quarta-feira, 11 de julho de 2018

Social media: Brasil em segundo, JEC em quinto

POR LEO VORTIS
Quais são as seleções com maior número de seguidores na Copa do Mundo, na Rússia? Os dados disponíveis apontam apenas para duas redes sociais, o Twitter e o Instagram, mas o Brasil tem presença forte nas duas. É terceiro lugar no Twitter, com 4,2 milhões de seguidores, e segundo no Instagram, com 2,8 milhões.

A combinação das principais redes aponta uma liderança do México, com um total de 7,4 milhões. Em segundo está o Brasil, com um total de 6,8 milhões. E em terceiro vem a França, com uma soma de 6,3 milhões. A Croácia, que neste domingo disputa a final com os gauleses, tem pouco mais de 1 milhão de seguidores em todas as redes.

É difícil medir os resultados das seleções, uma vez que há uma certa “sazonalidade” nos jogos. Mas o mesmo não acontece nos clubes. As estatísticas mostram que as equipes com mais seguidores do mundo (somadas todas as redes sociais em que estão presentes) estão na Europa. Não deve ser coincidência o fato de participarem nas ligas mais importantes do mundo, a  espanhola e a inglesa. Eis a lista:
- Real Madrid - 189 milhões
- Barcelona - 184
- Manchester United - 110
- Chelsea - 69 milhões
- Arsenal - 60 milhões

E em Santa Catarina? A Chapecoense é o clube mais popular nas redes sociais, muito à frente dos outros, o que pode ser explicado pela notoriedade obtida depois do trágico acidente com o avião, que vitimou a equipe. O ranking catarinense, em números redondos:
- Chapecoense: 5,9 milhões
- Figueirense: 1 milhão
- Criciúma: 800 mil
- Avaí: 500 mil
- JEC: 366 mil


Neste domingo, França e Croácia disputam a final do Mundial 2018


Ponte para o futuro.


terça-feira, 10 de julho de 2018

Uma patacoada jurídica

POR CLÓVIS GRUNER
Há um trecho quase sempre esquecido da famosa conversa telefônica entre Romero Jucá e o ex-diretor da Transpetro, Sérgio Machado. Refiro-me, vocês sabem, ao diálogo em que ambos combinam o “grande acordo com o Supremo com tudo” que culminaria no impeachment de Dilma e na posse do presidente que, parece, só consegue apoio acima de um dígito entre os comentaristas anônimos desse blog e milicianos do MBL.

Voltemos ao telefonema. Lá pelas tantas, como parte da definição da estratégia de colocar Temer na presidência para “delimitar tudo onde estava”, Machado defende que um “governo de união nacional”, possível apenas com a saída de Dilma, “protege o Lula, protege todo mundo”. Se em algum momento proteger o Lula esteve mesmo nos planos da quadrilha que chamamos de governo, parece que, passados dois anos, ela mudou de ideia.

E se para isolar e inviabilizar a candidatura do ex-presidente os signatários do acordo não mediram esforços no aparelhamento das instituições, incluindo o Poder Judiciário, o outro lado decidiu ver até onde chegava jogando nas mesmas regras – ou na ausência delas. E o resultado foram os eventos patéticos de domingo (08),  resultado da extrema politização das nossas cortes, ao menos teoricamente, responsáveis por zelar pela normalidade jurídica.

A sequência de acontecimentos é de conhecimento público, e análises jurídicas pertinentes e bem fundamentadas circulam amplamente desde o final de semana (recomendo particularmente o artigo “Politização com esteroides”, de Conrado Hübner Mendes, professor de Direito e colunista da revista Época). Vou arriscar alguns pitacos sobre as motivações e os possíveis desdobramentos políticos do imbróglio.

Mídias e desespero - Se a intenção era manter Lula nas mídias e visibilizar os interesses políticos nebulosos por trás da cruzada pessoal e partidária de Moro, a estratégia dos deputados petistas e advogados Paulo Pimenta, Paulo Teixeira e Wadih Damous foi impecável. A apresentação do habeas corpus, depois de encerrado o expediente normal do tribunal, em um final de semana onde o plantonista, o desembargador Rogério Favreto, é um conhecido crítico da Lava Jato, não foi mera coincidência.

Se como plantonista Favreto não extrapolou suas obrigações legais, o bom senso e o respeito à “normalidade” sugerem que ele deveria ter se manifestado impedido de julgar o pedido, em função de sua proximidade com o PT. Ao mandar às favas os escrúpulos, já que isso se tornou prática comum nos tribunais superiores – e aí estão Gilmar Mendes e Alexandre Moraes, no STF, além do próprio Moro, a dar provas fartas de que já não importa manter mesmo a mais remota aparência de isenção –, o desembargador não contribuiu para melhorar a imagem da toga.

