quarta-feira, 4 de julho de 2012
terça-feira, 3 de julho de 2012
Percepção
POR
JORDI CASTAN
A forma
como cada um de nós percebe as coisas depende de dezenas de elementos. No trabalho
que já me levou a quatro continentes e mais de 20 países, um dos elementos que
se repete em cada país e em cada grupo de trabalho e o que desenvolve a
percepção. Cada participante recebe o mesmo texto, pouco mais de quatro ou
cinco frases, que são lidas em voz alta, de forma pausada. Depois, todos
os participantes devem responder a uma série de 10 questões. As opções são "certo", "falso" e "não sei".
Um exercício simples. Tão simples que nas mais de cinquenta vezes em que o realizei, com perto de mil participantes, nenhuma única vez houve a unanimidade em nenhuma das respostas. O resultado permite que os participantes sejam confrontados com a forma como percebemos as mesmas coisas.
Um exercício simples. Tão simples que nas mais de cinquenta vezes em que o realizei, com perto de mil participantes, nenhuma única vez houve a unanimidade em nenhuma das respostas. O resultado permite que os participantes sejam confrontados com a forma como percebemos as mesmas coisas.
Agora
imagine você um texto como este, com mais de dois mil e quatrocentos toques e
dezenas de frases. É evidente que a percepção que cada um terá do texto será
diferente e na maioria das vezes até antagônica. O que somos, a formação que
temos ou não temos. As nossas experiências anteriores, o emprego que temos, o cargo que ocupamos. Até o que temos ou deixamos de ter, inclusive o que
gostaríamos de ter e não temos. Tudo absolutamente tudo influencia de forma
marcante e definitiva a nossa percepção.
Aqui no
Chuva Ácida, cada um dos membros do coletivo incorpora nos seus posts, além da
sua bagagem pessoal, a sua percepção dos fatos e situações que relata. A esta
visão particular há que acrescentar a percepção que cada um dos leitores faz de
cada texto. Eu mesmo já recebi críticas e elogios intensos pelo mesmo texto. Os
bons textos despertam tanto opiniões a favor, como opiniões contrárias. Numa
situação que se repete cada vez com maior frequência e que depende exclusivamente
da percepção de cada um.
No
período eleitoral - e especialmente com o início oficial da campanha - é importante
que agucemos os nossos níveis de percepção, que tenhamos a capacidade de
perceber além do visível, enxergar o visível e o invisível de cada mensagem. O
que está em jogo e, hoje mais que nunca, não é tanto como são as coisas
realmente e sim como são percebidas pelo eleitor. E neste campo há
especialistas em vender gato por lebre, há profissionais que brincam e
distorcem a percepção das coisas. Dizendo-nos o que queremos ouvir, nos
mostrando uma realidade fantástica que gostaríamos de ver.
Olho vivo, porque entramos num período em que luzes e sombras serão usadas para criar imagens distintas das reais, imagens nas que passaremos a acreditar e que podem mudar radicalmente depois que a festa acabe e as luzes se acendam.
Olho vivo, porque entramos num período em que luzes e sombras serão usadas para criar imagens distintas das reais, imagens nas que passaremos a acreditar e que podem mudar radicalmente depois que a festa acabe e as luzes se acendam.
segunda-feira, 2 de julho de 2012
Rodrigo Coelho, o novo velho político
POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
O meu texto hoje é
sobre o político Rodrigo Coelho. Mas em vez de ser eu a falar, deixo que seja
ele próprio a se apresentar ao leitor-eleitor, através de statements ao longo dos
últimos meses. O meu trabalho será apenas de "costurar" as fases da
sua trajetória política mais recente.
O COMEÇO - É o momento em que
Rodrigo Coelho insiste no slogan “Renova Joinville”. Já escrevi aqui que, de fato, não
estaríamos a tratar de uma renovação, mas de um remoçamento. Parece que a
diferença era apenas na idade das pessoas, porque em termos de ideias houve pouco em termos de novidade. Mas ele insistia em vender a imagem do novo, do diferente, do
determinado. Seria candidato a prefeito, contra tudo e contra todos.
A TRANSIÇÃO - Há uma coisa sintomática na velha política
joinvilense. Qualquer observador mais atento percebe que quando um candidato
começa a ir demasiadas vezes a certos programas de rádio, então o caldo está entornado. E Rodrigo Coelho foi tanto a um certo programa que mais parecia
comentarista residente. Era apenas um sinal de que já se tinha rendido à velha forma (e põe velha nisso) de fazer política na cidade. Todos sabemos o que isso significa.
E chega o momento em que ele claudica. O chamado do poder parece falar mais alto. Há uma espécie de pré-aviso: vai haver uma mudança “estratégica”. Um sacrifício em nome de... sabe-se lá o quê. É o que poderíamos chamar de avanço para trás. Parece uma tentativa de convencer os seus apoiantes de que ele ia se render aos velhos poderes, mas tudo de uma forma calculada e em nome de valores mais elevados. Acredite...
E chega o momento em que ele claudica. O chamado do poder parece falar mais alto. Há uma espécie de pré-aviso: vai haver uma mudança “estratégica”. Um sacrifício em nome de... sabe-se lá o quê. É o que poderíamos chamar de avanço para trás. Parece uma tentativa de convencer os seus apoiantes de que ele ia se render aos velhos poderes, mas tudo de uma forma calculada e em nome de valores mais elevados. Acredite...
NOVO VELHO - E finalmente um
tiro a queima-roupa na coerência. Rodrigo Coelho anuncia que vai ser o vice de
Udo Dohler. Ou seja, um feito grandioso que conduziu o seu partido a um novo
patamar da política: deixou de ser um puxadinho do PT para ser um puxadinho do
PMDB. E de puxadinho em puxadinho, um dia a casa cai. Aliás, parece que tem gente do PDT preferindo ficar no puxadinho do PT.
PARA PENSAR - E, para terminar, alguns
depoimentos do próprio Rodrigo Coelho sobre o que ele pensa da política. Para
ler e refletir.
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