domingo, 15 de novembro de 2015
quinta-feira, 12 de novembro de 2015
Vamos falar de assédio?
POR CECÍLIA SANTOS
Olá. Eu hoje queria falar
com você, leitor. Você mesmo, do sexo masculino. Talvez você tenha lido sobre a
campanha #PrimeiroAssédio. Se não sabe do que se trata, eu explico: assim que
começou o programa MasterChef Júnior na Bandeirantes, uma cambada começou a
fazer piadas de cunho pedófilo em relação à menina Valentina, de apenas 12 anos,
participante do programa.
Com a repercussão, um grupo
de mulheres lançou a campanha #PrimeiroAssédio, contando nas redes sociais as
próprias histórias de assédio. Deixa eu te contar uma coisa: tem mulheres que
relatam que sofreram o primeiro assédio aos 5 anos de idade! Eu mesma fui
perseguida por bando de garotos da minha escola aos 7. E sabe, a gente vai
descobrindo aos poucos que quase todas as mulheres passaram por isso na infância
e adolescência. Quase. Todas.
UM DADO "NOVO" - Isso significa que
provavelmente aconteceu ou acontecerá com as mulheres próximas a você. Pergunte
a elas. Não é assustador? Não dá uma sensação de impotência pensar que você não
pode evitar que aconteça com quem você mais se importa? Nos relatos nas redes
sociais, percebi que muitos homens estavam chocados com a dimensão do problema.
Curiosamente, era um dado
“novo” para eles. Pois é. Nós mulheres não falávamos disso – pelo menos até
agora. Muitas vezes não contamos nem para as pessoas em quem mais confiamos,
como mãe, pai ou amiga. Ou sequer reconhecemos que sofremos assédio. Às vezes
fica lá perdido nas memórias da infância. Porque é tão naturalizado que a gente
às vezes nem registra.
Sabe por quê? Porque de
alguma forma que eu não sei explicar, nós mulheres crescemos achando que a
culpa é nossa. Fazem a gente sentir vergonha. Medo. Achamos que não vão
acreditar em nós. Que vão nos tirar toda a liberdade. Nos ameaçam. Ou seja, nós
mulheres é que pagamos a conta do assédio.
Não estou falando aqui de
violência sexual, que é um problema ainda mais sério e, pasme, acontece até
onde a gente menos imagina: dentro de casa, na casa do tio, do avô, do vizinho,
da casa da coleguinha de escola. Também não estou falando de cantada, que é um
assunto controverso. Muita gente, inclusive mulheres, acha que cantada é de
boa. Eu particularmente não acho. Acho constrangedor e invasivo. Nunca precisei
de elogios de estranhos para validar o meu corpo.
CONIVÊNCIA COM O ASSÉDIO - Quando a gente fala de
assédio, significa o olhar malicioso, o comentário desrespeitoso, o contato não
autorizado, a perseguição, o exercício de um poder cruel da parte mais forte
sobre a parte mais fraca, especialmente quando se trata de meninas e
adolescentes. Você deve estar pensando: se tantas meninas e mulheres são
assediadas, quem é que faz isso? Existem alguns poucos assediadores em série
superpoderosos? Porque, claro, a gente sabe que você não é um assediador. E
você provavelmente tem certeza que os homens das suas relações também não são.
Espero que não sejam mesmo.
Mas sabe, se alguma vez
você buzinou para aquela pré-adolescente na rua, achando que o fato de ela
estar vestindo shorts te autoriza a cantá-la, então você talvez seja um
assediador. Se você riu daquele seu cunhado sem noção falando das “novinhas”,
talvez você não seja um assediador, mas está apoiando a cultura do assédio. Se
você continua a sair com aquele seu amigo que agarra as meninas pelo cabelo na
balada, bem, você é conivente com o assédio.
Outro dia no ônibus duas jovens
estavam conversando ao meu lado e cada uma contou a sua história do primeiro
assédio. Com uma delas, foi na escola de inglês em que ela estudava. Eu ali
ouvindo me dei conta de que, sim, é chocante que seja tão constante, mas ao
mesmo tempo é tão importante que as mulheres estejam falando disso como nunca
antes, estão expondo seus traumas e exigindo respeito, estejam indo para a rua
e ocupando espaços na mídia.
Eu tenho esperança de que
colocar o problema na mesa e discuti-lo é a única coisa que pode acabar com a
cultura do assédio. E vai ser cada vez mais difícil recusar-se a admitir que
ela existe. Pense nisso.
quarta-feira, 11 de novembro de 2015
O preço da não participação
POR VANDERSON SOARES
"Aqueles
que não gostam de política serão governados por aqueles que gostam”.
A
frase é clichê, você já deve tê-la lido várias vezes em diferentes lugares, mas
mesmo assim talvez não tenha parado para pensar e refletido sobre seu
significado. Quando se fala em política, já vem à mente um caminhão de
pensamentos não tão bons: corrupção, mordomias, tudo bandido, etc, etc. E
você tem sua razão em pensar isso. Não tivemos muitos bons exemplos até hoje
para embasar um pensamento diferente.
