sexta-feira, 31 de março de 2017

Xingamentos são sempre sexistas



POR CECÍLIA SANTOS
Faz tempo que me intriga o fato de nunca (que eu me lembre) ter visto o comentário de alguma mulher nos posts do blog, com exceção daqueles das colegas que nele escrevem. Mas entre os comentaristas, há alguns anônimos que invariavelmente aparecem para desopilar o fígado com comentários agressivos, geralmente sem conexão com o texto.

Acontece que o ataque dessas criaturas que vivem na sombra diferem bastante a depender do gênero do autor ou autora do dia. No caso dos autores, os ataques têm mais a ver com posicionamento político. Já nós, autoras, ouvimos agressões associadas a nosso sexo.

Outro dia um anônimo deixou um comentário em um post meu dizendo que sou mal amada e solteirona. Ele sequer mencionava o assunto do post. Ora, essa ideia de que feministas não têm um macho pra chamar de seu (os caras realmente se acham a última bolacha do pacote) é realmente surrada e obtusa. Mas não deixa de ser um desaforo que um sujeito claramente intelectualmente inferior a mim tente me silenciar por meio de uma intimidação tão tosca.

Esse episódio me fez lembrar de todas as vezes em que nós mulheres somos silenciadas nas mais diversas situações: na família, no trabalho, na academia. Quando tentamos nos impor, alguém diz que estamos na TPM ou que não fizemos sexo na noite passada. Em restaurantes e bares, é até engraçado, os garçons sempre acham que devem se dirigir a um homem na mesa. E já ouvi de amigas que nenhum garçom atendia um grupo de mulheres em mesas de bares. Mas vejam só, onde já se viu essas mulheres saírem de casa para se divertir sem a presença de um macho protetor? Onde elas pensam que estão? No século XXI?

Vejam que a maioria dos xingamentos têm um sentido completamente diferente em suas formas feminina e masculina: vagabundo ou vadio é quem não gosta do trabalho, mas vagabunda ou vadia é quem tem uma vida sexual livre. Cachorro é alguém sem caráter, mas cachorra tem o mesmo sentido de vagabunda, assim como piranha, vaca e galinha. Cobra, por exemplo, só se usa para se referir a mulheres.

Histéricas e loucas são as mulheres. Um homem louco é aventureiro. É um dos recursos mais comuns para silenciar as mulheres.

Até quando o xingamento é dirigido a um homem, botam outra mulher no meio. É o caso de filho da puta e suas variantes, como se o problema do sujeito fosse a mãe. E tem também os xingamentos associados à parceira do sujeito, como no caso de corno. Xingamentos homofóbicos referem-se a comportamentos tipicamente femininos.

Na época do impeachment, fiquei chocada com imagens de pessoas acompanhadas de crianças e mandando uma senhora de mais de 60 anos de idade, que foi eleita em um processo democrático, “tomar no cu” (cu não tem acento, ok?). Nessas horas os moralistas deixam de lado o pudor. Um primo no dia da eleição usou o Facebook para chamar a presidente reeleita de vaca. Poxa, ainda que não se importe a mínima com as outras mulheres, ele tem filha, mãe e irmã.

É tão difícil assim perceber que essas atitudes mantêm a sociedade como um lugar inseguro para as mulheres e que a violência cotidiana começa a ser construída simbolicamente através da linguagem?

Isso é investir no esporte...


As pessoas ficam a postar fotos das ruas na internet sem saber as razões das coisas. Tudo tem um motivo. No caso desta rua, é um investimento municipal na prática esportiva.










quinta-feira, 30 de março de 2017

Nón é burraco no rua, é um pista de testes

POR BARON VON EHCSZTEIN
Guten Tag, minha povo.

Xente, foceis virram os fotografias do rua Heinz Zientz, lá no bairro Fila Nofa? Para começar, é bonito ver um rua que tem a nome cheia de consoantes. Isso sim é a Xoinville que nós querremos, com nomes dignas do nossa histórria: Parucker, Doerffel, Bohem, Diringshoffen, Wititz, Schwoelk, Dohler, entre outras. Eu pergunto: quem é que quer morrar num rua Arraçá ou num Estrada Arataca? Ninguém.

Mas famos falar dos fotografias do rua lá no Fila Nofa. Foceis precison se informar melhor antes de sair por aí a falar mal da nossa querrida prefeito. Oufi disser por aí que aquelas burracos no estrada – que mais parece estrada nos burracos – fassem parte de um projeto com as fábricas de carros. Uma passarrinho me contou que o rua Heinz Zientz vai ser um pista de teste de suspensão de carros. Uma centro de pesquisas.

