sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O melhor cinegrafista do mundo

POR ET BARTHES

Ser cinegrafista numa partida de tênis é bem fácil. Basta acompanhar a bolinha, ou, para aqueles que ficam no fundo de quadra, basta fixar o ângulo e pronto. Mas nesta partida algo de diferente aconteceu... ai, ai... seres humanos e seus vícios!!


Delícia, delícia, assim você me engorda!

POR GUILHERME GASSENFERTH

[Preâmbulo: dia desses um amigo disse que 95% de minhas postagens no Facebook eram sobre comida. Evidente exagero, mas não muito desconexo da realidade. E agora trago isto para o Chuva Ácida. É assim, foi só entrar um gordo para o blog começar a ter "gordice" e ganhar seu primeiro post sobre comida! Mas não será comum. Realmente gosto de escrever sobre comida, mas minha preferência disparada é comer.]

Nos últimos 10 anos, Joinville assistiu uma evolução gastronômica delicios... digo, vertiginosa!

Sinto falta de cafés como aqueles que vemos nos filmes, em Paris ou Viena, mas temos ótimas confeitarias, como a São José (a receita daquela torta salgada de frango, requeijão e palmito foi repassada por Deus!) e a Delikatessen Viktoria. Algumas panificadoras, como BrotHaus, Amor & Canela, da Vila e Bavária são pontos de parada às 4 da tarde pra tomar um gostoso café e saborear uma torta, ou às 18h30, voltando pra casa do trabalho. E temos também um café-bistrô, que quase ninguém conhece. Recomendo muito o Bistrô Antoine – na rua Fernando Machado, 190, no América, junto ao Espaço Cultural Avá Ramin. Ambiente agradável, comida boa e barata, decoração impecável - com uma atmosfera cultural impagável. Só que só abrirá de volta a partir do fim de janeiro.

Da memória coletiva, das histórias dos pais e avós, dá saudade de uma Joinville que nunca conheci, como diria o Charles Henrique. O sorvete com salada de frutas da Polar, o pão do Brunkow, os biscoitos e confeitos do velho Trinks – ainda no século XIX, a comida típica do Recanto do Marreco e do Bierkeller, os bons momentos no bar do Museu de Arte, no Ernest ou no Pinguim, a Antarctica de Joinville, o antigo bar do Sopp e as carnes da Churrascaria Familiar (desta ainda lembro, com água na boca). Das antigas ou nem tanto, felizmente alguns empreendimentos se mantém abertos: o Jerke e suas famosas empadas, competindo com as do também antigo Hasselmann, o Zeppelin e suas várias cervejas e aquela lingüiça que se frita na mesa do cliente, o Botequim da Frau – uma reinvenção do antigo bar da Frau Ritzmann, o Pinus, o restaurante do Glória, e alguns outros.

Dando uma esticadinha lá pelas bandas de Pirabeiraba e a zona rural, quem não gosta de comer os pasteis e tomar um caldo de cana no Max Moppi ou Rio da Prata? Dá pra almoçar no Serra Verde, Grün Wald ou Gute Küche, tomar um café colonial no Rudnick ou parar e comprar biscoitos, pães, bolos, melados e geléias coloniais direto do produtor, na Estrada da Ilha, Estrada Bonita ou na Dona Francisca! Isto tudo sem contar as iguarias que se comem nas festas típicas, como a do Pato, ou nas grandes festas de bodas, regadas a schwarzsauer, cerveja, eisbein, cerveja, marreco com repolho roxo e – por que não dizer – cerveja.

Nos últimos anos, as opções aumentaram muito, pra felicidade dos glutões como eu e da economia da cidade. Houve o florescimento da Via Gastronômica, antes só com a Slice – que pizza!,  o Pinus e o Fornão. Fora estes, só na rua Visconde de Taunay, temos ainda: Confeitaria XV, D.O.C., Paddock’s, Paiol, Bovary, Disk Gourmet, Myioshi, Le Jardin no Bourbon, Fatirella, o Panorâmico no Tannenhof, a pizzaria Hullen, Chimarrão, Musashi, Didge, Água Doce, Madrileño, Mango Tex Mex, Zum Schlauch, Subway, Fiji, Kib's, Fattori, Ásia, Biergarten, Pizza na Pedra, Otto, Gergelim. Ufa! Sim, são 30 opções em uma rua de 1.400 metros. Há também deliciosos restaurantes nas imediações da rua Ministro Calógeras (que ambiente e comida boa no Radio Burger!), da Max Colin (o tradicionalíssimo Sopp e as várias opções do Parque Opa), da Otto Boehm (no Mamma Lu ainda não fui), da Dona Francisca e da XV (um vinho e uma massa caseira no Trento ou Trentini vão muito bem no inverno). Vai também uma menção especial ao restaurante Socha, no Tênis Clube – comida boa sem pesar no bolso.

