segunda-feira, 5 de junho de 2023

E o PT, hein? O whataboutism é a tática dos malas



POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

O whataboutism é uma das coisas mais irritantes nestes tempos de redes sociais. E o pior é ser uma tática usada tanto pelo pessoal de esquerda quanto de direita (porque, afinal, a chatice não tem lado).

Não sabe o que é? Ora, o whataboutism é uma técnica de “argumentação” usada para desviar a atenção de um assunto em discussão. Ou seja, a ideia é mudar o foco da conversa, tentando apontar uma hipocrisia do interlocutor.

Como funciona? Através da introdução de um contra-argumento relacionado a outro tópico, com o objetivo de descreditar ou desviar a crítica original. Para trazer o tema mais para perto da nossa realidade, podemos lembrar o célebre “e o PT?”.

A expressão tornou-se um meme popular no Brasil durante o período eleitoral de 2018 e ainda persiste. Os opositores do Partido dos Trabalhadores (PT) respondiam a críticas usando essa caricatura de argumento.

O problema é maior. Se o “e o PT?” é uma expressão ligada à direita brasileira, também a esquerda tem a sua quota-parte na difusão do whataboutism. É só ver o caso da guerra na Ucrânia. Você diz:

- A Rússia de Putin é o estado invasor.

Ao que os defensores do ditador russo respondem:

- E a OTAN, hein?

Aliás, isso remete para a etimologia da palavra. Ao contrário do que muita gente pensa, o termo é antigo e não surgiu com as redes sociais. Apenas foi intensificado. O whataboutism surgiu durante a Guerra Fria como uma crítica aos argumentos da União Soviética que consistiam em responder às acusações ocidentais com perguntas como “e sobre...?" ou “e quanto a...?".

O fato é que essa tática tem o poder de matar o debate logo à partida. É a ferramenta dos intelectualmente despreparados. O mais trágico é que, pela baixa qualidade de pensamento nas redes sociais, é impossível escapar ao whataboutism.

É a dança da chuva.




sábado, 3 de junho de 2023

Idolatrado pela esquerda brasileira, Putin persegue o público LGBTQIA+

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Há quem defenda regimes autocráticos, como é o caso de muitos brasileiros que estão do lado de Vladimir Putin, na invasão da Ucrânia. É sempre um risco estar do lado de um proto-ditador, porque os ditaduras nada trazem de positivo no plano das liberdades e dos direitos civis.

É interessante, por exemplo, que esses brasileiros apoiem um regime alicerçado, entre outras coisas, na negação e criminialização dos públicos LGBTQIA+. A liderança de Vladimir Putin tem sido problemática. Nos últimos anos, houve um aumento significativo da discriminação e da repressão contra a comunidade LGBTQIA+ no país.

Em 2013, o governo russo aprovou uma lei conhecida como "lei da propaganda gay" ou "lei da propaganda homossexual", que proíbe a promoção de "relações sexuais não tradicionais" para menores de idade. Essa lei tem sido amplamente utilizada para restringir a liberdade de expressão e os direitos dos indivíduos LGBTQIA+.

A lei tem sido o vetor para censurar eventos públicos, paradas do orgulho e para justificar ações contra ativistas e defensores dos direitos LGBTQIA+. Além disso, tem havido relatos de violência, agressões e discriminação, muitas vezes sem a devida proteção e punição das autoridades. Isso cria um ambiente hostil e perigoso para a comunidade LGBTQIA+ no país.

As restrições e a discriminação também afetam a liberdade de expressão e a disponibilidade de recursos e apoio para a comunidade LGBTQIA+. Organizações e grupos de direitos civis enfrentam dificuldades para operar e são frequentemente alvo de assédio por parte das autoridades.

No geral, a situação dos públicos LGBTQIA+ na Rússia sob a liderança de Vladimir Putin é preocupante, com uma crescente onda de discriminação e repressão. No entanto, é importante notar que existem indivíduos e organizações dentro e fora da Rússia que continuam lutando pelos direitos e pela igualdade da comunidade LGBTQIA+.

Enquanto isso, no Brasil tem gente que idolatra Putin. Porque, afinal, ditadura no fiofó dos outros é refresco.

É a dança da chuva.



sexta-feira, 2 de junho de 2023

Plástico no meio ambiente: você não ouviu falar, mas há gente a discutir

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

A mídia não deu muita importância, mas nos últimos dias a cidade de Paris recebeu representantes de 175 países para deliberar sobre a redução da produção de plásticos no planeta. As metas, lançadas pelas Nações Unidas, são ambiciosas: reduzir em 80% a produção de plástico até 2040. É difícil que isso venha a acontecer, uma vez que a proposta contraria os interesses de grupos econômicos, mas o fato de haver uma discussão sobre o tema é por si muito relevante.

