quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Mulheres de cigarro na boca

POR DARTAGNAN RIVERA

A história publicidade de cigarro é um tema muito interessante. E não dá para falar no assunto sem tocar no nome de Edward Bernays, considerado o pai das relações públicas e um gênio da manipulação de massas. Para quem nunca ouviu falar no homem, ele era sobrinho de Sigmund Freud e aplicou algumas teorias do tio para alterar o comportamento dos consumidores.

Edward Bernays tem um currículo invejável. Trabalhou para o governo dos Estados Unidos e, em 1917, foi contratado para criar um clima antigermânico entre os norte-americanos. A ideia era obter apoio popular para justificar uma entrada do país na guerra. E teve grande sucesso. Aliás, entrava presidente, saía presidente e o homem se mantinha como consultor da Casa Branca para assuntos de comunicação.

O fato é que Bernays tem muitos esqueletos guardados no armário. O caso mais notório tem da ver com o trabalho para a indústria do cigarro, que pretendia por as mulheres a fumar em público, algo que era mal visto nos anos 20. Há pessoas que afirmam, de pés juntos, que ele partiu de um raciocínio freudiano: o cigarro é um símbolo fálico e, ao fumarem em público, as mulheres estariam a desafiar o poder do macho. Será?

Mas o que Edward Bernays fez em termos práticos? Durante um desfile, em Nova Iorque, pôs algumas modelos a fumar em público, com fotógrafos estrategicamente posicionados para captar as imagens. E depois difundiu o conceito de “tochas da liberdade”. O fato é que a indústria do tabaco conseguiu por as mulheres de cigarro na boca.

Os anúncios abaixo mostram como uma marca de cigarros prosseguiu o caminho aberto por Edward Bernays. Os dois anúncios da direita trazem a atriz Claudette Colbert e a aviadora Amelia Earhart.




Dartagnan Rivera é publicitário

terça-feira, 20 de novembro de 2012

As redes sociais mudam o mundo

POR ET BARTHES
As redes sociais estão a revolucionar a forma como as pessoas comunicam em todo o mundo. Os números impressionam. E vem mais coisa por aí.


Udo tem que ser o prefeito de todos os joinvilenses

POR JORDI CASTAN



É hora de começar a prestar muita atenção. O  período eleitoral acabou,  a eleição tem um vencedor e agora é hora de olhar para frente. Claro que o prefeito eleito sabe que tem uma dívida, que não é pequena, com determinados setores da sociedade. Principalmente no caso da ACIJ e do grupo de empresários que forma a sua diretoria, a dívida é significativa.

A eleição de Udo Dohler foi o culminar de um projeto de poder que iniciou há pouco mais de seis anos, quando pela enésima vez assumiu a presidência da ACIJ. Desta vez, porém, assumiu com os olhos postos em outro objetivo, localizado na mesma margem do Rio Cachoeira.

É bom que o prefeito de Joinville, sendo empresário, tenha uma boa relação com as entidades empresariais. Aliás, é bom mesmo que tenha uma boa relação com toda a sociedade. Porque Joinville é formada por muitas tribos e o prefeito deve governar para todas elas. Não é bom que se confundam os interesses da ACIJ - ou seria mais correto dizer de alguns empresários da entidade - com os interesses de toda a cidade. Tampouco é bom que o prefeito passe a priorizar objetivos e interesses exclusivamente empresariais, em detrimento daqueles de maior peso social, ambiental e cultural.

É até perigoso que o prefeito assuma o papel de representante de uma elite minoritária e possa chegar a acreditar que os desejos e propostas deste pequeno grupo representam os de toda uma cidade. As suas primeiras declarações deram esta impressão e a percepção não foi boa. É importante reconhecer a dívida de gratidão que o prefeito eleito tem, tanto com os maiores financiadores da sua campanha como com todos e cada um dos seus eleitores. Mas não é recomendável que as pautas de Joinville e da ACIJ se misturem. Se em alguns pontos são semelhantes, em outros são até idênticos, há aqueles em que o conflito é evidente.

Passado o período eleitoral, é importante que agucemos os nossos níveis de percepção. É recomendável que façamos um esforço adicional e procuremos desenvolver nossa capacidade de perceber além do visível, enxergar não só o evidente. Há que buscar perceber também o que está oculto, até invisíve,l em cada mensagem, tanto naquilo que se diz, como principalmente no que não é dito. O que esta em jogo não é tanto como são as coisas realmente e sim como são percebidas pelo cidadão.

