segunda-feira, 5 de junho de 2017

Joinville: 5º melhor cidade das Américas para investir. Ouçam o foguetório...

POR JORDI CASTAN
A notícia que tomou os titulares na vila e na capital, na semana passada, foi de que Joinville, de acordo com o prestigiado jornal britânico Financial Times, "seria a 5ª melhor cidade das Américas para investir e a melhor do hemisfério sul-americano". O foguetório, o espocar da champanha e as caras de surpresa não se fizeram esperar. A notícia foi um balão de oxigênio para a atrapalhada gestão municipal e parte do PMDB catarinense, que apoia o nome do prefeito Udo Dohler para um projeto político de âmbito estadual.

É bom olhar com cautela a informação. Não porque não seja verdadeira, mas porque contém mais meias verdades que verdades inteiras.
- Primeiro, não foi o jornal Financial Times que publicou a notícia e sim a FDIInteligence, uma empresa vinculada ao grupo. Não é a mesma coisa.
- Segundo, porque o estudo foi feito entre as cidades que se postularam. Ou seja, não é uma pesquisa exaustiva abrangendo a totalidade de cidades americanas de médio porte. É só para aquelas que apresentaram estudos, o que reduz muito o impacto e a relevância do resultado.
- E, finalmente, o secretário de Planejamento declarou que ficou gratamente surpreso com a notícia porque o projeto apresentado, denominado JoinVale, ainda esta na sua fase inicial.

Quanto mais você pesquisa e se aprofunda na busca de informações, menos clara a coisa fica. Notícia desta transcendência publicada sem nenhum link? Estranho. E o tiro ao lado: localizar Joinville no estado do Rio de Janeiro é um erro crasso. Será que não haveria outros? Não vamos agora pôr em dúvida todo o estudo por conta de um errinho destes. Vai que o estagiário digitou errado. Que Joinville apareça quase emparelhada com El Salvador, em San Salvador me fez ir atrás de mais informações e fiquei com a pulga atrás da orelha.

Essa história toda começou a parecer cada dia mais com aqueles prêmios que cada ano distribuem empresas tão sérias como “Quality International” ou “Master of Excelency”, para citar algumas. Sim, aqueles prêmios que algumas empresas ganham baseados em pesquisas populares em que se escolhe a melhor churrascaria da cidade, ou o melhor borracheiro. Aliás, esse prêmio ninguém tira do Negão da Borracharia. Esses prêmios em que às vezes o vencedor precisa pagar um pequeno valor para ver seu nome publicado e ser homenageado na festa de entrega do troféu.

Quer dizer, conheço bem as maiores entidades empresariais da América Latina e incluo aqui El Salvador e, claro, Joinville. É muito difícil acreditar que qualquer estudo amplo, que englobe a todas as cidades latino-americanas de porte médio coloque Joinville entre as cinco primeiras, é muito difícil mesmo. Mas quem quiser acreditar que acredite. Eu tenho muitas dúvidas e quis compartilhá-las com vocês. Até porque a notícia publicada por aqui mais parece uma ode ao prefeito pré-candidato que uma informação veraz.

Claro que Joinville é uma cidade excelente para empreender. Claro que numa lista das 100 melhores das Américas apareceria entre as 50 primeiras. Mais que isso eu tenho dúvidas. E quem sou eu para ter dúvidas? Pois deixem que lhes conte que além de ter sido Secretario de Desenvolvimento Econômico de Joinville, nos últimos 10 anos, além de escrever aqui neste espaço, tenho prestado consultoria para mais de 100 entidades empresariais de 25 países de quatro continentes, passando em media mais de 200 dias ao ano fora do Brasil.

Para quem tiver interesse no link original

FDI American Cities of the Future 2017/18, no site http://fdiinteligence.com 



sexta-feira, 2 de junho de 2017

11 mulheres, 11 imagens de coragem

POR ET BARTHES

Pode ser pelo voto. Pelo direito de participar de uma corrida. Pela defesa da liberdade. Pela luta contra a repressão. O fato é que a história é marcada por momentos marcantes em que mulheres põe a coragem na luta contra o poder. As fotos que apresentamos a seguir, umas mais novas e outras já históricas, circulam pela internet e são uma recolha. Infelizmente, pro ser uma recolha na internet, não é possível identificar a autoria de cada uma dessas fotos.

















quarta-feira, 31 de maio de 2017

De Costa e Silva a Médici: o consórcio militar-empresarial em Joinville

POR IZAIAS FREIRE*

O professor Renato Ortiz sustenta que o regime de 1964 instaurou uma modernização no país em termos de reorganização da máquina do Estado, urbanização e incentivo das atividades empresariais. Para Ortiz, contudo, foi uma modernização conservadora que garantiu a longevidade do regime, servindo-lhe como uma base social alternativa ao autoritarismo.

Não há dúvidas que em Joinville o aspecto mais sentido dessa modernização foi o incentivo às atividades empresariais. Havia se formado desde 1964 um “consórcio governamental-empresarial” como analisou o historiador Reinaldo Lindolfo Lohn, cujo fulcro repousava sobre a ideia de que os empreendedores privados fossem merecedores de políticas de incentivo e crédito dos governos militares por serem promotores do desenvolvimento. O maior empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico a uma empresa privada nesses anos foi para uma fábrica joinvilense: a Fundição Tupy.

