sábado, 24 de setembro de 2016

Darci de Matos: indústria 4.0 está chegando

















POR DARCI DE MATOS

O avanço tecnológico da humanidade está acontecendo a uma velocidade crescente nos últimos 200 anos. Hoje, um operário que não se recicla ao longo de sua vida profissional corre o risco de perder o emprego mais rapidamente. Grande parte disso acontece por causa da informática. E a maior novidade nesta área já tem um nome: indústria 4.0. 

A explicação está ligada às etapas desta revolução: a primeira aconteceu com o uso do vapor para mover as máquinas de produção; a segunda com a produção em massa com ajuda da eletricidade e a terceira com a introdução da robotização. A quarta ainda é um conceito, mas pretende mudar completamente a rotina do chão de fábrica.

A indústria 4.0 engloba as principais inovações tecnológicas dos campos de automação, controle e tecnologia da informação, aplicadas aos processos de manufatura. Os processos de produção tendem a se tornar cada vez mais eficientes, autônomos e customizáveis. Com as fábricas inteligentes, novas formas aparecerão na elaboração de produtos manufaturados.

Neste mundo supercompetitivo quem não se adequar aos novos tempos corre o risco de desaparecer. Joinville é o terceiro maior polo industrial do Sul do País e há necessidade da cidade estabelecer planos para 2050. Não basta apenas a empresa decidir se adequar à nova realidade. Em primeiro lugar há que se pensar na formação da mão-de-obra. E aí temos que trazer o ensino para o século 21. As avaliações do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) mostram que o nível de aprendizagem dos estudantes está muito abaixo do recomendável. Este gargalo prejudica enormemente a indústria que vai contar com tecnologias de alto nível que exigem conhecimento profundo.

Portanto, o gestor que quiser manter a cidade no rumo do progresso deve interagir com os empresários para oferecer condições propícias para o seu desenvolvimento. O crescimento econômico interessa a todos. Por isso, a comunidade deve se preparar para a revolução da indústria 4.0. Uma mão ajudará a outra nos preparativos para as mudanças que se anunciam.
 
 Darci de Matos é deputado estadual e candidato a prefeito

Rodrigo Bornholdt: qualificar Joinville como centro de inovação
















POR RODRIGO BORNHOLDT

Joinville sempre teve uma vitalidade impressionante, mas hoje está apequenada, diminuída, sem rumo, sem futuro. E isso porque não foram criadas as ferramentas institucionais para canalizar toda essa energia. O resultado são milhares de empreendedores emergentes órfãos de uma liderança, sem saber o que fazer com os seus sonhos.

A Prefeitura, a maior empregadora do município, não pode se omitir. Precisa se adaptar, se antecipar às mudanças, simplificando seus processos, desburocratizando para acompanhar este tsunami que se avizinha. Já há quem diga que “vivemos não mais uma época de mudanças, mas uma mudança de época”, um momentum disruptivo.

A quarta revolução industrial já está em nossos calcanhares, pronta para gerar ganhadores e perdedores. Hoje, a ameaça aos empregos já não está mais na indústria. Os softwares inteligentes estão chegando ao comércio e aos serviços.

Por isso, é preciso ousar fazer diferente, com audácia e coragem para liderar esse novo tempo. É preciso ter ousadia, criatividade e coragem para afastar os riscos presentes em toda crise e buscar as oportunidades que ela traz. E é o que pretendo fazer: redirecionar as nossas potencialidades, redefinir o nosso futuro.

Vamos fomentar inovações institucionais que atraiam novas práticas produtivas.
Temos de abrir espaço para a nova economia criativa, formada por empresas ou startups focadas no design, softwares, games, aplicativos, inteligência artificial, impressão 3D, nanotecnologia, biotecnologia, estocagem de dados e de energia, internet das coisas... 

Vamos proporcionar as condições para a expansão do ecossistema criativo da nova economia e qualificar Joinville como centro internacional de inovação, criatividade e conhecimento.

Não podemos nos render ao ditado inexistente, mas real: “em terra de cego quem tem um olho emigra”.

Para isso vamos criar o Moinho do Silício, incubadora criativa que aglutinará empresas de excelência, evitando a fuga dos nossos melhores cérebros criativos e atraindo novas mentes voltadas para esse futuro conectado e criativo.

Vamos articular parcerias privadas e público-privadas para alavancar o desenvolvimento desses setores de ponta, seja na cultura, seja na tecnologia, estimulando o empreendedorismo e o cooperativismo com isenções parciais e articulando um processo de redes produtivas entre as indústrias tradicionais já instaladas e os novos negócios.