Pode acreditar porque é sérrio. E o pista esdá ficano tão bom que é capaz de os outros marcas também virrem para Xoinville fazer as testes de suspensón e amortecedorres. Mas eu xá fiz a minha pedido. Pode todos os marcas, menos a Volkswagen, porque esse coisa de “carro da povo” nón tem feiz aqui em Xoinville. A xente nón gosta dessa coissa de povo porque esdá cheia de kommunisten.

É como eu sempre digo. Foceis precisón parrar de criticar a nossa querida prefeito sem antes saber o verdade sobre as fotos. Parra que falar mal na Feicebuque? Isso é coisa da Xordi Castan, da Basso e da Cón Tarrada. É por causa dessas três que eu nem gosto de escrever aqui na blog. Allein ist besser als mit Schlechten in Verein: mit Guten in Verein, ist besser als allein. Antes só do que mal acompanhado.

Fico com fontade de dar uns porradas nessa xente que só sabe falar mal da nossa querrida prefeito. E tem mais: a Xordi Castan, a Basso e a Cón Tarrada nón són de Xoinville. Então nón podem falar. A Xordi Castan é espanhol, a Basso é portugueis e a Cón Tarrada vive no mundo do lua. Um dia eu pego eles pelo frente e famos ver... Nón se deve brincar com as poderosos. Mit großem Herren ist nicht gut Kirschen essen.



Um boa pista de teste de suspensón de carros

O Brasil mostrado em traços...














POR ET BARTHES
O Chuva Ácida apresenta uma seleção das charges que circulam pela internet. Começa pelos catarinas Sandro Schmidt (chargista do Chuva Ácida) e Frank Mais e passa por outras feras. Se, como dizem, uma imagem vale por mil palavras, eis uma boa maneira de "sentir" o Brasil destes dias.


























quarta-feira, 29 de março de 2017

A direita na kombi

POR FELIPE SILVEIRA
POR FELIPE SILVEIRA
Algumas passeatas do último domingo, chamadas pelo Movimento Brasil Livre (MBL), mal encheram duas kombis. Em algumas cidades reuniram milhares de pessoas, mas nelas se esperavam milhões. O que aconteceu? O que isso significa? A população acordou? O gigante voltou foi tirar uma soneca? A onda conservadora virou uma marolinha? Estaria a revolução bolivariana finalmente batendo à porta?

Não sei dizer o que houve, mas sei que fenômenos dessa natureza são mais complexos que continhas de dois mais dois. Que é tentador explicar as coisas a partir das nossas ideias, apertando a realidade aqui e ali para que ela caiba onde a gente bem entender, mas que isso não nos serve.

 Contudo, há algumas pistas que podem nos ajudar a entender melhor as coisas. A primeira delas é que, parece evidente, protestos baseados na demonização de uma figura (o PT, Dilma, Lula, o comunismo) percam força após ter alcançado o objetivo que era retirar essa figura do poder. A segunda tem a ver com a primeira. Se o objetivo maior foi alcançado, qual é o novo? Até agora pouca gente sabe o que o MBL foi fazer nas ruas no último domingo. A terceira pista tem a ver com o preço da propaganda na TV aberta. Até pouco tempo atrás, a propaganda era cortesia da emissora. Desta vez não rolou.

A partir daí, dizer que a onda conservadora diminuiu, ou que nem existiu, debochando do baixo número de presentes nas manifestações, me parece mais um deboche com a própria cara. Imaginar que a população que esteve nos protestos anteriores e ficou em casa neste tenha de alguma forma “acordado” é uma ilusão que a esquerda não pode se permitir. Pensar que estes brasileiros vão votar em um projeto progressista, democrático, inclusivo ou qualquer coisa parecida assim, do nada, é de uma preguiça imensa. E que vão sair as ruas para promover mudanças dessa natureza é simplesmente alucinação.

 O trabalho da esquerda é muito mais amplo e muito mais duro. Se a direita passou os últimos anos destruindo as noções de busca pela igualdade, de garantia de direitos, reconstruir tudo isso é um trabalho muito mais imenso. A começar por uma nova estética, por novas palavras de ordem, inclusive pelo não uso da expressão “palavras de ordem”.

Quando precisou, a direita colocou gente nas ruas. Agora, que não precisa mais, não adianta rir da direita na kombi. Somos nós que temos que encher as ruas.

terça-feira, 28 de março de 2017

Colônia.


