terça-feira, 21 de julho de 2015

Arnold Schwarzeneger e o exterminador

POR ET BARTHES

Uma pegadinha com Arnold Schwarzeneger novamente no papel do "Exterminador do Futuro". Há cenas engraçadas e o filme já tem mais de 23 milhões de visualizações.  

Comece por você


POR FELIPE CARDOSO

Parece que aquele clichê do “comece a mudar o mundo por você” nunca fez tanto sentido antes como faz agora. As pessoas clamam por mudança, mas ficam à espera de alguém para mudar ou da criação de um botão que reinicie tudo ou que faça as coisas melhorarem rapidamente.

Os avanços tecnológicos e a crença em um salvador talvez impeçam de notarmos o potencial que existe dentro de cada um de nós e o poder que temos para consertar os erros cometidos.

A tentativa de nos livrar do sentimento de culpa e viver tranquilamente sem assumir as nossas responsabilidades e os nossos privilégios diante das injustiças presentes na nossa sociedade é o principal fator que nos impede de conquistar a mudança que tanto queremos.

Para tornar algo melhor, você precisa observar o que há de ruim, apontar esses erros, adotar uma estratégia e começar a combater o que existe de errado até que se chegue ao objetivo desejado.

Empresas fazem isso. Movimentos sociais também. Só que em um lugar ele é aceito e aclamado e em outro ele é criticado e silenciado.

Eu como homem devo assumir os meus privilégios em relação as mulheres. Devo admitir o meu machismo por mais que ache que não estou fazendo nada para oprimi-las, pois devo compreender que só de estar vivendo em um sistema que silencia, violenta e abusa das mulheres já me torno um machista. Só de rir de uma piada já faz com que eu contribua para a propagação do preconceito e o mantimento do status quo.

Somos criados e ensinados a depositar a culpa sempre no outro, mas nunca somos ensinados a fazer a autocrítica, a nos olharmos no espelho e apontarmos os nossos erros e acertos, as nossas vantagens e desvantagens, as nossas necessidades e os nossos privilégios.

Quem não se conhece e não se analisa não será capaz de conhecer e analisar o mundo.

Então quando nos é apontado ou feito uma crítica de algo que fizemos ou falamos, devemos perder o costume de negar e apenas apontar os erros alheios.

Devemos nos assumir como seres errantes e procurar consertar esses erros diariamente. Esse processo chama-se desconstrução. A partir do momento que você não se assume como machista, racista ou homofóbico você não se permite e não permite que o mundo mude para melhor.

Não conseguiremos alterar hábitos criados há séculos com uma solução simples e rápida. É um processo lento, que exige diálogos, debates e criações. Mas para que isso aconteça precisamos assumir para, assim, permitir.

Essa desconstrução é diária e precisa ser analisada em todas as esferas sociais, econômicas, políticas e culturais da nossa sociedade. Em casa, no trabalho, na escola, na faculdade, na TV, nas conversas, nas representações, nos discursos... Enfim, em tudo e em todos.

Não se trata de começar a enxergar tudo como “mimimi” ou tudo como preconceito, trata-se de mudança. E a mudança incomoda setores conservadores que não querem perder seus privilégios e os lucros que adquirem com tudo isso.

Após assumir, analisar e dialogar é necessário colocar em prática, realizar ações educacionais para crianças e jovens, cobrar a criação de políticas públicas que contribuam com essas mudanças, é preciso reivindicar, ir a luta, participar e dar voz aos movimentos sociais, dialogando, interagindo, sugerindo e contribuindo.

Não devemos entrar na onda do sensacionalismo e nem ajudar a propagar discursos e atos violentos. Todo esse alvoroço e a tentativa de mostrar um caos de maneira superficial e degradante tem o objetivo único de nos amedrontar para, assim, nos influenciar a aprovar leis e tomar decisões precipitadas que acabarão nos prejudicando, novamente, em um futuro não muito distante.

A mudança acontece diariamente e começa pela desconstrução e pela autocrítica de cada indivíduo para depois se transformar em algo coletivo.

Comece por você!

segunda-feira, 20 de julho de 2015

O mito da gestão ruiu












O tema é Udo Dohler. E para não ficar só nas críticas, vamos falar do que funciona: o controle da mídia, o patrulhamento das redes sociais e o uso de recursos públicos para manter a imprensa amordaçada está funcionando bastante bem. Mas será suficiente? Nos dias de hoje não é possível tapar o sol com uma peneira. As redes sociais são um espaço de participação democrática difícil de calar. Não por acaso que jornais impressos estão perdendo espaço para quem busca estar informado e hoje encontra informações independentes em outros meios.

