POR RAQUEL MIGLIORINI
O Jornal A Notícia desse 17 de Maio de 2017 mostra os novos financiamentos pleiteados pela Prefeitura de Joinville. O primeiro financiamento é do BID, com US$70 milhões para a macrodrenagem do rio Itaum-Açu, instalação de rede coletora de esgoto no Bairro Vila Nova e a construção do Parque Piraí, também no Vila Nova. O segundo vem do Fonplata, com US$ 40 milhões, para a construção da Ponte Adhemar Garcia/Boa Vista. Aqui a atenção tem que ser redobrada pois estamos falando de uma área de preservação permanente (APP) com manguezais e que exige um licenciamento ambiental de alto nível, com pessoas capacitadas que visem minimizar os impactos ambientais causados pela obra.
Esses financiamentos dependem da aprovação do Senado e da Câmara de Vereadores e são processos que, embora necessários para o município, são muito complexos.
Muito mais simples, porém desdenhados pelo governo de Joinville, é o Programa de Pagamentos Por Serviços Ambientais (PSA), implantado com sucesso por muitos municípios brasileiros que se preocupam com a preservação de seus mananciais e biomas ameaçados de extinção, como a Mata Atlântica. Gestores que enxergam a importância do PSA entendem os benefícios que a preservação traz para a cidade e quanto de recursos financeiros serão economizados futuramente. Aqui podemos abrir um parênteses para deixar claro que a instalação da rede coletora de esgoto no Vila Nova não faz parte desse tipo de visão que mencionei. Essa ação é exigência do BID para a liberação do dinheiro.
Os leitores desse blog já sabem que 70% da água consumida em Joinville vem do Rio Cubatão. Observe o curso do rio, utilizando o link do Google Maps, desde Garuva até a captação, na Estrada Dona Francisca, pela Cia. Águas de Joinville.
O novo Código Florestal ((Lei nº 12.651) permite, desde 2012, o desmatamento de APP em propriedades de até 4 módulos fiscais, ou seja, os pequenos produtores. Observando o curso do Rio Cubatão fica evidente o desmatamento para plantio de lavouras, eucalipto, lagoas de peixes, residências, parcelamentos irregulares. Salvo os dois últimos, os demais poderiam ter deixado a mata original ou reflorestado e serem compensados pelo PSA. A conta do prejuízo seria dividida entre todos os munícipes, que usufruiriam de água de qualidade, e não cairia só no colo do produtor. Hoje , quem paga a conta, são os cidadãos joinvillenses que bebem água com inseticidas, herbicidas, adubos químicos, antibióticos e fungicidas. E o rio recebe uma grande quantidade de solo fértil, que provoca assoreamento e a conseqüente diminuição da quantidade de água.
Foi apresentado ao prefeito Udo Döhler, ainda no primeiro mandato, um projeto para saneamento eficiente na área rural, PSA e gerenciamento de resíduos da área rural. Se pensar que o bem mais precioso de uma cidade, água de qualidade, não é prioridade, não sei o que é gestão. Pior do que o prefeito ou a equipe gestora não se preocuparem com o assunto, é o silêncio da população, mesmo quando alertada sobre os fatos. O que será preciso acontecer para que esse assunto se torne pauta nas ruas da cidade, na Câmara de Vereadores, nos meios de comunicação? Pelo andar da carruagem, já é bom irmos pensando em outro financiamento que será usado para recuperação da bacia do Cubatão. E US$ 70 milhões será troco.
quarta-feira, 17 de maio de 2017
A publicidade tem as suas armadilhas
POR ET BARTHES
Sobre a publicidade e a morte. No Reino Unido,
a rede de fast food McDonald’s lançou um filme em que o personagem principal é
um garoto órfão a falar com a mãe e a tentar saber se era parecido com o pai
morto. E os dois nada têm em comum. A não ser, claro, o hambúrguer da marca.
O filme não agradou e gerou revolta nas redes
sociais. Ao ponto de ontem a marca anunciar a retirada da campanha do ar. A
publicidade tem as suas armadilhas.
terça-feira, 16 de maio de 2017
A culpa é da Marisa. A loja, claro...
POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
“Se a sua mãe ficar sem presente, a culpa não é da Marisa”. Todos vimos o anúncio das lojas Marisa, publicado no Instagram da empresa, depois do depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na Lava Jato. E fica a pergunta. O que passa pela cabeça dos responsáveis pela comunicação da loja? Porque foi um raciocínio bovino.
