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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Nosso amor morreu como o Réveillon em Joinville

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Tudo o que começa, termina. A vida é assim. Mandatos ruins são assim. Com a cerveja da melhor água do Brasil foi assim. Um ano é assim. E um amor também é assim (as juras de casamento são prova disso). Algumas coisas morrem como um Réveillon em Joinville e têm vida curta. Infelizmente foi o mesmo com o nosso amor. Acabou.

Acabou da mesma maneira que as tainhas do Tebaldi no Cachoeira, ou na fluidez da arrotatória da Univille. Acabou como a flor de ipê-amarelo que não agüenta um dia em função da chuva. Acabou como o Sol, que some rapidinho, ou como a superlua, encoberta pelas nuvens abundantes. Acabou como as bolas de natal da árvore em frente a Prefeitura, que mais pareciam laranjas enormes. Acabou como as flores, as bicicletas. Acabou como a casa construída para um Príncipe, o qual nunca a conheceu.


Enfeites de Natal ou laranjas enormes?

Não esqueço desse amor falido, do mesmo modo que o aeroporto, encerrando suas atividades na primeira neblina, ou em um “não” de alguma entidade empresarial para um Prefeito submisso. Morreu (mas bem “morrido”, viu?) em um manguezal aterrado da zona leste. Morreu na expectativa de cursos de humanas na UFSC-de-um-curso-só, ou na expectativa de mudança com o PT em Joinville. Faleceu como o Cine Colon e o Cine Palácio ou o boato do shopping Mueller indo pelos ares.

Dói demais lembrar desse amor que caiu diante da covardia de uma boca de lobo sem o sistema de drenagem, ou tropeçou na estrutura de onde existira um parquímetro do Cartão Joinville. Aquele amor que morreu mais do que o vai e volta do Kolonie Zeitung, ou dos diferentes nomes e usos dados à Estação Ferroviária. Foi apagando até morrer, com a mesma classe que a churrascaria Familiar. E derreteu como a sorveteria Polar.


Derreteu...

Nosso amor foi verdadeiro como a expectativa de Pedro Ivo Campos em Florianópolis, mas morreu da mesma forma que ele, sem atingir seu ápice. Nosso amor parecia ser duradouro como a função do cobrador nos ônibus, mas ruiu ao primeiro sinal de mudança (este amor não é passível de uma realocação de função, tá bem?). Tudo morreu como a ligação da Almirante Jaceguay, ou como a vida do “Bandido da Luz Vermelha”, após 30 anos na prisão. Ninguém matou este amor, ele apenas morreu. Achar culpados seria como achar um responsável pela poluição do Cachoeira, ou pelo fechamento do Linguado. Impossível. Coisas da vida que vai e vem.


Morreu tão rápido quanto ele fora da cadeia...

Nosso amor sumiu de uma hora pra outra como a linha interbairros, ou como o interesse da Leroy Merlin na Beira-Rio. Foi tão rápido quanto o Festival de Dança ou como o circo Áurea no Iririú. A morte foi mais inesperada que a do Ottokar Doerffel  e do Padre Carlos no mesmo ano. Morreu, assim como a expectativa da maior colônia agrícola da América do Sul ser Joinville, ou como a sociedade do falanstério do Saí.

Entretanto, ainda prefiro acreditar que nosso amor morreu como um Réveillon em Joinville. Da mesma forma que nasceu, morreu. Rápido. Fulminante. Sofrido. Agudo. Intempestivo e intermitente. Apostando que será bom, mas com um final sem precedentes. Desta maneira, fazer o quê? A vida é assim mesmo. Ainda bem que nosso amor não foi como a acústica do Centreventos. Ainda bem!