POR JORDI CASTAN
Inicialmente o texto de hoje tinha como objetivo
discorrer sobre o Rei e Senhor da Idiotia, o Príncipe da Estupidez, o Paxá da Imbecilidade, o Sufa dos Idiotas. Fui aconselhado a não fazê-lo. Discutir com
idiotas é uma causa perdida. Desperdício de tempo. Não há como manter um mínimo de racionalidade ou
de bom senso. Aí a unica saída é descer ao seu nível e neste ponto
você perde sempre, porque eles ganham pela sua maior experiencia.
Assim que sem muito
tempo para mudar de tema, preferi escrever sobre os conformistas, que fazem
do convívio com idiotas uma arte e um exercício diário.
Nada a ver com o protagonista do filme de
Bernardo Bertolucci e roteiro de Alberto Moravia. Os conformistas estão hoje
por todos os lados. Invadem-nos e nos envolvem com sua atitude passiva, com seu conformismo militante. Tolamente se alegram e fazem algaravia por
qualquer coisa menor, como se fosse um grande acontecimento e merecesse todo
este barulho.
Os conformistas são esta gente que se satisfaz
com pouco, algumas vezes ficam contentes com nada, enchem os seus espíritos
vazios de ar, de pura empulhação, que os alimenta e nutre. Acreditam em
palavras vazias, imaginam que porque algum político diz que vai inaugurar isto
ou aquilo, em determinada data, aquilo é uma verdade absoluta. Ignorando, no
seu conformismo, que nem o próprio político acredita no que afirma.
Os conformistas são como um lastro que não nos deixa avançar, nos mantêm presos à nossa mediocridade provinciana e nos impedem de sonhar e de ir além. Querem nos convencer que estamos muito bem, que vivemos na melhor cidade de Santa Catarina, no melhor estado do país e no melhor país do mundo. Que os dados do censo mostrem que as desigualdades subsistem, que as diferenças entre os mais ricos e os mais pobres permanecem, que o salário médio é baixo. Os conformistas querem que mantenhamos uma venda sobre os olhos, que não possamos enxergar como as coisas deveriam ser, e que não nos rebelemos contra a situação que aqui esta.
Os conformistas são como um lastro que não nos deixa avançar, nos mantêm presos à nossa mediocridade provinciana e nos impedem de sonhar e de ir além. Querem nos convencer que estamos muito bem, que vivemos na melhor cidade de Santa Catarina, no melhor estado do país e no melhor país do mundo. Que os dados do censo mostrem que as desigualdades subsistem, que as diferenças entre os mais ricos e os mais pobres permanecem, que o salário médio é baixo. Os conformistas querem que mantenhamos uma venda sobre os olhos, que não possamos enxergar como as coisas deveriam ser, e que não nos rebelemos contra a situação que aqui esta.
Alguns são conformistas porque não conhecem
outra realidade e acreditam piamente que vivemos no melhor dos mundos. Outros levam
o seu conformismo ao extremo de imaginar que isto é o melhor a que podemos
aspirar e que, mesmo sabendo que existem alternativas melhores que a nossa, elas
estão fora do nosso alcance, ou porque não as merecemos ou porque somos
incapazes de atingi-la. E acabam ficando fora do nosso alcance. Como na fábula
de Esopo, em que uma raposa morta de fome vê uma parreira carregada de cachos de
uva, intenta alcançá-la e depois de árduos intentos desiste alegando que as
uvas estão verdes.
Fazer do conformismo uma corrente que nos
prende à mediocridade é condenar-nos a permanecer servis, a não avançar, a não
sonhar, a aceitar como boas soluções medianas, remendos de solução, é um
castigo injusto e desproporcional para uma cidade que merece mais e aspira a um
futuro melhor, que já foi altiva, orgulhosa e exemplo, e que hoje insiste em
conformar-se com pouco ou com muito pouco. A única solução é enfrentar este
conformismo capacho, mantendo-nos firmes e indômitos.
E nos debatemos eternamente entre o domínio dos idiotas ou a mesmice modorrenta dos conformistas.