É certo que os anúncios de oportunidade (quando se aproveita a repercussão de algum fato) exigem rapidez na decisão. E às vezes há precipitações. Mas há coisas que são óbvias. O trocadilho com o nome da loja e da mulher do ex-presidente tinha tudo para dar problemas. Até porque hoje a publicidade é mais do que fazer anúncios. É fazer “brand building” (construção da marca).
O fato é que a marca saiu chamuscada do episódio. Num ambiente de acesa bipolarização política, em troca de uma gracinha a marca alcançou a rejeição de pelo menos metade dos eleitores. E não deve ter conseguido a adesão da outra metade, formada por aquilo que certa jornalista chamou “gente cheirosa” e que, claro, não compra produtos das lojas Marisa.
Então, é preciso fazer o cálculo dos negócios. Quem gostou do anúncio? Os caras do ódio. O problema é que odiadores só sabem odiar e não estão afeitos às “love brands” (categoria do marketing), aquelas marcas que interagem com o consumidor, dialogam e trocam ideias. Ops! Dialogar? Trocar ideias? É tudo o que o pessoal do ódio não quer. Nem comprar nessa loja...
O tiro no coração da marca foi ainda mais arrasador. As mulheres, gostando ou não de Lula e de Dona Marisa, não devem ter gostado. E devem achar que o slogan da empresa, “de mulher para mulher”, é papo furado. Ah... o consumidor esquece, dirão alguns. Não. O consumidor moderno não consome apenas produtos, mas também uma relação com a marca. É o beabá do marketing.
O que as empresas brasileiras devem aprender? Se querem entrar no campo da política, a posição tem que se afirmativa. O consumidor mudou. O mercado mudou. E as marcas têm que mudar, em especial quando assumem posições eticamente pouco recomendáveis. Machismo, racismo, classismo, homofobia, trabalho escravo, entre outros, não são aceitáveis.
Má publicidade? A culpa é da Marisa. A loja, claro.
É a dança da chuva.
“Se a sua mãe ficar sem presente, a culpa não é da Marisa”. Todos vimos o anúncio das lojas Marisa, publicado no Instagram da empresa, depois do depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na Lava Jato. E fica a pergunta. O que passa pela cabeça dos responsáveis pela comunicação da loja? Porque foi um raciocínio bovino.
É certo que os anúncios de oportunidade (quando se aproveita a repercussão de algum fato) exigem rapidez na decisão. E às vezes há precipitações. Mas há coisas que são óbvias. O trocadilho com o nome da loja e da mulher do ex-presidente tinha tudo para dar problemas. Até porque hoje a publicidade é mais do que fazer anúncios. É fazer “brand building” (construção da marca).
O fato é que a marca saiu chamuscada do episódio. Num ambiente de acesa bipolarização política, em troca de uma gracinha a marca alcançou a rejeição de pelo menos metade dos eleitores. E não deve ter conseguido a adesão da outra metade, formada por aquilo que certa jornalista chamou “gente cheirosa” e que, claro, não compra produtos das lojas Marisa.
Então, é preciso fazer o cálculo dos negócios. Quem gostou do anúncio? Os caras do ódio. O problema é que odiadores só sabem odiar e não estão afeitos às “love brands” (categoria do marketing), aquelas marcas que interagem com o consumidor, dialogam e trocam ideias. Ops! Dialogar? Trocar ideias? É tudo o que o pessoal do ódio não quer. Nem comprar nessa loja...
O tiro no coração da marca foi ainda mais arrasador. As mulheres, gostando ou não de Lula e de Dona Marisa, não devem ter gostado. E devem achar que o slogan da empresa, “de mulher para mulher”, é papo furado. Ah... o consumidor esquece, dirão alguns. Não. O consumidor moderno não consome apenas produtos, mas também uma relação com a marca. É o beabá do marketing.
O que as empresas brasileiras devem aprender? Se querem entrar no campo da política, a posição tem que se afirmativa. O consumidor mudou. O mercado mudou. E as marcas têm que mudar, em especial quando assumem posições eticamente pouco recomendáveis. Machismo, racismo, classismo, homofobia, trabalho escravo, entre outros, não são aceitáveis.
Má publicidade? A culpa é da Marisa. A loja, claro.
É a dança da chuva.
segunda-feira, 15 de maio de 2017
Bom dia! Em que podemos atrapalhá-lo?