É importante a pretensão de lançar um tratado global para atuar contra a poluição causada pelo plástico. Mas qual é a razão para a preocupação? Nunca é demais lembrar que o plástico, pela sua degradação lenta,  apresenta enormer problemas ambientais. A começar pela poluição dos oceanos, uma vez que o descarte inadequado de plásticos, especialmente de produtos de uso único, resulta em uma grande quantidade de resíduos plásticos nos oceanos.

Esses resíduos causam danos à vida marinha, como tartarugas, pássaros, peixes e mamíferos marinhos, que podem ficar emaranhados em fragmentos de plástico ou ingerir pedaços de plástico, levando à asfixia, ferimentos e morte. Enfim, o impacto na vida selvagem é sério, uma vez que ingestão de plástico por animais terrestres também representa uma ameaça para a fauna selvagem. Muitos animais confundem o plástico com alimentos e acabam sofrendo danos internos ou morrendo devido à obstrução do trato digestivo ou à liberação de substâncias tóxicas dos plásticos.

Mas talvez um dos maiores problemas sejam os microplásticos, fragmentos menores que cinco milímetros encontrados em diversos produtos. Os microplásticos podem entrar na cadeia alimentar humana e animal, representando riscos para a saúde. As pessoas não estão atentas, mas é possível que os microplásticos, pela dificuldade de serem identificados, já façam parte da dieta e muita gente avisada e desavisada.

Pouca gente dá atenção. Mas o fato é que a produção anual de plástico duplicou nas duas últimas décadas, atingindo um nível de 460 milhões de toneladas. A projeção é de que poderá triplicar até 2060. O problema é complexo, mas está a passar batido em muitas regiões do planeta. Enquanto nos países desenvolvidos há um maior controle, há outros onde o uso de plástico ainda não tem sido enfrentado de frente.

Para dar um exemplo, na União Europeia há anos estão a ser implementadas regras severas para reduzir o consumo de plástico descartável, incluindo a proibição de produtos de plástico de uso único, como talheres, pratos, canudos e cotonetes. Além disso, há metas ambiciosas de reciclagem e estão incentivando a transição para alternativas mais sustentáveis.

Mas ainda é pouco. Muito pouco. E em poucos lugares.

É a dança da chuva.

Foto: Magda Ehlers



quinta-feira, 1 de junho de 2023

Será a Moldávia uma nova Ucrânia?

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Há pouco mais de uma semana, milhares de moldavos se concentraram na Praça da Grande Assembleia Nacional, na capital Chisinau, para a manifestação "Moldávia Europeia". O ato foi convocado pela presidente europeísta Maia Sandu, a favor da integração na União Europeia. Há mais de duas décadas o país está à espera de uma adesão, que agora começa a ganhar forma. É claro que isso pôs a Moldávia na mira de Putin.

Há quem aponte um risco real de um ataque e fale de uma nova Ucrânia. Afinal, os ucranianos também queriam integrar a União Europeia, mas acabaram levando uma chuva de mísseis do autocrata russo. Todos sabem, menos alguns brasileiros, que Putin tem motivações imperialistas e os vizinhos não podem dormir descansados, sob o risco de serem invadidos.

É bom lembrar. No Brasil, há um segmento da esquerda - nostálgicos de uma URSS que não viveram - que considerava a Ucrânia um perigo para a Rússia, razão pela qual a invasão era justificada. E a Moldávia? Muitos sequer sabem onde fica o país no mapa e por isso aqui vão algumas informações:

1. A Moldávia tem uma população multiétnica, composta sobretudo por moldavos, ucranianos e russos.

2. A Moldávia é uma república parlamentar, com um sistema político democrático.

3. A Moldávia possui uma economia baseada principalmente na agricultura, em especial frutas, vegetais, grãos e vinho.

4. A Moldávia enfrenta desafios econômicos, incluindo elevados índices de pobreza, emigração e corrupção.

5. A Moldávia enfrenta problemas de integridade territorial por causa da Transnístria, uma região autoproclamada que busca independência.

6. A Moldávia é afetada pela corrupção em vários setores, o que representa um desafio para o desenvolvimento econômico e a estabilidade.

7. A Moldávia tem 2,6 milhões de habitantes. Devido às dificuldades econômicas, muitos moldavos emigram em busca de melhores oportunidades de emprego em outros países.

