quinta-feira, 1 de março de 2012

Pronto, começou a galinhagem...


Jogador da Holanda come a relva...



POR ET BARTHES
Sabe quando a gente diz que o "jogador até come a relva"? Pois Klass-Jan Huntelaar, da seleção da Holanda, comeu... literalmente. Mas não é motivo para piada. Tudo aconteceu depois de um choque de cabeça com o jogador Chris Smalling, da Inglaterra, no jogo de quarta-feira, no renovado estádio de Wembley. Os dois acabaram substituídos depois das contusões (aliás, as imagens mostram que Huntelaar está meio grogue). No que toca ao futebol, foi um jogo bem disputado e o placar final foi Inglaterra 2 x 3 Holanda.



O automóvel é a nossa vaca leiteira


POR JORDI CASTAN


É bom começar esclarecendo que “vaca leiteira” é uma expressão coloquial (significa geração de caixa) e que neste texto é usada de forma retórica. Ultimamente as pessoas andam com os nervos à flor de pele e se sentem interpeladas por qualquer tolice.

O carro é a vaca leiteira que sustenta uma parte importante da nossa economia pública, na outra ponta é preciso incluir os custos com a imobilidade, os investimentos necessários para construir duplicações, binários e elevados, o aumento dos custos no sistema de saúde para fazer frente aos acidentes de transito e a irreparável perda de jovens, que na flor da idade perdem a vida ou são mutilados em números que superam o de muitos países em guerra.

Cada vez mais o tema mobilidade está em pauta. Na verdade, quanto menor o nível de mobilidade urbana, mais o tema é debatido. Transporte público, elevados, bicicletas, ciclovias, faixas de pedestres é por aí afora são objeto de textos, debates e devaneios de uns e outros. Em comum, o fato de demonizar o automóvel e ver a sua expansão e aumento como um fato inevitável. Os maiores inimigos do carro se situam entre os ocupantes de cargos no poder público e os diretamente vinculados ao transporte coletivo, estes últimos por motivos óbvios.

É conveniente revisar alguns dados que podem ajudar a entender melhor esta situação em que, por um lado, se demoniza o carro e, pelo outro, se estimula a sua expansão e se trabalha para manter o maior nível de mobilidade individual. O carro é, no Brasil de hoje, uma vaca sagrada, de úberes fartos e generosos. Isso ocorre desde que se iniciou o irreversível sucateamento da malha ferroviária, para criar as condições propícias ao desenvolvimento do mercado rodoviário. Quando se fez a aposta de trocar um modal por outro, o Brasil tomou uma decisão estratégica: o tempo e os fatos têm se encarregado de mostrar o acerto ou não da decisão.

Hoje a nossa economia está atrelada ao carro. A arrecadação da própria prefeitura é dependente dos recursos originados pelo automóvel. O joinvilense paga mais de IPVA que de IPTU. O total arrecadado com IPTU em 2011 foi de R$ 67 milhões. O IPVA representou R$ 87 milhões e destes a metade fica no município e a outra vai para o Estado. Para ter noção de grandeza, os R$ 43,5 milhões que correspondem a Joinville são um valor maior que o empréstimo do BNDES, na cifra de R$ 40 milhões, que é apresentado como a solução para a maioria dos problemas de trânsito da cidade. Estas contas não incluem os valores arrecadados com multas, que estão na ordem de R$ 12 milhões ao ano, ou o ICMS que incide sobre o álcool, a gasolina e o diesel que os nossos veículos consomem e que representa outra parcela significativa das receitas públicas.


A equação mobilidade urbana versus imobilidade urbana precisa considerar outras variáveis além da visão simplista de ônibus X VLT ou bicicleta X carro. Implica um debate sobre o modelo de cidade e a implantação de um plano de mobilidade urbana que faça desta uma cidade mais eficiente, mais competitiva e preparada para o futuro. 

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Quem fica parado é poste...


E elas pararam o trânsito...


POR ET BARTHES

O texto de hoje do Felipe Silveira fala da boa experiência de mobilidade nas ruas da Dinamarca. E como as boas ideias merecem ser copiadas, trazemos outro exemplo lá da terra de Hamlet. O que você acha deste recurso – para lá de criativo – usado para conscientizar os motoristas sobre os limites de velocidade? Ora, quando o assunto é o trânsito, não adianta ficar a lamentar: o negócio é meter o peito e resolver. Mas houve um problema: as moças não apenas diminuíram a velocidade, mas pararam o trânsito.


