terça-feira, 2 de outubro de 2012
Falhas de memória?
POR ET BARTHES
Dizem que os mentirosos devem cuidar para ter sempre boa memória. Eis um exemplo onde isso é verdade.
Kennedy Nunes, o candidato oba-oba
É a minha opinião.
Kennedy Nunes é o pior dos cinco candidatos à Prefeitura de Joinville. É mesmo uma candidatura perigosa. E o perigo vem do fato de que ele mente para si mesmo... e acredita no que diz. Não tenho dúvidas em dizer que, caso fosse eleito, ele poderia levar a Prefeitura a um estado de descalabro e ruína nunca vistos.
Kennedy Nunes é um candidato oba-oba. E para que não pensem que faço tal afirmação de ânimo leve,
antes de escrever este texto tive o cuidado de ler um documento chamado “Nossas
Propostas - Agenda de Governo”. Eis a minha conclusão: não há um plano de governo e nem de longe existe algo
parecido com uma proposta credível de um rumo para a cidade. A publicação é apenas uma reunião de banalidades avulsas. Aliás, uma leitura tão sem interesse que sequer o revisor parece ter lido (há erros sobre erros).
BANAL - Querem exemplos dessa banalidade? As suas propostas para a saúde passam, entre outras coisas, por
“investir em reformas, ampliação e equipamentos das unidades de saúde”. E nos
transportes propõe “modernizar os pontos de ônibus, oferecendo melhor
abrigo, mais conforto e informações úteis”. Para o turismo tem a proposta de “apoiar
festas e eventos”. Poxa vida! Como ninguém se lembrou disso antes? Só mesmo uma mente excepcional.
Mas o real
problema parece estar nas promessas sem trambelho vão
surgindo aqui e acolá. Há propostas tão prováveis quanto Deus depositar uns milhõezinhos na minha conta bancária neste momento. Ideias que se forem levadas a efeito poderão arruinar ainda mais a situação da Prefeitura. Vou destacar apenas dois pontos que podem até
seduzir os eleitores mais ingênuos, mas não convencem os que têm pelo menos dois
dedinhos de testa: o preço dos ônibus e os elevados.
DOIS EM UM - É possível baixar
as tarifas do ônibus? Talvez. Só que a grana municipal é como cobertor de pobre:
se cobrir a cabeça, vai descobrir os pés. Ok... se tem um candidato que pode acreditar no milagre da multiplicação é Kennedy Nunes. Mas as pessoas que têm os pés no chão ficam logo a pensar em
engenharias financeiras. Tira daqui, põe lá, tansfere para acolá. E uma coisa é certa: não há almoços grátis e a grana vai ter que sair de algum lugar.
Os elevados são uma solução para a mobilidade? Ora, isso é tratar um câncer com
placebo. E além de não resolver os problemas de curto prazo, ainda desvia a
atenção para as necessárias soluções de fundo. Tenho andando por esta Europa afora e, se a
memória não me trai, não tenho visto a utilização desse tipo de recurso. Parece que as
cidades onde se valoriza a qualidade de vida - cidades feitas para as pessoas - rejeitam soluções como os elevados.
Mas talvez a genialidade de Kennedy Nunes esteja expressa nessa ideia. É dois em um. Porque os viadutos podem ajudar a resolver o problema de moradia. É uma forma de capitalizar essa mania que pobre tem de viver debaixo das pontes. Ou talvez não seja assim tão genial. Afinal, os elevados poderiam se tornar mais um custo para as futuras administrações. Porque a seguir o exemplo das cidades mais modernas, é óbvio que mais dia menos dia os viadutos teriam que ser implodidos.
Mas talvez a genialidade de Kennedy Nunes esteja expressa nessa ideia. É dois em um. Porque os viadutos podem ajudar a resolver o problema de moradia. É uma forma de capitalizar essa mania que pobre tem de viver debaixo das pontes. Ou talvez não seja assim tão genial. Afinal, os elevados poderiam se tornar mais um custo para as futuras administrações. Porque a seguir o exemplo das cidades mais modernas, é óbvio que mais dia menos dia os viadutos teriam que ser implodidos.
