terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Limatador: "nesses 10 dias vou melhorar ainda mais"

EXCLUSIVO
GABRIELA SCHIEWE ENTREVISTA O ARTILHEIRO LIMA


Gabriela e Lima, antes da entrevista
Aqui no Chuva Ácida, o atacante Lima foi escalado, entrou em campo e marcou um golaço.

Mesmo com o momento turbulento por que está passando, afastado, por acordo com o técnico e diretoria do JEC, prontamente aceitou bater um papo com os molhados e, de maneira humilde, respondeu todos os questionamentos.

O artilheiro de Joinville, natural do Rio Grande do Norte, começou sua trajetória profissional aos 17 anos e despontou para o mundo do futebol no Alecrim/Natal, em 2005. Seguiram-se passagens  por alguns clubes no Rio Grande do Sul, até chegar ao Goiás, em 2009, quando chamou a atenção do Tricolor, que o contratou no mesmo ano. Desde então, a sua morada tem sido Joinville, com dois intervalos, um para jogar na Coreia do Sul e outro no Bahia, mas sempre retornando ao JEC, clube onde pretende encerrar sua carreira.

Mas falta muito para pendurar as chuteiras e antes disso o "Limatador" pretende fazer muitos gols. Nesta entrevista, falou um pouco sobre ele próprio (coisa que não é muito fácil, pois ele é muito retraído e conserva a sua privacidade o que,  por vezes, acaba transparecendo austeridade - o que, posso garantir, não procede). Nesse bate-papo, Lima se mostrou muito humilde e com um carinho enorme pelo JEC, pela cidade e pelos torcedores.



GABRIELA - Como você vê a sua relação com o torcedor do JEC, uma vez que é reservado e não se expõe nas redes sociais?

LIMA - Com a maioria dos torcedores a relação é boa, 90% gosta de mim. Mas quando estou fazendo gols a relação fica mais próxima e cordial, claro. 

GABRIELA - A esta altura da sua carreira, você ainda tem algo a provar como jogador?
O artilheiro foi extremamente simpático
LIMA - Tenho! Todo dia a gente tem que estar provando.

GABRIELA - Você, seja na vitória ou na derrota, sempre é o jogador mais comentado. Por quê?

LIMA - Na derrota eu sou bem mais comentado do que na vitória, por não ter rendido o que podia e o que a torcida esperava. Na vitória não há tanto alarde (N.R. nesse momento até arranquei risos do jogador)

GABRIELA - O que você precisa para melhorar dentro de campo e voltar a ser o artilheiro do JEC e respeitado novamente?

LIMA -  Em primeiro lugar, voltar a jogar bem. Em segundo, voltar a fazer gols. E, terceiro, trazer os torcedores que estão me criticando para perto de mim.

GABRIELA - Se você estreitasse a sua relação com o torcedor e a imprensa as coisas não seriam mais fáceis?

LIMA - Eu sou muito reservado. Mas não tenho problema algum com a imprensa, inclusive estou dando coletiva para responder e atender a todos. Já com o torcedor, só jogando bem. Torcedor quer ver o seu time vencer e quer que eu faça gol. Quando fizer isso está tudo bem.

GABRIELA - Quais as suas pretensões hoje no JEC?

LIMA - Conquistar o acesso a Série A e me tornar o maior artilheiro da história do JEC.

GABRIELA - Para finalizar, como se encontra o Lima física e tecnicamente hoje?

LIMA -  Bem! Eu não tenho o que questionar a minha condição física e técnica. Esses 10 dias vou melhorar mais ainda.

LIMA QUER VOLTAR A FAZER GOLS


Caros molhados, como podemos ver das palavras do próprio atleta, ele se sente totalmente pronto para entrar, não só no campo aqui do Chuva, mas também nas quatro linhas e voltar a fazer os gols no Joinville. E com o objetivo de só sair quando pendurar as chuteiras. Importante salientar que o JEC é o clube onde vive o seu dia a dia e com ótimo relacionamento com seus colegas de equipe. Sempre foi assim e assim continuará.
Giancarlo, Lima e Greicy

O seu afastamento foi um consenso com comissão técnica e diretoria. Em momento algum a causa foi uma possível ida para outro clube ou problema com seus colegas de jogo.

Por fim, não podemos esquecer, nobres molhados, que o Lima já resolveu muita coisa no Tricolor e agora é a hora da torcida mostrar o seu apoio ao conhecido artilheiro. Fase ruim todos passamos, não é mesmo?

Quero fazer um agradecimento especial ao Lima por ter gentilmente aceito esse bate-papo, assim como ao Giancarlo Silva e Souza, Wagner Luiz Dias e Ricardo Passos, responsáveis pelo encontro.

As mariposas e a luz


POR JORDI CASTAN




É sabida a atração que as mariposas têm pela luz. São atraídas por ela num baile que não poucas vezes acaba inclusive de forma trágica.

Como sucede com as mariposas, há pessoas que sentem uma atração quase mórbida por holofotes, microfones e câmeras. Não podem ver um jornalista que apressam-se a dar entrevista. E como algumas vezes  não têm muito para dizer, o resultado acaba sendo a sobre-exposição. Uma boa assessoria deve recomendar o nível adequado de exposição para quem tem uma predisposição natural em se sentir, como as mariposas, atraído pela luz intensa.

