POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
É risível o barulho
que ainda se faz em torno do tema das cotas nas universidades públicas
brasileiras. O chororô vem sempre da pequena burguesia, que esgrime sofismas
para escamotear um único fato: os ricos querem manter os seus lugares nas
universidades públicas, como tem acontecido em toda a história recente do País.
Uma vaga para um negro ou um índio é uma vaga a menos para um pequeno-burguês
(perdão pelo truísmo).
Os liberais adoram
falar em mobilidade social e os moralistas não largam o argumento furado da
meritocracia. Defendem a idéia peregrina de que todas as pessoas podem dar
certo na vida. E que basta trabalhar muito e aproveitar as chances. Tudo isso,
claro, independente da classe social, do ambiente em que se vive ou das
oportunidades que se tem. É uma lógica (idiota) de classe.
Ora, os liberais não
querem o Estado a se meter nos seus negócios. E, por extensão, também rejeitam
intervenções no plano da educação. O conservadorismo tem explicação: a
universidade pública fornece, sem custos, o capital intelectual que vai
permitir, aos filhos da pequena burguesia, as condições para permanecer no topo
da escala social. O ideal é não haver mobilidade.
Mas o mundo dos
liberais e dos reaças (não são exatamente a mesma coisa) só é bom para os
liberais e os reaças. A experiência ensina: hoje em dia é cada vez mais difícil
um pobre ficar rico. E a educação representa uma rara possibilidade de ascensão
social. Quem tem acesso à escola tem maiores chances de ascender na vida, mas
nem isso é garantia nos dias de hoje.
Aliás, estudos
realizados nos Estados Unidos, paraíso do liberalismo, revelam o que todos
sabemos: há uma forte relação entre o rendimento dos pais e a qualificação dos
filhos. Ou seja, pais ricos conseguem educar melhor os seus filhos. E, claro, o
pimpolhos da pequena burguesia conseguem melhores lugares no mercado de
trabalho.
Ficar por aí com o rame-rame
da meritocracia é uma tergiversação antropológica que não resolve o essencial. A
realidade mostra que não há igualdade de oportunidades, nem mãos invisíveis. Nesse
caso, a mão visível do Estado tem que dar um empurrãozinho para impor alguma
justiça. Enfim, nenhum humanista pode ser contra as cotas.
É a dança da chuva.
“Os liberais adoram falar em mobilidade social e os moralistas não largam o argumento furado da meritocracia.”
ResponderExcluirE os esquerdistas preferem a preguiça de manter sob cooptação na sua esfera uma selecionada “minoria” de 54% da população com facilidades como a cota, angariando a simpatia dos afortunados que entram com notas mais baixas no ensino superior – fazendo com que a instituição se adapte à condição do cotista, e não o contrário como se deveria esperar.
Em tempo, “meritocracia” é discurso pseudo-intelectual furado e inventado por esquerdistas, tal qual é o “neoliberalismo”. Quando não têm argumentos, os esquerdistas preferem criar neologismos. Ao contrário da filosofia e da ciência clássica que retrocedem o comportamento até chegar a fonte, os esquerdistas pseudo-intelectuais são mais práticos: eles primeiro criam o neologismo e depois teorizam sobre ele.
Só existe “igualdade de oportunidades” no planeta Kashyyyk, terra dos Wookiees, cujo mais famoso representante é o Chewbacca.
Eu não entendi onde esse comentário quis chegar... mas como veio de um anônimo, nem me importo!
ExcluirO anônimo deve ser o BahBacca, irmão do irmão do Chewbacca...
ExcluirQuem entra com notas mais baixas? Desculpa, mas http://www.geledes.org.br/nota-de-alunos-que-ingressam-na-ufmg-pela-cota-ja-supera-a-dos-nao-cotistas/?utm_source=Atualiza%C3%A7%C3%A3o+Di%C3%A1ria+Geled%C3%A9s&utm_medium=email&utm_campaign=f7d0b8c6f8-RSS-NEWS-Portal-Geledes&utm_term=0_b0800116ad-f7d0b8c6f8-354117481
ExcluirFelipe, então para quê cotas?
ExcluirOs caras se esforçam em estudar, passam no vestibular e são apontados como cotistas por serem negros?
Quando o comentário é melhor que o texto, o Baço fica perdido e xinga . Não só neste texto, mas sempre. Tadinho, desconstruir o comentarista ou xingar é sua única réplica.
ResponderExcluirFui apanhado...
ExcluirA mobilidade social é estatística e não argumento retórico.
ResponderExcluirAs cotas são injustas por que segregam e não tratam as pessoas com igualdade, o ideal é ter mais vagas em universidades públicas e ponto, agora se há poucas vagas disponíveis porque não cobrar de quem pode pagar para gerar mais vagas?
A mobilidade social é estatística e não argumento retórico.
ResponderExcluirAs cotas são injustas por que segregam e não tratam as pessoas com igualdade, o ideal é ter mais vagas em universidades públicas e ponto, agora se há poucas vagas disponíveis porque não cobrar de quem pode pagar para gerar mais vagas?
Em tempo liberais e conservadores não são a mesma coisa.
Tédio...
ExcluirMeu grande guru Lula, gabando-se de seu exemplo, dizia que subiu na vida sem estudar.
ResponderExcluirE subiu. Mas só os pouco estudados dão tanta importância para a educação formal. Isso é algo que vai mudando com o tempo...
ExcluirZorak , você tem alguma coisa contra anônimos, para comparar com o patrício imbecil??
ResponderExcluir