quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Ponto


Prezado Jordi Castan,

         Diante do exposto em seu artigo “Vocês vão ficar milionários”, publicado no blog  Chuva Ácida, afirmo que você não participou de todas as discussões realizadas a respeito da nova Lei de Ordenamento Territorial (LOT). Portanto, pode ser que não tenha entendido o seu conteúdo ou que foi simplesmente um mal entendido. Estou à sua disposição e terei enorme prazer em recebê-lo em meu gabinete, ou em qualquer outro lugar, para que eu possa lhe explicar, olhando nos seus olhos, as suas dúvidas. Como educador e vereador tenho em meu perfil a característicade ensinar. Caso você tenha dificuldade de compreensão, por não ser brasileiro, faço questão de explicar, quantas vezes for necessário, até que haja entendimento correto do ocorrido no dia da reunião sobre a LOT. Quanto à sua afirmação de que não entendeu “quanto ascenderá a riqueza gerada” pelas minhas ações e emendas, quero lhe informar que você não deve basear a sua realidade com a dos outros. Se em seu “mundo” é comum esta troca defavores, comigo é diferente, pois mantenho intacta a ética e a moral herdada de meus pais.

Sem mais para o momento, despeço-me.
Atenciosamente,

Alodir Alves de Cristo
Vereador

Blog Chuva Ácida


Na semana passada, os integrantes do Chuva Ácida foram interpelados pela assessoria do vereador Alodir Cristo, que pedia um "direito de resposta" ao texto publicado aqui na última quinta-feira. Como o blogue é um espaço de opinião e não um espaço jornalístico, acreditamos que a categoria "direito de resposta" não se aplica. Mas quem acompanha o Chuva Ácida sabe que este espaço surgiu com a proposta de ser democrático, de propor o debate e valorizar o contraditório. Portanto, hoje estamos publicando o texto que o vereador Alodir Cristo pode entender como "direito de resposta", mas que para nós é apenas o normal exercício do contraditório. E deixamos uma recomendação: se no futuro alguém quiser exercer o tal "direito de resposta", não é preciso despender energias à toa, basta falar com qualquer um dos integrantes do blog e o espaço estará aberto.

Aliás, recomendamos a leitura da resposta do vereador e esperamos que tenha muitos acessos. Afinal, nada melhor que um texto para sabermos mais sobre o seu autor.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Oradores e oratória

Parafraseando W.S. Churchill, há políticos tão ruins que eles mesmos escrevem os seus discursos. O vereador Alodir Cristo dá uma demonstração do que pode ser um discurso político na Câmara de Vereadores de Joinville.

Deve ser assim mesmo...

POR FELIPE SILVEIRA

Nós, joinvilenses (os nascidos e os que aqui chegaram depois deste fato), temos um problema com o passado.  Cidade industrial, Joinville sempre funcionou mais ou menos do mesmo jeito que a “firma”: poucos mandam, muitos obedecem. Assim, carregamos essa mania feia de aceitar calados os mandos e desmandos daqueles que se auto-denominam poderosos. Talvez por medo do livro negro, sei lá... Sabe aquela lenda de que todos aqueles que incomodavam (reclamavam direitos?) tinham o nome marcado em um livro negro e nunca mais pegavam emprego na cidade? Ah, não conhece? Bom, eu ouvi isso dos mais velhos, mas sabe como é lenda, né?

Essa mania feia – e claro que não é uma particularidade joinvilense – persiste através dos tempos. Mesmo que a cidade tenha mudado, se tornado mais comercial e desenvolvido a área de serviços, mesmo que as leis garantam os direitos e que já não seja feio ser visto nas praças, a mania de deixar alguém mandar persiste. Uma mania que pode ser vista quando alguém diz “isso é assim mesmo”.

