quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Testes de virgindade proibidos

POR ET BARTHES

A notícia já tem alguns dias, mas com as festas de fim de ano o assunto passou despercebido para muita gente pelo mundo afora. No Egito, um tribunal proibiu a realização de testes de virgindade em mulheres presas durante os protestos nas ruas. Há repetidas acusações de que o exército egípcio estaria a recorrer a esse método. O exército nega. No foco desse movimento está a manifestante Samira Ibrahim, que foi detida e submetida ao teste. Ela é a autora da denúncia.




Meu partido é Joinville


POR JORDI CASTAN

Permito-me usurpar a frase posta em pauta pelo saudoso prefeito Wittich Freitag, com o título deste texto. Com a proximidade do ano eleitoral, aumenta o número de vozes que insistem em propor que seria melhor para mim. Em lugar de me dedicar a escrever, que me dedicasse, com a mesma paixão e intensidade, à vida político-partidária. Inclusive Maria Elisa Maximo, ex-integrante do blog, se somou ao coro.

Agradeço pelos conselhos, especialmente a proposta de me filiar a alguma sigla e participar da vida partidária com uma militância ativa. Não preciso nem de um átimo para assegurar que a relação que, desde outubro de 2007, mantenho com os leitores que seguem de forma regular os meus textos, me leva a acreditar que o mais sincero é manter uma posição de independência.

Não ser militante de qualquer partido permite continuar mantendo um olhar crítico sobre a cidade que escolhi. E também não perder a perspectiva e a equidistância que a militância partidária parece subtrair nos ocupantes de cargos públicos depois que são empossados. Seria inaceitável ter que olhar para o outro lado quando as coisas são feitas com torpeza, incompetência ou, o que é pior, quando contrariam os interesses da sociedade a que se deve servir.

Mantive esta isenção desde o momento em que comecei a escrever e mantenho o mesmo olhar e a mesma perspectiva sobre Joinville, seu governo e seus cidadãos, que são os meus vizinhos desde outros governos. Mudou o governo e as trapalhadas e desatinos continuam os mesmos. Em alguns casos são ainda piores, mesmo que possa parecer impossível. É por isto que os textos continuam críticos, pouco elogiosos e independentes. Independência que perderia no mesmo instante em que assinasse a ficha de algum partido político.

Independência que os leitores reconhecem e respeitam. Independência esta que me proporciona admiradores fieis e detratores ferozes, afortunadamente não na mesma proporção.

Agradeço pelos conselhos e, por respeito aos meus leitores fieis, os desconsiderarei. Entendo que eles poderiam sentir-se traídos se tomasse um caminho diferente da defesa dos meus princípios e convicções. Os meus detratores desejariam que lhes fizesse caso e aceitasse a opção da militância partidária, para poderem dizer, como já o fizeram, que os meus textos e posições tem como único objetivo a busca do poder, e conseguir algum cargo público. Uma falácia deslavada, que só pode surgir de quem não me conhece. Ou, pior, dos que acham que sou como eles, capazes de qualquer coisa para aceder ao poder efêmero que representa um cargo público.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O aeroporto de Joinville fica em Curitiba


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Todos os anos eu vou para Joinville nas férias. E uso o aeroporto Afonso Pena, em Curitiba, como plataforma de embarque e desembarque. O chato é que, no final das contas, o tempo e a canseira de uma viagem entre Lisboa e Joinville, passando pelo Paraná, são excessivos.

Só de Lisboa a São Paulo são umas 10 horas de voo. É um tempo considerável. E como viajo de classe econômica, há uma hora em que a bunda fica quadrada e já não há posição possível. Na chegada a São Paulo, um novo check-in e mais um tempo de espera no aeroporto. Depois, mais uma hora de voo até Curitiba.

Terminado o percurso aéreo da viagem, vem a parte mais chata e que todos os joinvilenses sabem: encarar a estrada por mais umas duas horinhas. Isso se nenhum caminhão decidir se desgovernar na serra (outro problema que parece não ter fim à vista) e interromper o tráfego.

