sábado, 24 de novembro de 2012

Construir a marca Joinville - 1*


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Há uma clara falta de visões estratégicas de longo curso na administração das cidades.

É óbvio que o foco da administração municipal deve estar no transporte, na saúde, na educação ou mesmo nas tarefas mais simples, como tapar os buracos das ruas. Mas é inescapável: uma cidade deve ser governada tanto por métodos políticos quanto empresariais. E um administrador tem a obrigação de saber que toda boa gestão é feita de ações táticas e ações estratégicas.

Os movimentos táticos – a administração das infra-estruturas e do cotidiano – exigem rigor, bom-senso e seriedade. Já os planos estratégicos pedem inventividade, ousadia e visão de futuro. Ou seja, é essencial projetar a cidade para as próximas duas, três décadas ou mais. E para isso é preciso resistir à tentação de governar apenas com os olhos nas eleições.

É um contexto que torna incontornável uma discussão sobre a “marca Joinville”. Mas vamos esclarecer: a marca em questão não é um selo para colar nos produtos fabricados na cidade ou o apoio a modalidades esportivas de peso nacional, como aparece no plano de governo da atual administração. É muito mais.

MAIS DO QUE UM SLOGANDesenvolver uma marca-cidade exige um exercício sério de branding, que vai muito além de um slogan e um logotipo. Aliás, o fato de Joinville ter tido uma sucessão de slogans ao longo dos tempos é a prova dessa precariedade estratégica. O objetivo deve passar por criar percepções, introduzir valores e conquistar um território na mente das pessoas, de dentro e de fora da cidade.

O leitor pode perguntar: há razões objetivas para investir numa marca? Sim. A marca-cidade é um ativo estratégico que ajuda a atrair investimentos, impulsionar as trocas comerciais, incrementar o turismo ou mesmo captar a atenção da mídia (por boas razões, claro). E também porque numa economia cada vez mais aberta, uma marca forte será sempre um diferencial competitivo.

A MARCA-PAÍS – É uma tendência crescente nas últimas décadas. A globalização tornou os mercados muito mais concorridos e isso obrigou os países a pensarem em marcas fortes e diferenciadoras. Hoje em dia, avaliar um país enquanto marca é um fator cada vez mais relevante para os analistas.

O próprio Brasil tem desenvolvido esforços nesse sentido. Fruto de algumas ações recentes, tem estado sempre próximo dos 20 países com as marcas mais fortes no turismo, por exemplo (há quem questione a eficácia dos investimentos). A estabilidade e o crescimento econômico no período do governo Lula ajudou a melhorar a percepção do país no exterior.

Um dos casos exemplares é o da Espanha, que investiu na sua marca e em poucos anos passou de uma sociedade quase feudal – herança do franquismo – para um país que atrai turistas, investimentos significativos e tem um forte intercâmbio cultural. Hoje nuestros hermanos ocupam um saúdavel 12º lugar entre as marcas-país mais valiosas do planeta, segundo pesquisa recente da Anholt Nation Brands Index.

O mesmo instituto aponta Reino Unido, Alemanha, Canadá, França, Suíça, Austrália, Suécia, Itália, Japão e EUA como as 10 nações com as marcas-país mais influentes à escala planetária.

(continua amanhã)

* Texto publicado há quatro anos no jornal A Notícia mas que, na opinião do autor, ainda permanece válido.

A civilidade do inspetor Meirelles

POR ET BARTHES
O filme está na net faz muito tempo. Mas caso você não tenha visto, aproveite agora.



Perto do fim!

É gente o que parecia distante, já está aí. Como todos costumam dizer, "parece que foi ontem". E parece mesmo. Mas, por mais rápido que esse ano tenha passado, os campeonatos estão todos chegando no seu fimcom o sucesso hasteado, outros com gosto amargo, que não se pode chegar a chamar de fracasso, mas da pra dizer qie foi bem, beeeem abaixo das expectativas.

Bom então vamos ao que interessa, aos campeonatos!

JEC - A Série B está chegando na sua última rodada, mas isso será apenasum recomeço a vista. No entanto, mesmo o JEC não ter conseguido alçar vôo para Série A o que, na minha opinião seria um vôo frustrado ante a altura que teria que atingir e não ter a cancha necessária, o Tricolor merece os meus parabéns, assim como de todos os seus torcedores e apoiadores pela brilhante jornada apesar dos percalços encontrados.

Na a Catarina após a goleada de quarta que todos já estavam com saudades, marcando cinco vezes contra o Marcílio, disoutará a final e esperamos que saia vencedor.

Vejo ser de grande importância esse título para o Joinville neste momento, para que os ânimos não cessem.

BRASILEIRÃO - Esse nem acabou e já possui até campeão. Que coisa! Apesar do título merecido do Fluminense, assim como o rebaixamento do Palmeiras, quem acompanha os meus textos sabe que o Campeonato Brasileiro da Série A não me empolgou nesse ano, assim como eu jamais acreditei que o Atlético seria campeão.

Portanto, o campeonato chega na sua reta final, com a última rodada nesse fim de semana e o que eu posso dizer é: Graças a Deus!

F1 - Opa agora sim, disputa acirrada desde a primeira corrida, ano fantástico da F1. No meio do campeonato o atual campeão parecia já estar derrotado, mas aí resolveu dar a volta por cima e agora possui 13 pontos de vantagem seu rival Alonso.

O GP do Brasil, já nos treinos será emocionante e vale a pena parar tudo para assistir. Bom, eu pelo menos ficarei ligadíssima na TV sábado e domingo, evidente.

