segunda-feira, 19 de março de 2012

Um dia de fúria

POR ET BARTHES

Há dias maus. É o caso deste trabalhador na recolha do lixo. Por alguma razão, ele ficou irritado com o trabalho e simplesmente destruiu tudo o que via à frente. Infelizmente para ele, hoje em dia há câmaras espalhadas por todo lado e a fúria destruidora foi registrada.  Será que ele mantém o emprego?




A eleição já chegou às redes sociais

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

As eleições para a Prefeitura de Joinville ainda estão longe no calendário, mas pelo menos no mundo digital a briga já está acesa. E o Twitter – cada vez menos uma rede social e cada vez mais uma rede de informação – é o palco perfeito para esse embate. Tanto que alguns pré-candidatos já têm as suas hashtags (são aquelas coisas com um #). Para quem não está habituado às redes sociais, as hashtags são um slogan que pretende levar uma proposta e convencer os eleitores. E algumas já são de domínio público. 

#JOINVILLENOCAMINHOCERTO
Não dá para saber se é a hashtag oficial de Carlito, mas já se lê bastante por aí. É mesmo o caminho certo? Isso só o eleitor poderá dizer no dia das eleições. Mas pelo menos ficamos a saber, pela voz do próprio prefeito, que nesse caminho não tem asfalto casca de ovo (como todos sabemos, é uma alfinetada no antecessor, Marco Tebaldi).
Mas o slogan pede uma reflexão. Talvez o problema da atual administração não seja o caminho, mas sim o destino. Até este momento boa parte da população parece não ter percebido onde se pretende chegar. A mensagem não passou, apesar da intensificação dos esforços de comunicação dos últimos meses. Nas atuais condições, será que o slogan não é muito otimista? Pelo menos uma coisa é certa: um otimista pode não saber para onde está indo, mas está a caminho.

#JOINVILLEBEMDENOVO
É a hashtag usada pelos caras do PSDB antes de serem atropelados pela candidatura (mais que provável) de Marco Tebaldi. Será que com a volta do patrão o slogan sobrevive? Talvez não. Afinal, é justo que os joinvilenses perguntem: a proposta de “Joinville bem de novo” é uma referência a que época? Ao século passado? Porque certamente não estamos a falar do governo Tebaldi.
Aliás, ou eu andei muito distraído ou Tebaldi saiu da prefeitura pela porta dos fundos, com um índice e aprovação que oscilava entre o ridículo e o risível. Aliás, se em Joinville ele saiu pela porta dos fundos, em Floripa saiu pela janela, defenestrado por Colombo.
Mesmo com tantos insucessos, Tebaldi aparece bem nas pesquisas de opinião. O que significa que a memória das pessoas não vai além do que comeram no café da manhã. A oposição tem um remédio. É só começar a distribuir Memoriol (medicamento para a memória) para a população. Afinal, parece que a falta de memória dos eleitores é o melhor cabo eleitoral de muitos políticos.

#RENOVAJOINVILLE
A proposta de renovação é sempre sedutora. Mas talvez o slogan devesse ser “remoça, Joinville”. Porque ou as coisas ainda não estão bem explicadas ou parece que até este momento a unique selling propositon (USP) do grupo parece ser a juventude.
O Renova Joinville corre o risco de parecer como uma pessoa jovem e bonita – mas apenas jovem e bonita. Ou seja, com poucas ideias. Até é fácil namorar uma pessoa assim, mas na hora de casar a coisa exige uma reflexão mais demorada.
Aliás, neste caso nem sabemos se essa pessoa jovem está pronta para casar, porque ainda não tem a permissão da família (o partido). Se obtiver essa permissão, então vai precisar passar a ideia de que a renovação não está na data da carteira de identidade, mas na superioridade das propostas. É esperar para ver.

HARSH-TAGS - Há pré-candidatos que ainda não tem as suas hashtags. Até porque neste momento seriam "harsh-tags" (ou seja, ainda estariam em bruto e precisariam ser afinadas). Mas arrisco alguns comentários.

#COMUDOEUMUDO
É claro que ainda não existe. Mas o slogan “Com Udo Eu Mudo” é uma construção do próprio LHS e serve bem para uma hastag. E sem querer questionar os dotes do senador na construção de rimas, acho que é perigoso: a maioria das palavras terminadas em “udo” não dá boas coisas. Eu, pelo menos, sou capaz de imaginar umas 50 rimas sem ir ao dicionário. E todas elas pouco lisonjeiras. Melhor repensar. 

#OQUESOBREVIVER
Ok... essa hashtag também não existe. Mas Darci de Matos, um dos candidatos do PSD, terá que encarar o embate interno frente a frente, olhos nos olhos. Por uma razão simples. Não dá para virar de costas, porque o risco da facada é grande.
Só que Darci, como todo bom matuto do Paraná, com certeza já pescou no “corgo” (é como eles dizem córrego por lá). E sabe que em rio que tem traíra o pescador não dorme com a vara na mão: porque se cochilar o cigarro de palha cai...
O outro candidato, Clarikennedy Nunes, um twitteiro muito prolífico, já assumiu que quer ser a mosca na sopa. Não sei se é boa ideia. Talvez ele tenha esquecido que quando cai na sopa a mosca geralmente morre afogada. Além de provocar repulsa.

domingo, 18 de março de 2012

O que eles querem do espectador?


