segunda-feira, 2 de abril de 2012

A tolice é o meu país

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Um dia destes recebi, por e-mail, uma mensagem a divulgar o tal movimento “O Sul É o Meu País”. Cuma? Gente, eu era capaz de jurar que a coisa já não existia. É o tipo de tolice que tem prazo de validade e neste caso esse prazo já venceu faz muito tempo.

Fui dar uma olhada na internet e vi que o cadáver ainda se debate. Acho que é um típico caso de alma penada: é quando o defunto não sabe que morreu. Aliás, parece que este nasceu morto. Mas o movimento até é seguido por uma meia dúzia de muares pingados. Não surpreende. O discurso é capaz de seduzir pessoas com atrapalhação mental.

Os caras falam em “autodeterminação do povo sul-brasileiro”. Mas quem é o povo sul-brasileiro? Eu, por exemplo, acho que não posso ser incluído nessa elite. Não sou loiro. Não tenho olhos azuis. A minha pele tende para o escuro (devo ter ascendência moura). E o meu sobrenome tem poucas consoantes, o que me impede de tentar passar por alemão. Desculpem, não é alemão.... é “sul-brasileiro”.

Ok... não quero ser injusto. É óbvio que não podemos esquecer as raízes europeias desse novo país. Vocês já viram a bandeira? A cor é um azul igualzinho ao azul da bandeira da União Europeia. Mas tem apenas três estrelinhas que representam o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Faz sentido. Tem uns caras que nascem e crescem no Brasil, mas juram que são europeus.
A bandeira "europeia" e uma peça de propaganda
Se eu bem entendi, os tipos querem fechar a porteira e dificultar a entrada dos outros brasileiros – imagino que os nordestinos em especial. É que essa gente lá de cima não quer trabalhar e só vive na teta. As gentes obreiras do sul trabalham e pagam impostos (são os grandes impulsionadores do PIB nacional), enquanto aqueles vagabundos só querem mamar. Não é assim, mas é uma ideia fácil de engolir.

Mas será boa ideia transformar as divisas em fronteiras? Imaginem, leitor e  leitora, as chatices de uma viagem para São Paulo, por exemplo. Não vamos esquecer que São Paulo continuaria a ser Brasil e para entrar lá seria preciso ter um passaporte. Outra coisa. Para fazer compras a gente teria que comprar reais. Aliás, o novo país precisaria de uma nova moeda. E eu até tenho um nome para sugerir: sulreal.

DE REPÚBLICA EM REPÚBLICA - Não sei se essa coisa de autodeterminação é boa ideia. Numa rápida incursão pela internet, descobri que teríamos a união da República das Araucárias, da República Juliana e da República Rio Grandense. Mas você, leitor e leitora, acha que essa tal união podia durar? Duvido. Sou capaz de apostar que logo esse pessoal estará a pregar a segregação. Afinal, as idéias separatistas estão no código genético deles. Já imaginaram como seria esse novo país em pouco tempo?

Os gaúchos iam começar a falar em autonomia, porque contribuem com a maior parte do PIB, enquanto os catarinas - esses vadios - só querem saber de praia. Os paranaenses iriam exigir que a capital fosse em Curitiba e não haveria um acordo (nem dentro do Paraná, porque Londrina era candidata a capital e acabaria por pedir a separação). Os catarinas, por seu lado, iriam começar a falar em fechar as fronteiras do sul, por estarem fartos de tantos CTGs no seu território.

E o que aconteceria conosco, aqui na República Juliana? Eu, para começar, faria uma proposta: Joinville deveria começar um movimento para se separar de Florianópolis. Porque a maior cidade do Estado – onde está quem realmente produz – não pode ficar sustentando aquele monte de gente da capital, que em vez de trabalhar pendura o paletó na cadeira e vai para a praia folgar.

E de separação em separação a gente chegaria ao momento ideal: cada
quintal seria uma república. Não é legal?

domingo, 1 de abril de 2012

EXCLUSIVO - Carlito e Tebaldi formam chapa conjunta



POR COLETIVO CHUVA


Carlito para prefeito. Tebaldi para vice. É o acordo entre os dois partidos.