É hora de o prefeito eleito começar a perceber que deve governar para todos e que a época em que o futuro de Joinville passava só pela ACIJ já passou. Seria um erro de vulto se ele não percebesse logo isso e mantivesse  aquele velho discurso: o que é bom para a ACIJ e bom para Joinville. É mais provável que hoje tudo o que é bom para Joinville também seja bom para a ACIJ, o que pode não ser bem percebido por todos os seus financiadores e companheiros de diretoria. Seria bom que o prefeito eleito começasse a pensar a esse respeito. Existe também outra Joinville para além da ACIJ. E foi esta outra Joinville que votou nele.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Uma porcaria de marketing


POR ET BARTHES
Um suinocultor chinês tem uma teoria: se todos os dias os porcos mergulharem num lago, de uma altura de três metros, vão ficar mais saudáveis. E a carne, claro, mais saborosa. Pode até nem ser verdade, mas o fato é que o marketing agrada os consumidores de bacon, que estão proporcionando bons negócios ao homem. Mas as imagens revelam que os porcos não estão assim tão convencidos de que o banho é uma boa ideia.


Retorno dos Carniças 03



Retorno dos Carniças 02


Retorno dos Carniças!


Turismo de Joinville deve ser estratégico

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO


De regresso, depois de uma semana pelo interior de Portugal a trabalhar num projeto de comunicação na área do turismo. A viagem permitiu fazer comparações com o turismo de Joinville. Vi alguns lugares com menos pontos de interesse, mas que conseguem atrair um número muito interessante de visitantes. Qual o segredo?

Sem querer simplificar demais, os caras acertam onde Joinville tem falhado ao longo dos anos. E a coisa começa pelo mais básico. Turismo é um negócio e os negócios precisam de produtos. O problema é que Joinville não tem produtos turísticos. E antes que alguém comece a questionar, deixo clara a minha posição: é preciso não confundir política de turismo com um simples calendário de eventos.

O turismo é uma importante fonte de receita – direta e indireta – e merece ser olhado como um setor estratégico. O problema de base em Joinville é que não se faz turismo com ideias provincianas, como tem acontecido ao longo das últimas décadas. E quando digo provincianas estou a falar de um estado mental e não geográfico. Se você pensa pequeno, os resultados serão pequenos.

É preciso elaborar produtos de forma a aproveitar o potencial da cidade. É preciso dar racionalidade a esses produtos. É preciso saber comunicar esses produtos. É preciso estimular o empreendedorismo na área. É preciso pensar na atração e na retenção do turista. É preciso pensar na marca Joinville sob a lógica do turismo. Enfim, é preciso ter uma verdadeira política para o setor.

Então, o que falta para o turismo de Joinville? Em primeiro lugar, é urgente investir numa nova abordagem, delinear uma estratégia e buscar soluções que apostem na inovação. E para isso é obrigatório fugir às velhas e desgastadas fórmulas. Porque, está comprovado, elas não funcionam. É possível fazer bom turismo, desde que com criatividade, planejamento e uma boa execução. E, claro, com um pouco de ambição.

Não faço ideia de quem vai ocupar a área na futura administração, mas uma coisa é certa: não será com nomes do passado – como alguns que já estão a ser lançados aqui e acolá – que a cidade vai dar um salto de qualidade nesse plano. Porque a primeira medida deve ser a ruptura com esse modelo ineficiente que já dura há décadas.

É claro que não dá para fazer mudanças radicais no curto prazo, mas é bom que alguém se preocupe em dar um rumo para o setor. E esse rumo tem que apontar para a modernidade a para uma profissionalização a sério. O potencial turístico existe. É só alguém saber desenvolver uma política que permita aproveitar todo esse potencial. Mas repito: política para o turismo é uma coisa, calendário de eventos é outra.

sábado, 17 de novembro de 2012

A publicidade humilha a mulher, a sociedade humilha mais..

POR DARTAGNAN RIVERA

Dizem que a publicidade é a retaguarda da vanguarda. Quer dizer que ela nunca está à frente com ideias novas, mas apenas repercutindo o que a sociedade conseguiu evoluir. E foi assim no caso das mulheres. A publicidade só adquiriu tons de feminismo quando o feminismo já era uma realidade. E mesmo assim...

Ao longo de décadas a mulher foi apresentada ou como objeto sexual ou como objeto de posse do homem. A mensagem publicitária sempre esteve em sintonia com o eixo denunciado por Karl Marx nos famosos três “K” (Kinder, Küche, Kirche - casa, cozinha e igreja). Ou seja, mulher é para ter filhos, cuidar da cozinha e ir à igreja. Aliás, o que dizer do anúncio que segue?