O rei vai nu. Anais Nin escreveu que quando o mito fracassa é quando o amor começa. Acrescentaria que quando não é amor... é o ódio o que começa. Passados mais de dois anos e meio de governo - e faltando pouco mais de um -, o mito do gestor eficiente está definitivamente esfarelado. O ídolo dos pés de barro mostra hoje, para quem quiser e tiver isenção, o que é: um gestor mediano, num cargo que não consegue preencher.


Para a maioria da população o choque de gestão  propalado aos quatro ventos durante a campanha virou "gestón". O povo é cruel. Mais cruel ainda quando esta desiludido e se sente traído.
No caso do prefeito é difícil dizer onde sua gestão patina mais, mas a saúde é seu maior fracasso pessoal. A saída intempestiva da secretária da Saúde tem mais motivos que os publicamente anunciados, e devem ser buscados em outro prédio da mesma avenida. A saúde enfrenta problemas gravíssimos e há dezenas de ações correndo na Justiça para garantir o acesso aos serviços de saúde, a medicamentos e a consultas. Decisões recentes são demolidoras e não deixam dúvida. Para quem tinha décadas de experiência é um resultado vergonhoso.
As outras áreas de gestão municipal não estão melhor. Não há ação de governo que não enfrente problemas, atrasos e percalços. Propor a "Joinville do Futuro" para os joinvilenses que ainda esperam a do passado não esta funcionando e o relógio é implacável. Não resta tempo hábil para cumprir o que foi prometido na campanha.
O mito do gestor de sucesso caiu e ao esfarelar-se deixa aparecer o homem, com seus defeitos e virtudes. A gestão esta sob o escrutínio diário do eleitor e a palavra que mais se escuta hoje é decepção.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Lula investigado: diplomacia vira tráfico


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Luiz Inácio Lula da Silva vai ser investigado. Há muita gente a comemorar. Se antes os opositores se limitavam a arreganhar os dentes, agora pensam em morder a reputação do ex-presidente. A oposição solta foguetes e a imprensa conservadora se empenha em empolar o fato. O problema é que, mais uma vez, parece ser um não-fato. Ou, talvez, mais uma ópera bufa da Justiça brasileira.

Investigar o ex-presidente por “tráfico de influência internacional” é descabido, quase ao limite do non-sense. Tentar criminalizar a diplomacia econômica (é o nome da coisa e acontece em todos os países) é estapafúrdio e irrazoável. Lula é um dos grandes divulgadores do Brasil por esse mundão. Aliás, nunca a "marca Brasil" teve um endorser tão empenhado e eficaz. E nunca o país desfrutou de uma imagem tão positiva no exterior.

Aliás, esse aspecto exige um comentário. Desde que Lula chegou ao governo, a imagem do Brasil passou a ser respeitada em todo o mundo e o país saiu da minoridade (a velha teoria da dependência) para tornar-se um player respeitado. O que, sabemos todos, acaba por repercutir na economia, uma vez que atrai investidores. Mas as investidas da oposição, useira e vezeira de táticas suicidas (essa gente parece determinada em arrastar o país de volta para o charco), tem provocado efeitos contrários.

A imagem do Brasil está a ser muito prejudicada no exterior, em especial durante o governo de Dilma Rousseff. As informações que chegam aos outros países têm origem na imprensa conservadora brasileira (reacionária, diria) e transmitem uma imagem de caos que assusta os investidores. Hoje a visão catastrofista vendida pela mídia não se limita ao Brasil, mas chega a outras latitudes.

É estranho que Luiz Inácio Lula da Silva seja respeitado em todo o mundo, mas alvo de uma caça insana no Brasil. E tudo apenas por taticismo político dos seus adversários. Quem anda aí pelo mundo sabe que as pessoas, ao encontraram um brasileiro, antes perguntavam por Pelé ou Senna, mas hoje falam em Lula. Aliás, se vale o comentário, ninguém recebe tantos doutorados honoris causa apenas pela cor dos olhos.

Pode aparecer um opositor e dizer: “Lula recebeu dinheiro nessas viagens”. Deve ter recebido, uma vez que as palestras são pagas. Se sonegou informações ou impostos, obviamente deve responder por isso. Mas não parece ser o caso. Até porque não há bases consistentes na denúncia. Usar como fonte a imprensa conservadora, cujo histórico recente tem sido deplorável, é temerário. Aliás, se houvesse um tostãozinho em jogo, Lula já teria sido esforricado. Ninguém duvida. Afinal, nem todos são Zelotes.

Enfim, é uma ironia sem tamanho. Lula poder ter problemas com a Justiça por fazer diplomacia econômica e tentar ajudar as empresas nacionais. Em países mais avançados esse papel seria motivo para homenagens. Mas estamos a falar do Brasil... e tudo é possível. Até um obscuro procurador tentar virar herói dos conservadores. Déjà vu.


É a dança da chuva.