quarta-feira, 15 de agosto de 2018
terça-feira, 14 de agosto de 2018
Quem ainda tem a cara de pau de dizer que Lula não é preso político?
POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Atenção que não sou eu a dizer, mas sim a coluna Radar, da revista “Veja”, esse oráculo da direita. Diz a nota: “O desembargador Gebran Neto admitiu a amigos que ignorou a letra fria da lei ao dar decisão contrária à soltura de Lula, desconsiderando a competência do juiz de plantão. Gebran alegou que era a única saída para evitar um erro ainda mais danoso: libertar o petista”. Não é preciso lembrar que a confissão do desembargador está relacionada ao despacho do desembargador Rogério Favreto, que determinava a soltura do ex-presidente.
Lembremos. A decisão de Rogério Favreto, plantonista do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, iniciou um cabo de guerra que, num único dia, mobilizou gente de todo o lado: solta, não solta, solta, não solta. E não soltaram. O caso fez mesmo com que o juiz Sérgio Moro interromper o descanso na Fortaleza da Solidão (a casa do Superman) para tentar impedir a decisão de Favreto. Ora, ora, ora… todos sabemos que o juiz de Curitiba estava de férias - o que era motivo suficiente para ficar sossegado - e que do ponto de vista hierárquico ele está um degrauzinho abaixo do desembargador. Mas os “superheróis” nunca descansam, né?
Foi uma comédia com muitos intervenientes. E só acabou quando o quando o presidente do TRF4, Carlos Eduardo Thompson Flores, entrou em cena e devolveu o caso ao desembargador João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato na corte e o mesmo que confessou ter feito vistas grossas para a letra fria da lei. Mas as revelações mais recentes não ficam por aí. E agora aparece o diretor-geral da PF, Rogério Galloro, a explicar o que aconteceu naquele dia. Ao ser perguntado se em algum momento pensou em soltar o ex-presidente, deu uma resposta esclarecedora.
“Diante das divergências, decidimos fazer a nossa interpretação. Concluímos que iríamos cumprir a decisão do plantonista do TRF-4. Falei para o ministro Raul Jungmann (Segurança Pública): ‘Ministro, nós vamos soltar’. Em seguida, a (procuradora-geral da República) Raquel Dodge me ligou e disse que estava protocolando no STJ (Superior Tribunal de Justiça) contra a soltura. ‘E agora?’ Depois foi o (presidente do TRF-4) Thompson (Flores) quem nos ligou. ‘Eu estou determinando, não soltem’. O telefonema dele veio antes de expirar uma hora. Valeu o telefonema”, disse.
Gebran Neto, Thompson Flores, Sérgio Moro, Raquel Dodge, Raul Jungmann. O jogo tem muitos atores e nenhum deles escapa da ilação legítima de que estão a fazer ativismo político. O sistema está em putrefação e essa gente nem tenta disfarçar que o objetivo de manter Luís Inácio Lula da Silva na cadeia. A todo custo. E quando a política entra pelas portas de um tribunal, a justiça foge por uma janela. Aliás, depois destes acontecimentos - todos publicados na imprensa - alguém ainda tem a cara de pau de dizer que Lula não é um preso político?
É a dança da chuva.
Atenção que não sou eu a dizer, mas sim a coluna Radar, da revista “Veja”, esse oráculo da direita. Diz a nota: “O desembargador Gebran Neto admitiu a amigos que ignorou a letra fria da lei ao dar decisão contrária à soltura de Lula, desconsiderando a competência do juiz de plantão. Gebran alegou que era a única saída para evitar um erro ainda mais danoso: libertar o petista”. Não é preciso lembrar que a confissão do desembargador está relacionada ao despacho do desembargador Rogério Favreto, que determinava a soltura do ex-presidente.
Lembremos. A decisão de Rogério Favreto, plantonista do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, iniciou um cabo de guerra que, num único dia, mobilizou gente de todo o lado: solta, não solta, solta, não solta. E não soltaram. O caso fez mesmo com que o juiz Sérgio Moro interromper o descanso na Fortaleza da Solidão (a casa do Superman) para tentar impedir a decisão de Favreto. Ora, ora, ora… todos sabemos que o juiz de Curitiba estava de férias - o que era motivo suficiente para ficar sossegado - e que do ponto de vista hierárquico ele está um degrauzinho abaixo do desembargador. Mas os “superheróis” nunca descansam, né?
