segunda-feira, 15 de julho de 2013

A Xuxa curte, a criançada se diverte...*

POR ET BARTHES

Sem palavras. Apenas legendas.


* Dica do leitor Bruno Costa.

Não se faz o futuro com ideias velhas


POR JORDI CASTAN
A criatividade é um produto escasso e pouco valorizado às margens do Cachoeira. Desafio qualquer pessoa a indicar uma única ideia inovadora, criativa ou simplesmente nova que tenha sido proposta e implementada em Joinville nos últimos anos.

A situação é mais preocupante porque além da sistemática falta de criatividade, incorporamos ao nosso entorno outras características que combinadas são perversas. A primeira é a falta de curiosidade para aprender, para buscar novos conhecimentos, novas experiências e nos questionar ao ponto de 
colocar em xeque as nossas "verdades". Ao deixar de questionar, aceitamos como verdadeira uma série de falácias, inverdades e bobagens que, por se convertem num lastro impossível de carregar, nos impede de avançar.

A segunda é a pior: a nossa prepotência e a arrogância, que se converte em falta de humildade. Esta falta de humildade é a que nos impede de aprender. Porque nos impede aceitar nossa ignorância, nossa incompetência e nossa falta de capacidade para sair desse circulo vicioso em que estamos mergulhados faz quase um quarto de século.

1 MILHÃO DE HABITANTES - Não está claro se a Joinville do milhão de habitantes é uma visão ou uma quimera. O que fará ou não a diferença nesta Joinville imaginária, que deverá ter mais de um milhão de habitantes daqui a trinta anos, são as decisões que tomemos e as que não tomemos hoje. A diferença não está em fazer melhor as mesmas coisas que fazemos hoje. O que poderá fazer de Joinville uma cidade melhor, competitiva e inovadora está intimamente ligado à nossa capacidade, como sociedade, de criar, inovar e desenvolver novos modelos de cidade. Ou seja, de incorporar novos parâmetros e novas premissas.

Para poder traçar as linhas mestras desta Joinville do futuro é preciso ter a capacidade de enxergar além do horizonte. É necessário identificar o essencial e ser capaz de sonhar uma nova realidade. Porque primeiro precisamos sonhar, só a partir desse ponto será possível iniciar um processo de mudança.

Inútil dizer que esta não seria uma empreitada fácil, até porque pode parecer uma meta inatingível. A sua dificuldade maior reside nas nossas cabeças e nas dos nossos líderes. Ao priorizar o que é possível, estabelecemos como padrão o pragmatismo, a racionalidade. E o resultado será inevitavelmente mais do mesmo. Pode ser que agora as coisas se façam melhor, que o desperdício seja menor e que até se administre melhor. No momento, não há nem certeza que isso seja verdade. A ideia que o ótimo é o inimigo do bom encaixa bem e consolida essa forma de pensar e de agir. Assim não precisamos buscar a excelência e nos satisfazemos com a mediania.

Não há em Joinville um think tank, uma fábrica de ideias, um grupo focado em pensar além do possível. Não há preocupação em identificar modelos de cidades inovadoras, sustentáveis, modernas e criativas. Cidades que são consideradas internacionalmente como referência e que poderiam inspirar uma profunda mudança de modelo. Aqui parece que algum decreto municipal proíba pensar fora da caixa. O sistema não estimula e tampouco permite.


Nesse quadro, tem muitas chances de acertar quem aposta em que nada vai mudar substancialmente nas próximas décadas e que a Joinville daqui a 30 anos será só uma cidade maior. É que o nosso futuro será mais do mesmo.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

A luta das ruas (um contraponto a Moacir Bogo)

Foto do Movimento Passe Livre
POR MAIKON JEAN DUARTE

Na segunda-feira (08/07/2013), em artigo publicado no jornal A Notícia, o empresário do transporte coletivo Moacir Bogo comentou da utopia que é a tarifa zero universal, ignorou o debate sobre a PEC90, assim como deixou de lado todo acúmulo de considerações construídas coletivamente sobre mobilidade urbana.

A redução da carga tributária serve somente para atender às necessidades das empresas de transporte coletivo. É dinheiro que o Estado deixa de recolher de quem lucra com o direito de ir e vir da população. É dinheiro que não será investido na saúde e na educação. É uma política de favorecimento de uma minoria, em detrimento da imensa maioria, o povo. Por isso, movimentos sociais, como o Movimento Passe Livre, não defendem a redução de impostos para os grandes empresários.

O MPL não tomou as ruas nas últimas semanas. Em Joinville, há oito anos as ruas são ocupadas na defesa de um transporte público, gratuito e de qualidade. Fato ignorado pelo articulista. O povo ocupa as ruas convicto quanto à implantação da tarifa zero. É possível pagar a conta através do IPTU progressivo, ou seja: quem pode mais paga mais, quem pode menos paga menos e quem não pode, não paga.

Também é possível cobrar por meio das multas do estacionamento rotativo, tributações dos grandes empresários do setor industrial e da especulação imobiliária. Nada mais justo que pagar a conta quem lucra com o trabalho diário de milhares de pessoas.
Um reflexo das lutas populares foi a PEC90. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou a PEC90, que dispõe o transporte coletivo urbano como um direito social no Artigo 6 da Constituição Federal. Segundo o texto, o transporte “cumpre função social vital, uma vez que o maior ou menor acesso aos meios de transporte pode tornar-se determinante à própria emancipação social e o bem-estar daqueles segmentos que não possuem meios próprios de locomoção”.

Uma pergunta que fica no ar. Como duas empresas privadas, cuja concessão é questionada por operar na ilegalidade há mais de 40 anos, irá atender um direito social? Por isso, as mobilizações defendem uma empresa pública de transporte com tarifa zero para todo o povo. E a conta? Será paga por quem lucra milhões.

Maikon Jean Duarte é professor na rede estadual e privada de ensino

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Os carecas e a brigada do reumatismo


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Dá para imaginar uma coisa mais ridícula do que uma manifestação pelo fim do comunismo e a volta dos militares ao poder? Mas aconteceu em São Paulo. Menos  mal que a coisa reuniu apenas uma meia dúzia de burros pingados. Aliás, o mais insano é que a coisa juntou skinheads e a brigada do reumatismo, velhotas acima dos 60 que têm saudades da ditadura. É a piada pronta.

É claro que a manifestação foi um fracasso e foram apenas umas 100 criaturas a arrastar as ferraduras pelo asfalto da Avenida Paulista. De qualquer forma, acho que tem por aí muita gente que sonha com a ditadura e não pôde ir: os skinheads por falta de quórum, pois não devem passar de dois ou três (ser racista num país de caboclos e mulatos é mau para o  recrutamento) e no caso dos velhotes, a incontinência urinária fez a sua parte.

O fato é que tem gente louquinha para lamber coturnos. Não sei se o leitor e leitora já viram, mas nas redes sociais ou nos meios de comunicação de vez em quando aparece alguém a render homenagem aos generais da ditadura. O elogio mais comum é de que os caras morreram pobres. É, amigos, no Brasil morrer pobre é uma virtude, mesmo que o cara tenha uma biografia toda salpicada de sangue.

Mas onde é que o comunismo entra nessa história? Só tem uma explicação: os skinheads não têm cérebro e os velhotes estão meio xexés. Só pode ser isso.