segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Estupro sem direito a aborto

POR ET BARTHES


Tema interessante abordado no programa de televisão The Young Turks. Segundo Cenk Uygur e Ana Kasparian, os apresentadores, o senado norte-americano aprovou uma alteração legislativa que cria a seguinte situação: as mulheres militares que tenham sido violadas e engravidem não podem fazer aborto às expensas do governo. Nos Estados Unidos como no Brasil, os conservadores estão a prestar um desserviço à civilização. O filme está legendado em inglês (infelizmente não há legendas em português), mas os comentários merecem atenção.


No melhor pano cai a nódoa?


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

É muito positivo que o governo do Estado crie missões para contatos com outros governos ou empresas no exterior. Os tempos são de globalização e, quanto maior for a integração econômica, melhor será o desempenho. Portanto, pontos para o governo Raimundo Colombo ao promover uma visita a Portugal. Aliás, acho que se der certo, essa aproximação pode ser muito frutífera.

- Mas fica a pergunta. O que fazia o radialista Toninho Neves na comitiva? Seria alguma espécie de especialista em assuntos internacionais indispensável às negociações?

Também é recomendável que o governo estadual envie os seus líderes máximos para esses contatos no exterior. Faz todo sentido que a missão catarinense tenha sido comandada pelo vice-governador Eduardo Pinho Moreira. E foi uma boa escolha a visita à JP Sá Couto, uma empresa de tecnologia que, a investir em Santa Catarina, poderá contribuir com um relevante aporte tecnológico para o Estado.

- Mas fica a pergunta. O que fazia o radialista Toninho Neves na comitiva? Seria alguma espécie de especialista em comércio exterior indispensável às negociações?

Também merece elogios a presença do secretário Marco Tebaldi. Para quem não sabe, a JP Sá Couto produz computadores a preços muito reduzidos. O Magalhães, nome do portátil fabricado pela empresa, foi usado em Portugal no programa de inclusão digital realizado nas escolas. Todas as crianças tinham acesso ao seu aparelho, às vezes gratuito ou então em condições especiais. Se aplicado um plano parecido em Santa Catarina, o sistema educacional só tem a ganhar.


- Mas fica a pergunta. O que fazia o radialista Toninho Neves na comitiva? Seria alguma espécie de especialista em inclusão digital indispensável às negociações?

Ora, não acredito que governo, que fez tudo certo e de forma irrepreensível, deixasse cair essa nódoa no pano. Levar os amigalhaços a passear no exterior é coisa de outros tempos. Já não se usa. Aliás, por mais que procure explicações, não encontraria motivos para a missão catarinense incluir o tal radialista. Porque em termos práticos a sua presença parece tão útil como uma banda de rock numa biblioteca.

Claro, se a viagem fosse bancada pelo governo não haveria ilegalidade. Apenas seria um dispêndio desnecessário em termos de racionalidade econômica e de aproveitamento de recursos humanos. Se é para gastar o dinheiro dos impostos, que seja com alguém que ofereça algum mais-valor às operações.

É improvável que o meio onde trabalha o tal radialista tenha arcado com todas as despesas da viagem. Mas pode acontecer. Se foi esse o caso, fica ainda mais estranho. Porque iria um radialista gastar do seu próprio dinheiro para acompanhar os governantes? 

domingo, 11 de dezembro de 2011

Chuva de cães e gatos?

POR ET BARTHES

Se tem uma coisa que faz sucesso na internet são os filmes com animais. É só conferir: sempre que entra um gato ou um cachorro e as visualizações disparam. O mercado percebeu isso e até já existem agências de publicidade especializadas em fazer campanhas usando exclusivamente pets. Mas por vezes surgem situações estranhas. Como a deste filme. Como será que os bicharocos foram parar lá no topo da árvore? Não parece que o cachorro consiga subir tanto. E também é improvável que estejam a chover gatos e cães. Estranho. E o cachorro parece em desespero.


sábado, 10 de dezembro de 2011

Hora de municipalizar o Estacionamento Rotativo


POR LEONEL CAMASÃO

Mais de R$ 1 milhão em dívidas fizeram a Conurb cancelar o contrato com a empresa Cartão Joinville para a operação do sistema de estacionamento rotativo no centro da cidade.
Não é a primeira vez que são detectados problemas graves entre Prefeitura e concessionárias de serviços públicos. Por mais que sempre aleguem prejuízos, as empresas que detém as concessões fazem de tudo para não largar o osso.

O princípio do rotativo está correto: cobrar uma quantia por tempo utilizado para que haja circulação entre os veículos que estacionam na Zona Azul. Cabe a nós perguntar: a quem interessa a terceirização desses serviços? Com certeza, não é aos usuários do estacionamento rotativo, nem ao resto da população.

A responsabilidade sobre o rotativo é da Conurb. Ora, se já existe uma Guarda Municipal para tratar justamente das questões do trânsito, por que entregar o serviço a terceiros? O resultado prático disso é que a Conurb e a Prefeitura acabam por dividir a arrecadação com uma empresa privada sem a menor necessidade.

Os lucros gerados pelo rotativo poderiam muito bem ser fonte de financiamento e subsídio ao transporte coletivo. Mas para isso ocorrer, é necessário que a Prefeitura tenha um real controle sobre o sistema, transformando a Conurb numa empresa municipal de transporte.

Criada, essa empresa poderá inverter a lógica do transporte coletivo na cidade. No real comando do serviço, a Prefeitura terá o poder de modificar a maneira como as empresas de ônibus são remuneradas, realizar licitações pra valer e estabelecer o subsídio total do transporte, o chamado Tarifa Zero.

Longe do idealismo, o Tarifa Zero se mostra uma alternativa real para o transporte coletivo. Experiência famosa na cidade de Hasselt, na Bélgica, desde 1996, o Tarifa Zero começa a ser aplicado com sucesso em algumas prefeituras do Brasil, como em Agudos, no interior de São Paulo. Cidade de porte próximo a de São Francisco do Sul, o Tarifa Zero por lá garante transporte sem tarifas para toda a população da cidade. E ainda tem um diferencial: a Prefeitura é dona dos ônibus.

Apesar de considerar a estatização o cenário ideal, não é esta a realidade de Joinville. Mais importante do que ser proprietário dos ônibus, é garantir o real acesso ao transporte através da extinção da altíssima tarifa de R$ 2,55/R$ 2,90.

Municipalizada, a Zona Azul poderá ser uma das fontes de financiamento desse projeto. Fica o convite à sociedade civil organizada para conhecer melhor esse projeto que combate a mercantilização do trânsito e do transporte em nossa cidade.

Leonel Camasão, jornalista e presidente do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) Joinville

Uma semana com farpas