quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Como sangram os trabalhadores

POR FELIPE SILVEIRA

Para quem ganha um salário acima de R$ 3.000,00 - portanto, baixo - e sofre para pagar a prestação do carro, do apartamento ou da faculdade, pode parecer estranho que a vida seja tão mais difícil para outros. Daí vem a ideia que ao outro falta esforço, que desperdiçam as oportunidades. Afinal, se "eu" me sacrifico e, aos poucos, conquisto, por que "eles" não conseguem?

Mas isso acontece porque boa parte da população não conhece - ou seria reconhece? - a situação dos trabalhadores do país. Quem gasta uma parte do seu salário na prestação da casa e do carro não sabe (ou não lembra) como é gastar a maior parte do salário com aluguel e com transporte público.

Quem ganha três mil ou mais parece não se ligar que os salários nos empregos mais precários variam do mínimo (agora R$ 880,00) a R$ 1.200,00. Um salário baixo de R$ 3.000,00 é, portanto, o triplo do salário do grosso da massa trabalhadora.

Por isso, quando a passagem de ônibus, que já era absurdamente cara, aumenta para 3,80 e 4,50, o milionário prefeito, rico desde a infância, não tem direito de falar de bom senso.

Para quem ganha bem e anda de carro, o aumento da tarifa em alguns centavos é irrelevante. Para quem ganha até mil reais, mora na periferia, precisa pagar ou ajudar a pagar o aluguel, gasta o que sobra com remédios, cada centavo é um roubo. Digo, um rombo.

3 comentários:

  1. Será que precisa ser gênio para tomar 6 medidas em relação ao transporte público em Joinville?
    ADMINISTRATIVAS
    1ª Medida: Novo processo licitatório com as novas regras.
    2ª Medida: Criação de um setor na Prefeitura para organizar a venda das passagens.
    RECEITAS
    3ª Medida: centralizar na Prefeitura de Joinville - SC a venda das passagens, assim se saberia exatamente quanto está sendo arrecadado e o dinheiro (passagens não utilizadas e que ficam como crédito dos usuários) ficaria disponível para aplicação pela Prefeitura e as empresas receberiam após prestarem o serviço e não antes como é agora.
    DESPESAS
    4ª Medida: fiscalização nas oficinas e garagens das duas empresas, controlando as peças substituídas nos ônibus e o pessoal envolvido na operação do sistema. Só entrariam no cálculo das despesas o que fosse usado nos ônibus do transporte coletivo.
    5ª Medida: fiscalização em todos os terminais de ônibus para verificar o cumprimento os horários dos ônibus, por amostragem, mas diariamente.
    6ª Medida: fiscalização dos ônibus para verificar se estão sendo trocados de acordo com o período estabelecido no contrato (a carroceria e o CHASSIS), não só a carroceria.

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  2. Ok, bem-vindo ao Neoliberalismo!

    Neoliberalismo é um termo para uma prática comum nos governos de esquerda. Mas o que é o Neoliberalismo? Primeiro: não tem nada a ver com Liberalismo que é o enxugamento da máquina estatal e a desburocratização da economia com a manutenção dos direitos trabalhistas, diminuição dos impostos, credibilidade e investimentos privados na geração empregos. Segundo: é uma doutrina criada em meados do século XX que eleva a participação da iniciativa privada mantendo ou aumentando o tamanho do estado e sua intervenção na economia. Oras, como a máquina tem de servir a "dois senhores" - o Estado e o setor privado - sobra para o trabalhador pagar essa conta da manutenção. É isto que o governo petista vem fazendo. Aos poucos vem aumentando os impostos para manter o status quo do governo e os empréstimos a baixíssimos juros aos empresários de setores selecionadíssimos que devolverão (de forma ilícita) parte dos recursos aos partidos.
    Quem paga a conta é sempre o trabalhador.

    Felizmente a AL dá indícios de uma guinada à direita com o liberal governo de Macri que já está mostrando a que veio; os brasileiros sentirão inveja e um arrependimento maior.

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  3. A passagem é cara e ponto.
    Porque não abrem uma licitação a anual e por trecho para estimular a concorrência? Será que funciona?

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