segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
A doce arte de assassinar reputações
POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Não é preciso estar muito atento para ver as
tentativas de assassinato de reputação que alguns meios da imprensa brasileira
produzem contra os seus desafetos. Falsos testemunhos, denúncias orquestradas
ou depoimentos suspeitos fazem parte da estratégia. Mas o que antes parecia ser
território exclusivo da imprensa, agora também se espalhou pelas redes sociais.
Digam lá, leitor e leitora, quantas vezes por
dia vocês recebem denúncias mandrake nas redes sociais? O bolsa-bandido. A casa
milionária do Lulinha. Os gringos que querem tomar a Amazônia. A fortuna
pessoal de Lula, que apareceu na capa da Forbes como milionário (uma grana
calculada em cerca de R$ 2 milhões). Ou que Dilma liberou Belo Monte e o chefe
Raoni chorou. E por aí vai. Houve um tempo em que me dava ao trabalho de
desmentir. Mas é um trabalho de Sísifo e deixei para lá.
O fato é que as coisas também podem acontecer numa
escala menor, no nosso dia a dia. Hoje pela manhã, ao dar uma olhada no
Facebook, dei de cara com um post a dizer: “outra denúncia recebida pelo PSB
Mulher que precisa ser verificada a veracidade dos fatos”. Era uma espécie de
denúncia sobre uma festa de formatura da Fundamas, de alunos ainda não formados
e que teria mesmo contado com a presença do presidente da entidade e do prefeito
Carlito Merss.
Não interessa discutir aqui se houve algum
regabofe na praia. Não tenho os fatos e nem vontade de correr atrás. Que
investigue quem tem a obrigação de investigar. Se houver alguma ilegalidade,
que seja usada a lei. Se houver alguma imoralidade, que seja o cidadão a fazer
o julgamento. O que interessa discutir é a forma displicente como as pessoas
andam a disparar denúncias pelas redes sociais sem se preocuparem em checar os
fatos.
Porque o próprio texto do post (numa frase mal
formada) afirma que “precisa ser verificada a veracidade dos fatos”. E, no
entanto, a autora publica a tal denúncia sem qualquer verificação. Ora, isso
tem um nome: leviandade. Qualquer pessoa de bom senso sabe que os fatos tem, no
mínimo, duas versões. Sem a versão dos acusados – sejam culpados ou não – o que
a pessoa está a fazer é prestar um desserviço à democracia.
O resultado prático dessa leviandade é que o
texto se espalhou e deu origem a três partilhas e quatro dezenas de
comentários (a expressiva maioria negativos). Mas uma coisa ficou evidente: muitas
pessoas envolvidas nessa difusão da denúncia não parecem estar interessadas na
verdade, mas apenas em detonar a reputação das pessoas. Não é preciso ser
jurista para saber que as pessoas são inocentes até que se prove a culpa.
Vou repetir. Não estou a defender as pessoas
envolvidas na tal denúncia, até porque não as conheço. Se erraram, que paguem.
Mas essa lógica deve valer também para a pessoa que espalhou uma notícia. Publicar uma denúncia que admite precisar de
confirmação é uma forma de iniciar uma tentativa de assassinato de reputação. E se o que o post insinua não for confirmado? Aliás, se não houver qualquer ilegalidade, acho
que a autora também deveria enfrentar o rigor da lei.
Ética...
domingo, 9 de dezembro de 2012
Publicidade e a questão de gênero
POR FERNANDA POMPERMAIER
A Suécia há muitos anos discute essa questão e nota-se no dia a dia a diferença. Os homens não tem o hábito de olhar para as mulheres de forma maliciosa, sabe aquela secada? Não existe. Mesmo que a mulher esteja de míni-saia. E isso acontece porque para ele, ela é uma igual e não um objeto de desejo que precisa ser apreciado. É muito comum ver homens empurrando carrinhos de bebês, fazendo sua parte nos afazeres domésticos, conversando ou negociando com a mulheres com respeito e igualdade. Esses são apenas alguns exemplos, eu poderia continuar On and On. Há 3 semanas, por exemplo, meu marido teve na empresa, uma palestra com todos os funcionários sobre a igualdade de gêneros. As iniciativas estão em todos os espaços, toda a cultura da sociedade tem essa questão em pensamento. E é claro que isso reflete na publicidade.
Aqui vou abrir um parêntese, em algum momento da minha vida eu achei que a televisão aberta brasileira era essa porcaria porque era isso que a maioria das pessoas queriam ver e claro, dá audiência. Hoje penso que a televisão é responsável pela construção intelectual do seu público. Por exemplo, algumas pessoas, como eu, acham absurda a quantidade excessiva de mulheres semi-nuas na nossa tv. Você quase não consegue assistir um programa sem que apareça alguém sem roupa, um estímulo sexual que eu preferiria guardar para um momento a dois e não assistir com a família inteira no sofá da sala. Mas quem nasceu após os anos 80 ou 90 está tão habituado a essas imagens que nem as percebe mais. Que tipo de exigência tem esse telespectador? Se boa parte da sua formação cultural esta relacionada a nossa tv, estamos ferrados.
Voltando à publicidade.
Podemos achar que o anúncio que ponho a seguir é um resultado da cultura sueca ou ele foi elaborado com o objetivo de colaborar com a igualdade entre os gêneros dentro da cultura sueca?
Para quem acha estranho ver menino brincar de boneca, como pedagoga te digo que a criança brinca para compreender o mundo adulto. Se ela vê o pai cuidando de um bebê, ela vai querer repetir o gesto e experimentar essa sensação. Se você como pai quer participar de verdade da vida do filho tem que estar presente em todos os momentos, não só quando está limpo e alimentado. Então compreenda que essa é uma brincadeira importante e inofensiva.
O anúncio é atual e certeza, tem o objetivo de vender para pais conscientes de que seus filhos tem o direito de brincar sem repressão.
http://laughingsquid.com/swedish-toy-company-publishes-a-gender-neutral-holiday-toy-catalog/
Fernanda é joinvilense, professora de educação infantil e mora na Suécia há quase 2 anos. Escreve o http://vivernasuecia.blogspot.com.br/
Quer companhia para caminhar?
ET BARTHES
Você quer dar uma caminhadinha básica e não tem companhia? Veja o filme e descubra que ela pode estar onde menos espera.sábado, 8 de dezembro de 2012
Agora que pobre anda de avião...
POR ET BARTHES
O humorista Marcelo Adnet dá a maior zoada com as elites brasileiras. E fica uma pergunta: será que tem gente que pensa assim?
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