quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

A 4ª Revolução Industrial e a Política Velha



POR VANDERSON SOARES
    
Já não há mais como negar que estamos vivenciando uma grande revolução no mundo. A 4ª Revolução Industrial, tema do World Economic Forum que ocorreu esse ano em Davos, foi amplamente discutida, bem como analisada dos mais diversos pontos de vista. 

   Os indícios que diferem esta Revolução em curso de algo pontual são basicamente três: 1) A velocidade. O ritmo de evolução é exponencial, a cada dia surge algo novo; 2) A revolução digital, que é responsável por difundir a informação entre os bilhões de seres humanos, mudando paradigmas e formas de enxergar a vida; e 3) É o impacto efetivo que tem dentro, fora e entre as nações. 

    O exemplo mais palpável que me vem à mente para exemplificar a força dessa Revolução é a Primavera Árabe, que através das redes sociais as populações do Egito, Tunísia, Líbia, Síria, Iêmem e Barein, conseguiram derrubar ditaduras. 

    Tal Revolução é pautada na tecnologia, na velocidade com que o conhecimento e a informação se desdobram. Isso inclui biotecnologia, inteligência artificial, robótica e também na forma como enxergamos a vivência em sociedade, como trabalhamos e consumimos. A inovação é a palavra de ordem neste processo, o que era novidade ontem, deixou de sê-la hoje, e assim diariamente.

     Os modelos virtuais de compartilhamento cada dia mais efetivos e ambiciosos, é só reparar no Uber, WhatsApp, NetFlix, aplicativos para qualquer coisa, desde monitorar o seu rendimento numa corrida ou para agendar encontros casuais. 

    E como a Política interfere nisso? Hoje, a nossa política tenta barrar a qualquer custo essa revolução. Você consegue observar o nível de corrupção de uma cidade, apenas vendo o quão resistente um governo é ao Uber, por exemplo. É possível ver a força contrária que um governo da Política Velha tem quando tenta barrar estes frutos da inovação e da tecnologia.

     Chegamos num ponto que é preciso decidir se continuaremos a apoiar este modelo velho, feudal e antiquado de política, barrando a inovação e o compartilhamento ou se iremos com força total, apoiar e incentivar este crescimento, esta nova forma de economia, de trabalho e de vida. Esta nova forma de propagar conhecimento e informação. 

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Povo limpo é povo educado.


Trabalhar dá muito trabalho





POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Gente, estes dias têm sido muito bons. É que estou de férias. No Brasil, claro. Têm sido dias de relax, cervejinha e muito papo com os amigos (um bando de vermelhinhos). Um tempo de dolce far niente e de manter o cérebro a vadiar. Discordo de quem diz que cabeça vazia é a oficina do diabo. Foi São Jerônimo quem avisou, por outras palavras.

-       Trabalha em algo, para que o diabo te encontre sempre ocupado.

Mas todos sabemos que o trabalho é aquela coisa chata que acontece no meio da diversão. Aliás, trabalho sempre foi coisa de pobre e em outros momentos da história foi visto como uma maldição, uma vergonha. É só lembrar que os nobres, antes da queda do feudalismo, tinham pavor a pegar no duro.

O trabalho é um interessante tema de estudo. E tem muitos analistas críticos, como Paul Lafargue, genro de Karl Marx (o velho barbudo, para quem a emancipação do homem viria justo pelo trabalho). Lafargue vê no trabalho – pelo menos nos moldes capitalistas – uma obsessão esquisita e contra a natureza do ser humano.

-       Uma estranha loucura se apossou das classes operárias das nações onde reina a civilização capitalista. Esta loucura arrasta consigo misérias individuais e sociais que há dois séculos torturam a triste humanidade. Esta loucura é o amor ao trabalho, a paixão moribunda do trabalho.

Aliás, Lafargue relembra que o trabalho foi um castigo de Deus, com aquela coisa do “suor do teu rosto”. Não concorda? Pois fique a saber que há opiniões piores. E atuais. O Grupo Krisis, por exemplo, diz que o trabalho é um defunto que domina a sociedade.

-       A produção de riqueza desvincula-se cada vez mais, na sequência da revolução microeletrônica, do uso de força de trabalho humano - numa escala que há poucas décadas só poderia ser imaginada como ficção científica. Ninguém poderá afirmar seriamente que este processo pode ser travado ou, até mesmo, invertido. A venda da mercadoria “força de trabalho” será no século XXI tão promissora quanto a venda de carruagens de correio no século XX.

