sábado, 21 de janeiro de 2012

Ter ou não ter


POR RODRIGO COELHO

"Temos que respeitar personagens históricos do PDT. Mas um partido não pode viver só de passado. Tem que se voltar para o futuro".
Pedro Taques, Senador da República pelo PDT/MT.
Uma das mais famosas frases da literatura mundial, "ser ou não ser, eis a questão", citada pelo personagem Hamlet, de William Shakespeare, na peça que leva o mesmo nome, pode muito bem ser aplicada ao PDT de Joinville. No caso, trocaríamos apenas uma letra: "ter ou não ter candidato próprio, eis a questão". 
Obviamente o objetivo desse texto não é fazer uma promoção pessoal sobre a minha pré-candidatura a prefeito pelo PDT. Muito menos, tecerei críticas ao Governo Carlito, apesar do crônico imobilismo e a desastrosa gestão já serem motivos mais que suficientes para que não só o PDT, mas outros partidos também tenham candidato próprio. A verdade é uma só: a cidade está abandonada e precisa de novos rumos.

Sendo assim, agradeço o convite do Chuva Ácida e aproveitarei o espaço para destacar alguns pontos que entendo importantes para o PDT deixar o governo petista e participar do pleito majoritário de 2012, em Joinville. Penso que chegou a hora de o PDT pensar grande e deixar de ser um puxadinho do PT.

Pois bem, talvez uma das maiores contribuições de Leonel Brizola ao folclore político nacional, para designar o gado propenso à fuga, é a expressão gaúcha "costear o alambrado", usada, no campo político, para caracterizar políticos que trocam de lado ou mudam posturas e rasgam discursos. Infelizmente, isso é o que vem acontecendo com uma ala do PDT local.

Aliás, não só em Joinville, mas em nosso país, precisamos resgatar a credibilidade dos homens públicos. E os jovens tem um papel fundamental nesse processo, não só virtualmente, através das mídias sociais, com as novas formas de se mobilizar, protestar etc. É preciso também participar do processo político.

O PDT – Partido Democrático Trabalhista, liderado por Leonel Brizola, surgiu em 17 de junho de 1979, em Lisboa, fruto do encontro de trabalhistas do Brasil com os trabalhistas que estavam no exílio. Desse encontro, surgiu a Carta de Lisboa, o documento que definiu as bases do novo partido. O objetivo era reavivar o PTB - Partido Trabalhista Brasileiro, criado por Getúlio Vargas e levado ao cabo com o golpe de 1964, e do qual participaram João Goulart, Darcy Ribeiro e Doutel de Andrade, entre outros. 

No entanto, uma manobra jurídica, patrocinada pela ditadura, conferiu, em 12 de maio de 1980, a sigla a um outro grupo. No dia 25 de maio, numa reunião realizada na ABI – Associação Brasileira de Imprensa , na Cinelândia, foram aprovados o programa, o manifesto e os estatutos do Partido Democrático Trabalhista – PDT, cujas bandeiras e compromissos são vários. 


Mas, sem dúvida, a mais destacada é a educação. Promover, nos dizeres do senador Cristovam Buarque (PDT/DF), uma verdadeira revolução na educação, que assegure o ensino público, gratuito e de qualidade a todos os níveis e permita reorganizar a rede escolar, vinculando a educação com a formação profissional, a pesquisa e o trabalho. E as escolas em tempo integral, os CIEPs (Centros Integrados de Educação Integral) são o grande exemplo disso.

Finalizo ratificando que o calendário político desse novo ano reserva para outubro uma oportunidade impar: as eleições municipais, nas quais elegeremos milhares de vereadores e mais de 5.000 mil prefeitos e vice-prefeitos em todo o país. 
Todos sabemos que o poder local é aquele que proporciona o mais efetivo exercício da cidadania.
Nas cidades é possível um acompanhamento muito mais próximo das políticas públicas. É nas cidades que tudo acontece. Em nenhum outro nível de poder consegue-se implementar com tanta intensidade uma gestão eficiente, com planejamento, metas e resultados; políticas de geração de emprego; valorização do servidor público; atenção prioritária à saúde e à educação; políticas de mobilidade urbana, sustentabilidade ambiental etc.
Portanto, eleger um bom prefeito faz toda a diferença. E o PDT de Joinville está preparado para esse desafio.

Rodrigo Coelho, advogado, rodrigo@coelhoneto.adv.br, twitter @coelho_rodrigo.

Bananalidades e... "a obra é minha"

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Já fomos mais inteligentes?


POR ET BARTHES
Somos perfeitos idiotas? Fúteis? Já fomos mais inteligentes? Os problemas brasileiros estão todos resolvidos? O que você acha das questões colocadas pelo jornalista Carlos Nascimento no jornal do SBT? Afinal, ele reclama da exagerada atenção dada ao Big Brother e ao caso da Luiza... e nesse momento ele próprio dá demasiada atenção a eles.


