POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Dá para imaginar uma coisa mais ridícula do que uma manifestação pelo fim do comunismo e a volta dos militares ao poder? Mas aconteceu em São Paulo. Menos mal que a coisa reuniu apenas uma meia dúzia de burros pingados. Aliás, o mais insano é que a coisa juntou skinheads e a brigada do reumatismo, velhotas acima dos 60 que têm saudades da ditadura. É a piada pronta.
É claro que a manifestação foi um fracasso e foram apenas umas 100 criaturas a arrastar as ferraduras pelo asfalto da Avenida Paulista. De qualquer forma, acho que tem por aí muita gente que sonha com a ditadura e não pôde ir: os skinheads por falta de quórum, pois não devem passar de dois ou três (ser racista num país de caboclos e mulatos é mau para o recrutamento) e no caso dos velhotes, a incontinência urinária fez a sua parte.
O fato é que tem gente louquinha para lamber coturnos. Não sei se o leitor e leitora já viram, mas nas redes sociais ou nos meios de comunicação de vez em quando aparece alguém a render homenagem aos generais da ditadura. O elogio mais comum é de que os caras morreram pobres. É, amigos, no Brasil morrer pobre é uma virtude, mesmo que o cara tenha uma biografia toda salpicada de sangue.
Mas onde é que o comunismo entra nessa história? Só tem uma explicação: os skinheads não têm cérebro e os velhotes estão meio xexés. Só pode ser isso.