POR ET BARTHES
O que eles prometem? Qual é a proposta? O que esperam do espectador? Para eles, pelo menos, uma vida apaixonante. Veja o vídeo e descubra o que eles querem do espectador.



A prova de que lemos e escrevemos


POR VANESSA BENCZ*

Eram 9 da manhã, e o outono começava a se evidenciar com um vento fresquinho. Eu tinha 18 anos e saí de casa levando comigo um motivo especial. Queria ver de perto essa tal Feira do Livro que os jornais e a televisão falavam que ocorreria em Joinville, pela primeira vez. Eu nunca tinha visto uma coisa dessas na minha vida. Eu amava ler; então, era minha obrigação levantar cedo para conferir tal evento.
Lembro-me da sensação de incredulidade, quando avancei pelo Expocentro Edmundo Doubrawa. Vi aqueles quiosques ainda sendo montados. Livros sendo empilhados, um por um, em mesas e nas prateleiras das estantes. Pessoas apressadas, amontoando obras literárias de capas coloridas, conferindo cor, vida e mistério ao ambiente. Meio amortecida, avancei pelos corredores e senti o aroma de livros novos e antigos; o perfume que nos faz estremecer, ao aproximar o nariz das páginas de um livro desejado.

Parei no quiosque da Editora UFSC para observar melhor aqueles livros de capa amarela. Eram livros de cálculo. O homem que montava o quiosque perguntou se eu queria ajudá-lo a organizar os livros. Aceitei. E não saí mais de lá, até o final da feira – foi o meu primeiro emprego. O mais próximo, desde então, daquilo que eu sempre amei: a literatura.

Eu organizava os livros em uma mesa de madeira, e também os vendia para os visitantes. De livro – mesmo os de cálculo - eu entendo! Aquele homem remunerou o meu serviço, ao final do evento, com três livros e muitas palavras de agradecimento.

É com imenso carinho que eu guardo a lembrança da primeira Feira do Livro. Não apenas porque foi lá que experimentei o entusiasmo em trabalhar com livros. E, sim, porque vi nascer e crescer um evento que hoje é parte imprescindível de Joinville.

Na edição de 2008, acompanhei de perto a organização para a feira. Sueli Brandão, que encabeça o evento desde o começo, corria contra o tempo para amarrar toda a programação da melhor maneira. Tive a oportunidade de redigir, para a programação, um breve currículo de cada escritor famoso que viria. Me senti novamente integrada à feira, e com muito orgulho.

Nas edições que se seguiram, fiz cobertura jornalística da feira para os diversos veículos em que trabalhei. Mas, em nenhuma das edições, eu tive a ousadia em imaginar que um dia eu teria a chance de lançar um livro na feira, o que estou muito perto de realizar.

A gente sempre tem carinho por aquilo ou aqueles que vemos crescer. A feira, hoje, já é peça importante no quebra-cabeça que é Joinville. Estamos na nona edição, que começa em 12 de abril e dura 11 dias. E fico muito feliz em ver que o evento novamente será realizado no Expocentro Edmundo Doubrawa.
Não que não achasse legal quando era na praça Nereu Ramos – foi uma fase importante, até para levar os livros para mais perto da rua, do nosso cotidiano, do nosso caminho e da relação com a cidade, com aquilo que é urbano. Mas, no caso da Feira do Livro de Joinville, acho elegante – e até mais seguro, por causa das chuvas típicas da cidade – deixar os protagonistas dessa festa reinarem em um local especial, paralelo à correria do miolo da cidade.

A Feira do Livro é imprescindível para o leitor, e também para o escritor. Principalmente o escritor joinvilense. Este tem uma responsabilidade dobrada, quando se trata da feira. Eles são o argumento da festa, a prova de que aqui se lê, e aqui também se escreve. Quase uma coisa subsistente: aqui nós lemos, e também escrevemos. E nós lemos o que nós escrevemos.

Sugiro que todos os moradores de Joinville tirem um tempinho para visitar a Feira do Livro de Joinville. Mesmo que você nem goste tanto assim de ler. Porque com certeza você vai encontrar um outro tipo de manifestação artística que lhe chame a atenção – seja um grupo de atores brincando, um quiosque de bugigangas coloridas ou, quem sabe, a capa de um livro que te acorde a vontade de ler. E vai que alguém te convida para ajudar a organizar os livros em uma prateleira? No meu caso, mudou os rumos da minha história.

* Vanessa Bencz é jornalista.

sábado, 17 de março de 2012

Era mesmo necessário?

POR ET BARTHES
Em política, a gestão da imagem é coisa séria. E no caso deste filme é justo fazer algumas perguntas. Quem decidiu pôr esta entrevista no ar? Quais foram os critérios editoriais? Será que o próprio entrevistado iria aprovar? Será que eles acham que está tudo certo nessa peça? Era mesmo necessário?