segunda-feira, 12 de setembro de 2016
sábado, 10 de setembro de 2016
CHUVA ÁCIDA 5 ANOS - Darci de Matos
POR DARCI DE MATOS
“Toda unanimidade é burra. Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar”. Esta frase do polêmico escritor Nelson Rodrigues exprime com perfeição o que se passa com a imprensa. A invenção dos tipos móveis por Gutenberg possibilitou uma revolução na informação. O conhecimento não mais ficava restrito a um pequeno número de iluminados. O resultado disso, principalmente após a Revolução Francesa, foi o surgimento de governos mais comprometidos com os interesses populares. E a imprensa teve um papel fundamental para este avanço.
O Brasil entrou atrasado nesta revolução do pensamento, pois somente em 1808, com a chegada da família imperial, foi permitido instalar a primeira gráfica no país. Após a independência, não foi fácil praticar um jornalismo independente, que não estivesse amarrado aos interesses dos poderosos. Esta situação permanece até os dias atuais.
Portanto, é com satisfação que vejo o blog “Chuva Ácida” chegar ao quinto ano de existência. Como o próprio nome indica, o blog não veio para bajular os poderosos e, consequentemente, angariou um rol de desafetos. Isto não enfraqueceu o blog, mas o fortaleceu, pois foi uma injeção de oxigênio na mídia.
O político não pode temer uma imprensa independente. Se houver algum exagero por parte de algum articulista, há meios legais para corrigir os excessos. A liberdade de imprensa é a pedra fundamental de qualquer democracia. Onde não há crítica significa que não há liberdade. Gosto muito de uma frase de Santo Agostinho, que expressa o meu pensamento: “Prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me elogiam, porque me corrompem”.
A natureza se sobressai pela sua diversidade. Assim também deve acontecer com o pensamento. As nações que garantiram a liberdade de pensamento tiveram um grande impulso no seu desenvolvimento. Em nossa cidade, este desabrochar de novas mídias, como o “Chuva Ácida”, é uma prova de vitalidade da sociedade. As novas ideias representam o fermento da democracia, garantem o seu fortalecimento. Parabéns aos que contribuem para dar vida a este belo projeto.
Darci de Matos
é deputado estadual
https://www.facebook.com/depdarcidematos1?fref=ts
CHUVA ÁCIDA 5 ANOS - Dr. Xuxo
POR JOSÉ ALUÍSIO VIEIRA (DR. XUXO)
Parabéns pelos cinco anos de existência.
É pena que vocês não tenham 165 anos. Joinville poderia estar melhor, com gente de coragem para falar, escrever, espernear, lutar por um povo cheio de coragem para trabalhar, ser feliz e viver decentemente. Mas, infelizmente, existe também aqui a máquina da mentira para atrasar a vida das pessoas. Atrasar a vida do país.
Pois é, a máquina da mentira aparece mais evidente na época das eleições. Quanta mentira rola solta para impedir que o povo, que tem saído às ruas pedindo um Brasil melhor, continue sendo enganado. Está cheio de candidato querendo se eleger dizendo que está trabalhando pelos bairros. Bairros é sinônimo de pobre. Naturalmente, lá está a maioria dos votos e o negócio é falar que estamos trabalhando pelos bairros.
Não se diz: queremos realmente cuidar da saúde das pessoas, pois a saúde é a maior das liberdades. Mas quem se importa com liberdade, quem se importa que existam 10 mil pessoas esperando por cirurgias, 20 mil por exames e 40 mil por consultas? Ah! Estamos trabalhando pelos bairros. Que piada.
Será que essa gente se importa com os ônibus apinhados e com o preço do transporte público, com os milhares de remendos no asfalto e os buracos que até mataram gente? Será que eles realmente querem educação integral, cultura, esporte para juventude e segurança de fato para que não hajam pessoas degoladas na cidade pelas quadrilhas de tráfico?
E como se dissemina a mentira? Comprando o tempo de televisão dos partidos de aluguel. Para saber a verdade é só contar o número de partidos, que o “candidato que olha pelos bairros” tem. Aí você já sabe se ele é honesto ou não. O tempo de TV que cabe ao meu partido é somente 48 segundos e não fiz coligação com ninguém. Chapa pura. Meu diferencial é mostrar honestidade e não dizer que sou honesto. Tem candidato que divulga ser honesto, que levanta cedo e é trabalhador.
