram impensados – pelo contrário, a própria escolha de um papa com este perfil já deveria estar alinhada entre os cardeais há muito. Quiçá a própria renúncia de Bento XVI seja parte da trama. O catolicismo estava em séria crise de imagem, e numa organização ardilosa como a Santa Sé, tudo parece ser válido para retomar a importância e poder de outrora. A escolha de um jesuíta já seria fato novo; um latino-americano poderia reforçar a presença no mais católico dos continentes; um sacerdote que honre o franciscanismo daria à Igreja de Roma um tempero necessário para um novo flerte com os fiéis. Um que reúna as três características foi uma sensacional jogada de marketing, aproveitada com competência nas fotos divulgadas nas mídias sociais pelos marketeiros do menor país do mundo.

Parece-me óbvio dizer que não veríamos agora um papa que se embrenhe com inovação em temas delicados como direitos homossexuais, aborto, camisinha, celibato ou participação feminina no clero. E não veremos: o Papa Francisco opôs-se radicalmente ao avanço dos direitos gays na Argentina, além de ser acusado – embora sem provas – de conviver com a ditadura impiedosa que deu as cartas por algum tempo no país vizinho. Se ele foi conivente eu não sei, mas sua igreja foi e ele tem, eu diria, alguma responsabilidade difusa.

De toda sorte, deve a igreja renovar-se paulatinamente, e se conseguir reduzir sua opulência e dedicar-se a causas sociais com mais ênfase já teremos um progresso não visto no papado anterior, do antipático alemão Joseph Ratzinger. É claro que, como defensor de direitos humanos e do Estado absolutamente laico, preferia que já neste papado o novo Bispo de Roma começasse a pavimentar a estrada que conduzirá a igreja a pelo menos parar de condenar a união homossexual ou o uso de preservativos, em dois exemplos emblemáticos. Mas o tempo haverá de forçar o Vaticano neste rumo – a sociedade amadurecerá e, por omissão e descontextualização, nova crise se abaterá sobre as imediações da Catedral de Pedro, conduzindo a Igreja Católica a uma nova reforma onde a tolerância, a modernização e o progressismo moderado darão o tom.

Precisamos aguardar os próximos meses e anos para entender qual a profundidade da guinada que o Papa Francisco fará com sua igreja, mas confesso que ao escolher seu nome ele certamente ganhou de mim no mínimo simpatia.

sábado, 16 de março de 2013

E o JEC amanhã?

Amanhã é dia de JEC na Arena e todos caminhos estão direcionados para lá.

Por ser um clássico, temos tudo para apreciar um jogo com futebol mais elevado e, pela lógica da gangorra de apresentação do Joinville, amanhã é dia de jogar bem.

No entanto esta irregularidade que o Tricolor vem apresentando desde o começo da temporada e que agora já nos encontramos no segundo turno do Estadual e tudo continua a mesma coisa, pra não dizer que piorou, coloca em risco o emprego do Seu Artur Neto.

Como tratei aqui, a maionese está desendando e, se isso ocorrer, só começando do zero. Vem jogo, vai jogo as trocas acontecem, entra e sai de jogador, mas a essência continua a mesma, o JEC não consegue emplacar seu futebol e isso tem deixado os torcedores bastante preocupados.

O maior problema é que não tem se visto uma solução efetiva, um pulso forte de quem manda e comanda o time para coloca-lo no prumo e é inevitável a preocupação, pois ao que vem parecendo o Catarinense vai ficar para o próximo ano de novo e as competições Nacionais logo começarão, e aí? Vai continuar neste sobe e desce?

JEC x Figueirence, às 16 horas na Arena Joinville

sexta-feira, 15 de março de 2013

Fazer pouco e fazer muito

POR FELIPE SILVEIRA

Nessa vida de certa militância (de sofá ou não) também é preciso viver. Assim como nessa vida de viver (no sofá ou não) também é preciso militar. Digo isso porque essa questão sempre me vem à mente quando me questiono sobre aquilo que podemos fazer para tornar o mundo um lugar melhor para viver. E todos nós concordamos que é preciso trabalhar pra isso, né?

Acredito que a mudança na sociedade pode acontecer de duas maneiras. A primeira é macro e envolve ações políticas e econômicas. De fato, para o bem e para o mal, isso muda o mundo. O governo de Hugo Chávez, por exemplo, mudou os rumos da Venezuela ao investir em saúde, educação, moradia, geração de emprego...

O outro tipo de mudança é micro, trata-se do nosso dia a dia. É aquilo que podemos fazer diferente a partir das nossas atitudes e da nossa mudança de hábitos. Exemplos disso são a reciclagem de lixo, o uso do cinto, o não desperdício de água e energia elétrica, entre outros. Somos bombardeados, diariamente com campanhas que jogam esse tipo de responsabilidade para o cidadão, com frases como “Seja a mudança que você quer no mundo” etc. Particularmente, não gosto muito da maneira como essa responsabilidade é transferida para cada pessoa, mas não descarto a importância desse tipo de mudança.

Tanto uma quanto outra, porém, passam por uma mudança fundamental: a conscientização.

Volto, assim, lá para o começo do texto, quando falava sobre o que temos e o que podemos fazer. Nem sempre, por causa do trabalho, dos estudos, da namorada, da igreja ou qualquer outro motivo, conseguimos fazer tudo que gostaríamos para a construção de uma sociedade melhor. O problema é transformar isso em desculpa para não fazer nada, além de cornetar os poucos que fazem.

Mesmo que eu não possa estar na rua, que não possa participar de movimentos sociais que gostaria, ainda assim eu posso espalhar informação e boas ideias. Posso mandar e-mails, publicar textos, debater no twitter. Particularmente, sinto uma certa obrigação moral de espalhar algumas ideias progressistas que acredito e combater outras “ideias” terríveis, como pastores-deputados homofóbicos e ruralistas.

Acredito que cada boa ideia espalhada pode influenciar pelo menos uma pessoa. Essa, por sua vez, pode mudar a própria vida, fazendo a micro mudança, e também pode mudar toda a sociedade, a partir do momento que vota melhor e que influencia a sua comunidade.

Abaixo, um comentário que mostra a importância e a necessidade de uma sociedade mais consciente:

quinta-feira, 14 de março de 2013

Para os amantes da velocidade

POR ET BARTHES
Jeff Gordon é um piloto da Nascar. E aqui foi contratado pelaPepsi para fazer um test-drive num carro de alta cilindrada. Mas disfarçado. O vendedor não sabia de nada e durante a voltinha tomou o maior cagaço do mundo. É publicidade, mas dá para rir um poquinho (da desgraça do pobre vendedor).