Ok... o leitor e a leitora podem estar a perguntar a razão dessa arenga. É que o texto do Charles Henrique sobre o famigerado ILS - Sistema de Aproximação por Instrumentos para o aeroporto de Joinville, publicado ontem aqui no Chuva Ácida, fez lembrar que muitas chatices poderiam ser evitadas.

Não entendo de navegação aérea, mas como usuário (meio turistão) acho intolerável que a maior cidade do Estado ainda não tenha o raio do equipamento. Ora, o ideal seria comprar passagens direto para Joinville. Mas quem já viajou para o exterior sabe que nas atuais condições não dá para confiar nos voos no aeroporto Lauro Carneiro de Loyola. Choveu, ferrou.

Aliás, não sei se alguém já se deu ao trabalho de ler sobre o aeroporto de Joinville na Wikipédia. O texto é muito esclarecedor já no primeiro parágrafo:
- “O Aeroporto de Joinville – Lauro Carneiro de Loyola é um dos maiores da Região Sul. Está localizado a 13 km do centro da cidade, a 75 km do Aeroporto de Navegantes, a 110 km do Aeroporto Internacional de Curitiba e a 163 km do Aeroporto de Florianópolis e conta com 20 voos comerciais diários”.

Não é espantoso? O aeroporto é apresentado ao mesmo tempo que destaca os aeroportos que são alternativa. É como se a Coca-Cola se apresentasse a dizer que também existe a Pepsi. Mas, pensando bem, faz algum sentido no caso do aeroporto de Joinville. Por quê? Por sempre vamos precisar de alternativa.

E a culpa é do ILS - Incompetentes Lideranças Sem-vergonha.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Os muitos ângulos de uma história

POR ET BARTHES

Primeiro parece que o punk está a fugir da polícia. Depois parece que vai roubar a valise do homem na calçada. Mas toda história tem vários pontos de vista. Neste comercial muito antigo, mas que mesmo assim vale por uma aula de jornalismo, o The Guardian mostra que só conseguimos entender o fatos quando conhecemos a história por inteiro.




E o ILS, hein?

POR CHARLES HENRIQUE

Há muito tempo que estou acompanhando uma novela joinvilense de perto: o caso ILS (aquele instrumento que auxilia os aviões em condições meteorológicas adversas). É um enrola-enrola gigantesco sobre prazos, burocracias, tipos de equipamentos... e isso tudo vem enchendo o saco do joinvilense já faz alguns anos. O que fora prometido para 2011 vai ficar para o final deste ano (aliás, feliz 2012 para todos!!), e mesmo assim não com tanta certeza. É só jogar no Google rapidamente o termo “ILS em Joinville” e ver o quanto de notícias confusas aparecem sobre este tema.

Infelizmente em Joinville tudo é assim. Por mais tentativas de marcar reuniões que nossos representantes tiveram desde 2009 com o governo federal, parece que muita coisa não adiantou, e o tema esfriou com esse prazo que deram para a sociedade como um todo. Será que nossos representantes vão esperar 2013 chegar para aí cobrar algo que já era pra estar instalado? O aeroporto de Joinville tem um número cada vez mais crescente de passageiros, participando da fatia cada vez maior de voos regionais da Azul e da Trip e merece sim tal investimento (nem é tanto assim comparado à arrecadação da cidade).

Espero que não dêem a desculpa de que todos os investimentos em aeroportos sejam transferidos para cidades da Copa 2014, ou o pior: usar o utópico aeroporto de Araquari como motivo para postergar os investimentos por aqui. Além de não “estancarem o ferimento”, querem “deixar agonizando”. É inadmissível para uma cidade com mais de 500 mil habitantes não ter um aeroporto com equipamentos que permitam o tráfego aéreo nas mais variadas condições meteorológicas.

Por essas e outras questões que sempre apontamos por aqui é que tenho saudades de uma Joinville que nunca existiu. Fui tolo ao acreditar em certas promessas e ficar fantasiando com uma cidade que tenha um Aeroporto com ILS, uma Universidade Federal de Joinville, uma cidade que não reproduza tanto o modelo individual de transporte, entre tantos outros sonhos. Joinville é uma ótima cidade, falta pouco para torná-la melhor ainda.