quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Está aberta a temporada de caça ao Dino

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

É o tema do momento. A oposição ranhosa não quer ver Flávio Dino no Supremo Tribunal Federal. Os "argumentos" vão se sucedendo. Os opositores políticos e a velha imprensa vendilhona apostaram tudo na negação do “notório saber jurídico”, que é uma das condições para a ascensão à máxima corte. E chegamos ao ridículo de ver um “formador de opinião” de notória ignorância jurídica a bater de forma insistente e irritante nessa tecla.

É tudo conversa para boi dormir. O currículo de Flávio Dino indica que ele possui um conhecimento jurídico amplo e profundo, sustentado uma sólida formação acadêmica e experiência profissional. Além de que a ideia de notório saber é subjetiva. Em termos práticos, caberá ao Senado Federal, através de arguição, decidir se Flávio Dino possui o conhecimento necessário para o cargo de ministro do STF. Não será a imprensa a dar o veredito. E ponto final.

Os motivos de natureza política são evidentes na crítica. Os opositores apontam uma tentativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de consolidar a hegemonia da esquerda no STF. A tese é de que Dino seria um aliado fiel de Lula (e do PT) e que a sua atuação no tribunal seria pautada por interesses políticos. É irônico. Porque essas mesmas pessoas assobiaram para o lado nas indicações de Kassio Nunes Marques e André Mendonça, que Bolsonaro considerou os seus 20% no Supremo.

A atuação como ministro da Justiça é outro dos argumentos falhados. Os opositores acusam Flávio Dino de ser parcial na condução de investigações e até tentaram pôr a conta do 8 de janeiro no seu currículo. Teses tão frágeis que beiram o ridículo. Aliás, para alguns parlamentares pretendem. uma retaliação pelas tareias que Flávio Dino aplicou em muitos deles, nas infindáveis convocações para debates no parlamento. Os deputados bolsonaristas não cansam de passar vergonha.

E agora surge um bruaá capitaneado pela inenarrável Michelle Bolsonaro, que surge com o argumento de que comunista não pode ser cristão. “Se ele é comunista, ele é contra os valores e princípios cristãos. Não existe comunista cristão, isso é de contramão com a Palavra de Deus. A gente não pode aceitar esse tipo de gente no poder. Já imaginou se esse homem chegar ao STF o que vai acontecer com a gente?”, questionou Michelle Bolsonaro.

Enfim, seguindo o script bolsonarista, a ex-primeira-dama usa o medo como arma. “O que vai acontecer com a gente?”. Ora, o mesmo que tem acontecido até agora. Nada. As igrejas continuam abertas, nenhum fiel foi incomodado. O bolsonarismo está apenas a tentar ressuscitar o espectro do comunismo como um bicho-papão. É como as crianças com medo de monstros em baixo da cama. Para os bolsonaristas, comunismo é toda pessoa que pense diferente. Ou melhor, toda pessoa que pense.

Não é possível antecipar se Flávio Dino vai ser aprovado ou não. Mas há leituras que podem ser feitas nesse xadrez político. O presidente Lula tem muitos anos de janela e não ia atirar Flávio Dino aos leões. E a aproximação a Rodrigo Pacheco, atual presidente do Senado, muito provavelmente tem relação com a aprovação de Dino. O presidente é um negociador exímio e não faria uma indicação que corresse o risco de ser rejeitada. É esperar para ver.

É a dança da chuva.



Um comentário:

  1. Não é só bolsonarista que não quer o Dino, tem petistas também!!! E só pra constar, não esqueça que já estão articulando coligação pt/pl... E ainda tem tem gente que acredita em politico... Brasil.não é para amadores.
    * Observação off tópico, Lula fazendo cara de tacho sobre.a eleição dos poderes dos STF é impagável, temos que admitir em algumas coisas painho é fora de sério.

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