Se há disponibilidade para participar de tudo quanto é programa de entrevistas, tanto em rádio como em televisão, é provável que esteja faltando o que fazer. Entre políticos é voz comum que aquele que não tem muito que fazer acabe arrumando o que fazer e isso não sempre é bom. O ideal é concentrar-se no trabalho, mostrar resultados o quanto antes e procurar dedicar menos tempo a dizer o que será feito. Os eleitores já aprenderam a diferenciar entre o discurso e a prática. Nada fala mais alto que o resultado do nosso trabalho.

Políticos confundem, com frequência, a diferença entre o mundo real e o mundo da fantasia. E acreditam que o lançamento da pedra fundamental de uma obra, a assinatura da ordem de serviço ou a instalação do canteiro de obra são fatos concretos e que a obra será concluída no prazo e dentro do custo orçado. Sabemos que não há nada mais longe da verdade.


Como no dito popular: “Del dicho al hecho hay mucho trecho” que,  numa tradução livre, poderíamos dizer que há uma grande distância entre a palavra e a ação. Ou encontraremos na cultura popular  outra forma de transmitir a mesma mensagem: “falar é fácil, difícil é fazer”. Até agora a parte fácil está sendo feita de forma exuberante, mas está começando a chegar a hora de fazer a difícil.

Alguém deveria lembrar que foram eleitos para governar, não para passar o dia dando entrevistas. E recomendar aos políticos locais que cuidem um pouco mais sua imagem e que não cometam o erro da sobre-exposição antes de hora. Acredito que devem contar com uma boa equipe de assessores que os aconselhem. Se não os tem, uma recomendação é ter um espelho em casa.






segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Mulher excitada, vestido transparente

ET BARTHES
O futuro será um bom lugar para viver. Imaginem quando esta invenção do designer Daan Roosegaarde estiver nas ruas. Um vestido com sensores que medem o ritmo cardíaco e as alterações do organismo. Se a mulher ficar excitada... a roupa fica transparente. Moda interativa?



Hásta la vista...


Pena de morte e mãos limpas

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Tinha escrito este texto na semana passada, mas achei melhor não publicar, porque os ânimos andavam meio exaltados. O mais estranho é que uma semana depois o furor já passou e o tema deixou de ser tão comentado. Vamos lembrar: quantas vezes, no episódio dos presos torturados e dos ônibus queimados, os joinvilenses ouviram ou leram que "bandido bom é bandido morto" e que a tortura de presidiários é até merecida. Tortura e pena de morte andaram na boca do pessoal, em especial nas redes sociais e nos comentários online dos jornais.

Opa. Ainda nem expressei qualquer opinião, mas imagino que a esta altura  já tem por aí algum brucutu mental doidinho para me desancar (nos comentários do blog, claro, porque é onde os machos do teclado são mais machos). Mas calma. Não pretendo discutir a pena de morte propriamente dita e sequer falar de direitos humanos. Pessoas que escolhem escolhem o lado da civilização não desperdiçam tempo a argumentar com quem não quer ouvir. É enfadonho.

O objetivo deste texto é falar de coragem física. A minha questão é muito simples: você, que é a favor da pena de morte, teria coragem de ser o executor, de fazer a coisa pessoalmente? Ou seja, seria capaz de dar o tiro mortal, de injetar o veneno, de acionar o cadafalso da forca? Duvido. Se a pessoa for minimamente civilizada, é óbvio que não consegue.

Ok... um pouquinho de filosofia (apesar de saber que para os brucutus mentais só existe a filosofia bovídea: cagando e andando). Mas sou otimista e gosto de pensar que as máximas do imperativo categórico kantiano estão entranhadas na cultura ocidental. E uma dessas máximas é aquela que fala de não matar, uma vez que isso "vai contra qualquer princípio de conservação da vida".

Para ficar em Kant, lembro também da ideia de coisificação do outro, de um indivíduo se sentir no direito de suprimir a vida do outro. Mas se formos pensar nisto de forma radical, você, que defende a pena de morte, está em boa companhia. Suprimir a vida do outro é o tipo de problema que nunca preocupou Hilter, Stalin, Pol Pot ou Idi Amin Dada. Bem-vindo ao clube.

Mas voltemos ao escopo deste texto. O fato é que a maioria dessas pessoas não teria tomates para sujar as mãos e aplicar a pena de morte pessoalmente. Ou seja, são a favor da pena de morte, mas por interposta pessoa. Tem que ser Estado a executar a sentença. Ou você, que defende a pena capital, era capaz de ser o carrasco e matar olhando a sua vítima olho no olho? Claro que não. É por isso que deseja uma lei que outorgue ao Estado o direito de matar.

Ok... é possível que haja alguém com essa coragem. Mas aí temos um dilema. Pense bem. Se você for mesmo capaz de ser o carrasco, então está a se transformar naquilo que repudia: seria um assassino. E, pela sua lógica, o que deve acontecer a alguém capaz de matar? A pena de morte. Eis uma aporia, senhoras e senhores.

P.S. Estranharam a foto? Ora, alguém vai dizer que não é um bom exemplo da execução de uma pena de morte? Você seria o executor?