A vantagem e considerável, por sinal, é de Vettel, mas Alonso, pra mim o melhor piloto hoje, tem muitas chances.

BASQUETE - Espera aí, o papo aqui não era o fim? Pois é, mas é bom dar uma contrariada, o basquete começa agora a disputa do NBB 5 e o nosso Joinville está na briga e esperamos que, no mínimo, com a campanha que apresentou na temporada passada que foi pura emoção.

Quem pode acompanhar os jogos finais de perto, com certeza, também sentiu essa emoção na pele.

Boa sorte ao Basquete de Joinville!

NO CHUVEIRINHO - Vergonha!!!!! Depois é time brasileiro que não se prepara para o campeonato, que não tem projeto longo prazo. Como você me explica um time milionário, atual campeão do campeonato mais disputado da atualidade, correro o sério risco de não passar, sequer, da primeira fase da Liga dos Campeões? Que papagaiada Chelsea. Ficou feio hein! Mas ainda dá, vamos aguardar aguardar a proxima rodada.

Ta bom, esse também não chegou ao fim, mas a fase de grupos sim, então está valendo o perto do fim, ok?

E o fim e esse é fim mesmo, chegou para Mano Menezes. Em uma reunião realizada na tarde da sexta-feira, a cúpula da CBF tomou esta decisão.

Não era adepta do "Fora Mano", pois entendo que o problema da Seleção não está apenas dentro de campo e mais precisamente no futebol que vem apresentando, mas sim no comando da CBF.

Enquanto os "comandantes" só estiverem pensando em encher os próprios bolsos, vai tudo continuar a mesma porcaria, venha Felipãp, Muricy, Guardiola e continuará despencando no ranking.

A seleção, se assim desejar e negociar a CBF será campeão da Copa 2014. "To certa ou to errada?"

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Uma casa no meio da auto-estrada


POR ET BARTHES
Na China é ilegal demolir um prédio sem a concordância dos donos. E foi o que aconteceu na cidade de Wenling, na província de Zhejiang, quando Luo Baogen e sua mulher se recusaram a sair da casa onde viviam. Só que os construtores da auto-estrada não estavam para muita conversa e continuaram a obra: a casa acabou entalada entre as duas pistas.


Sendo joinvilense todo dia


POR GUILHERME GASSENFERTH

Há várias formas de participação popular. A mais comum hoje é a democracia representativa, como a que vivemos no Brasil, onde os cidadãos outorgam poder de representação pelo voto. A história nos demonstra que outras formas são possíveis, como protestos, democracias diretas, leis de iniciativa popular (como foi o caso da Lei da Ficha Limpa), greves e revoltas, como se pode afirmar ser o caso da Revolução Francesa. Há também formas de participação ao inverso, quando o não-fazer é intencional para causar algum resultado. Exemplos são boicotes ou políticas não-colaboracionistas, como a que Praga viu seu povo fazer diante da invasão da força militar do Pacto de Varsóvia para sufocar os interesses reformistas de Dubcek em 1968.

Trazendo esta realidade para âmbito local, Joinville acaba de passar por suas eleições municipais, que culminaram na eleição do empresário Udo Döhler para comandar a prefeitura de Joinville a partir de 01 de janeiro de 2013. Houve um fenômeno interessante nestas eleições, sobre o qual busco discorrer a seguir: a mobilização popular.

Pode ser obra do calor do momento, mas para mim parece que não houve outra eleição nos últimos anos que tenha tido tal nível de engajamento como a de 2012. O que ocorreu nas redes sociais e nas ruas foi bonito de se ver: pessoas argumentando e defendendo o voto em seus candidatos (ou o não-voto), marcando reuniões de estratégias ou participando de caminhadas ou carreatas. Punha-se à pauta discussões de propostas de candidatos, análise de coligações e até radiografias de trajetórias de alguns postulantes.

Nós temos sido apáticos à política nos últimos anos. Há vinte anos vimos centenas de milhares de estudantes e jovens saindo às ruas e pintando seus rostos para pedir o impedimento do presidente Collor. Este foi, seguramente, o último movimento popular vultoso na história do nosso país. Interessante é constatar que, mesmo diante de notícias de corrupção ainda mais graves nos governos FHC, Lula e Dilma, nós permanecemos inertes.

Assistimos ao noticiário e lemos na internet sobre denúncias de violência crescente, de corrupção impune, de educação colapsada, de Justiça lenta e ineficaz, de carga tributária sufocante, de piadas sem graça protagonizadas por políticos. E agimos como os lemingues, rumando felizes ao precipício.

Reunimos 20 mil pessoas para ver o Joinville derrotar o Criciúma na Arena, mas eu duvido muito que conseguiríamos juntar a décima parte disto para uma assembleia popular de decisão do orçamento da cidade, por exemplo. Parece que uma vez terminado o processo eleitoral, basta descolar os adesivos e embainhar os discursos e está tudo como dantes no quartel de Abrantes. Soa como se nosso dever de cidadãos tenha acabado no dia 28 de outubro às 17h.

Não, meus caros cidadãos! É agora que começa nosso trabalho! Fiscalizar, cobrar, reivindicar, reclamar, discutir, participar, conhecer: são verbos que são indissociáveis do exercício da cidadania. Façamos nosso papel ser diário e deixar de ocorrer a cada dois anos.

Quando se contrata um funcionário para trabalhar em nossa casa ou empresa não estamos sempre de olho, acompanhando e fiscalizando o que faz e como ele trabalha? Por que faríamos diferente com os políticos, empregados nossos? Participemos, joinvilenses, pois só assim faremos Joinville voltar a ser a grande cidade de outrora.