8. A Moldávia tem o moldavo (muito semelhante ao romeno) como língua oficial, mas o russo também é falado e tem uma forte influência na sociedade local.

9. A Moldávia é um país em tensão, que vive uma encruzilhada geopolítica entre a União Europeia e a Rússia. 

10. A Moldávia busca uma maior integração com a União Europeia, buscando reformas políticas e econômicas para fortalecer seus laços com o bloco.

Enfim, os moldavos querem os padrões de vida da União Europeia e não os russos. Há uma tensão com a Rússia, como já havia acontecido no caso da Ucrânia. Aliás, a região da Transnistria, onde há forte presença russa, pode ser um cavalo de tróia. Enfim, a curiosidade é sobre a posição que essa "esquerda" brasileira, alimentada pela propaganda russa, vai tomar neste episódio. Porque no caso da Ucrânia, a vontade dos ucranianos (que queriam integrar a Europa) nunca interessou. É gente que prefere adorador de tiranos.

É a dança da chuva.

FOTO: Anaghan Km


domingo, 28 de maio de 2023

A paz é fria, a tolice congela o cérebro


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

O mundo caminha para uma geopolítica multipolar, com o enfraquecimento relativo da ordem mundial dominada por uma única superpotência, os Estados Unidos. O panorama é complexo e a formação de blocos tem evoluído de acordo com os interesses nacionais. Desta forma, antigos aliados começam a procurar novos alinhamento pontuais, sempre tendo em vista os interesses mútuos.

É um mundo complexo. E por isso é singelo – comovente até – ver muitos brasileiros, que se dizem de esquerda, ainda a viver um ambiente de guerra fria. É coisa do século XX e não há futuro aí. Aliás, há algum tempo surgiu a expressão “paz fria”, que remete para um estado no qual as tensões entre as superpotências eram mantidas em um nível controlável, apesar de persistirem as desconfianças e os conflitos indiretos.

O fato é que a linha “ideológica” dessa gente é muito simplória. Se eu tenho o meu cérebro na guerra fria, então é preciso escolher um lado: entre EUA e URSS, escolho os soviéticos e faço dos norte-americanos os meus inimigos. O problema é que a União Soviética colapsou e daí resultou o fim da Guerra Fria. As relações internacionais assumiram um novo contexto. É passado. Passou.

Um novo mundo está a ser desenhado. A inteligência artificial, com tecnologias disruptivas. As mudanças climáticas e a exigência de uma verdadeira sustentabilidade. A crescente desigualdade na qualidade de vida dos povos. Os avanços da medicina aumentam a longevidade e pressionam os sistemas de previdência. A digitalização está a mudar as sociedades e, em especial, o mundo do trabalho. E, claro, surge uma geopolítica multipolar.

O mundo é muito complexo para ser interpretado de maneira bacoca: “inimigo do meu inimigo é meu amigo”. Se eu sou contra os EUA e a NATO, tudo o que for oposição tem o meu apoio. É o caso da invasão da Ucrânia pela Rússia. Há fatos inelutáveis. A Rússia é o invasor. Putin tem sede de poder e pretende restaurar o império russo. E o que faz essa esquerda brasileira? Entre dois imperialismos, escolhe o que traz a nostalgia da URSS.

O mais interessante é que esse pessoal (a esquerda, segundo as minhas concepções deve ser humanista) jamais fala no “povo ucraniano”. E aqui está o âmago de tudo. Essas pessoas rendem-se ao clichê da desnazificação (pedra de toque a propaganda russa) e desconsideram o conceito de autodeterminação dos povos. O que os ucranianos fizeram de errado? Ora, apenas queriam ter os padrões de vida da Europa desenvolvida. Ninguém quer ter o nível de vida da Rússia onde, diz-se, milhões de casas sequer têm banheiros.

O que aconteceu? Em vez de qualidade de vida estão a receber bombas sobres as suas casas. E no Brasil essas esquerdas mantém o infantilismo: "Putin é um ditador, mas é o nosso ditador".

É a dança da chuva.





