segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Barbaridade!!


Beijo entre homens faz mal ao fígado


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Na semana passada, numa troca de comentários aqui no Chuva Ácida, o candidato a prefeito Leonel Camasão chamou a atenção para o beijo entre dois homens no filme do PSOL. E eu respondi: “Aquela imagem do beijo gay tem tudo para ser um sucesso de público e crítica na liberalíssima Joinville. Cuidado que em vez de prefeito ainda te elegem Joana D'Arc e te atiram para a fogueira”. 

Era um comentário em tom de brincadeira, claro. Mas que continha um certo grau de previsibilidade. Porque o tal beijo fez os Torquemadas joinvilenses saírem à rua (hoje a ágora são as redes sociais). O que não surpreende, em se tratando de uma cidade onde a frase “virtude pública e vício privado” devia ser o lema inscrito na bandeira.

O fato é que o beijo do PSOL provocou uma pequena escandaleira. Teve gente que empunhou o tacape e saiu das cavernas para mostrar indignação. Lembro de ter lido o comentário de uma senhora que não achava aquilo natural. Um sujeito que achou a coisa perigosa para o filho pequeno ver na televisão. E um outro diz ter ficado enojado (deve ter tido problemas de fígado). E o nível da coisa andou por aí.

Já escrevi aqui no Chuva Ácida que a exibição do beijo na televisão poderia ser importante no sentido de  trazer a discussão para a agenda. Ou seja, que talvez fosse originar uma discussão racional, baseada em ideias. Mas não foi o que aconteceu. Falou mais alto o fígado do que o cérebro. E o que se viu foi apenas gente rafeira a rearranjar os seus preconceitos.

A mulher que não acha natural talvez precise de um pouco de antropologia para entender as diferenças entre o que é natural e o que é histórico (cultural). O pai que acha as imagens impróprias para o filho tem medo de que ele se torne homossexual? Pois aposto que a criança só se tornará mais tolerante. E para o homem que tem nojo, talvez o remédio seja um chá de boldo e uma visita ao século 21.

Poderia tentar argumentar, mas a experiência mostra que é como falar para a parede. Dois monólogos não fazem um diálogo. Por isso, vou resumir a coisa toda numa única ideia: “viva e deixe viver”. O grande problema dos conservadores e moralistas (passe o pleonasmo) é que, para eles, é preciso impor as suas interdições. Se vai contra as minhas crenças, então é preciso proibir.

Os intolerantes não sabem o que significam termos como o livre arbítrio ou direitos civis. E quando dão por si, já caíram no pântano da homofobia. Mas a coisa é simples e dispensa grandes filosofias: "cada um come o que gosta". Eu respeito.


domingo, 2 de setembro de 2012

Joaquim Barbosa, o herói que nem sempre foi...

POR CLÓVIS GRUNER
Joaquim Barbosa, do STF, virou o novo herói nacional. Ainda esta semana, no Facebook, me deparei com dois 'posts' a tecer elogios ao ministro - em um deles, ele é comparado ao Batman e, claro, ganha de lavada. Em outro, elogia-se sua biografia, de rapaz humilde a jurista reconhecido e fluente em três ou quatro idiomas.

Mas nem sempre foi assim. Quando indicado em 2003, pelo então presidente Lula, os mesmos veículos que hoje colaboram para construir e solidificar sua imagem heroica não cessaram de martelar as muitas razões de sua indicação e, segundo as versões apregoadas à época, elas nada tinham a ver com sua hoje propalada competência jurídica.

Além da acusação velada de que Barbosa apenas preenchia a "cota racial" do judiciário, havia outras, para todos os gostos: Joaquim Barbosa foi acusado de ser petista; de ter sido escolhido pela cor da pele e não pelo mérito; de faltar ao trabalho repetidamente; de deixar os processos amontoarem, inviabilizando a rotina do STF, etc.

Mas, ao que parece, ter sido "duro" com os mensaleiros fez com que este "passado comprometedor" fosse rapidamente apagado e esquecido. E a mesma imprensa e os mesmos jornalistas que o tomaram por Darth Vader, são hoje os responsáveis por sua repentina heroicização. Não sei vocês, mas não me surpreende. 

A matéria do link abaixo, publicada pelo Estadão em 2010, é só uma pequena mostra da agressividade da imprensa brasileira contra Barbosa em tempos outros. Mas, e falo como historiador e ex-jornalista, é também um belíssimo exemplo de como o discurso jornalístico é político e politizado; e de que nossas escolhas e percepções não são neutras, mas orientadas também por estes mesmos discursos. 

Ah! E eu ainda prefiro o Batman: afinal, a jornada do homem morcego foi mais árdua que duas ou três capas dos jornalões e alguns elogios em blogs de direita. E espetáculo por espetáculo, prefiro a DC aos jornalões tupiniquins. Os primeiros são muito mais competentes.

Vejam a matéria do Estadão.

sábado, 1 de setembro de 2012

MELHOR E PIOR - Semana 21


A vingança se serve molhada

POR ET BARTHES
Imagine que você está à espera para estacionar naquela vaga pela qual esperou um tempão. E quando o lugar fica desocupado... aparece uma espertalhona e ocupa a vaga. O que fazer? O cidadão do filme fez algo que muitos de nós gostariam de fazer.