Mas o que eu acho mesmo inadmissível é a importância dada para certas entidades e empresários nesta cidade. Não dá para entender porque um representante de uma associação empresarial é convidado para um debate sobre mobilidade urbana ou convidado para qualquer outro debate. É evidente que, se ele representa uma associação empresarial ou comercial ou sei lá o que, ele vai defender os interesses de tal associação, e, consequentemente, não vai defender o interesse das pessoas e da comunidade. Vamos continuar dando essa importância a eles? Vamos admitir que a imprensa esteja sempre bajulando esses caras? Vamos admitir que uma das ordens de serviço mais aguardadas pela população joinvilense seja assinada na Acij, pelo governador, como se a entidade tivesse alguma ligação com o fato?

É estranho notar, também, que em determinados momentos, quando os empresários deveriam falar, eles se calam. É o caso do debate sobre transporte. Onde estão os empresários nesta discussão? Eu esperava que eles dialogassem com o povo – que está debatendo – sobre o melhor modelo de transporte para a população. E imagino que defenderiam o deles, claro. Eles acreditam que o modelo deles é o melhor, né?

Parece contraditório querer que eles se calem num parágrafo e debatam em outro, mas não é. Há momentos em que determinados empresários têm a obrigação de participar do debate, e não usar de outros canais (pelo telefone, sei lá) para exercer e chegar ao poder. A questão ambiental, por exemplo, exige que cada um explique o que faz e o que não faz. Há debates públicos, que exigem a participação. O que é bem diferente da bajulação que estamos acostumados a acompanhar.

Para finalizar, também acho incrível o boato de que certa família é dona de 1/3 das terras dessa cidade. Só pode ser outra lenda, né? Não há outra explicação. Porque, convenhamos, é terra a dar com o pé. Enquanto isso, milhares deixam a metade da renda da família para o aluguel, outro quarto da renda para o transporte, e torcendo para sobrar um pouquinho para a comida. Teatro, música, ingresso para o jogo do JEC ou do time de basquete, cinema, dinheiro para um jantar com a namorada? Que isso? Parece que algumas coisas são assim por aqui.

Eu não acho justo, mas, isso deve ser assim mesmo...

P.S.: O colega de blog Charles Henrique já tratou da importância excessiva dada às entidades empresariais aqui no Chuva Ácida. Assim que eu achar o link, compartilho com vocês.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

E sobre a licitação para a coleta de lixo, ninguém vai falar?

POR CHARLES HENRIQUE

Após a última semana ( a qual considero a mais importante da história do planejamento urbano desta cidade), com as discussões sobre a licitação do transporte coletivo, Lei de Ordenamento Territorial, mobilidade urbana, queda do Conselho da Cidade, e todos os furacões que por aqui passaram, precisamos colocar neste “balaio” mais um tema para discutir: a coleta de lixo.

O lixo que produzimos diariamente é coletado pela mesma empresa há muitos anos, e, em muito breve, o contrato com a Ambiental está para expirar. É de extrema importância que cobremos (da mesma forma que estamos cobrando em relação ao transporte coletivo) a licitação do lixo em Joinville. Desta maneira, poderemos ter evoluções no sistema, e não sermos mais reféns de um serviço que está ultrapassado (que se resume em coletas três vezes por semana de orgânicos e uma vez de reciclados), e que tem grandes deficiências.

Parece que um longa-metragem está se desenrolando em Joinville: grandes contratos de gaveta precisam ser desfeitos através de processos licitatórios. Ótimo, a cidade agradece. Mas por qual motivo ninguém está falando sobre a coleta de lixo? Este serviço é tão essencial quanto o transporte coletivo para o nosso dia-a-dia, e também precisa ser promovido através de uma concorrência pública.

Esta é a oportunidade de trazermos para a nossa cidade sistemas diferenciados para a coleta de nosso lixo, bem como discutir de forma séria e responsável a destinação de tudo o que produzimos, e que atualmente vai para o aterro sanitário. Será que a melhor forma é enterrar? E as outras? Há experiências muito interessantes em outras cidades Brasil afora, e este é o momento que a cidade tem para não ficar mais 15 anos estagnada, agredindo o meio ambiente da forma que agride hoje.