Há candidato que diz que já fez e promete fazer mais se eleito novamente. Há candidato que diz ser amigo do governador e por isso tem vantagens. Há candidato que se arrepende do que não fez e promete fazer agora.
Amigos, eu vou virar a página. Espero que você vire também . Não vou votar em quem já foi e não fez. Temos que mudar Joinville Olhar para futuro, não acreditar nas mentiras de políticos inconsequentes e em gente que quer se perpetuar no poder. O Brasil começa em Joinville, o nosso Brasil é Joinville. É aqui vivemos, trabalhamos, lutamos e desejamos um futuro feliz. Quero ser prefeito porque quero cuidar das pessoas como sempre fiz. Quero zelar por Joinville.
Exerça o seu voto com o poder que a democracia lhe deu. Chuva Ácida neles.
José Aluíso Vieira,
o Dr.Xuxo, é médico
nefrologista e fundador
da Pró-Rim
https://www.facebook.com/Drxuxo?fref=ts
o Dr.Xuxo, é médico
nefrologista e fundador
da Pró-Rim
https://www.facebook.com/Drxuxo?fref=ts
CHUVA ÁCIDA 5 ANOS - Rodrigo Bornholdt
POR RODRIGO BORNHOLDT
No início do século passado, o jurista Rui Barbosa aplicava ao fazer jornalístico o seu aguçado sentido de dignidade e ética: “A imprensa é a vista da Nação. Por ela é que a Nação acompanha o que lhe passa ao perto e ao longe, enxerga o que lhe malfazem, devassa o que lhe ocultam e tramam, colhe o que lhe sonegam, ou roubam, percebe onde lhe alvejam, ou nodoam, mede o que lhe cerceiam, ou destroem, vela pelo que lhe interessa, e se acautela do que a ameaça”.
Outro grande brasileiro, o jornalista Cláudio Abramo, menos de um século depois nos presenteava com sua definição lapidar e sucinta do que deve ser o jornalismo: "... a prática diária da inteligência e o exercício cotidiano do caráter".
A chegada das mídias sociais permitiu a disseminação de notícias, mas além delas, também de boatos, opiniões e factoides. Cabe, assim, ao próprio leitor, a responsabilidade de se formar e de se informar adequadamente. No mundo digital, é necessário filtrar o que se recebe.
Ocorre que, dentro dessa babel informacional, misturam-se teóricos da conspiração, fanáticos de todos os quadrantes políticos, farsantes pagos e lunáticos vocacionais. Mas, sabendo garimpar, é possível encontrar alguns oásis nesse deserto de irresponsabilidade.
O Chuva Ácida é um bom exemplo de espaço democrático, plural, arejado e instigante na internet, onde invariavelmente expressam-se opiniões relevantes sobre temas candentes, graças à heterogeneidade dos seus autores.
Sou leitor assíduo, principalmente pelo seu enfoque local e seu caráter alternativo, onde podemos encontrar o que raramente vemos publicado na mídia tradicional, como a defesa da cota 40, discussões sobre a LOT, denúncias de uso da máquina pública e mau uso de recursos públicos.
Como se pode verificar na área de comentários, é quase impossível agradar a todos, mas, ao contrário do que ocorre com o Facebook, onde muitas vezes as pessoas acabam se encapsulando em uma taba de amigos fundamentalistas, seja lá do lado que for, no Chuva Ácida somos obrigados a nos confrontar com textos que, a princípio, podem nos desagradar, mas que, muitas vezes, abalam algumas de nossas convicções petrificadas.
O Chuva Ácida cumpre, pois, um papel que deveria também caber à mídia tradicional: o de garantia do pluralismo e de discussão de temas relevantes. Não poucas vezes, deparo-me com programas da televisão fechada em que os convidados tem sempre a mesma visão a respeito dos assuntos pautados, sejam eles políticos ou econômicos. É a tentativa de buscar hegemonia onde deveria haver discussão e abertura de ideias para que o próprio cidadão pudesse formar sua convicção.
Podendo ser panfletário, pois que alternativo, resolveu o “Chuva” praticar jornalismo de verdade, abrindo espaço às mais variadas tendências e opiniões. Consegue, também, ser universal sem perder o local. Fala do cotidiano e de questões da cidade sem cair num provincianismo embolorado!