Os homens do Krisis pegam pesado. E dizem também que “quanto mais fica claro que a sociedade do trabalho chegou a seu fim definitivo, tanto mais violentamente este fim é reprimido na consciência da opinião pública”. Ooops! O problema é que a coisa realmente vai piorar.

Tenho escrito – mas o tema passa batido para a maioria – que a Quarta Revolução Industrial (ou Segundo Renascimento) vai provocar mudanças profundas na vida de todos. A começar pela questão do trabalho e do emprego, que estão a ser postos em xeque, como mostra uma pesquisa recente: cinco milhões de empregos a menos (e o Brasil está incluído no estudo).

Os trabalhos rotineiros tendem ao desaparecimento, porque as máquinas poderão fazer – e já fazem – muitas dessas tarefas. Aliás, em muitos casos fazem até onde parece inesperado. Penso, por exemplo, no caso da escrita, seja no jornalismo ou na publicidade. Hoje há robôs que produzem textos, apesar de que em condições ainda insipientes. Ou seja, só os redatores que fizerem alguma diferença – pela criatividade, conhecimento ou capacidade de inovar – poderão preservar os seus lugares. O certo é que vai sobrar para muita gente.


É a dança da chuva.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Entrou numa...


Eleição a cada ano livra de erros como Udo


POR JORDI CASTAN

O governo municipal ficou três anos sem fazer nada e quer que agora acreditemos que, em menos de 12 meses, vai fazer tudo o que não fez até agora. Coisa de aluno preguiçoso, que andou gazeteando e que estuda só para passar de ano. A minha proposta é bem simples: eleições todos os anos. Assim não há como ficar engabelando o eleitor. A cada 12 meses se renova o contrato. Prometeu e não cumpriu? Rua. E que venha outro.

Antevejo duas vantagens A primeira: os programas eleitorais serão mais curtos, porque os candidatos não poderão prometer tanto. Um ano não permite prometer mundos e fundos. A outra vantagem é que Joinville será um canteiro de obras e tudo funcionará às mil maravilhas desde o primeiro dia do governo, até porque 365 dias passam muito rápido. Ainda acrescentaria o fato que para o eleitor será muito mais fácil lembrar o que foi prometido e não foi cumprido. E poderá agir com mais justiça, reelegendo os bons administradores e trocando este bando de engabeladores que temos elegido recentemente.

Eleições todos os anos cansa? É caro? Dá trabalho? É verdade. Mas quanto não custa trocar dois pneus de uma vez porque o carro caiu de novo num buraco? Quanto custa a passagem do ônibus? E a falta de remédios? Ou as filas para uma consulta ou uma cirurgia? Não é mais caro não poder trabalhar para cuidar de um filho em idade escolar porque não há vagas em período integral?

Eu, enquanto eleitor, não aguento mais esta arrogância, esta incompetência, este marasmo, esta falta de perspectiva, esse estilo de "mais do mesmo". Essa cantilena cansou, esgotou. A escusa é que ficaram pagando contas e por isso não fizeram nada do que prometeram.

Para quem se elegeu com o discurso que não faltava dinheiro, que o que faltava era gestão, essa escusa não serve. Aliás, a gestão segue faltando. Mas bastou entrar em 2016 e, como por arte de magia, o prefeito acordou e está querendo fazer em um ano o que não fez em três. Conta para isso com duas ajudas inestimáveis: a primeira é a polpuda verba de publicidade que administra com a generosidade típica de quem gasta o dinheiro que não é seu; a segunda é a memória curta do eleitor, que esquece rápido demais o desastre que está sendo esta gestão.

Como sair desta enrascada? Como colocar Joinville de novo nos trilhos e voltar a fazer que os joinvilenses tenham orgulho da sua cidade e parem de passar vergonha? Não há bala de prata. Assim, seria necessário combinar diversas alternativas. A da gestão é uma. Porque quando escuto o gestor falar agora de falta de dinheiro, lembro que os problemas econômicos não são escusa quando as ideias são de graça, saber aproveitá-las é o que diferencia um administrador medíocre de outro competente.

Esta aí minha proposta de eleições a cada ano. E não só para prefeitos.