UM REARRANJO NA GEOPOLÍTICA
1. Estados Unidos: Apesar de enfrentar desafios crescentes, ainda mantêm a posição como maior potência global. No entanto, sua influência está sendo contestada por outros atores, o que leva a uma maior competição e complexidade geopolítica.
2. China: A ascensão do país é um dos fatos mais importantes na geopolítica atual. Com uma economia em rápido crescimento e um aumento nos recursos militares, a China busca uma maior influência regional e global, desafiando a hegemonia dos EUA.
3. Rússia: Também busca fortalecer sua posição geopolítica, com foco na sua esfera de influência regional. Está envolvida em várias disputas geopolíticas, como a guerra na Ucrânia, a anexação da Crimeia e o envolvimento no conflito na Síria.
4. União Europeia: Embora ainda não seja um ator geopolítico unificado, a UE busca aumentar sua autonomia estratégica e ter um papel mais significativo no cenário mundial. Isso exige uma política externa e de segurança comum mais coerente.
5. Índia: É uma potência regional emergente e busca expandir a influência em assuntos globais. Com uma economia em crescimento e um grande potencial demográfico, busca fortalecer sua posição tanto na Ásia quanto no cenário internacional.
6. Organizações regionais: Além dos atores estatais, há também organizações regionais que ganham importância geopolítica: a Organização de Cooperação de Xangai (SCO) na Ásia Central e a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) na América Latina, por exemplo.
7. O Brasil desempenha um papel relevante na geopolítica atual, embora a sua posição e influência sejam consideradas mais regionais do que globais. Como maior país da América Latina, o exerce uma liderança natural na região e busca promover seus interesses e valores em assuntos regionais e internacionais.

sábado, 27 de maio de 2023

Dog-whistle: a linguagem dos cães racistas


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Sabe o que são as “dog-whistle politics”? É uma expressão da língua inglesa muito usada por grupos específicos, em especial nos Estados Unidos, mas que começou a ser difundida em outros países, graças à ascensão da extrema mundial em todo o mundo. A tradução literal significa “política do apito do cão” e é fácil entender o significado. Há um som de apito que apenas os cães conseguem ouvir. Ou seja, os fascistas reconhecem o apito dos fascistas.

O que isso quer dizer? Que é um código partilhado por grupos específicos. É uma mensagem política dirigida a um grupo que domina o código e é capaz de entender os significados. A maioria das pessoas não nota, mas essas mensagens estão espalhadas de forma subliminar pela internet, em especial nas redes sociais.

É quase uma tradição na política norte-americana. A associação aos ideários extremistas, em especial da direita, é uma evidência. Nas recentes eleições para a presidência dos EUA, Hilary Clinton acusou o seu adversário, Donald Trump, de recorrer às “dog-whistle”. Parece funcionar, uma vez que ele se elegeu. Pouco tempo depois Bolsonaro e os bolsonaristas adotaram as mesma táticas no Brasil.

Como a coisa acontece? Há a apropriação de um símbolo inocente e atribui-se um segundo sentido. Ou seja, deixa de ter a sua significação inicial para adquirir outro significado, percebido apenas por um determinado grupo. E para que o leitor entenda o conteúdo das “dog-whistle”, vamos a um exemplo prático. Em 2022, o presidente Jair Bolsonaro foi fotografado - e a imagem amplamente partilhada entre os bolsonaristas - com a camisa do time da Lazio, de Roma.

Ora, é um recado até pouco sutil. A Lazio tem fama de ser um times de futebol mais fascistas do mundo. E a explicação é fácil: Benito Mussolini, que engendrou o fascismo italiano, era o seu mais ilustre torcedor. A sua torcida também é conhecida por ter cantos racistas e até por idolatar, por exemplo, o jogador Paulo di Canio, que em 2005 fez gestos nazistas no clássico contra a Roma. Ainda há pouco tempo, em 2021, o clube italiano demitiu o funcionário responsável por cuidar águia mascote do clube, em consequência de ter feito a saudação fascista numa vitória sobre a Inter de Milão.

Também podemos lembrar do caso de Filipe Martins, assessor especial para assuntos internacionais do presidente Jair Bolsonaro. O sujeito reproduziu um gesto considerado supremacista, que significa "white power". É um “ok” que por vezes usamos no dia a dia, mas que foi apropriado pelos militantes racistas. Se feito com a mão esquerda tem o significado original de “tudo bem”. Mas com a mão direita é usada para significar “poder branco”.

Em suma, a linguagem dos "dog-whistle" é uma estratégia política utilizada por grupos específicos para transmitir mensagens subliminares e direcionadas a um público que compartilha seus ideais. Essa tática envolve a apropriação de símbolos aparentemente inocentes, aos quais é atribuído um segundo significado compreendido apenas por esse grupo. Essas mensagens são disseminadas principalmente nas redes sociais, e sua eficácia tem sido evidenciada em várias esferas políticas. É crucial ter atenção a esses códigos e suas conotações, a fim de combater o discurso de ódio.

É a dança da chuva.

Bolsonaro com a camisa da Lazio: apito de cão.

Filipe Martins, assessor de Bolsonaro, a fazer o gesto...