Não há juízes popstars, "doutor Moro"

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Qualquer pessoa com um pouco mais de história lembra de outros tempos, quando os juízes eram para respeitar. Havia uma imagem de rigor, sabedoria e algum distanciamento, o que permitia confiar numa certa isenção (mesmo nos tempos mais fechados). Hoje isso mudou. Muito por culpa do escrutínio a que os juízes estão submetidos, mas também porque alguns perderam o foco e se converteram em popstars. Neste caso, o juiz Sérgio Moro é exponencial.

Há um evidente mau ambiente na relação entre o cidadão e a Justiça. E causa desconforto ver que as pessoas comuns sentem-se à vontade para desaforar publicamente um juiz. Não é preciso ir longe. É só dar um saltinho às redes sociais. Exemplos? Que tal ver os comentários sobre a recente ação de condução coercitiva do blogueiro Eduardo Guimarães? Os desaforos contra o juiz foram mais que muitos. As pessoas parecem ter perdido e o respeito e também o medo.

Uma rápida olhada mostra expressões como “juizeco”, “psicopata”, “valentão”, “desequilibrado”, “dono do Brasil”, “cretino”, “figura grotesca” e até um sofisticado “alienista” (alusão a Simão Bacamarte, delirante personagem machadiano). E vale lembrar que em tempos o próprio Eduardo Guimarães chamou Moro de “psicopata investido de um poder discricionário”. Depois da condução coercitiva, o jornalista Luís Nassif afirmou que a ação contra o blogueiro foi “um desejo pessoal de vingança” de Moro.

No entanto, isso é apenas o que vem a lume, porque em circuitos fechados como o WhatsApp, por exemplo, as pessoas não são meigas. É evidente que muita gente não engole o enfatuado juiz de Curitiba. A constatação entra em choque com as crenças do próprio juiz, que num vídeo recente defendeu que as suas ações à frente da Lava Jato têm apoio da “grande maioria, talvez da totalidade da população”. Há muita presunção nesta afirmação, claro.

Em contexto, a situação deve preocupar os cidadãos de bom senso (não são os tais homens de bem). A pessoa que desrespeita um juiz está na antessala do desrespeito pela Justiça. E como a Justiça brasileira tem dado evidências de, vez por outra, andar por caminhos tortos, o resultado tem sido a descrença dos cidadãos nas instituições. Ninguém ganha com isso. O estado democrático de direito precisa de instituições credíveis, nas quais o cidadão sinta que pode contar. É inegável que hoje a Justiça tem um déficit de confiança.

Em bom português, Sérgio Moro está a “por-se a jeito”. A falta de recato faz com que se torne um alvo para os opositores. As evidências surgem aos borbotões. Os registros fotográficos das suas aparições públicas mostram o juiz quase sempre cercado de pessoas com uma certa plumagem política. Aliás, a controversa fotografia ao lado de Aécio Neves no evento da IstoÉ tornou-se um dos momentos mais embaraçosos da história recente.

Poderia ficar a enumerar os desaforos de que o juiz é alvo. Mas não interessa. O facto é que ao entrar nas vestes de popstar, Sérgio Moro atrai as atenções e torna o escrutínio mais implacável. E, claro, os seus erros e contradições tornam-se mais evidentes. Apesar de ainda ser visto como um virtuoso por um certo público (os conservadores que anseiam por ver preso o ex-presidente Lula), talvez seja a hora de Sérgio Moro descer à terra.

É a dança da chuva.

segunda-feira, 27 de março de 2017

Administrador de meia tigela é o que começa a obra sem saber como acaba


POR JORDI CASTAN




Ninguém teria a coragem de iniciar a construção da sua casa sem antes ter a propriedade do imóvel. É verdade que ainda temos áreas de invasão e que quando acontecem, na maioria dos casos os proprietários legais da área conseguem a reintegração de posse para evitar as ocupações ilegais. Em Joinville o próprio poder público é o que inicia obras sem ter adquirido antes a área.

O melhor exemplo, ainda que o correto fosse falar do pior exemplo, é o da malfadada duplicação da avenida Santos Dumont. O que deveria ser uma duplicação, que daria a Joinville uma avenida segura, larga e totalmente duplicada, se converteu pelo acúmulo da inépcia num arremedo de binário e duplicação. Uma caricatura do que estava previsto, por conta da falta de planejamento, da improvisação e de projetos mal feitos, que sofreram várias mudanças inclusive com a obra já iniciada.