Foi pra balada e tá com fome? Pare num dos vários carrinhos de cachorro-quente - meus favoritos são o da Madol (hoje é Magazine Luiza, mas o nome antigo ficou pra mim), na frente do Hotel Blue Tree Towers; o do estacionamento da Dpaschoal, na João Colin; ou na frente da Casa China, também na João Colin, pertinho do Terminal Norte. Quer algo mais elaborado? O famoso Magrão (há controvérsias), Adriano, Xande ou o McDonald’s da Beira Rio.

No verão ou no inverno, frutos do mar sempre caem bem. Escolha pelo Martins, Evaristo, Pedrinni, Babitonga’s, Iate Clube, Beira Rio ou Polinésia. Quer caranguejo? Barbante, Caxias, Janga ou Alemão – sempre acompanhado de uma boa Original! A ideia é comer frutos do mar com visão deslumbrante? Dou duas opções: as petisqueiras da praia da Vigorelli ou ainda no longínquo Morro da Amaral. Sem infraestrutura pra chegar, mas vale a pena. No Morro do Amaral provei uns filezinhos de peixe-espada que são ótimos, ainda mais com uma vista emoldurada pela baía da Babitonga e mata atlântica, regado a cerveja e acompanhado de uma brisa leve. Ah, recomendo o bolinho de arraia da Mercearia Sofia, no Mercado Municipal! Nham!

Sirvo um parágrafo especial para o restaurante Poco Tapas, na rua Piauí, pertinho do Shopping Americanas. Que sensação! Gasta-se um pouco mais, mas é algo inesquecível. É uma experiência para os sentidos – olfato, paladar e visão. Recomendo demais! Segue o link da reportagem que saiu no Bom Dia Brasil, pro Brasil inteiro ver nosso restaurante: http://glo.bo/eEiRpL

Ficou com fome? Quer conhecer melhor os restaurantes de Joinville? Recomendo então o Festival Gastronômico de Joinville, que já está acontecendo em 24 restaurantes nesta edição verão, de 11 a 29 de janeiro. Um prato de entrada, o prato principal e uma sobremesa por R$ 29,90, em todas as casas. O link é www.gastronomiajoinville.com.br – no site constam as casas participantes e o cardápio que oferecem para o Festival. Estarei lá. Vale a pena conferir!

Em 2012, uma de minhas metas é perder 20kg. Mas com toda essa diversidade, tá difícil: Joinville está cada vez mais gostosa!

POST SCRIPTUM - SUGESTÕES DOS LEITORES


Eu sabia que o texto geraria algumas sugestões - algumas eu não conhecia, outras não couberam no texto que não tinha a pretensão de relacionar todos os bons restaurantes de Joinville. De qualquer modo, seguem abaixo as sugestões:

RESTAURANTES
Tante Frida (não seria Berta?) - Rebeca
Armazém Velho Condeixa - Nico Douat
Sabor do Mar - Zé Lazzaris
Poial Tropeiro - Zé Lazzaris
Rosti Haus - Zé Lazzaris e Diego Soares (e eu também adoro o local, esqueci!)
Veneza - Zé Lazzaris
Boteco que vende costela na Anita - Zé Lazzaris
Casas Orientais - Anônimo (Casa Oriental, China, China in Box... fora os citados Ásia, Myoshi, Musashi e o Niu Sushi que fica no Parque Opa. Esqueci algum?)
Hübener - Diego Soares
Croasonho - Diego Soares
Recanto do Osmar - Diego Soares
Peia - Diego Soares
Bezerro's Grill - Diego Soares


COMIDAS
Krakóvia do Duvoisin - Raquel Fausto
Roll Mops - Alexandre Setter com endosso do Luiz Eduardo Carvalho Silva

LEMBRANÇAS
Dietrich - Stefana e Arno Kumlehn
Bar do Museu de Arte - Stefana
Galetos - Clovis Gruner

Obrigado!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Um hotel de 30 andares... em 15 dias

ET BARTHES
Em alguns lugares, quando se fala numa obra - especialmente pública - ela demora, demora, demora… Pois não é assim para os chineses da Broad Sustainable Building Corporation. Os caras são mesmo rápidos. Há algum tempo tinham construído um hotel de 15 andares em seis dias. Mas não ficaram por aí. Tanto que acabam de concluir um novo hotel na província de Hunan, desta vez com 30 andares. O tempo de construção? Apenas 15 dias. E o mais interessante: o edifício passou por rigorosos testes, inclusive de resistência a terremotos.