POR JORDI CASTAN
Há unanimidade que muitas coisas precisam mudar no país. O problema começa quando se trata de definir quais e como. Aí a unanimidade desaparece . A mesma eficiência que o governo utiliza para cobrar as multas de trânsito poderia ser utilizada para enviar o boleto do IPVA para o endereço do proprietário. Mas isso facilitaria muito a vida do contribuinte e faria desnecessário o trabalho dos despachantes. E poderia explicar porque essa proposta nunca avançará em nosso Estado.
Outra situação que poderia ser
facilmente evitada é a necessidade de reconhecer assinatura ou autenticidade de
cópias de documentos em cartório. Um gasto e uma perda de tempo desnecessários a que não estão sujeitos cidadãos de muitos países. Um bom exemplo de como resolver essa
situação é o que o governo implantou em Equador. A legislação dá aos funcionários
públicos o estatudo de “fé pública”. Assim seus atos têm valor legal. É o princípio que
permite justamente, a um agente de trânsito, multar. E em caso de confrontada a sua
palavra com a dos cidadãos, você ou eu, a declaração do funcionário público tem a autorização legal para poder autenticar um documento e garantir a sua validade, algo que não pode fazer o cidadão comum.
Assim o Equador, para facilitar a vida dos cidadãos,
simplificar os processos burocráticos e reduzir custos, faz valer este princípio
em favor do contribuinte. Como explica o cartaz (abaixo), presente em todas as
repartições públicas do país latino-americano, a lei tem como objetivo não pedir mais cópias autenticadas aos cidadãos. O contribuinte pode apresentar o
original e a fotocópia de um documento e o funcionário público. Depois de comprovar que o documento e a fotocopia são idênticos, autentica a copia e garante a sua autenticidade. Simples, rápido e fácil.
O resultado é que os cartórios lá faturam menos, o Judiciário deixa de receber
sua parte por selos e carimbos e a sociedade, claro, perde menos tempo e recursos a
sustentar uma burocracia ineficiente e gigantesca.
Deu para entender? Simples né? Pois exemplos como estes há
dezenas. Exemplos de como a burocracia estatal está mais dedicada a dificultar
a vida do cidadão que a facilitá-la. Contribua, compartilhe os seus exemplos e será fácil perceber a situação. No caso
de Joinville, poderíamos começar com a gincana que representa querer organizar
algum evento na cidade ou querer fazer exercer os seus direitos nessa
inutilidade que é a Ouvidoria da Prefeitura, que, seguindo a diretriz do alcaide, ouve mas não escuta.
sexta-feira, 12 de maio de 2017
Você é um imbecil kkkkkkkkkk
As redes sociais são um canal de expressão para aqueles que antes não tinham meios para publicitar as suas ideias (ou a falta delas). Mas nem tudo é perfeito na vida. Quando Santos Dumont inventou o avião, certamente não pensava que a sua criação se tornaria uma arma de guerra. E o mesmo aconteceu com o invento de Mark Zuckerberg.
Já escrevi aqui que as redes sociais – e o Facebook em particular – acabaram por se tornar um lugar para mentir, caluniar e ofender. Tanto que antes não existia a pergunta: “onde você passava vergonha antes de inventarem o Facebook?”. Nem a expressão “vergonha alheia”. As redes sociais revelaram o lado mais vergonhoso das pessoas.
Uma das mais interessantes criações de terminologia das redes sociais é o “k”. As pessoas usam “kkkk” para demonstrar que estão brincando e rindo. O problema é a falsidade. É uma forma de beliscar a assoprar. Tem gente que escreve o que pensa com a intenção de ofender. Depois usa um “k” para parecer menos podre. Eis um exemplo real.
- “Kkk .. amigo tenho certeza q tudo que vc escreveu serviu certinho p os seus comentarios kkk .. Bonito e ler seus comentarios defendendo bandido etc... Mas respeito sua opniao.. Se meus comentários lhe desagradam problema e todo seu ..me bloqueia logo kk assim evito de ler suas bobagens . vai estudar um pouco .. Vai fazer bem p o seu futuro. ..”.
A transcrição é literal. O tema da discussão é o ex-presidente Lula e o sujeito mais agressivo é um bolsonarista que vive a falar em Mito 2018. Os “kkk” são uma forma de amenizar os xingamentos. E o mais divertido: o cara comete todos os erros do mundo e ainda manda o outro estudar. É claramente um cretino... kkkkkkkkk.
As redes sociais são uma grande invenção. Pena que haja tantos psicopatas... kkkkk... bullies... kkkk... cretinos... kkkk e machos do teclado (aqueles que se sentem poderosões quando estão atrás do teclado)... kkkk.
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