QUE EQUIPE? - "Falar é fácil, difícil é fazer". Lembram da letra dessa música? Pois poderia ser a trilha sonora da candidatura de Kennedy Nunes. Há tantas promessas e tudo parece tão fácil. Cá entre nós, leitor e leitora, até parece coisa de quem nunca trabalhou a sério. Não é de
estranhar que os adversários o acusem de “porralouquismo”. Aliás, os eleitores também têm essa percepção, o que explica o fato de que ele não consegue ir além de um certo índice nas pesquisas. A fama de populista e demagogo é o calcanhar de Aquiles do candidato.
Mas vamos pensar numa hipotética vitória de Kennedy Nunes. Qual seria a equipe de governo que ele conseguiria formar? Se vocês acham que isso foi um problema para Carlito Merss, tentem imaginar como será com Kennedy Nunes. Vocês conseguem ver ali algum talento fora do comum? Ah... no meu pior pesadelo a secretaria da Educação seria ocupada por um religioso defensor do criacionismo. E as crianças das escolas municipais seriam proibidas de estudar a teoria evolução. Brincadeirinha. É só um pesadelo.
Mas vamos pensar numa hipotética vitória de Kennedy Nunes. Qual seria a equipe de governo que ele conseguiria formar? Se vocês acham que isso foi um problema para Carlito Merss, tentem imaginar como será com Kennedy Nunes. Vocês conseguem ver ali algum talento fora do comum? Ah... no meu pior pesadelo a secretaria da Educação seria ocupada por um religioso defensor do criacionismo. E as crianças das escolas municipais seriam proibidas de estudar a teoria evolução. Brincadeirinha. É só um pesadelo.
Ah... e não posso deixar de comentar a ideia de que o cidadão será um cliente da Prefeitura. Kennedy Nunes, que é jornalista, parece padecer de limitações semânticas. Ora, se o cidadão for tratado
como cliente, então teremos uma clientela e, por extensão, uma situação de
“clientelismo”. Ei, não é aquele velho sistema em que alguém recebe favores em
troca de apoio político? Ah... esse maldito coronelismo evangélico.
Kennedy Nunes é um apóstolo do oba-oba. Não sabe para onde vai... mas está a
caminho.
P.S.: Aviso aos assessores do Clari, que ficam possessos quando alguém fala do chefe. Leiam a primeira frase do texto.
P.S.: Aviso aos assessores do Clari, que ficam possessos quando alguém fala do chefe. Leiam a primeira frase do texto.
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Sonhos e pesadelos
POR JORDI CASTAN
Na reta final da
campanha eleitoral, começam a se concretizar os sonhos de uns e os pesadelos de
outros. Para dois candidatos ainda haverá um segundo turno, com o que sonhos e
pesadelos no seu caso terão uma duração adicional.
Sonhos e pesadelos se
misturam de forma anárquica no imaginário e no real de cada um. Para uns o
segundo turno com Tebaldi e Kennedy é um verdadeiro pesadelo, para outros se
fosse Udo e Carlito seria um sonho.
Para alguns candidatos
fazer o número de votos suficientes para poder pleitear um cargo de terceiro escalão
é um sonho. Assumir o cargo só se concretizará caso seu candidato a prefeito
seja eleito. Estes são os que passam a sonhar o sonho dos outros. Aqueles que
tenham participado das coligações que fiquem fora do segundo turno devem correr
para pagar contas, agradecer os apoios recebidos e analisar quais são as suas
ações de agora em diante.
Em quanto uns correrão
para tampar furos e cobrir o negativo da conta bancária, outros, mais afortunados, conseguirão embolsar
as chamadas sobras de campanha. As sobras de campanha são consideradas uma
ficção. Para alguns afortunados são uma verdadeira poupança quadrienal.
Tem aqueles para quem
o período eleitoral representa unas feria extemporâneas, uma licença remunerada
para fazer campanha e visitar amigos, um que outro cavalete, placas nas residências
dos seus parentes mais próximos e um “perfurate” no carro resolvem a parada e a
benevolente legislação eleitoral permitiu que em troca de poucos votos um grupo
de candidatos usufruíssem de uma bela licença remunerada, se for servidor
público.
Em poucos dias os
sonhos de uns se converterão em realidade e se materializarão os piores
pesadelos dos outros. Como no jogo de xadrez ao final da partida peões,
cavalos, bispos, torres, reis e rainhas voltam todos para a mesma caixa.
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