POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
A imprensa internacional ainda repercute a morte de Nelson Mandela e, do meu ponto de vista, tudo já foi dito sobre a sua vida. Portanto, são dispensáveis mais comentários. Exceto no que se relaciona ao fato de que para o líder sul-africano o esporte era uma forma de promover a paz. E não era apenas teoria, porque ele comprovou com ações.
A história de Mandela está marcada pela Copa do Mundo de Rúgbi, em 1995, a Copa Africana das Nações, em 1996, e o apoio à ideia da Copa do Mundo de Futebol de 2010 teve o seu apoio logo no início. O fato é que depois de todos estes eventos, todos nós sabemos um pouco mais sobre a África do Sul e até fazemos turismo por lá.
Mas Mandela fracassaria no Brasil, porque acontecimentos como os de ontem em Joinville mostram que as pessoas não querem paz. As imagens percorreram todo o mundo e apenas ajudar a refroçar a imagem de um país voltado para a barbárie. Não vamos nos esquecer que durante a Copa das Confederações a imagem do país ficou muito mal vista no exterior.
É por isso que a Copa do Mundo parece ser uma péssima ideia. Porque é o evento mais mediático do planeta e, todos sabemos, tem gente querendo jogar água nesse chope. Há uma oposição encarniçada como dedo no gatilho e à espera de causar problemas. Mas volto a dizer: é má ideia, porque nenhum país pode viver sem turismo.
P.S. Aproveite e veja o índice que define os países mais pacíficos para se visitar no mundo.
Concordo que o brasileiro não quer paz... absolutamente tudo vira motivo pra segregação e discussão. Antigamente não se podia discutir religião, política e futebol, pois se dizia que cada um tinha sua preferência e deveria ser respeitado o seu direito. Hoje, principalmente com o advento das rede sociais, qualquer um é especialista na vida dos outros e em tudo, e querem discutir as postagens que seus amigos colocam na rede, principalmente quando estes criticam alguma coisa. O problema que falar bem de alguma coisa não dá visualizações, e principalmente likes - quando vejo isso lembro daquele filme Crash, No limite - é a luta contra a sensação de solidão... uma sociedade doente. Quem vai a estádios percebe muito bem como o ódio a um concorrente se amplifica, e não fica restrito a jovens masculinos. Mulheres, velhos e crianças xingam tanto quanto os adultos. Incentivando o ódio e a violência. Como este tipo de cultura é impossível fazer qualquer crítica ou chacota do adversário pois vira motivo de ódio. Eu me pergunto todo dia... por que somos tão chatos??
ResponderExcluirHá um longo e espinhoso caminho rumo à civilidade no Brasil. Somos ainda um país jovem, inculto e bárbaro. Isso se reflete nos campos de futebol, no trânsito, nas redes sociais e no engajamento político.
ResponderExcluirInculto e bárbaro, sim. Jovem? Não!
ExcluirEnquanto a Europa já tinha tecnologia naval para dar a volta ao mundo nós ainda morávamos em cabanas na selva. A história do Brasil como "sociedade" tem apenas 400/450 anos, enquanto que na maior parte do mundo hoje dito civilizado a sociedade já estava organizada bem antes. O Império Romano é de mais de 2000 anos atrás.
ExcluirSomos um país jovem sim e, portanto, ainda amadurecendo (mesmo a passos de formiga).