domingo, 25 de novembro de 2012

Vettel tricampeão!!!

POR GABRIELA SCHIEWE

O sexto lugar de Sebastian Vettel foi mais do que suficiente para lhe garantir o seu terceiro campeonato consecutivo.

O GP do Brasil foi o reflexo da temporada, embargado de muita emoção e competitividade.

Para finalizar, ainda, Felipe Massa voltou ao pódium no seu país, ocupando o terceiro lugar, lhe fazendo gotejar felicidade de seus olhos, numa vitória pessoal.

Parabéns Vettel e Alonso pelo brilhante campeonato e disputa até as últimas voltas.

MELHOR E PIOR - Semana 27


Construir a marca Joinville - 2*


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

A MARCA-CIDADE – Era natural que a tendência das marcas-país chegasse às cidades. E vale salientar que o desenvolvimento de uma marca é mais simples nos municípios, uma vez que estamos a tratar de um meio cultural mais homogêneo e de fácil circunscrição geográfica. É inconcebível, portanto, que quase nada tenha sido feito em Joinville ao longo de décadas.

O investimento na imagem é algo que algumas cidades vêm fazendo há muito tempo. E por isso hoje são marcas fortes. Quem não se lembra do caso do designer Milton Glaser, em Nova Iorque? Há 30 anos, a cidade que nunca dorme efetivamente perdeu o sono. Havia muita violência, as ruas tinham mau aspecto e os turistas simplesmente desapareceram. A administração de Nova Iorque estava à beira da falência.

Foi aí que as autoridades decidiram investir numa campanha para devolver a auto-estima aos nova-iorquinos e conquistar os forasteiros. E lançaram as peças publicitárias com o famoso “I Love NY”. Foi nesse momento que surgiu o lance tão simples quanto genial de Milton Glaser, que criou a marca “I – coraçãozinho – NY”. Hoje a cidade tem uma marca fortíssima.

Aliás, não é o único episódio a envolver um designer. Um caso interessante é o de Manchester, na Inglaterra, que há alguns anos contratou o designer Peter Saville para ocupar um cargo inusitado: diretor de criação da cidade. Manchester era uma cidade feia, chuvosa, triste. E precisava construir uma marca.

Depois da explosão de uma bomba do IRA, que em 1996 destruiu o centro vitoriano da cidade, as autoridades decidiram reconstruir o local. E mais: essa seria a semente para mudar a imagem da cidade. Peter Saville chegou ao conceito de “Manchester Original Modern”. E faz questão de explicar que não é um slogan, mas um significante que revela a nova Manchester. Há uma série de ações concretas por trás desse conceito.

A MANCHESTER CATARINENSE – A experiência inglesa pode ser um bom exemplo para Joinville que, por coincidência, ainda é conhecida por muita gente como a Manchester Catarinense. Há pontos comuns entre as duas cidades. Muitos negativos. Mas os ingleses perceberam o problema e se lançaram na construção da marca e mudança de imagem. E se a Manchester original quis mudar...

Construir uma marca é um trabalho difícil e os resultados demoram a aparecer. E, claro, não dá votos no curto prazo. Talvez isso explique o fato de nenhum político no poder se ter dedicado ao tema. Mas uma coisa é certa: quem investiu – e investiu bem – na construção da marca-cidade não tem do que se queixar.

Milão é moda. Nova Iorque é efervescência. Paris é romance. Barcelona é cultura. Tóquio é modernidade. E Joinville é... Fica a pergunta: como a cidade é percepcionada dentro e fora das suas fronteiras? O fato é que não existe uma imagem forte e sustentada, porque as autoridades nunca se preocuparam em elaborar um projeto a sério.

As pessoas ingenuamente alimentam a ilusão de que basta escolher um tema e escrever frases. Joinville pode ser, por exemplo, a Cidade das Flores, Cidade das Bicicletas, Cidade da Dança, a Manchester Catarinense ou um pedaço da Europa no Brasil. Mas nenhuma dessas imagens se firmou porque não é fruto de um trabalho estratégico bem articulado. E porque talvez Joinville não seja nada disso.


(continua amanhã)

* Texto publicado há quatro anos no jornal A Notícia mas que, na opinião do autor, ainda permanece válido.

sábado, 24 de novembro de 2012

Construir a marca Joinville - 1*


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Há uma clara falta de visões estratégicas de longo curso na administração das cidades.

É óbvio que o foco da administração municipal deve estar no transporte, na saúde, na educação ou mesmo nas tarefas mais simples, como tapar os buracos das ruas. Mas é inescapável: uma cidade deve ser governada tanto por métodos políticos quanto empresariais. E um administrador tem a obrigação de saber que toda boa gestão é feita de ações táticas e ações estratégicas.

Os movimentos táticos – a administração das infra-estruturas e do cotidiano – exigem rigor, bom-senso e seriedade. Já os planos estratégicos pedem inventividade, ousadia e visão de futuro. Ou seja, é essencial projetar a cidade para as próximas duas, três décadas ou mais. E para isso é preciso resistir à tentação de governar apenas com os olhos nas eleições.

É um contexto que torna incontornável uma discussão sobre a “marca Joinville”. Mas vamos esclarecer: a marca em questão não é um selo para colar nos produtos fabricados na cidade ou o apoio a modalidades esportivas de peso nacional, como aparece no plano de governo da atual administração. É muito mais.

MAIS DO QUE UM SLOGANDesenvolver uma marca-cidade exige um exercício sério de branding, que vai muito além de um slogan e um logotipo. Aliás, o fato de Joinville ter tido uma sucessão de slogans ao longo dos tempos é a prova dessa precariedade estratégica. O objetivo deve passar por criar percepções, introduzir valores e conquistar um território na mente das pessoas, de dentro e de fora da cidade.

O leitor pode perguntar: há razões objetivas para investir numa marca? Sim. A marca-cidade é um ativo estratégico que ajuda a atrair investimentos, impulsionar as trocas comerciais, incrementar o turismo ou mesmo captar a atenção da mídia (por boas razões, claro). E também porque numa economia cada vez mais aberta, uma marca forte será sempre um diferencial competitivo.

A MARCA-PAÍS – É uma tendência crescente nas últimas décadas. A globalização tornou os mercados muito mais concorridos e isso obrigou os países a pensarem em marcas fortes e diferenciadoras. Hoje em dia, avaliar um país enquanto marca é um fator cada vez mais relevante para os analistas.

O próprio Brasil tem desenvolvido esforços nesse sentido. Fruto de algumas ações recentes, tem estado sempre próximo dos 20 países com as marcas mais fortes no turismo, por exemplo (há quem questione a eficácia dos investimentos). A estabilidade e o crescimento econômico no período do governo Lula ajudou a melhorar a percepção do país no exterior.

Um dos casos exemplares é o da Espanha, que investiu na sua marca e em poucos anos passou de uma sociedade quase feudal – herança do franquismo – para um país que atrai turistas, investimentos significativos e tem um forte intercâmbio cultural. Hoje nuestros hermanos ocupam um saúdavel 12º lugar entre as marcas-país mais valiosas do planeta, segundo pesquisa recente da Anholt Nation Brands Index.

O mesmo instituto aponta Reino Unido, Alemanha, Canadá, França, Suíça, Austrália, Suécia, Itália, Japão e EUA como as 10 nações com as marcas-país mais influentes à escala planetária.

(continua amanhã)

* Texto publicado há quatro anos no jornal A Notícia mas que, na opinião do autor, ainda permanece válido.

A civilidade do inspetor Meirelles

POR ET BARTHES
O filme está na net faz muito tempo. Mas caso você não tenha visto, aproveite agora.