Diga NÃO aos elevados e SIM à mobilidade integrada

POR FELIPE SILVEIRA

Esse texto é uma continuação do texto de quarta-feira passada (Diga NÃO aos elevados) por dois motivos: 1) o assunto não se esgotou e rendeu alguns bons comentários; 2) meus queridos anônimos, sempre eles, não entenderam (ou fingiram que não) algumas coisas que serão esclarecidas neste texto.

Primeiro, vamos deixar claro que o texto não é a criminalização, "vilanização" ou “demonização” do uso do carro, como foi dito por lá. O texto é uma reflexão para que as soluções para o trânsito não sejam baseadas na construção de elevados, conseqüência da priorização do carro como principal – e praticamente único –, meio de transporte dentro das cidades. Para isso, sugeri pensarmos em soluções simples, como pequenas alterações nas vias que podem desafogar o trânsito, e também afirmei que é impossível melhorar a mobilidade urbana com tanto carro na rua. Assim, afirmei que é preciso DIMINUIR o número de automóveis. Antes que digam que eu estou negando o que escrevi na semana passada, o texto está lá, sem alterações, para quem quiser conferir.

Dito isto, vamos falar sobre a proposta deste texto, que é mostrar como é possível diminuir o uso do carro no cotidiano e assim melhorar a sociedade. O debate já teve início nos comentários do texto de semana passada e vamos continuar por aqui. Mas, desta vez, ao invés de falar sobre algumas idéias, vou mostrar como essa mudança já deu certo.

O exemplo de Copenhague

A jornalista Natália Garcia saiu a pedalar pelo mundo para saber como algumas cidades lidam com essa questão do transporte, experiência que ela conta no site Cidade para pessoas. O exemplo que mais me impressionou foi o de Copenhague, na Dinamarca. Lá, por causa de uma mudança de ponto-de-vista da gestão municipal, há cerca de 20 anos, o transporte que se encaminhava para ser caótico, hoje é dividido em aproximadamente 25% para cada modal. Ou seja, 1/4 das pessoas usa carro, outro usa ônibus, outro usa bicicleta e outro vai a pé mesmo. Deem uma olhada no vídeo e reparem no que um dos entrevistados falou sobre a postura das pessoas em relação ao poder público:



Depois de terem visto o vídeo, vamos debater como isso pode ser feito por aqui. Os principais argumentos para não andar de bicicleta em Joinville são as condições climáticas, a falta de segurança e a péssima qualidade das vias. Evidentemente, pedalar e andar a pé na Dinarmarca é mais seguro, mas isso não é por causa da natureza privilegiada. Mesmo no rigoroso inverno nórdico, com neve, as pessoas continuam a usar a bicicleta. Não com a mesma freqüência, mas continuam. Já a segurança e a conforto são resultados de políticas públicas para devolver as cidades às pessoas.

Outro ponto que sempre aparece neste debate é a afirmação de que o Brasil não é a Dinamarca e Joinville não é Copenhague. Bom, não preciso dizer que eu sei disso. No entanto, idéias são idéias em qualquer lugar e os bons exemplos estão aí para serem usados como referência para a construção de um novo modelo de transporte adaptado a nossa realidade.

Mas construir um novo modelo passa pela reformulação de uma maneira de pensar que já está consolidada. Essa maneira de pensar nos leva a crer que a bike é um ótimo instrumento de lazer, e não de transporte. Leva a pensar que andar a pé é muito cansativo e que andar de ônibus é horrível (e é mesmo, atualmente, mas nós podemos mudar isso e tornar uma coisa melhor).

Por isso tudo, acredito que a solução para o trânsito não é ser contra o carro e nem priorizá-lo. A solução é pensar em um sistema de mobilidade integrado, que ofereça segurança e opções a todos os interesses. Quem precisa mesmo, anda de carro. Quem pode pedalar, com certeza ganhará em qualidade de vida. Quem só pode andar de ônibus, que tenha conforto e condições para isso. Veja algumas lições que podemos aprender com Copenhague para chegar lá.



