domingo, 25 de novembro de 2012
Vettel tricampeão!!!
O sexto lugar de Sebastian Vettel foi mais do que suficiente para lhe garantir o seu terceiro campeonato consecutivo.
O GP do Brasil foi o reflexo da temporada, embargado de muita emoção e competitividade.
Para finalizar, ainda, Felipe Massa voltou ao pódium no seu país, ocupando o terceiro lugar, lhe fazendo gotejar felicidade de seus olhos, numa vitória pessoal.
Parabéns Vettel e Alonso pelo brilhante campeonato e disputa até as últimas voltas.
Construir a marca Joinville - 2*
A MARCA-CIDADE – Era natural que
a tendência das marcas-país chegasse às cidades. E vale salientar que o desenvolvimento de uma
marca é mais simples nos municípios, uma vez que estamos a tratar de um meio
cultural mais homogêneo e de fácil circunscrição geográfica. É inconcebível,
portanto, que quase nada tenha sido feito em Joinville ao longo de décadas.
O investimento na
imagem é algo que algumas cidades vêm fazendo há muito tempo. E por isso hoje
são marcas fortes. Quem não se lembra do caso do designer Milton Glaser, em
Nova Iorque? Há 30 anos, a cidade que nunca dorme efetivamente perdeu o sono.
Havia muita violência, as ruas tinham mau aspecto e os turistas simplesmente
desapareceram. A administração de Nova Iorque estava à beira da falência.
Foi aí que as
autoridades decidiram investir numa campanha para devolver a auto-estima aos
nova-iorquinos e conquistar os forasteiros. E lançaram as peças publicitárias
com o famoso “I Love NY”. Foi nesse momento que surgiu o lance tão simples
quanto genial de Milton Glaser, que criou a marca “I – coraçãozinho – NY”. Hoje
a cidade tem uma marca fortíssima.
Aliás, não é o único
episódio a envolver um designer. Um caso interessante é o de Manchester, na
Inglaterra, que há alguns anos contratou o designer Peter Saville para ocupar
um cargo inusitado: diretor de criação da cidade. Manchester era uma cidade
feia, chuvosa, triste. E precisava construir uma marca.
Depois da explosão de
uma bomba do IRA, que em 1996 destruiu o centro vitoriano da cidade, as
autoridades decidiram reconstruir o local. E mais: essa seria a semente para
mudar a imagem da cidade. Peter Saville chegou ao conceito de “Manchester
Original Modern”. E faz questão de explicar que não é um slogan, mas um
significante que revela a nova Manchester. Há uma série de ações concretas por
trás desse conceito.
A MANCHESTER CATARINENSE – A experiência
inglesa pode ser um bom exemplo para Joinville que, por coincidência, ainda é
conhecida por muita gente como a Manchester Catarinense. Há pontos comuns entre
as duas cidades. Muitos negativos. Mas os ingleses perceberam o problema e se
lançaram na construção da marca e mudança de imagem. E se a Manchester original
quis mudar...
Construir uma marca é um trabalho difícil e os resultados demoram a
aparecer. E, claro, não dá votos no curto prazo. Talvez isso explique o fato de
nenhum político no poder se ter dedicado ao tema. Mas uma coisa é certa: quem investiu – e investiu bem – na construção da
marca-cidade não tem do que se queixar.
Milão é moda. Nova
Iorque é efervescência. Paris é romance. Barcelona é cultura. Tóquio é
modernidade. E Joinville é... Fica a pergunta: como a cidade é percepcionada dentro
e fora das suas fronteiras? O fato é que não existe uma imagem forte e
sustentada, porque as autoridades nunca se preocuparam em elaborar um projeto a
sério.
As pessoas
ingenuamente alimentam a ilusão de que basta escolher um tema e escrever
frases. Joinville pode ser, por exemplo, a Cidade das Flores, Cidade das
Bicicletas, Cidade da Dança, a Manchester Catarinense ou um pedaço da Europa no
Brasil. Mas nenhuma dessas imagens se firmou porque não é fruto de um trabalho
estratégico bem articulado. E porque talvez Joinville não seja nada disso.