Faltou prever os recursos para as desapropriações. Alguém imaginou que em Joinville essas coisas pudessem acontecer? Pois acontecem e a Prefeitura o máximo que fez foi esperar a doação das áreas por parte dos proprietários. Como será com as outras ruas e avenidas que precisam ser concluídas ou duplicadas como a Almirante Jaceguay, a Ottokar Doerfehl, a continuação da Marquês de Olinda? 

Alguém começaria as obras de reforma da sua casa sem ter o dinheiro? Sem ser dono do imóvel? Sem ter um projeto definido? E sem prazo para terminar? Em Joinville essa é a praxe nas obras públicas. Ninguém, com um mínimo de bom senso, trancaria o corredor ou o acesso ao quarto ou a sala durante meses a fio, menos ainda deixaria a cozinha ou o banheiro interditados por obras de reforma sem data de conclusão.

Joinville está assim de patas pra cima, arregaçada, esgarçada por obras que não avançam. Obras que se alastram como lesmas em férias. As equipes ficam mais tempo paradas que trabalhando. O que já era ruim vira um caos. A resposta da Prefeitura é o silêncio, olhar para o outro lado, fazer de conta que não acontece nada e que tudo esta perfeito. Os moradores da rua Otto Bohem sabem bem o que é conviver com a desídia e falta de gestão. Os das ruas Piratuba e Iririú também. Os da Jerônimo Coelho têm diariamente uma versão das ruínas romanas na frente da sua casa. Obras mal sinalizadas, sem cumprir as normas de segurança e oferecendo um risco alto de acidentes. Acidentes, alias que já tem custado, nesta gestão mais de uma morte. 

O poder público insiste em se fingir de morto. Apostando em que o joinvilense vai cansar, vai se acostumar, vai desistir de exercer os seus direitos. Conta com a mansidão do joinvilense, com a sua natural aversão a reclamar. E até agora tem lhe dado bom resultado. O certo é que um administrador que se preze não teria a cidade neste estado de abandono e se não fosse frouxo não se esconderia trás sua trupe de áulicos.

Vender a imagem de bom gestor é uma coisa. Ser um bom gestor é outra muito diferente. O melhor exemplo vem da administração de uma casa, onde a cada dia as famílias põem à prova as suas habilidades como administradoras. Planejam, preveem, administram e gerenciam os recursos familiares com competência e sabedoria. Gastam com critério, de acordo com a sua disponibilidade, poupam, investem e ainda sobra tempo e disposição para dar atenção e melhorar a vida de todos os membros da família.

Uma cidade não é outra coisa que uma grande família e o administrador municipal tem a obrigação e a responsabilidade de fazer o melhor para os cidadãos que aqui moram e trabalham. O resultado da gestão municipal é perceptível no cuidado e gosto de pensar em termos de capricho. Mas capricho é algo que faz anos que não vemos por aqui, assim que vamos ficar no cuidado, que já estaria de bom tamanho.

sexta-feira, 24 de março de 2017

Bolsominions em luta contra o armário?


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Ah ah ah. Desculpem, leitor e leitora, mas não resisti a começar com um pouquinho de zoa. É que tenho em mãos um texto de uma publicação muito respeitável, com notícias que não posso deixar passar batidas. E os bolsominions foram a primeira coisa que me veio à mente quando li a matéria. Afinal, o texto serve como recado aos tipos que fazem da homofobia uma marca de perfil.

Eis o resumo da ópera: a homofobia é uma coisa que bate mais forte nos indivíduos que têm desejo por pessoas do mesmo sexo. Ou seja, homossexuais que não têm coragem para abrir as portas do armário. Vou repetir: muitos dos homofóbicos têm um gay adormecido dentro deles. E, segundo o texto, louco para acordar. Diz o texto que a agressividade é uma das formas de “compensar” essa (auto)repressão sexual.

Ok… é o tipo afirmação que qualquer aspirante a psicanalista pode fazer e que surge sempre em debates sobre a homofobia. Mas desta vez, como já disse, temos uma diferença. Porque tem fundamento científico e vem referendada por um estudo realizado nas universidades de Rochester e da Califórnia, nos Estados Unidos, e de Essex, na Inglaterra.

Não é um daqueles estudos malucos que só servem para sorver o dinheiro de pesquisa. Os resultados são para levar a sério. Tanto que foram publicados no “Journal of Personality and Social Psychology”, da American Psychological Association. Claro, estamos a falar de uma publicação que os bolsominions não leem. Porque , enfim, a maioria não lê. E os que leem não entendem.