Por isso saúdo a permanência dessa iniciativa que, ao completar cinco anos, gerou brigas, discussões e discórdias, próprias a uma sociedade viva e democrática. Cumpre-se, assim, o importante papel de remexer o lodo acumulado no fundo das nossas frágeis certezas.
Que venham os novos debates!
Rodrigo Bornholdt é advogado,
doutor em direito
e professor universitário
https://www.facebook.com/profile.php?id=100000767593191&fref=ts
CHUVA ÁCIDA 5 ANOS - Carlito Merss
POR CARLITO MERSS
Joinville, 2011.
Céu avermelhado, bafo, sufoco, difícil de respirar.
A gente olha pros lados e até dá um desâmino.
Mas daí sopra o vento, o ar fica mais leve e vem a chuva.
Chuva pra lavar a alma e limpar nossos pecados.
Chuva pra descarregar as energias ruins e deixar a água levar.
Nada como um banho de chuva pra gente sorrir de novo e seguir em frente.
Joinville, 2016.
Tá tudo dominado.
A grande mídia controla a informação e molda o pensamento.
As verdades únicas apontam as setas para quem discorda.
A saída parece ficar pequena e o corpo quase desiste da luta.
Mas daí a internet abre a janela para o mundo, as ideias começam a respirar.
E lá vem outra chuva, dessa vez ácida, corrosiva, queimando as línguas e torrando o cérebro.
Trocando a pele nós renascemos.
Viva as diferenças, viva o pensamento livre.
CHUVA ÁCIDA 5 ANOS - Ivan Rocha

POR IVAN ROCHA
Uma das principais ferramentas para a dominação de uma classe sobre a outra é o controle dos meios de comunicação. Com o monopólio da comunicação, a classe dominante consegue pautar o debate social, influenciar a formação das opiniões, acender um debate ou esmaecer outro. Pode destruir reputações, aumentar a auto-estima ou construir “mitos”, mesmo que estes sejam crápulas da pior espécie. Mais do que tudo isso, dominar a comunicação é ter poder. E poder é dinheiro.
Todos aqueles e aquelas que tem interesse e agem na construção de uma cidade melhor, democrática de verdade, sabem a importância da democratização da comunicação. Uma verdadeira ampliação das diferentes vozes na sociedade, uma vigilância constante dos poderosos e suas falcatruas, uma divulgação digna da riquíssima cultura brasileira e humana.
Por isso, saúdo os cinco anos do Chuva Ácida. Um site que tem um compromisso com a democracia, com a pluralidade e com o pensamento crítico. Que, na falta de um jornal que faça isso, atua na vigilância sobre os poderosos e governantes que tentam fazer da cidade um balcão de negócios.
O Chuva Ácida entrou na briga ao lado do povo e contra interesses particulares em diversas causas, como a Cota 40, a LOT, o transporte público e as ciclovias. Também arrumou brigas com vereadores e com a prefeitura, sempre apontando questões que eles queriam deixar longe holofotes. Por isso, o Chuva Ácida é um coletivo que diariamente reafirma seu compromisso, como nós do PSOL, ao lado do povo.
Parabéns e vida longa ao Chuva Ácida.
Ivan Rocha é tecnólogo
em marketing e trabalha
na empresa
Aqui Tem Promoção.
https://www.facebook.com/ivanrocha50?fref=ts
Como fazer filmes de campanha eleitoral
POR ET BARTHES
Ser marqueteiro de político é difícil? Segundo este filme, parece que não. É só seguir o roteiro apresentado. Aliás, tem muita gente na política atual que ainda segue essa fórmula. Veja só como é fácil.
sexta-feira, 9 de setembro de 2016
CHUVA ÁCIDA 5 ANOS - Ricardo Lautert
POR RICARDO LAUTERT
Os cinco anos do blog Chuva Ácida coincidem
com minha chegada na cidade. Logo nos primeiros meses apresentaram-me um canal
alternativo à grande imprensa.
É com esta característica principal que
consigo definir melhor o significado do Chuva para a cidade: um meio de comunicação
e informação que possibilita uma outra visão sobre os acontecimentos da cidade
e do país. Toda iniciativa que corre por fora da opinião dos grandes monopólios
de comunicação deve ser valorizada.
Em momentos políticos como esse que vivemos
(impeachment, ataques aos direitos trabalhistas), a imprensa exerce um papel
fundamental na construção de uma opinião. Não é a toa que grande parcela da
população vê apenas duas saídas. Ainda vê nas eleições a solução de grande
parte de seus problemas e, também com influencia da grande mídia, vê apenas
duas saídas:
1- Esta que dirige o país com Temer/PMDB.