(continua amanhã)
* Texto publicado há quatro anos no jornal A Notícia mas que, na opinião do autor, ainda permanece válido.
sábado, 24 de novembro de 2012
Construir a marca Joinville - 1*
Há uma clara falta de visões estratégicas de longo curso na administração das cidades.
É óbvio que o foco da administração municipal deve estar no transporte, na saúde, na educação ou mesmo nas tarefas mais simples, como tapar os buracos das ruas. Mas é inescapável: uma cidade deve ser governada tanto por métodos políticos quanto empresariais. E um administrador tem a obrigação de saber que toda boa gestão é feita de ações táticas e ações estratégicas.
Os movimentos táticos
– a administração das infra-estruturas e do cotidiano – exigem rigor, bom-senso
e seriedade. Já os planos estratégicos pedem inventividade, ousadia e visão de
futuro. Ou seja, é essencial projetar a cidade para as próximas duas, três
décadas ou mais. E para isso é preciso resistir à tentação de governar apenas
com os olhos nas eleições.
É um contexto que
torna incontornável uma discussão sobre a “marca Joinville”. Mas vamos
esclarecer: a marca em questão não é um selo para colar nos produtos fabricados na
cidade ou o apoio a modalidades esportivas de peso nacional, como aparece no
plano de governo da atual administração. É muito mais.
MAIS DO QUE UM SLOGAN – Desenvolver
uma marca-cidade exige um exercício sério de branding, que vai muito além de um slogan e um logotipo. Aliás, o
fato de Joinville ter tido uma sucessão de slogans ao longo dos tempos é a
prova dessa precariedade estratégica. O objetivo deve passar por criar
percepções, introduzir valores e conquistar um território na mente das pessoas,
de dentro e de fora da cidade.
O leitor pode perguntar: há razões
objetivas para investir numa marca? Sim. A marca-cidade é um ativo
estratégico que ajuda a atrair
investimentos, impulsionar as trocas comerciais, incrementar o turismo ou mesmo
captar a atenção da mídia (por boas razões, claro). E também porque numa
economia cada vez mais aberta, uma marca forte será sempre um diferencial
competitivo.
A MARCA-PAÍS – É uma
tendência crescente nas últimas décadas. A globalização tornou os mercados
muito mais concorridos e isso obrigou os países a pensarem em marcas fortes e
diferenciadoras. Hoje em dia, avaliar um país enquanto marca é um fator cada
vez mais relevante para os analistas.
O próprio Brasil tem
desenvolvido esforços nesse sentido. Fruto de algumas ações recentes, tem
estado sempre próximo dos 20 países com as marcas mais fortes no turismo, por
exemplo (há quem questione a eficácia dos investimentos). A estabilidade e o
crescimento econômico no período do governo Lula ajudou a melhorar a percepção
do país no exterior.
Um dos casos
exemplares é o da Espanha, que investiu na sua marca e em poucos anos passou de
uma sociedade quase feudal – herança do franquismo – para um país que atrai
turistas, investimentos significativos e tem um forte intercâmbio cultural.
Hoje nuestros hermanos ocupam um saúdavel
12º lugar entre as marcas-país mais valiosas do planeta, segundo pesquisa
recente da Anholt Nation Brands Index.
O mesmo instituto
aponta Reino Unido, Alemanha, Canadá, França, Suíça, Austrália, Suécia, Itália,
Japão e EUA como as 10 nações com as marcas-país mais influentes à escala
planetária.
(continua amanhã)
* Texto publicado há quatro anos no jornal A Notícia mas que, na opinião do autor, ainda permanece válido.
A civilidade do inspetor Meirelles
POR ET BARTHES
O filme está na net faz muito tempo. Mas caso você não tenha visto, aproveite agora.
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