E, para quem quiser sonhar com um rio Cachoeira diferente, fica também a lição dos nórdicos. Só pra dar um gostinho de como pode ser:

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Quem está na chuva é para se queimar...


Saindo uma cervejinha, senhora Merkel


POR ET BARTHES

Quando o calor aperta, nada mais refrescante que uma cerveja geladésima. Mas nem sempre o refresco vem do jeito que a gente quer. É o que comprova esta inovadora maneira de dar uma arrefecida na senhora Merkel, a toda-poderosa chanceler da Alemanha: um autêntico banho de cerveja. Merkel pode ter se refrescado, mas quem parece estar numa fria é o garçom.



O Bolshoi precisa se voltar mais para a comunidade local

POR CHARLES HENRIQUE

O Bolshoi, mais famosa companhia de balé do mundo, abriu uma filial em Joinville há mais de dez anos, atraída (dentre várias aspirações políticas) pelo nosso nickname de “Cidade da Dança”. A sensação de lá pra cá é de que as portas do Bolshoi poderiam estar mais abertas para a população num geral. No atual momento elas se encontram entreabertas para poucas apresentações e audições.

Tudo se justifica se levarmos em conta o dispêndio de dinheiro que as iniciativas pública e privada promovem para manter esta entidade, e compararmos com a contrapartida social da mesma:

“O repasse por isenção de impostos representa quase metade do orçamento total que a Escola do Bolshoi dispõe. A outra fatia - cerca de R$ 3,5 milhões - é completada pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte.” (ANotícia, 8/2/2012)

Aliás, este repasse do Governo do Estado é o maior investimento em políticas culturais aqui em Joinville. Encaram erroneamente o Bolshoi como uma política pública. Esta prática começou com o então Prefeito que trouxe esta escola de balé pra cá, e, quando ele se tornou Governador, só a ampliou.

Qual a contrapartida da Escola pelo investimento? Em 2011, mais de 50% dos selecionados são moradores de Joinville, e, com o lançamento do projeto “Bolshoi para Joinville” tivemos algumas apresentações aqui na cidade. Um avanço se compararmos a anos anteriores. Porém, quando a Casa da Cultura foi interditada e centenas de crianças ficaram sem as suas aulas de balé, o Bolshoi não foi solidário. Quando me refiro a “se voltar mais para a comunidade” é justamente sobre esse aspecto comunitário que o Bolshoi não tem: é uma escola comandada pelos russos (com sua metodologia mundialmente reconhecida) e que recebe muito dinheiro de investidores, sem diálogo com a sociedade.

Entretanto, como tem investimento público e é encarado como política pública, só apresentações e jovens locais selecionados para serem “alunos” não bastarão. O Bolshoi precisa usar de seu grande nome para difundir pela região a sua qualidade, somando mais ainda com a cultura já existente por aqui. Visitar as escolas da região com maior freqüência, promover intercâmbios com outras academias de dança, reverter os ingressos das apresentações para entidades beneficentes, e cobrar do Estado para a vinda de um curso superior gratuito em Artes na UDESC (universalização do acesso ao conhecimento) são alguns exemplos.

A Escola de Balé da Casa da Cultura, as outras companhias de dança, e todos os demais envolvidos com este segmento, por enquanto, assistem de camarote a centralização dos recursos do Governo do Estado aportados no Bolshoi, sem nenhum intercâmbio, ou troca de experiências. A cidade está perdendo uma grande oportunidade, pela falta de articulação de um lado e desinteresse do outro.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

É isso, Boris Casoy? Lula matou a dona da Daslu?


POR ET BARTHES

O governo Lula contribuiu para matar a dona da Daslu? É o que afirma o pessoal do canal Ladrão de Minutos, no título deste filme, que está entre os mais vistos no Youtube, com mais de 100 mil acessos. Na edição do último dia 24, no Jornal da Noite, o jornalista Boris Casoy sugere que o governo Lula teria contribuído para a morte da dona da empresa de produtos de luxo. Será? O que você acha? Lembre-se que ela morreu de câncer. Ah... e no final do texto, Casoy dá uma espirradinha. Será alergia a alguma coisa?