Foi uma comédia com muitos intervenientes. E só acabou quando o quando o presidente do TRF4, Carlos Eduardo Thompson Flores, entrou em cena e devolveu o caso ao desembargador João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato na corte e o mesmo que confessou ter feito vistas grossas para a letra fria da lei. Mas as revelações mais recentes não ficam por aí. E agora aparece o diretor-geral da PF, Rogério Galloro, a explicar o que aconteceu naquele dia. Ao ser perguntado se em algum momento pensou em soltar o ex-presidente, deu uma resposta esclarecedora.
“Diante das divergências, decidimos fazer a nossa interpretação. Concluímos que iríamos cumprir a decisão do plantonista do TRF-4. Falei para o ministro Raul Jungmann (Segurança Pública): ‘Ministro, nós vamos soltar’. Em seguida, a (procuradora-geral da República) Raquel Dodge me ligou e disse que estava protocolando no STJ (Superior Tribunal de Justiça) contra a soltura. ‘E agora?’ Depois foi o (presidente do TRF-4) Thompson (Flores) quem nos ligou. ‘Eu estou determinando, não soltem’. O telefonema dele veio antes de expirar uma hora. Valeu o telefonema”, disse.
Gebran Neto, Thompson Flores, Sérgio Moro, Raquel Dodge, Raul Jungmann. O jogo tem muitos atores e nenhum deles escapa da ilação legítima de que estão a fazer ativismo político. O sistema está em putrefação e essa gente nem tenta disfarçar que o objetivo de manter Luís Inácio Lula da Silva na cadeia. A todo custo. E quando a política entra pelas portas de um tribunal, a justiça foge por uma janela. Aliás, depois destes acontecimentos - todos publicados na imprensa - alguém ainda tem a cara de pau de dizer que Lula não é um preso político?
É a dança da chuva.
segunda-feira, 13 de agosto de 2018
É hora de mudar. O modelo político esgotou...
POR JORDI CASTAN
O cenário eleitoral
está posto. Os candidatos, como cavalos antes de uma corrida, estão prontos para
a largada. Para o Legislativo, o resultado será conhecido já no dia 7 de
outubro. Para o Executivo - em alguns estados - e para presidente será necessário esperar
os resultados do segundo turno. Não há hoje um quadro claro que faça prever que
o presidente será eleito já no primeiro turno.
Independente do
que venha a acontecer até lá, fica claro que o modelo eleitoral brasileiro está
esgotado, o eleitor tem a obrigação de votar e pode votar nas poucas
alternativas que os partidos apresentam. A falta de renovação do sistema e a
dificuldade imposta pelo modelo atual, que impede o surgimento de novas lideranças, condenam o
eleitor a ter que escolher entre os mesmos de sempre. Sem renovação real, sem
alternativas, a política nacional está cada dia mais podre. As alianças
mais espúrias são possíveis porque não há nem moral, nem princípios que sobrevivam.
Todo o sistema eleitoral
e o modelo político está construído para perpetuar as antigas capitanias hereditárias. Os nomes são os mesmos e os objetivos continuam sendo os mesmos que cem ou
duzentos anos atrás, ou seja, a perpetuação dos mesmos clãs no poder. Em Santa Catarina, os mesmos nomes, as mesmas famílias. Um cheiro de ranço, de velho, de mofo. Não
há, entre os candidatos ao Executivo ou ao Legislativo qualquer novidade. Os
partidos, convertidos em espaços de poder privado, apresentam sempre os mesmos
nomes, os mesmos candidatos, as mesmas propostas. A política catarinense fede. Falta ar fresco, luz e muita água e sabão para limpar tanta
podridão. Não podemos contar com nenhum salvador da pátria. Não virá um Héracles
moderno a limpar os estábulos de Áugias.
O modelo partidário está
corrompido, esgotado. E sem uma mudança radical de modelo continuaremos vendo os mesmos nomes e sobrenomes, as mesmas propostas, as mesmas maracutaias. E o país está cada vez mais perdido. A única saída, antes da falência completa deste modelo, é entender que é hora de renovar, de não reeleger nenhum dos políticos
que ai estão, que o tempo deles já passou, que nada fizeram pelo Brasil. Eles só
enriqueceram, fizeram negociatas e não se preocuparam com o cidadão.
É hora de acabar com o
fundo partidário. No Brasil que extinguiu, em boa hora, a obrigatoriedade da contribuição
sindical, o fundo partidário é um anacronismo. A política só mudará
com gente nova, com novas ideias, com novas propostas. É hora de mudar. Vamos
começar não reelegendo ninguém desses que aqui estão. É tempo de mudança.
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