terça-feira, 8 de maio de 2012
Lula, o presidente papa-títulos
POR GUILHERME GASSENFERTH
Lendo alguns comentários do texto de ontem do Baço (Os licenciadozinhos contra o doutor Lula) resolvi parar tudo o que estava fazendo
e escrever esta resposta. É difícil aos conservadores e obtusos compreender a
diferença entre o conhecimento acadêmico e o conhecimento da vida. E principalmente aceitar que o segundo é tão importante quanto o primeiro.
Ninguém é obrigado a gostar do Lula. Pode criticá-lo, pode
fazer campanha para o adversário contrário (como eu fiz para o José Serra agora
nas eleições de 2010), pode questionar vários atos de seu governo. Eu mesmo cansei das bobagens que o homem dizia, do apoio aos desvairados do Chavez e Moralez e à frouxidão com o Irã, dos casos de denúncias de corrupção no seio do governo, da falta de julgamento do mensalão, enfim, de tantos aspectos negativos da biografia política deste tão ilustre metalúrgico. Mas,
brasileiro ou estrangeiro, petista ou tucano, doutor ou analfabeto, NINGUÉM
pode tirar da biografia deste homem a ENORME contribuição que ele deu para o
desenvolvimento do Brasil.
Bolsa Família não é ideia dele, mas foi o seu governo que
levou dignidade e comida a milhões de brasileiros que até então viviam na
extrema miséria. O Lula é considerado uma unanimidade em combate à pobreza no
exterior. Ninguém no mundo inteiro fala em combate à pobreza sem mencionar
Lula, Bolsa Família, Fome Zero. Gostem ou não, é assim. Já li um livro
estrangeiro escrito por um Nobel da Paz que traz este tema como referência no
assunto.
A economia do Brasil floresceu com a gestão Lula-Mantega. A
política econômica desenvolvimentista aliada ao vertiginoso crescimento da
classe média brasileira (graças a, inclusive, Bolsa Família) fez o Brasil
passar a player da economia global e suportar a crise de 2008-2009, que
realmente foi apenas uma marolinha.
Quero lembrar a todos que o título de doutor honoris causa é
dado a pessoas eminentes que, independente de qualquer diploma, apresentaram
grande contribuição a causas humanitárias ou à promoção da paz, por ações que
transcendam famílias, pessoas ou instituições. Lula é, sem dúvida, um honoris
causa na paz e no combate à pobreza.
Ele teve a decência de não aceitar ser condecorado como
doutor honoris causa enquanto esteve no seu mandato, mas já tem este título por
nove universidades brasileiras, pela renomada Universidade de Coimbra e é o
primeiro latino-americano a receber o título pela prestigiada Fundação
Sciences-Po, na França, que desde 1871 só o concedeu a 17 personalidades. Nunca antes na história da América Latina...
Lula também é Estadista Global do Fórum Econômico Mundial;
Campeão Mundial na Luta Contra a Fome da ONU; Prêmio pela Paz Felix
Houphouët-Boigny da UNESCO; medalhas, condecorações, títulos honoríficos e
reconhecimentos em diversos países pelos cinco continentes.
Não me parece que a ONU, UNESCO ou Fórum Econômico Mundial
tenham o hábito de bajular pessoas, muito menos brasileiras.
Aceitem ou não, podem chamá-lo de doutor honoris causa
multiplex Lula. Título concedido a poucos brasileiros. Considerando que ele nasceu numa família paupérrima, veio de pau de arara, e mesmo sem estudar conseguiu alcançar tantas realizações, o mérito é ainda maior. E recomendo a quem não
gostou que se cuide, pois a inveja pode lhe causar problemas no sistema
digestivo.
“A grandeza não consiste em receber honras, mas em
merecê-las”, disse Aristóteles.
Vida longa ao Doutor Lula! Ele merece! Ele merece!
segunda-feira, 7 de maio de 2012
Veja. Tire as suas conclusões
POR ET BARTHES
Uma reportagem da TV Record mostra as supostas ligações entre a revista Veja e Carlos
Cachoeira. Veja e tire as suas próprias conclusões.
Os licenciadozinhos contra o doutor Lula
POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
O tema já provoca imenso tédio, parece um eterno retorno. Lula recebeu mais cinco diplomas de doutor honoris causa na semana passada, no estado do Rio de Janeiro. E não demorou para aparecer, nas redes sociais, o costumeiro chorrilho de besteirol. Tem neguinho que não perdoa e surge logo com aquelas merdices de “não pode: eu estudei, ele não”. Nem foi preciso ir muito longe para encontrar gente a falar com o fígado.Eis alguns exemplos:
- "Ridículo. Ao lado de Dilma, Lula recebe títulos Honoris Causa no Rio. Ex-presidente foi homenageado por cinco universidades".
- "Lula disse que não teve tempo para estudar. Não estudou porque não quis. E a incultura sempre foi útil ao seu personagem".
- "Por isso Lula não desgruda do Sírio-Libanês: dão-lhe tantos títulos de doutor, que o cara já acha que pode clinicar".
