POR JORDI CASTAN
O final do governo Carlito
Merss e do seu PT merece ser analisado desde vários ângulos. A entrevista queconcedeu ao jornal A Noticia de Joinville mostra que, apesar do tempo
transcorrido desde a sua entrada na política, a sua longa carreira política e
de ter governado Joinville durante quatro anos, o prefeito não conseguiu
aprender com os seus erros. Parte da dificuldade em aprender com os erros deriva do fato de não considerar como próprios os erros cometidos. É justamente
este um dos seus maiores erros.
O grupo de acólitos que
formou o núcleo duro do seu governo foi o que mais ajudou a cavar a sua fossa política,
ao fazê-lo acreditar que não houve em Joinville outro governo melhor, mais democrático,
mais participativo, que tenha realizado mais quantidade de obras e que tenha
mudado tanto e de forma tão determinante o perfil da cidade.
Proponho, neste momento, que ofereçamos flores a este grupo de rebeldes que chegou ao poder depois de
repetidas investidas e que, tendo conseguido alcançá-lo pelo voto, desperdiçou a
oportunidade histórica. Acreditaram que seria possível governar
desde a teoria, que a sociedade compreenderia a falta de experiência, que o
joinvilense seria condescendente com um grupo que tentou substituir a incompetência
pelo entusiasmo. Mas a paciência teve um limite. E este limite foi breve, muito
breve. As críticas surgiram rapidamente quando ficou evidente que a esperança
depositada no candidato não correspondia a capacidade gerencial dele e da sua
equipe.
Nem no quesito
participação popular e gestão democrática, que deveria ter sido o seu ponto
alto, o resultado foi positivo. O OP - Orçamento Participativo, que durante anos
foi uma bandeira do PT e do candidato Carlito Merss, quando militava na
oposição, não conseguiu ter continuidade durante todo o seu governo. A partir
da metade do seu mandato não foram convocadas novas reuniões e as obras
programadas não foram executadas. Para completar, houve repetidos intentos de
influenciar os projetos que deveriam ser escolhidos pelos delegados eleitos por
cada região e cada bairro. O resultado foi mais frustração e descrédito.
Acabado de forma
triste e melancólica o governo Carlito Merss, só nos resta oferecer flores para
homenagear este grupo de idealistas utópicos que, quando tiveram oportunidade a
desperdiçaram e fizeram quando foi governo, igual ou pior que os que os
antecederam, acabaram se igualando aos que tanto e durante tantos anos criticaram.