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

ACIJ e o Processo Seletivo do NOVO


POR JORDI CASTAN

Alguém no seu sano juízo acreditaria que a Associação Empresarial de Joinville (ACIJ) apoiaria um candidato que passou toda a campanha criticando os empresários, pior ainda um dos seus pares. Foi infantil e estulta a estratégia de atacar os empresários, numa cidade em que o espírito e a cultura empreendedora estão tão arraigados.

O candidato Darci de Matos errou na dose e na estratégia e acabou jogando no colo do Adriano Silva o apoio da ACIJ. Pode até ser que Adriano Silva não fosse o candidato dos sonhos da entidade empresarial no primeiro turno, mas no segundo turno os empresários não tiveram alternativa que não fosse apoiar um dos seus.

O partido NOVO inovou com o “Processo seletivo”, o intuito do processo é o de deixar de indicar os cargos comissionados por amizade, compadrio, filiação partidária ou por indicação política e utilizar um processo curricular, que privilegie a capacidade e a competência. A percepção do eleitor médio é que o resultado não saiu como esperado. Muitos nomes são velhos conhecidos do cenário político local, já ocuparam cargos em governos anteriores, sem ter conseguido mostrar competência ou resultados que os qualifiquem. Há muitas críticas, expressadas abertamente, sobre a manutenção de um número significativo de secretários do governo Udo Dohler, no que é visto como uma continuidade da gestão anterior, algo contra o que a maioria dos eleitores votaram e que agora se sentem traídos.

A pergunta é se estes são mesmo os “melhores” nomes que teríamos em Joinville para formar um NOVO governo e dar a guinada necessária para colocar de volta a cidade no eixo do desenvolvimento. Se estes foram mesmo os melhores entre os mais de 1.500 candidatos a cargos de primeiro escalão, o futuro de Joinville é preocupante.


O processo seletivo e o futuro secretariado em Joinville

POR CHUVA ÁCIDA
Dizem que não há uma segunda oportunidade para uma primeira impressão. O processo seletivo para a escolha da futura equipe foi  primeira ação da futura administração da Prefeitura de Joinville, liderada por Adriano Silva, que recebeu muitas críticas. Ainda sem ter iniciado funções, fica uma ideia de continuidade em relação ao governo de Udo Dohler. Estes são os temas debatidos por Jordi Castan, José António Baço e o convidado Francesc Boehm.

domingo, 6 de dezembro de 2020

Udo sai, Adriano entra. Que Joinville?

POR CHUVA ÁCIDA
Jordi Castan e José António Baço debatem o momento de transição em Joinville com Francesc Boehm. A herança de Udo Dohler e os desafios de Adriano Silva são o tema principal. Que Joinville temos e que Joinville teremos? É o tema da conversa.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Ressaca eleitoral


POR JORDI CASTAN

Abertas as urnas, em sentido figurado, o eleitor deu a vitoria com 55% dos votos validos a Adriano Silva do partido NOVO. 
Acabou a campanha e é hora de montar equipe, de prever as mudanças necessarias para dar a guinada que Joinville pediu nas urnas. 
A vitoria de Adriano Silva é o resultado de uma serie de fatores, muitos meritos do candidato e da militancia do partido NOVO, mas não podemos esquecer o lastro que representou para o Fernando Krelling a desastrada gestão Udo Dohler e a fortissima rejeição do candidato Darci de Matos. Em epoca de redes sociais é mais dificil que o eleitor não saiba o que a imprensa tradicional não divulgava. 
Alias foram os ataques virulentos da campanha da equipe do Darci de Matos o que levou muitos eleitores a votar contra. Perdeu mais votos dos que ganhou com sua estrategia de potencializar a baixaria e os ataques. Foi uma escolha e pagou o preço. 
Importante o numero de abstenções, votos nulos e votos em branco. O voto obrigatorio precisa ser repensado. É curioso que o maior derrotado, depois do proprio Darci de Matos, tenha sido a esquerda que divulgou e fez campanha pelo voto nulo e que capitalizar as abstenções como voto de protesto. A abstenção não tem a força, nem a intensidade do voto nulo. O votante que vai até a sua seção eleitoral para anular o voto esta exercendo seu voto de protesto, quem se absteve, preferiu não votar, desacreditou do sistema. São duas atitudes diferentes e requerem duas leituras diferentes.
Sobre o governo do NOVO é hora de esperar e acompanhar cada passo. 
O processo seletivo para cargos de confiança, não é um vestibular, nem um concurso público, como muitos esperavam. É um processo melhor que o famoso QI. Negociar com o legislativo será outro capitulo.