Uma notícia - exclusiva do Chuva Ácida - que vai agitar a política  joinvilense: Carlito Merss e Marco Tebaldi vão formar uma chapa única para concorrer à prefeitura. O atual prefeito vai tentar a reeleição e Tebaldi será o seu vice. O compromisso definitivo entre os dois, segundo um assessor do próprio ex-prefeito, já está firmado desde a semana passada: Tebaldi ficaria os próximos quatro anos como vice, mas teria o apoio de Carlito para a sua candidatura em 2016.
O anúncio oficial só não foi feito ainda porque Tebaldi e Carlito estão a enfrentar resistências dentro dos seus partidos. O prazo anunciado por Tebaldi, de que só falaria sobre o tema depois da Páscoa, tem o objetivo de apaziguar os seus partidários. Carlito também está sendo alvo de duras críticas internas, mesmo de assessores mais próximos.
A maior resistência petista vem da ala do vereador Adilson Mariano, que procura uma forma de sair candidato para enfrentar a chapa Carlito/Tebaldi. É possível que venha a ingressar em outra sigla. Dentro do PSDB, a maior resistência vem das bases, uma vez que os correligionários de Tebaldi temem uma pouca presença na futura administração, em termos de cargos.
Mas os opositores internos dos dois partidos têm pouca margem de manobra. A aliança começou a ser costurada em alto nível e longe de Joinville. Tudo indica que o acordo foi sacramentado durante a visita de Fernando Henrique Cardoso a Luiz Inácio Lula da Silva, no Hospital Sírio Libanês. Os dois partidos vão liberar os seus candidatos para alianças locais, o que abriu caminho para essa composição entre Carlito e Tebaldi.
A notícia, que está a movimentar os bastidores da política em Joinville, caiu como uma bomba entre os outros concorrentes à prefeitura. A maioria dos pré-candidatos acha que a candidatura conjunta de Carlito Merss e Marco Tebaldi será imbatível nas urnas. E o fato já está provocando mudanças  no quadro eleitoral da cidade em 2012.
A primeira desistência será de Darci de Matos, que sai magoado com Marco Tebaldi, de quem esperava apoio (caso Tebaldi continuasse como deputado em Brasília). É também um duro golpe para quem esperava refazer a Tríplice Aliança com o objetivo de derrotar Carlito Merss.
Desta forma, o PSD terá apenas Kennedy Nunes como candidato. Segundo um assessor do deputado, ele terá mesmo comemorado o fato de Marco Tebaldi ter feito o acordo do Carlito Merss. Kennedy Nunes não terá que enfrentar a disputa interna e é certo que será o candidato do recém-criado PSD à prefeitura.
Não foi possível ouvir Udo Döhler e a sua assessoria recusa comentar o fato antes que a candidatura Carlito/Tebaldi seja oficialmente anunciada. A situação do empresário é a mais complicada, uma vez que vê o seu espaço de manobra reduzido. Se a volta de Tebaldi como candidato a prefeito era vista com algum receio, a composição com Carlito pode ser fatal para as pretensões do empresário, que tem em Luiz Henrique da Silveira o principal aliado. Luiz Henrique, diga-se, também joga muito do seu prestígio nestas eleições.
As negociações entre Carlito e Tebaldi já começaram há meses. Quem esteve atento às movimentações políticas sabe que houve contatos entre os dois. O jornalista Jefferson Saavedra, do jornal A Notícia, por exemplo, publicou uma nota da noticiar as conversas entre os dois políticos, salientando o “tom amistoso”.
Em Joinville, faz cada vez mais sentido o antigo ditado: “em política só não vi boi voar”.

sábado, 31 de março de 2012

Alô Joinville, cidade das bicicletas (???)

POR GERALDO CAMPESTRINI

Estive em uma palestra proferida pelo prefeito de Sorocaba, Vitor Lippi, que tem uma visão totalmente diferente da grande maioria dos políticos brasileiros. O que mais chamou a atenção na palestra do prefeito foi a imensa malha cicloviária instalada na cidade (para ficar apenas em um exemplo, que atinge o "coração" da intitulada "Cidade das Bicicletas"). O vídeo do Youtube postado abaixo do texto demonstra isto.

Vejam, meus caros conterrâneos, que não são aquelas "tartarugas" mandrakes colocadas no asfalto, do lado da rua, que só atrapalham o fluxo de veículos e não protegem em nada o ciclista. São ciclovias de verdade (na realidade, 92 km de ciclovias DECENTES, que devem chegar a 120 km até o fim deste ano). As ciclovias são ainda integradas com o transporte público!

Ah, para completar nosso lamento de gestão pública dos últimos sei lá quantos anos: existem praças em Sorocaba que alagavam, por conta do rio que passa ao lado. Pois bem, o rio foi totalmente despoluído (mais um item na comparação), tornando-se um bem para a população. Em áreas específicas de alagamento, foram criados Parques Reversos: no período de cheias, o parque serve para atender o rio; nos períodos de seca, atende a população. Evita, portanto, as situações de calamidade que vivenciamos diuturnamente e que aconteciam com certa frequência também nesta cidade do interior de SP.

Enfim, o referido prefeito falou muito em planejamento de maneira holística e integrada. Ele teve a 2ª maior votação proporcional do Brasil na última eleição municipal, provando que, pelas suas palavras: "AS PESSOAS GOSTAM DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO".

Colegas de Joinville! Mesmo que eu esteja à distância, seria legal reforçarmos este debate, ainda mais em ano de eleição. Tenho a apresentação completa, que pode ajudar também na argumentação de colegas da área de Educação Física.

A mensagem final é: "Será que podemos tornar Joinville mais inteligente sob o ponto de vista da saúde e da sustentabilidade?”



Geraldo Campestrini, joinvilense vivendo no Rio, é bacharel em ciência do esporte e trabalha com gestão do esporte.

O candidato da Páscoa e ainda as palmeiras


Há os que gostam de ditaduras

POR ET BARTHES
Tem gente que gosta de ditaduras. Stalin gostava. Hitler gostava. Idi Amin gostava. Pol Pot gostava. Franco gostava. Salazar gostava. Ferdinand Marcos gostava. Ceausescu gostava. Os milicos brasileiros de 64 gostavam. E como gosto não se discute, o nosso amigo aí do vídeo também gosta de ditaduras e até faz sucesso com um certo tipo de público. E você, sente saudades da ditadura?