2- O Respeito à democracia e esperar novas
eleições em 2018 com Dilma/PT a frente.
Provando a pluralidade e abertura desse
espaço. Acreditamos que seja necessário construir um terceiro campo,
alternativo a esses dois blocos citados acima, por fora das eleições. É
necessário mais do que nunca a unidade da classe trabalhadora, da juventude e
do povo pobre para derrotar todos os ataques capitaneados por Temer neste momento.
E neste sentido, no meio dessa situação política e econômica do país, a
liberdade destes espaços como o Chuva Ácida serão essenciais para a veiculação
das opiniões a margem da grande mídia.
Parabéns ao Chuva e o desejo da massificação
de instrumentos como este.
Ricardo Lautert
é professor da
Rede
Estadual
de Educação
Imigrantes não votam. E não contam para as eleições 2016?
POR LIZANDRA CARPES
Há quase dois anos, instituições de defesa
de direitos, movimentos sociais e igrejas se reuniram em Joinville para formar
uma Frente de Apoio aos imigrantes trabalhadores e trabalhadoras. São realizadas desde então reuniões mensais e foi proposta uma Audiência Pública, que aconteceu em agosto do ano passado
(06/08/2015). Protocolamos abaixo assinado no gabinete do atual prefeito com
mais de 2000 assinaturas, solicitando melhor atendimento aos migrantes. A partir
da audiência pública foi criada uma comissão de discussão da temática que
envolvia o poder público e a sociedade civil. No entanto, pouco avançamos no
atendimento a estas pessoas.
Trabalho, educação/idioma e um uma casa de
passagem são as principais
reivindicações desta população. Em Joinville não temos um espaço que sirva de
referência para a população de rua e para a população migrante. Os espaços
públicos não estão preparados para atender esta demanda. E quem chega à cidade
cai na estatística da vulnerabilidade social e da violência cometida por um
município que não tem políticas públicas referente a esta temática. Os
imigrantes têm os mesmos direitos que qualquer cidadão nato no Brasil e merece
nosso respeito e acolhida digna, uma vez que vem contribuir com sua cultura e
seu trabalho.
O mundo é dividido em fronteiras que cercam
territórios. São as linhas imaginárias, ou não, traçadas geograficamente e que
definem o que tem direito de ir e vir no mundo inteiro. No entanto, estes
traços ocupam marcas muito mais profundas na história, seja de uma localidade,
ou de vidas. As fronteiras dentro do sistema capitalista globalizado são mais
importantes que as vidas que vem e vão e muito mais que isto, estabelecem
instâncias de poder. De acordo com o filósofo esloveno Slavoj Zizëk, as
mercadorias e o dinheiro têm trânsito livre no mundo, o ser humano não.
Como não associar as fronteiras aos muros
das casas? E muito mais do que isso, como não associar as fronteiras
geográficas com aquelas que são traçadas no coração? As ideologias, as crenças
religiosas, os preconceitos, a ignorância: tudo isso de alguma forma, cria uma
fronteira. O racismo, a xenofobia, a intolerância religiosa, são fronteiras em
forma de muralhas que separam e aniquilam vidas.
As fronteiras do mundo estão marcadas com a
história de Aylan Kurdi, o menino de três anos, sírio, que foi encontrado morto
à beira do mar quando ele e a família tentavam fazer a travessia de barco entre
a Turquia e a Grécia. O sangue derramado por conta das fronteiras é de todas
aquelas milhares de pessoas que passam meses à deriva no mar,
aguardando compaixão de algum governo para atracarem em porto seguro com suas
famílias. Ailan Kurdi simboliza muitas vidas, muitas mortes e também muitas
fronteiras. A comoção com a imagem do menino congelada, da incapacidade humana
de compaixão não se estende aos milhares de migrantes que ainda estão sofrendo
violações de direitos.
Os limites das fronteiras são proteger o
território, custe o que custar, mesmo que o custo sejam vidas e os traços
destas linhas cruéis foram feitos pela humanidade. No entanto, a história pede
uma nova construção e se o migrante for recebido como ser humano e não como
mero estrangeiro. Quem sabe, assim é possível mudar o rumo de outras histórias.
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O caso do pequeno Aylan ainda está na memória das pessoas |
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