Verde em Joinville: agora tem... agora não tem mais



POR JORDI CASTAN
Etienne P. Douat, leitor fiel deste espaço, me intimou a escrever sobre o verde urbano. Não vou aqui discorrer sobre dados e estatísticas para dizer que temos pouco verde. Mas vou me socorrer de dados apresentados pelo engenheiro agrônomo Gilberto P. Gayer, outro leitor deste blog, para quem os indicativos de referência de área verdes existentes são questionáveis.
Para o IBAMA/FATMA seria de 8 m² por habitante (indicativo usado para calcular as áreas verdes previstas nos licenciamentos ambientais de loteamentos e condomínios).
Já a Organização Mundial de Saúde (OMS) indica um mínimo de 12m² por habitante, mesmo sem ser clara a metodologia aplicada para chegar a este número.
“De qualquer forma, adotando o que a OMS define, em Joinville deveríamos ter um mínimo de 6 milhões de m² de área verde. 
Há quem diga que temos algo próximo de 80 m² por habitante, o que seria espantoso.
Porém, se considerarmos os mangues, rios, margens de baías e lagoas, cumes de morros e encostas mais íngremes, todos estes já são garantidos por lei federal (por enquanto).
Acrescenta-se os vazios urbanos que são privados e podem sumir a qualquer instante.
E sobra muito pouco. As cotas 40 são espalhadas e privadas.
Por isto há a necessidade de políticas de criação de Unidades de Conservação (como a ARIE do Boa Vista e Iririú), e principalmente de arborização urbana”, diz Gayer.
A EMOÇÃO DO VERDE - Não tem como não se emocionar ao chegar a Joinville pela primeira vez. Eu continuo me emocionando quando a chegada é por avião. Sobrevoar a Baia da Babitonga, a Lagoa de Saguaçu e as áreas de mangue é um espetáculo. As áreas remanescentes de verde nos morros do Boa Vista e do Iririú e a vista do verde intenso da Serra do Mar não podem deixar a ninguém indiferente.
Se a chegada é por carro, seja pela BR- 376 ou pela SC- 301, descendo de Curitiba ou de Campo Alegre, a impressão não é menos intensa. Esta impressão nos deixa com a percepção que Joinville é – ou deve ser – a capital internacional do verde e que contamos com percentuais de verde invejáveis para cada cidadão.
Mas estes dados, como tantos outros que nos são apresentados a cada dia, para nos convencer disto ou de aquilo, podem ser incluídos numa teoria científica bem consolidada, a “Teoria do Frango”. O estudo prova que se eu comi dois frangos e você nenhum, na média cada um de nos comeu um frango.
A maioria das áreas verdes que um turista poderia observar ao sobrevoar Joinville, na metade da década de 90, já não existe mais. As áreas foram desmatadas, ocupadas, urbanizadas e continuam a ser com intensidade e velocidade cada vez maior. O avanço da urbanificação sobre as áreas rurais tem o estímulo descarado do poder público em nome do desenvolvimento.
Gosto de citar, um caso emblemático do Rio de Janeiro, o Morro da Viúva as margens da enseada de Botafogo.

 Além da imagem que ilustra este post, e que mostra o Morro da Viúva rodeado por uma muralha de prédios. Duas imagens uma anterior a construção do aterro do Flamengo e a outra bem atual, servem para evidenciar a ameaça real que os nossos morros sofrem, com bandos de aloprados gananciosos estimulando o adensamento e a verticalização em volta dos morros do Boa Vista e Iririu.

ECOCHATOS E DESOCUPADOS - O verde preservado pela legislação federal, como os topos de morro, os manguezais e as margens de rios e lagoas, são espaços de preservação permanente e não podem ser considerados espaços para o lazer urbano, não atendem a estas necessidades. No caso de Joinville o avanço criminoso feito sobre os rios, as suas margens e os fundos de vale exigirá pesados investimentos públicos. Segundo os números apresentados pelo poder público, pouco mais de R$ 1 bilhão. Desnecessário dizer que estes recursos não existem e não devem aparecer facilmente.
O verde por habitante deve ser considerado pelo conjunto de praças e parques, por um lado, e pela soma do patrimônio que representa a arborização urbana do outro. Joinville tem perdido, de acordo com os dados do próprio poder público, mais de 40% das árvores que existiam nas vias públicas na década de 90. E além de não terem sido repostas as perdas, tampouco tem continuado o plantio.

O problema principal pode ser a percepção muito forte de que há um enorme estoque de verde urbano. De que esta é uma das cidades que mais perto está do paraíso. E também de os defensores da preservação da qualidade de vida representada pelo verde são uma minoria absoluta de ecochatos e desocupados.



O discurso desenvolvimentista dos talibãs do tijolo aproveita bem esta percepção da maioria. E é por isto que o verde que você já viu, hoje não vê mais. Como por arte mágica, ele está desaparecendo. Mas, ao contrário, das apresentações de mágicos e ilusionistas, ele não reaparece em outra parte do cenário.