Rodrigo Bornhodt é advogado, professor universitário e candidato a prefeito de Joinville


Dr. Xuxo: agilidade versus morosidade
















POR DR. XUXO

A maior característica dessa nova revolução tecnológica é a agilidade. Enquanto a principal característica da máquina pública, hoje, é a morosidade. Está claro. Precisamos desburocratizar os processos e criar um ambiente favorável à criação de novos negócios. Isso casa com as nossas ações de longo prazo pensando em uma mudança real na Joinville de 200 anos.


Só assim a Prefeitura deixa de ser âncora e se transforma em motor para os empreendedores. Além disso, se eu tivesse certeza absoluta, já estaria dando palestra no Vale do Silício.

Dr. Xuxo é médico e candidato a prefeito de Joinville

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

O Chuva Ácida completa cinco anos. E é hoje...

POR CHUVA ÁCIDA

Hoje o Chuva Ácida completa cinco anos. Ao fazer uma leitura do primeiro post (onde era feito um statement) fica a certeza de que muitos objetivos foram alcançados. Não deixa de ser curioso que a expressão mais usada tenha sido “democracia” (e suas variantes), porque a proposta inicial passava por promover uma democratização da mídia. Eis um ponto importante. Fizemos a nossa parte, apesar de que a mídia tradicional, centrada em velhos modelos, ainda vive num deficit democrático.

A diversidade de pensamento era outra proposta e também foi conseguida. O Chuva Ácida tornou-se um palco de diversidade política. Acolheu vozes do feminismo. Abriu espaço para o debate do racismo. Serviu como meio para a expressão de questões complexas, como as relacionadas aos movimentos LGBT. Enfim, o blog fez mais pela diversidade do que a velha mídia fez em décadas. A estratégia do blog continua a apontar para esse caminho. Muito provavelmente até intensificar essas abordagens.


Enfim, temos a pretensão de dizer que o Chuva Ácida efetivamente trouxe uma nova energia para o plano mediático de Joinville. Porque foi – e continuará a ir – onde outros não ousam. E o mais importante: sempre agindo pelas regras do jogo democrático.

A seguir, uma reprodução do nosso primeiro post. O leitor e a leitora poderão conferir a proposta feita há cinco anos.


O mal naturalizado














POR LIZANDRA CARPES

Vivemos em uma sociedade que encara como “o mal” apenas as grandes violências, terrorismo e o acompanha pela mídia manipuladora e vil que temos no Brasil. Logo, existem fatos que caem na insignificância e geram a banalidade do mal. Vem sempre de maneira manipulada pelo poder hegemônico e se alia aos preconceitos e ignorância das massas. A banalização do mal é tão orquestrada pelos que estão no poder que os próprios oprimidos acreditam que esta é a natureza do curso da humanidade.

Em muitos casos o violador de direitos “cumpre ordens”, no estilo daqueles que organizaram o Holocausto que Hanna Arendt descreve tão bem, a respeito do julgamento do nazista Adolf Eichmann. De acordo com esta leitura, ela levanta que o maior mal do mundo é aquele perpetrado por ninguém: o mal que é consequência de um sistema. É claro que ela retratou um fato histórico, mas a teoria vale para muitas situações onde o mal é banalizado.

Hoje é possível dizer que a banalidade do mal perpassa, por exemplo, no chão de fábrica. Uma gama de profissionais que atendem apenas ao apelo do sistema capitalista e jogam por terra a ética profissional de trabalhar “para e com as pessoas”. Criam formas de escravizá-las e maltratá-las. Engenharia, Ergonomia, Medicina e Gestão Interna, todas voltadas para as linhas de produção e lucro. O resultado são pessoas mutiladas fisicamente e psicologicamente.

Sem contar que se naturalizam também os preconceitos, inclusive com piadas. Naturalizar o preconceito é uma das mais cruéis formas de banalizar o mal. A xenofobia e a LGBTfobia são as mais contempladas na banalização do mal. É muito comum associar o nome de cidades e regiões do Brasil a  xingamentos, características e adjetivos pejorativos. Não é diferente com as referências às pessoas LGBT’s, usando a orientação sexual como ataque. Esta banalização se torna visceral dentro da sociedade e só termina com a violência que extermina vidas.

A banalidade do mal passa pela linguagem, pelo discurso e se concretiza quando o percentual de mortes neonatal de uma cidade é apresentado como  “excelente” por estar abaixo da média, porque vidas viram números e estatísticas. A banalidade do mal se expressa nas retiradas de direitos e nos ataques à Educação com a medida provisória que tira a obrigatoriedade e a oportunidade de toda uma nação falar sobre arte, filosofia, sociologia e educação física. E banalizar o mal se torna crônico e quase imperceptível, porque até os questionamentos serão abafados.


E quando a história nos questionar quem permitiu estas violações e banalização do mal, uns dirão que foi o governo. E os homens dos governos vão responder que foram eleitos pelo povo.