POR JORDI CASTAN
Mudar tudo para que nada mude.
Aproxima-se o final do ano. Encerra o primeiro ano da gestão
do prefeito Udo Dohler e a cada dia que passa é mais difícil identificar
diferenças com gestões anteriores. Claro que um observador atento poderá
facilmente provar que o discurso é distinto, que a imagem construida pelos
marqueteiros e a assessoria é outra. Mas quanto mais avança, mais fica parecida com
todas as gestões anteriores, menos aquela que deveria ter servido de modelo e
referência, a do empresário Wittich Freitag. Mas essa é outra historia.
Inaugurado o pomposo trinário formado pelas Ruas Timbó, Max
Colina e XV. O prefeito anuncia depois de uma caminhada de poucas quadras pela
Rua Timbó que serão feitas obras de melhoria na maioria das ruas que cortam a
Rua Timbó. Para o contribuinte fica a duvida. Foi inaugurado incompleto? Faltou concluir? Como o prefeito informou que as novas obras serão custeadas
com os recursos que “sobraram” do orçamento da Rua Timbó, a dúvida do
contribuinte aumentaP porque fica difícil entender como pode ter sobrado
dinheiro numa obra que se alastrou mais que a construção das catedrais góticas da
Europa medieval, e que parou várias vezes por falta de recursos.
A impressão é a de que para não atrasar mais a obra do
trinário a obra foi entregue incompleta e agora as obras que faltam estão sendo
apresentadas como “melhorias”. Em tempo, o número de acidentes nas ruas do
trinário mereceria atenção especial da imprensa e ação imediata dos órgãos de
planejamento e de trânsito do município. Se foi o IPPUJ foi que planejou
e o ITTRAN que é responsável pelo trânsito, é provável que para os seus responsáveis
tudo tenha sido executado a perfeição e não haja nada para melhorar. As
oficinas mecânicas, as empresas de guincho e as companhias de seguro e principalmente os moradores da região podem ter opinião
diferente.
Em tempo, é difícil entender por que em lugar de construir
uma ciclovia decente, o projeto previu três ciclofaixas incompletas, que em
alguns trechos concorrem com os ônibus, em outros simplesmente desaparecem para
voltar a aparecer alguns metros mais adiante e continuam sem oferecer a
segurança que os ciclistas precisam. Mas tentar entender a lógica das
ciclofaixas em Joinville só é possível se analisado desde a perspectiva de que a
quantidade de quilômetros prevalece sobre a qualidade do traçado e a segurança
para os ciclistas.