Podia ficar aqui a sacanear os bolsominions homofóbicos (passe a redundância), mas vou me limitar a relatar os principais detalhes do estudo, que faz uma análise construção da identidade dos indivíduos e das influências da família nesse processo. Partindo da tese de que nem todo homofóbico é bolsominion, mas todo bolsominion é homofóbico, vamos ver se temos o match.

1. Em grande número de casos, a homofobia afeta indivíduos que se sentem atraídos por pessoas do mesmo sexo, mas acabam ficando no armário.

2. Na maioria dos casos, a homofobia e o preconceito acontecem por culpa do autoritarismo dos pais, que reprimem e rejeitam os desejos dos filhos. Os homossexuais têm medo da reprovação dos pais, caso admitam desejo por pessoas do mesmo sexo.

3. Os jovens que crescem em ambientes repressivos tendem a mostrar uma desarmonia entre o que dizem e o que sentem em relação a pessoas do mesmo sexo. No estudo, as pessoas que se declaravam heterossexuais – mas não o demonstravam implicitamente, segundo os pesquisadores – eram mais propensas à hostilidade contra os homossexuais.

4. O estudo afirma que os homofóbicos vivem em constantes batalhas contra elas próprias. Óbvio...

5. Tudo indica que a homofobia pode ser uma reação de quem se identifica com os homossexuais, mas luta para rejeitar o fato.

Viram? Mas se você é simplesmente homofóbico e sente culpa por isso, fica pelo menos uma boa notícia. A culpa não é sua, mas dos seus pais repressores. Mas se você é bolsominion não tem atenuante. Não dá para culpar a sua família pela sua burrice. Ah... se os armários falassem.

É a dança da chuva.

quinta-feira, 23 de março de 2017

A mirrante é turrismo de primeirro mundo


POR BARON VON EHCSZTEIN
Guten Morgen, minha povo.

Xente, foceis virram que coissa mais linda? A xornal feiz um reportagem dissendo que a mirrante é a maior ponto turrística de Xoinville. Mais uma ponto parra a nossa querrida prefeito. Besser spät als nie. Antes tarde do que nunca. O povón esdá feliz porque agorra tem uma lugar parra tirrar selfies e publicar na Feicebuque. Porque alegre se vai ao longe. Heiter kommt weiter.

É turrismo de primeirro mundo. Logo o citade vai ficar cheio de turristas estrangeirras só parra ver a mirrante. Como diz a nossa querrida prefeito, toda a esforço se reconhece na fim. Bedenke das Ende. Agorra os pessoas têm o que fasser em Xoinville e nón podem mais reclamar. Até aquelas kommunisten, que só sabem falar mal da nossa querrida prefeito, xá forram fasser uma fotinha lá. Eu vi.

Eu é que nón vou na mirrante. Erra só o que faltava. Es ist nicht alles Gold, was glänzt. Nem tudo que reluz é ourro. A mirrante é lugar parra divertir o colonhada, essa xente com nomes sem pedigree, os Silvas, Rochas, Santos, Silveirras, Limas, Ferreirras, Correias e outras. Chegar lá em cima do Morro da Boa Fista é o único xeito de elas sentirrem que estão a subir no vida. Schlecht!

Pessoas com sobrenomes importantes estón em outro nível. Se querro ver os coisas lá de cima, vou no Torre Eiffel, lá em Parris. É um maravilha ver todo aquele civilizaçón. Mas nón me importo de ficar no Brasil quando nón posso fisitar o terra do meu querrida Marine Le Pen. É outra que nón gosta de pobre, em especial aquelas mais escurrinhas. Dass wunderbare Frau. Marravilha de mulher.

Se fico aqui na Brassil, vou parra o minha apartamento de coberturra em Camborriú. Lá bem do alto eu vexo a povón pequenininha que nem formigas no praia, bem xunto à mancha castanha de cocô. Armut! E ainda roubo o sombra deles. Sabe aquela histórria de que o sol quando nasce é parra todos. Nón é. Em Santa Catarrina é só para os pessoas cheirrosos, diferrenciadas e com muitas consoantes na sobrenome.

Das Auge sieht weit, der Verstand noch weiter. O olho vê longe, o cérrebro de xente rica ainda mais. Entón, fica a convite. Visitem a mirrante, que é parra foceis, minhas querridas. Querro ver os fotografias na Feicebuque e na Instagram.