Mas
não pense que a política se restringe a partidos, câmaras, congressos e
prefeituras. A política é algo que permeia toda a sua vida. Se você participa
de uma entidade de classe, faz política. Se participa de algum grupo de
voluntariado, faz política. Se é membro de algum conselho de profissionais, faz
política. Se reúne os vizinhos para falar dos problemas da rua ou do bairro,
faz política. Se participa das reuniões da escola do seu filho, faz política.
Em suma, um grupo de pessoas com um ideal, objetivo ou interesses em comum
estão fazendo política. E isso acontece desde os tempos mais remotos.
O
preço de não participar da política é isso que você vê hoje. A cada dia um novo
escândalo, uma nova CPI, alguns novos delatores, acusados, propinas,
aeroportos, helicópteros, subornos, esquemas, etc. Talvez o fato de reclamar no
Facebook ou xingar na frente da TV “ui, que nojo de política” cria aquela
sensação de saciedade e a revolta para por ali. E no dia seguinte, tudo se
repete.
O
preço que se paga em apenas ser um “revolucionário de pijama” é o saneamento
básico que não chega na sua cidade, o posto de saúde que não é construído e
quando é, demora-se o dobro do tempo, com o triplo do preço e antes da
conclusão da obra, já se inicia a licitação para reforma. O preço é a escola
sem materiais ou estrutura que acompanhe a evolução do mundo. O preço é o trânsito
que aumenta, pois o transporte público não melhora e apenas sobre seu preço,
incentivando a utilização dos carros particulares.
Este
preço é pago parceladamente, mês a mês, ano a ano, através da duplicidade de
pagamento por educação, saúde, segurança e transporte. Duplicidade porque você
paga uma vez no imposto e a outra de maneira particular, pois a precariedade
dos serviços públicos apenas reforça que é necessário ter um plano de saúde
particular, escola particular e por aí vai.
Para
Construir uma Joinville mais efetiva, melhor, e uma sociedade renovada, voltada
para a Sustentabilidade, é necessário um pouco de empenho, participação em
audiências públicas, perguntas, críticas e por aí vai.
É
certo que a pressão popular motiva ou desmotiva as atitudes da maioria dos
políticos. Se você não participa, os corruptos se sentem bem à vontade para
fazer o que fazem de melhor: servir seus próprios interesses.
terça-feira, 10 de novembro de 2015
Tebaldi e os salários dos deputados
POR ET BARTHES
Se ainda não viu a participação do deputado Marco Tebaldi no CQC, eis o filme. Ele fala sobre baixar os salários e chega mesmo a dizer que os deputados não precisariam de salário, desde que tenham as condições para trabalhar. Mas, no final, parece que era tudo brincadeira.
Joinville e a maldição do político "menos mau"
POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Quando se fala em eleições, em todos os níveis
de governo, o fato é recorrente: os eleitores joinvilenses reclamam da falta de boas opções
e acabam por votar no candidato menos mau. E quando se fala na eleição para
prefeito de Joinville, aí então o caso atinge proporções desoladoras. Afinal,
vale lembar que o menos mau ainda é mau.
A cidade tem perdido muitas coisas ao longo
dos tempos. E talvez a mais preocupante seja a incapacidade de produzir
políticos de qualidade. A política joinvilense tornou-se o palco para
homenzinhos desprovidos de estatura ética, sem capacidade de liderança e com
seríssimas debilidades intelectuais. E, por ironia, que se julgam grandes.
É a perda de um legado, porque Joinville já
produziu lideranças. Mesmo que você não concordasse com as ideias de Pedro Ivo, Wittich Freitag ou Luiz Henrique, por exemplo, pelo menos sabia
estar à frente de alguém com algum estatuto, uma pessoa capaz de levar um projeto
político à frente (se bom ou mau projeto, não discuto).
Hoje, repito, só há homenzinhos. Não há mais políticos
de referência. De modo geral, a política tornou-se sinônimo descredibilização. Mas
em Joinville essa constatação assume proporções muito preocupantes. É só dar
uma olhada para os representantes da cidade, em todos os níveis, para
identificar essa debilidade.
Mas talvez o maior problema para os
joinvilenses – porque interfere no dia a dia de todos – seja a falta de opções
para a Prefeitura de Joinville. Udo Dohler parece ter perdido a chance de
protagonizar um projeto vencedor, o que lhe permitiria aspirar a reeleição (se ainda tiver interesse nisso, claro).
Hoje poucos acreditam que Udo Dohler se reelegeria. Mas pode ser uma precipitação. Afinal, mesmo com a popularidade em níveis de maré baixa, está difícil surgir um concorrente forte. Pelo que se viu até agora, está difícil surgir um nome capaz de convencer os
eleitores. E o pior: parece que a maldição de eleger o “menos
mau” vai continuar a se abater sobre a cidade.
É a dança da chuva.
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