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domingo, 29 de setembro de 2013

Os três porquinhos de Alana


POR FABIANA A. VIEIRA

Circula na internet um vídeo extremamente carismático de uma criança de Pinhalzinho (http://www.youtube.com/watch?v=eEZOrLmstYo) e que já ultrapassa 250 mil visualizações. Dotada de notável precocidade intelectual a menina Alana conta a história dos três porquinhos para sua mãe. 

É sempre saudável e contagiante a vivacidade das crianças inocentes. Uma sensação gostosa brota de comentários pueris, ingênuos, desprovidos de construções intelectuais próprias dos tempos modernos em que a versão importa mais do que o fato. Neste mundo encardido pelo mau humor da indiferença e pelo terror da violência urbana, um sentimento de alegria que brota do nada é quase como um desses vírus de cinema futurista que parece ameaçar o extermínio de toda a humanidade. 

A criança conta que os três porquinhos estavam construindo suas casinhas e eram amedrontados por um terrível lobo. O lobo pegou os porquinhos e os levou para sua casa. E quando a gente espera o lado trágico da história, Alana simplesmente diz que os porquinhos viraram nada. Um tempo depois, um suspiro e ela conclui: “viraram carne”. Para apimentar ela acrescenta: “que tristeza né?”. É claro que numa região dominada pela pecuária suína falar que o porquinho virou carne pode parecer uma rotina. Mas a conclusão, da forma como delicadamente é apresentada, emociona. 

Outro vídeo, chamado de “o anúncio tailandês que fez todo mundo chorar” (http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=kuBNEs-1vTc) também é pródigo de mensagens humanistas. Neste anúncio um pequeno comerciante socorre um menino que está sendo castigado por ter roubado medicamentos para a sua mãe doente. Trinta anos depois a história vai reconhecer esse gesto de compreensão. 

O sorriso espontâneo de Alana alimenta esperanças. E o tailandês generoso mostra que o futuro depende das ações do presente. É por isso, porque acredito que não podemos nos render aos pessimismos do século, que endosso outra campanha que acho genial: “Gentileza gera Gentileza”. 

Para quem não sabe a expressão é de José Datrino, o Profeta Gentileza, paulista que nos anos 80 fazia inscrições humanistas nos viadutos e que plantou um jardim no lugar das cinzas do Gran Circus Norte-Americano, que pegou fogo em Niterói em 1961 e matou 500 pessoas, quase todas crianças. Nesta oportunidade o Profeta abandonou sua vida material e passou a cuidar das famílias desamparadas.Marisa Monte gravou “Gentileza” para lembrar as inscrições do poeta que foram apagadas pela tinta cinza dos viadutos. 

Isso tudo recomenda que é preciso se emocionar. Obrigada Alana, pela inspiração para esse texto.


sábado, 3 de novembro de 2012

Um pouco de delicadeza, por favor!


POR REJANE GAMBIN

Passado o furor eleitoral, que mais uma vez deixou ganhadores, perdedores e “viúvas e órfãos”, penso que já é hora de voltarmos a pensar na nossa vã existência!

Digo isso porque tenho observado, já há algum tempo, e também durante a campanha eleitoral, como estamos embrutecidos. E não é só por conta dos crimes que todos os dias vemos nas páginas de jornais e sites de notícias. É só observar: em casa, no trabalho ou até quando estamos a passeio por aí, temos e vemos momentos de pura grosseria! E aí você que lê esse texto vai dizer que estou exagerando. Certo?

Errado!

Vamos aos fatos. Um dia desses vi um pai que ficou falando sozinho, depois que a filha desligou o telefone na cara dele. E não foi por nenhum absurdo não, apenas uma pequena chamada de atenção. Aliás, que eu saiba faz parte da missão de um pai orientar os filhos! Vi também, outro dia desses, um vizinho que ao passar pela porta do prédio, na minha frente, sequer pensou um segundo em segurá-la para que eu também passasse. Acabei quase atropelada pela porta!!rsrs
E nas filas, hein? Ah... as filas. Vejo por aí jovenzinhos tentando apressar o passo na porta da lotérica ou banco para chegar no caixa antes do velhinho que vem com passos lentos.

Ah... e ainda tem o “por favor”, o “muito obrigada” e o “com licença” que parecem nem existir mais que para uma maioria. Sem falar no que vemos no trânsito, andando pelas ruas da cidade... Feio né? Mais ainda para uma civilização que se diz evoluída e preparada inclusive, para até quem sabe, habitar outros planetas.

Em meio a tudo isso, sempre lembro do exemplo de um homem que não tive o prazer de conhecer pessoalmente: o Profeta Gentileza! Para quem não sabe, Profeta Gentileza ou José Agradecido (nome verdadeiro dele) viveu no Rio de Janeiro e ficou conhecido por pregar o amor, a paz e a gentileza. Foi ele que escreveu as frases que ficaram famosas em viadutos e paredes da cidade maravilhosa. Entre elas, uma que me encanta em especial e que rege a minha vida: gentileza gera gentileza!

Tento todos os dias ser gentil, e até quando me canso, respiro fundo e penso nessa frase. Afinal, acredito firmemente que “o plantio é livre, a colheita obrigatória”! Então, como dizia o Profeta, realmente gentileza vai gerar mais gentileza.
Que tal a gente pensar nisso!?

E a propósito, só a título de curiosidade: Não sou apenas eu que admiro o Profeta Gentileza. Ele virou nome de praça no Rio de Janeiro, a vida dele se tornou filme, livro e tese em faculdades, e também a Escola de Samba Grande Rio, através de Joãozinho Trinta, fez do Profeta Gentileza enredo do carnaval de 2001.

Ah... e ainda tem Marisa Monte que homenageou o Profeta Gentileza com uma música. Quer ouvir!? Por gentileza... fique a vontade!