segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Kenhé?


Fortuna e virtú maquiaveliana



POR JORDI CASTAN


Estamos às portas de uma eleição. Faltam poucos dias para votar no próximo prefeito e decidir o futuro de Joinville para os próximos quatro anos. Uma boa oportunidade para avaliar o quanto do futuro será resultado da “fortuna”, da sorte, do acaso e quanto será o resultado da “virtú”, da competência, da capacidade. Os termos maquiavelianos fazem referência àquilo que depende da sorte e ao que é o resultado do nosso esforço e do nosso trabalho.

A maior parte do que somos hoje como cidade é resultado da fortuna, da omissão, da mediocridade, de esperar e acreditar na, sempre volúvel, sorte. O crescimento aqui acaba sendo o resultado do acaso, muito mais que do planejamento e dos riscos assumidos. O poder público sempre tem estado um ou dois passos atrás da sociedade.

Joinville é hoje o resultado de anos de “deixar correr solto”, de “não fazer”. Em outras palavras, o velho “laisser faire, laisser passer” do século 19 impera solto. Como os três macaquinhos, não ver, não ouvir e não falar. Representam hoje a nossa forma de administrar. E não só na administração pública, mas também em muitas das nossas entidades mais representativas. O que tem se convertido, numa característica da nossa forma de ser.

Evidentemente se a fortuna nos é propícia, e nenhum desastre maior acontece, o resultado do esforço de uma comunidade operosa e empreendedora como a nossa, acaba aparecendo e a sociedade avança. Com menos velocidade do que merece, mas avança em um ritmo tão lento que as nossas ações são corretivas sempre, uma vez que somos incapazes de nos antecipar aos acontecimentos. Não existe uma visão consolidada de como poderá ser a Joinville do amanhã e, sem que possamos trabalhar pelo que não conseguimos prever, seremos o resultado da fortuna ou do azar. "Avançamos" é uma figura de linguagem, aos poucos e de forma errática.

Imaginei, por um átimo, por um simples instante, o que poderia ser desta Joinville, se ao abrir as urnas, os eleitores tivessem escolhido votar na "virtú" em lugar de escolher de novo a "fortuna". "Virtú" entendida como o voto na inovação, no esforço, na ação, no talento. Se Joinville optasse por acreditar no ímpeto e na capacidade de renovação. Os mesmos que historicamente foram os esteios primordiais desta cidade que amamos. Se a "Virtú" voltasse a ser o nosso impulso maior, a nossa força motriz, a nossa vocação em lugar de seguir acreditando na sorte.

sábado, 17 de setembro de 2016

O melhor curso de Powerpoint do mundo

















POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

O tema Powerpoint está na ordem do dia. Muita gente tem falado, mas poucos sabem como fazer uma boa apresentação. É uma janela de oportunidade que me levou a criar um curso para faturar uns troquinhos. A intenção é elaborar um programa convincente e bem estruturado e por isso fiz um benchmarking para descobrir o que há de melhor no Brasil. E eis que surge o Curso Powerpoint MPF, imaginado para superar todas as suas expectativas. 

Eis o programa que imaginei:


sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Quebrou barreiras








POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Quando o Blog Chuva Ácida foi criado, não imaginava que ele teria um poder tão grande para quebrar barreiras. Até 2011, poucos se aventuravam em debater ou emitir informações pela internet. As mídias tradicionais ainda dominavam a veiculação das notícias, dos debates e, principalmente, das opiniões.

O que nosso blog fez, a meu ver, foi uma democratização da opinião, fugindo da imprensa marrom ou das tradicionais bocas alugadas que ainda persistem e ocupam poderosos espaços no rádio, na TV e no jornal. Ouso dizer que ditou um novo modelo, tanto é que o investimento em internet aumentou por aqueles que viram (no Chuva Ácida) uma ameaça.


Assim, em 5 anos, muito foi discutido por aqui, e pouco passou pela tangente. Nossos blogueiros cumpriram um papel fundamental de denúncia, desconstrução ou relativização daquilo que é visível às margens do Rio Cachoeira.

Qual canalha você vai ajudar a eleger?

POR FELIPE SILVEIRA

Faltam apenas duas semanas para a eleição municipal e parece que a campanha mal começou para uma boa parte da população. Parte disso é culpa da contrarreforma promovida por Eduardo Cunha, que reduziu muito a discussão política. Mas também é culpa da TV, que demoniza a política, e nossa, que aceitamos essa demonização. Isso apenas beneficia aqueles que se valem da não-política para ganhar votos. Aqueles que se valem de demagogia são os maiores beneficiados da falta de discussão, como pastores verborrágicos e apresentadores de rádio e TV que se valem da fama.

Nos Estados Unidos, curiosamente, a campanha eleitoral começa muito antes da eleição, como todos nós pudemos acompanhar nas convenções Democrata e Republicana. Nelas, os pré-candidatos debateram, confrontaram ideias e escolheram os melhores entre os seus. Ops. Quer dizer, escolheram um dos seus, porque não há dúvidas que Trump representa o que há de mais podre na sociedade. Mas a discussão foi feita.

Aqui demonizamos esta discussão e ajudamos a eleger canalhas que desviam dinheiro que seria da compra de ambulâncias, empresários que mal conseguem falar em debates e governam para associações empresariais, gente que defende a violência e a ditadura, vereadores que compram votos, que se valem de concessões públicas comunitárias para ganhar dinheiro e poder e até, pasmem, deputados que já foram condenados à prisão pelo STF, mas que não estão em regime fechado porque o crime havia preescrito.

O que me surpreende é que pessoas, mesmo aqueles que geralmente são bem informadas sobre vários assuntos, desconhecem a regra eleitoral. As pessoas não sabem que seus votos vão para a soma total da coligação, elegendo os primeiros colocados. Assim, elas votam naquele amigão que só vai fazer 300 votos, mas que no fim ajudam a eleger o político canalha que já está há sete mandatos roubando ou desperdiçando dinheiro público.

O problema é que esse esquema todo afasta a população da política, que até vota em pessoas diferentes visando a renovação, mas, por não saber como funciona o processo, acaba reproduzindo o mesmo de sempre.

Porém, não existe alternativa que não seja política. Ou nos envolvemos e disputamos o rumo da sociedade ou deixamos na mão de quem só vai nos levar para o abismo. Por isso, não adianta ficar quatro anos batendo boca no facebook para chegar na hora da eleição e simplemente se esconder. Chegou a hora de decidir. Escolha um bom candidato, veja quem ele vai ajudar a eleger e vá para a rua convencer alguém.