A verdade é que ainda hoje, em pleno século 21, a publicidade continua machista e muito capenga na questão do gênero. É preciso explorar a sensualidade, a beleza e a juventude da mulher. Mas será que isso vende? Não há qualquer estudo a dizer que sexo, nudez ou corpos femininos ajudem a vender. E, no entanto, a publicidade não consegue mudar a fórmula.

Não é preciso ir muito longe. Talvez a publicidade de cerveja seja o exemplo mais claro dessa cretinice. Se em alguns países já há algum controle sobre isso, no Brasil os publicitários não conseguem imaginar um anúncio de televisão sem mulheres a mostrarem o corpo. E parece que nem os irlandeses, como podemos ver neste anúncio que segue (que é claramente fake).





O ponto mais importante da questão: os publicitários não fazem isso por serem seres malévolos que querem escravizar as pessoas. Eles apenas trabalham com estereótipos. E os estereótipos são um produto cultural. Não é  publicidade que é machista, mas a sociedade. E a publicidade só faz mostrar isso mesmo. Mais abaixo, belos exemplos de como a mulher foi tratada em outros tempos.











Falcão, até o joinvilense lhe tirou o chapéu!

POR GABRIELA SCHIEWE

Falcão, o melhor jogador de futsal, indiscutivelmente, vem passando por uma situação ímpar na sua carreira. Uma rotina que não era acostumado e que, com toda certeza, vem mexendo demasiadamente consigo mesmo.

Uma sequência de lesões que lhe deixaram de fora de muitos jogos pelo seu clube, a Intelli, sempre tratando, recuperando, voltando a jogar e sentindo, às vezes, a mesma lesão já tratada; às vezes, uma nova lesão.

Realizou um tratamento forte para estar à disposição do técnico da Seleção Brasileira de Futsal. E, no primeiro jogo, logo nos seus primeiros momentos (mas não o primeiro minuto da Seleção... e aí já entramos em outra seara, as escolhas do "Pipoca", por que a morosidade na escalação do craque, do melhor? Ele irá definir o jogo? Ele, sozinho, faz toda a diferença? Deixa pra lá, o nosso papo aqui é outro) sentiu a panturrilha esquerda e ali dava a impressão que seria apenas mais um espectador no Mundial.

No entanto, o jogador aclamado mundialmente, provavelmente o mais bem pago dentre os seus colegas de profissão, campeão de tudo, não precisando provar mais nada a ninguém e tampouco a si, lutou, trabalhou insistentemente com toda a equipe da Seleção tratando a sua lesão para, incrivelmente, nas oitavas já estar a disposição do time, com condições de jogo.

E que condições seriam essas? Em se tratando deste craque, condições sempre especiais e extraordinárias. Falcão deu, mais uma vez, seu recado em quadra; não duvide do melhor. Por que ele sabe que é o melhor e carrega esse manto com maestria, pois "bate no peito" e, sem qualquer problema quanto a essa qualidadezinha, entra em quadra e faz a diferença.

No entanto, Falcão é ser humano, mesmo que às vezes pareça uma máquina criada na sua perfeição para jogar o futsal no seu ápice e, o seu corpo sucumbiu, o lado direito da sua face paralisou, possivelmente pelo forte estresse, no curtissimo espaço de tempo que se submeteu a exaustivos tratamentos para "curar" a sua lesão e estar pronto para ajudar, sim, AJUDAR  e, de maneira definitiva, a Seleção.

O abalo emocional por toda a dificuldade que estava passando, longe da sua família, fez que o seu corpo "gritasse", como se dissesse: "para Falcão!" Mas o que todo mundo viu foi o craque sobrepondo o seu corpo, a sua capacidade de jogar sobrepôs o que seu físico lhe aclamava e jogou, jogou aquilo que lhe era possível. Então jogou pouco? Sim! Pouco...tempo em que, literalmente, salvou o Brasil.

Bom, sou joinvilense, sabemos das rusgas entre Falcão e a torcida de Joinville, mas não há quem não se curve ao melhor, no seu melhor, porque, em qualquer condição física que se encontre este excepcional atleta, a sua força mental é que o guia e lhe corresponde em quadra.

Parabéns pela capacidade que detém nos seus pés e, principalmente, na sua mente. Com certeza esse é o seu grande diferencial. Pois treinar incessantemente para tentar fazer o que Falcão faz todos são capazes, ou pelo menos alguns. No entanto o seu poderio mental, esse só você domina e não há qualquer possibilidade de imitação.

Que amanhã, às 10:30 horas, contra a conhecida Espanha, Falcão, juntamente com seus companheiros de Seleção, que são imprescindíveis e excelentes, Falcão é que "fora do comum", possam trazer mais um título, mesmo a Seleção não jogando, até então, um futsal digno de melhor.