Economicamente, o início da década de 1970 foi de intensas celebrações na cidade para o regime civil-militar. O reconhecimento desse consórcio colaborativo levou a elite local conceder o título de Cidadão Honorário de Joinville a Médici, quando o general-ditador veio cá recebê-lo. Esse consórcio, entretanto, teve outro significado para os trabalhadores.

Na prática, o que se criou foi uma industrialização de baixos salários, base do processo de estabilização econômica e da expansão do setor industrial. A modernização do regime civil-militar amorteceu conflitos, fez a contenção do movimento dos trabalhadores via sindicatos, arrochou salários e ampliou o abismo distributivo, concentrando os ganhos obtidos com o crescimento e o aumento da produtividade.

Nesse período, “Pra frente Brasil”, o hino da ditadura, foi executado diversas vezes na cidade, seja por coro na catedral do bispado ou pela banda do 13º BC, expressão de um otimismo reinventado pelos que diziam que o país inaugurava um novo ciclo: o “milagre econômico”. Um “milagre” que acabaria por revelar-se num enorme complexo de inferioridade, de uma nação que sonhava ser potência, mas que não conseguia resolver problemas básicos.

Os anos Costa e Silva e Médici significaram para Joinville os “anos de ouro”, contudo, não para os trabalhadores que acumularam perdas salariais, amplificando sua condição proletária, mas para o segmento de classe mais eficaz como suporte civil da ditadura na cidade, o empresariado.

*Izaias Freire é Mestre em História, pesquisador da ditadura civil-militar em Joinville e membro do Movimento pra mudar o nome do bairro Costa e Silva.

terça-feira, 30 de maio de 2017

O seu emprego pode virar fumaça? Culpa do digital...

POR LEO VORTIS
Você lembra de ter que escolher entre filmes da Kodak ou da Fujifilm? O que aconteceu às marcas? A Kodak foi para o buraco. A Fuji continua firme e faturando alto. O que aconteceu? Os filmes fotográficos estavam com os dias contados por causa dos avanços tecnológicos e as duas empresas seguiram caminhos diferentes: uma apostou no velho mercado, a outra se adaptou às mudanças.

É assim para as empresas. É assim para os trabalhadores. A tecnologia evolui e algumas empresas e empregos desaparecem. A Kodak, por exemplo, chegou a ter 170 mil trabalhadores. Há um fato que não temos como evitar: certas profissões tendem a acabar, mesmo que a economia gere novos empregos. Segundo a Universidade de Oxford, dentro dos próximos 25 anos pelo menos 47% das funções que existem hoje tendem a desaparecer.

Hoje mostro algumas das profissões que tendem a desaparecer à medida que a revolução tecnológica avança. Algumas parecem óbvias, outras podem até surpreender. Mas como maior ou menor tempo, o fato é que o destino parece estar traçado. A boa notícia é que novas profissões também estão surgindo em diversas áreas, quase sempre ligadas ao digital. Eis alguns trabalhos que, mais dia menos dia, têm a morte anunciada (isso se já não desapareceram).

SERVIÇOS DE REPARAÇÃO
Os produtos eletroeletrônicos estão ficando cada vez mais baratos e compensa mais trocar do que arrumar.
CARTEIROS
Vítimas do email e das redes sociais.
AGENTE DE VIAGENS
Hoje as pessoas já marcam as suas viagens sozinhas, pela internet.
AMOLADOR
Mais vale comprar uma faca nova do que pagar o mesmo preço para afiar.
ENGRAXADOR DE SAPATOS
Há países onde já não existem há tempos.
CAIXAS DE SUPERMERCADO
Nos países desenvolvidos, os supermercados já possuem caixas automáticas com leitores óticos.
SAPATEIROS
O preço de uma meia-sola é quase o preço de um sapato novo.
ALFAIATE
Vítimas das Zaras e companhia.
PEDAGEIRO
Os leitores eletrônicos de números das placas de carros fazem o serviço sozinhos.
MERCEEIRO
Culpa das grandes superfícies, que estão a dominar o mercado por todo o mundo.
BANCÁRIO
As grandes agências bancárias, como a que temos no Brasil, não existem nos países mais desenvolvidos. O homebanking resolve os problemas. Há pessoas que passam meses ou mesmo anos sem ir ao banco.
JORNALISTA (IMPRESSO)
É um trabalho especializado. O problema é que nos grandes jornais internacionais já existem conteúdos produzidos por jornalistas robôs.
LENHADOR
Há décadas a motosserra vem provocando danos.
FISCAIS DE IMPOSTOS E CONTABILISTAS
Em alguns países, a entrega de declarações de impostos é feita online, de forma obrigatória. É tudo automático e mais fácil controlar.
OPERÁRIO FABRIL
As unidades industriais mais modernas têm sempre um elevado nível de automação que dispensa o trabalho braçal.
TAXISTA
Nos países desenvolvidos, as pessoas começam a preferir os transportes públicos. De qualquer forma, a automação dos carros também vai reduzir em muito esse campo de trabalho.

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Onde está a bola do jogo? Vem de drone...

POR ET BARTHES

- Ei, já podemos começar o jogo.
- Não! Ainda falta a bola.
- E onde está, afinal?
- Já vem aí. Olha lá em cima.
E aconteceu no domingo, na final da Taça de Portugal, entre Benfica e Vitória de Guimarães. A bola do jogo chegou pelas mãos de um homem a pilotar um drone. É o futuro.