Ora... é gente que, do alto da importância de um diplominha qualquer, julga ter relevância intelectual suficiente para dizer ao mundo o que é certo e o que é errado. Aliás, só num país como o Brasil - onde ter diploma ainda é um privilégio - esse ranger de dentes dos descontentes ainda pode ter guarida. Posso garantir, leitor e leitora, que não é assim nos lugares civilizados.
Os caras que reclamam das homenagens a Lula são, na maioria dos casos, licenciadozinhos que se julgam especiais apenas porque têm um canudo para pendurar na parede. É uma marca deplorável na história do Brasil - e que estranhamente persiste ainda hoje. O cara tem um diploma qualquer e acha que deve ser considerado um herói.
Não, amigo, você não entendeu o enredo da história. É por isso que no Brasil ainda existem uns tipos - dentistas, advogados, engenheiros e psicólogos, por exemplo - que se acham merecedores do vocativo “doutor”. O problema é que o “doutor” dessa gente não é um título acadêmico, mas um título que tende para o nobiliárquico. É um símbolo de distinção social.
O meu ponto de vista é o seguinte. Se você é doutor (com doutorado) vou considerar a sua opinião sobre o tema dos títulos concedidos a Lula. Sou capaz de entender se, por acaso, você reclamar da injustica, porque teve que estudar muito para chegar a um título. A questão é que nunca vejo um doutor (com doutorado, repito) a reclamar quando Lula recebe uma homenagem pela sua trajetória política. Até porque honoris causa é, como o próprio nome diz, um título honorífico.
Ora, acho que os doutores (com doutorado, repito) entendem que um ex-metalúrgico pode saber muito mais que eles num determinado campo de saber. Porque conhecimento é algo que também se adquire com a vida, com a experiência. Para ler o mundo não basta apenas ler livros. Lula já governou uma das maiores economias do mundo, já tuteou as pessoas mais relevantes ao nível planetário e já tomou decisões que afetaram a vida de milhões de pessoas. Isso vale um curso universitário.
Mas mesmo assim, ainda hoje tem gente a insistir na ideia elitista de que a educação passa apenas por roçar o traseiro nos bancos escolares. É claro que a educação acadêmica é importante, mas não é tudo. E se eu tivesse que ouvir uma aula de Lula sobre os assuntos que ele conhece, com certeza não perderia a oportunidade. Não posso dizer o mesmo dos licenciadozinhos arrogantes que não conseguem ver o óbvio e vivem agarrados à "importância" do próprio canudo.
- "Ridículo. Ao lado de Dilma, Lula recebe títulos Honoris Causa no Rio. Ex-presidente foi homenageado por cinco universidades".
- "Lula disse que não teve tempo para estudar. Não estudou porque não quis. E a incultura sempre foi útil ao seu personagem".
- "Por isso Lula não desgruda do Sírio-Libanês: dão-lhe tantos títulos de doutor, que o cara já acha que pode clinicar".
Ora... é gente que, do alto da importância de um diplominha qualquer, julga ter relevância intelectual suficiente para dizer ao mundo o que é certo e o que é errado. Aliás, só num país como o Brasil - onde ter diploma ainda é um privilégio - esse ranger de dentes dos descontentes ainda pode ter guarida. Posso garantir, leitor e leitora, que não é assim nos lugares civilizados.
Os caras que reclamam das homenagens a Lula são, na maioria dos casos, licenciadozinhos que se julgam especiais apenas porque têm um canudo para pendurar na parede. É uma marca deplorável na história do Brasil - e que estranhamente persiste ainda hoje. O cara tem um diploma qualquer e acha que deve ser considerado um herói.
Não, amigo, você não entendeu o enredo da história. É por isso que no Brasil ainda existem uns tipos - dentistas, advogados, engenheiros e psicólogos, por exemplo - que se acham merecedores do vocativo “doutor”. O problema é que o “doutor” dessa gente não é um título acadêmico, mas um título que tende para o nobiliárquico. É um símbolo de distinção social.
O meu ponto de vista é o seguinte. Se você é doutor (com doutorado) vou considerar a sua opinião sobre o tema dos títulos concedidos a Lula. Sou capaz de entender se, por acaso, você reclamar da injustica, porque teve que estudar muito para chegar a um título. A questão é que nunca vejo um doutor (com doutorado, repito) a reclamar quando Lula recebe uma homenagem pela sua trajetória política. Até porque honoris causa é, como o próprio nome diz, um título honorífico.
Ora, acho que os doutores (com doutorado, repito) entendem que um ex-metalúrgico pode saber muito mais que eles num determinado campo de saber. Porque conhecimento é algo que também se adquire com a vida, com a experiência. Para ler o mundo não basta apenas ler livros. Lula já governou uma das maiores economias do mundo, já tuteou as pessoas mais relevantes ao nível planetário e já tomou decisões que afetaram a vida de milhões de pessoas. Isso vale um curso universitário.
Mas mesmo assim, ainda hoje tem gente a insistir na ideia elitista de que a educação passa apenas por roçar o traseiro nos bancos escolares. É claro que a educação acadêmica é importante, mas não é tudo. E se eu tivesse que ouvir uma aula de Lula sobre os assuntos que ele conhece, com certeza não perderia a oportunidade. Não posso dizer o mesmo dos licenciadozinhos arrogantes que não conseguem ver o óbvio e vivem agarrados à "importância" do próprio canudo.
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