As ONGs, os Ministérios e a pilantropia

POR GUILHERME GASSENFERTH


Com os escândalos envolvendo ONGs (Organizações Não-Governamentais) e dinheiro público no ano passado, três ministros do governo Dilma caíram em 2011: Pedro Novais, do Turismo; Orlando Silva, dos Esportes; e Carlos Lupi, do Trabalho. E tais fatos lamentáveis acenderam o fogo do debate sobre as ONGs. Comum era (é) ouvir perguntas como: são boas ou não? São criadas apenas para usurpar de dinheiro público? Se é não-governamental, como pode receber dinheiro do governo?

Na mais aceita das estimativas, o Brasil possui hoje entre 300 e 400 mil ONGs, com base em um levantamento do IBGE em 2005. Há quem diga um milhão. Eu prefiro crer nestas cerca de 400 mil. Mas quantas são corruptas no cerne? Quantas nasceram com intenção de desviar verbas? Mil? Que seja dois, três mil. Não são 1% do total de ONGs. E em não sendo 1%, é injusto taxar todas as ONGs de usurpadoras de recursos do governo (ou nossos). Ademais, as ONGs existem, no geral, para ocupar uma lacuna deixada pelo Estado, que não consegue atender todas as demandas sociais – é quando a sociedade se organiza para prestar estes serviços.

No recente escândalo do Ministério dos Transportes que derrubou o ex-Ministro Orlando Silva, o atual ocupante da pasta, Aldo Rebelo, diz que a culpa pelos problemas ocorridos são das ONGs. Oh, sim, Sr. Ministro. A corrupção é assim mesmo: as ONGs entraram no Ministério sorrateiramente, sem ninguém ver, foram até o cofre e se refestelaram. Não houve alguém que liberou isso dentro do Ministério, não há favorecidos, ninguém do governo saiu lucrando. Ridículo, vazio, irresponsável. Eu poderia até ficar mais chocado com esta declaração, mas o quê dizer de alguém que negou a existência do mensalão três vezes?

O que quero mostrar é que não se pode afirmar que as ONGs são criminosas. Sem dúvida, existe no Brasil o que se conhece por “pilantropia” – a criativa contração entre as palavras pilantra e filantropia. Há ratos asquerosos que se aproveitam da facilidade de receber recursos por meio de convênios e criam ONGs de fachada para enriquecerem. Contudo, as boas ONGs também querem a punição e fechamento destas entidades. Nós, representantes das ONGs, também queremos mais fiscalização. Pedimos, há anos, um marco regulatório pro setor. E vamos continuar com a nossa luta – pelo aumento do impacto social positivo que causamos e também pela depuração das entidades que compõem o nosso setor. Elas prestam um serviço hoje indispensável à população. É quase impossível afirmar o que seria da nossa cidade sem a força do Terceiro Setor.

Temos em Joinville exemplos de ONGs que funcionam há dezenas de anos prestando importantíssimos serviços à sociedade joinvilense. É o caso do Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville, a mais antiga corporação do gênero na América Latina, há 120 anos defendendo nossa gente e nosso patrimônio. O Hospital Dona Helena, com mais de 80 anos, é uma associação sem fins lucrativos (sim, eles cobram pelo atendimento, mas os recursos não vão para o bolso de um “dono”, devem por força de Lei ser reinvestidos nos objetivos da ONG – no caso, o atendimento hospitalar). A SOCIESC, mantenedora de umas das melhores escolas técnicas do Brasil, é uma ONG. O Banco de Olhos de Joinville, o Lar da Mãe Abigail, a AACD/ARCD, o Rotary Club, o Lions Club, a Creche Conde Modesto Leal, a APAE, a ADEJ, a AJIDEVI, a Associação Joinvilense de Teatro etc. Todas são ONGs. Em Joinville temos inclusive uma associação de ONGs, a AJOS (também uma ONG), que promove anualmente a Festa da Solidariedade, entre outras atividades.

Defendamos e apoiemos o trabalho das ONGs. É como diz o comercial da Coca Cola: “Há razões para acreditar. Os bons são a maioria.”

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Todos sem calças no metrô


POR ET BARTHES

Eis uma coisa que nunca iria acontecer em Joinville. Não por falta de voluntários, mas por falta de metrô. Há alguns dias, milhares de pessoas participaram do 11º Annual No Pants Subway Ride (passeio anual sem calças no metrô) em 59 cidades de 27 países. Só em Noviorque foram 4 mil pessoas. O resultado é o que podemos ver no filme. Não tente entender,  apenas veja.