A história publicidade de cigarro é um tema muito interessante. E não dá para falar no assunto sem tocar no nome de Edward Bernays, considerado o pai das relações públicas e um gênio da manipulação de massas. Para quem nunca ouviu falar no homem, ele era sobrinho de Sigmund Freud e aplicou algumas teorias do tio para alterar o comportamento dos consumidores.
Edward Bernays tem um currículo invejável. Trabalhou para o governo dos Estados Unidos e, em 1917, foi contratado para criar um clima antigermânico entre os norte-americanos. A ideia era obter apoio popular para justificar uma entrada do país na guerra. E teve grande sucesso. Aliás, entrava presidente, saía presidente e o homem se mantinha como consultor da Casa Branca para assuntos de comunicação.
O fato é que Bernays tem muitos esqueletos guardados no armário. O caso mais notório tem da ver com o trabalho para a indústria do cigarro, que pretendia por as mulheres a fumar em público, algo que era mal visto nos anos 20. Há pessoas que afirmam, de pés juntos, que ele partiu de um raciocínio freudiano: o cigarro é um símbolo fálico e, ao fumarem em público, as mulheres estariam a desafiar o poder do macho. Será?
Mas o que Edward Bernays fez em termos práticos? Durante um desfile, em Nova Iorque, pôs algumas modelos a fumar em público, com fotógrafos estrategicamente posicionados para captar as imagens. E depois difundiu o conceito de “tochas da liberdade”. O fato é que a indústria do tabaco conseguiu por as mulheres de cigarro na boca.