POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Mesmo que consiga mobilizar multidões (há um
esforço muito grande da imprensa e da oposição nesse sentido), o 15 de Março
vai ser sempre um fracasso. Pelo simples fato de que nada tem a oferecer ao
país. É um movimento sem proposta, revanchista e que tem o ódio de classe como
motor. A seguir, os 10 “porquês” dessa antevisão.
1. Porque não há uma argamassa ideológica capaz de dar massa crítica ao movimento. Não há consistência e as ideias estão
coladas com cuspe.
2. Porque é um movimento que rejeita a democracia e assenta na simples negação da realidade. Uma neurose coletiva não pode orientar planos de governo.
3. Porque não é um movimento clarificador. Não há um projeto para o dia seguinte.
Os manifestantes não sabem para onde vão, apenas estão a caminho...
4. Porque não há militantes, apenas
manifestantes. É o tipo de gente que rejeita a política e que, por falta de
habituação às lutas (palavra que rejeitam), acaba por desmobilizar rapidamente.
5. Porque é um movimento feito por pessoas sem
estofo intelectual ou coragem física. Ou seja, sofrem quando têm que pensar e
se acovardam diante da “ponta da baioneta” (no sentido figurado, claro). Quem segue revoltados online, por exemplo, só merece pena.
6. Porque os ódios não produzem
utopias. Ou seja, não têm um projeto para levar a sociedade de um lugar para
outro. A não ser, talvez, para ao caos.
7. Porque os verdadeiros “organizadores” se
mantiveram na penumbra. A massa prefere líderes visíveis. Ninguém segue sombras.
8. Porque há um contra-senso incontornável. Os
manifestantes vão sair às ruas para criticar a corrupção, mas a marchar ao lado de notórios corruptos.
9. Porque não há intelectuais. O movimento tem
à cabeça o pior do país em termos civilizacionais. Fascistas, fundamentalistas
e toda espécie de reacionários devem estar na linha da frente.
10. Porque se houver multidões a
participar do protesto, isso tem um significado
perverso: os meios de comunicação tradicionais mantêm o poder de manipular as
massas. E ninguém ganha com isso, porque é o tipo de coisa que só acontece em países
atrasados.
É como diz o velho deitado: "vocês ainda não viram nada".