A insubordinação do juiz de Curitiba, que não encontrou tempo e alegou excesso de trabalho para não julgar o conterrâneo e companheiro Beto Richa, mas despachou de férias em Portugal, e a atitude destemperada dos desembargadores Gebran Neto e Thompson Flores, tampouco. Afinal, se o fundamento da decisão era frágil e juridicamente insustentável, bastaria seguir o procedimento normal, esperar a segunda para derrubá-la e Lula voltar à sua cela na Polícia Federal.

Um cenário incerto - O desespero de Moro e dos desembargadores de Porto Alegre para impedir a sua liberdade, mesmo que por poucas horas, desequilibrou momentaneamente o jogo político, e a favor de Lula e do PT. A dúvida é sobre quais os efeitos desse desequilíbrio no médio prazo. Se a intenção é insistir na tese da candidatura de Lula, o tiro talvez saia pela culatra e repercussões de domingo escampem ao planejado.

É verdade que o ex-presidente segue liderando todas as pesquisas, mas também o é que o voto em Lula tem algo de messiânico, radicalizando uma característica do eleitorado brasileiro, a desconfiança em partidos e programas e a aposta em lideranças carismáticas, como Lula. A estratégia de fortalecer o nome do ex-presidente, mantendo-o em evidência ao mesmo tempo em que reforça a imagem de um líder popular perseguido por forças antidemocráticas, não garante que seus votos serão automaticamente transferidos ao candidato ungido por ele.

O melhor, e venho insistindo nisso há alguma tempo, era as esquerdas oferecerem uma alternativa programática a Lula, o que nem o PT nem nenhum outro partido o fez até agora – à exceção, talvez, do PSTU, mas sem chance alguma de prosperar eleitoralmente. Mesmo fora da órbita petista não há nome viável que inspire segurança, seja Ciro ou Marina. A direita liberal, ao apostar em nomes como Alckmin ou Amoedo, também arrisca nadar e morrer antes de chegar à praia.

O risco é de que o descontentamento e a desconfiança dos eleitores com a política e os partidos tradicionais inflem a única candidatura identificada, hoje, como alternativa a “tudo o que está aí”, e quem capitalize os votos principalmente indecisos nas eleições de outubro não seja um candidato ou partido comprometido com a democracia. É possível, embora não seja certo, que a geleia geral de domingo também sirva para recrudescer a opção pelo fascismo e fortaleça a candidatura daquele que não se deve nomear.

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Solta Lula. Prende Lula. Solta Lula. Prende Lula...

POR ET BARTHES
Solta Lula. Prende Lula. O domingo foi um dia cheio de emoções. E confusões. Logo cedo, o desembargador Rogério Favreto determinou a soltura de Luiz Inácio Lula da Silva. Não demorou e a tropa de choque dos que querem ver o ex-presidente na cadeia entrasse em campo para impedir que isso acontecesse. Foi rocambolesco. E o tema ganhou as redes sociais, com visões muito diferentes…


38 anos sem a filosofia de Vinicius de Moraes

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Hoje faz 38 anos que o Brasil perdeu Vinicius de Moraes, um dos seus maiores filósofos. Filósofo? Sim. Ok... ele tem sido apresentado como poeta, escritor de teatro, jornalista, diplomata, cantor ou compositor. Mas parece que um dos lados mais reluzentes da sua obra é a filosofia (que não parece involuntária). Afinal, como escreveu o pensador Roberto Gomes, no seu tratado tupiniquim, filosofar é ver um palmo à frente do nariz.

A filosofia dos homens sisudos da academia não gosta muito das coisas simples. Então eu pergunto: para que serve uma filosofia que não dialoga com o homem da fila do ônibus, o malabarista do sinaleiro ou a prostituta nas esquinas? E por que temos que ficar papagueando a tradição grega e os seus sucedâneos? É preciso uma filosofia macunaímica, capaz de falar uma língua que a gente entenda.

A filosofia brasileira é Vinícius de Moraes. Uma filosofia que fala da vida, dos amores, da existência, da preguiça. Também de política. E só um filósofo brasileiro poderia filosofar em forma de samba. Vinícius foi mais existencialista do que os existencialistas. E não se perdeu em vãs metafísicas.
-      Você que só ganha pra juntar, o que é que há, diz pra mim, o que é que há? Você vai ver um dia em que fria você vai entrar.


Como todos os outros filósofos, procurou o sentido da vida:-      Às vezes quero crer mas não consigo. É tudo uma total insensatez. Aí pergunto a Deus: “escute, amigo, se foi pra desfazer, por que é que fez?”
Uma filosofia brasileira tem que saber rir.

É um dos nossos maiores pensadores. Como Adoniran, Guarnieri, Plínio, Chico, Tom, Veríssimo, Di, João Pacífico, Catulo, Gonzagão… Tantos filósofos.