terça-feira, 15 de novembro de 2011

As ordinárias solenidades

POR CHARLES HENRIQUE

A Câmara de Vereadores vem praticando algo há muitos meses que desrespeita a Lei Orgânica do Município (LOM) e o seu próprio Regimento Interno (RI): a realização de sessões solenes em dia e horário de sessões ordinárias. Qual seria o motivo disto? E quais os benefícios que isto trará para a sociedade?

O RI é bem claro no artigo 110 e no parágrafo segundo do artigo 118, quando dispõe naquele que “as reuniões da Câmara, salvo deliberação expressa em contrário, serão públicas e terão duração de duas (2) horas, a contar do seu efetivo início, iniciando-se às 17:00h e encerrando-se às 19:00h” e neste que “as reuniões ordinárias serão realizadas nas terças, quartas e quintas-feiras”.

Já para as sessões solenes, estes mesmos dispositivos regulatórios dizem que “as reuniões solenes independem de “quorum” e não terão grande expediente” (art. 110 do RI). Como não há grande expediente com suas votações e deliberações, o processo legislativo fica atrasado, ou então não há tanto trabalho assim a ser feito. Só nesses últimos meses tivemos sessões solenes para Ana Botafogo, Renato Castro, Unimed, Paramédicos do 8º PBM, dentre tantas outras que foram realizadas no horário que projetos deviam estar sendo votados. Nada contra as sessões solenes (a Câmara tem a autonomia de homenagear quem ela quiser), sou favorável à realização delas em horários diferentes das sessões ordinárias, espaços garantidos por lei para discutir e deliberar sobre projetos importantes.

Quem perde neste jogo todo é a população joinvilense, que assiste de camarote a “barrigada” que os vereadores vão dando em alguns projetos, atravancando-os nas comissões e, posteriormente a isso, eles não tem o que votar nas sessões, e “enchem a lingüiça” com homenagens. Ou será que vão acumular tudo e convocar diversas sessões extraordinárias (e remuneradas!) nas semanas que antecedem o Natal (e receber por toda a manobra) para assim “zerar” a pauta? É esperar pra ver.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Vagina, Kagar, Pau Grande e outras esquisitices


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Em tempos de globalização, um nome que parece normal em um lugar, acaba por se tornar uma coisa esquisita em outro. E é claro que a maioria dos nomes só se torna estranha porque as palavras remetem a temas que as pessoas tratam com cerimônia no dia a dia.

Para começar a lista de exemplos, vamos falar no caso de uma pequena vila portuguesa chamada Corte do Pinto. Já imaginou, leitor, se você acaba nessa cidadezinha e o nome é uma promessa? Ou seja, você vai a Corte do Pinto aparece alguém com um instrumento cortante e… zás… Melhor não incluir no roteiro.

E já que estamos no plano das partes mais íntimas, é sempre bom lembrar Pau Grande, em Magé, no estado do Rio de Janeiro, conhecida por ser onde nasceu Mané Garrincha. É um nome sugestivo. Já imaginaram, por exemplo, quando um homem de Pau Grande vem para Floripa e arranja uma namorada do Estreito?

Aliás, diz a lenda que o craque Mané Garrincha deu os primeiros toques na bola no Esporte Clube Pau Grande. Quais seriam os requisitos para a contratação de jogadores do Pau Grande? Será que... Aliás, nem sei se Garrincha correspondia às expectativas criadas pelo nome, mas o certo é que ele ficou famoso porque os seus esportes favoritos eram o futebol e as mulheres.

Por falar em mulheres, o que dizer de uma cidade chamada Vagina. Pois é, existe. É um lugar que fica nos Montes Urais, na Rússia. O mais interessante a respeito dessa cidade é que o nome é compreendido em várias línguas, como o português, o espanhol e até o inglês. Imagine que cena estranha. O turista está a chegar à cidade e o guia anuncia:

- Você está a entrar em Vagina.

Se penetramos no tema Vagina, que tal lembrar da vila de Cabaços, também em Portugal. Imagino que haja muita mata virgem por lá. O lugar em si não tem grande interesse, mas os turistas podem encontrar muitas atrações nas cidades das redondezas. Aliás, uma delas atende pelo singelo nome de Anais.

Ops! Já que chegamos a essa parte da anatomia, é hora de falar em Kagar, uma vila do município alemão de Rheinsberg, a uma centena de quilômetros de Berlim. Eles tem até um site na internet (www.kagar.de), onde divulgam a Sommerfest in Kagar. Deve haver poucas coisas mais divertidas do que uma festa em Kagar. Aliás, você pode ficar hospedado na vizinha Repente. Porque ir de Repente a Kagar leva apenas uns 20 minutos.

Ali na vizinha Áustria está uma outra cidade muito interessante, que atende pelo singelo nome de Fucking. O fato é que há apenas uma centena de pessoas em Fucking e a população vem diminuindo. O que é um contrassenso. Como uma cidade chamada Fucking não aumenta de população? Óbvio. A resposta deve ser Condom (camisinha em inglês).

Ah... Condom é um vilarejo francês. Mas fica para outra...

domingo, 13 de novembro de 2011

Jogando água no chope da torcida


POR ALEXANDRE PERGER

Semana passada, fui pego de surpresa por uma notícia que me deixou profundamente indignado. A diretoria do Joinville Esporte Clube resolveu aumentar o preço do ingresso para a final do Campeonato Brasileiro da série C. De 30 reais passou para 50 reais ou 40 se for comprado de forma antecipada. Sendo que durante todo o campeonato, o preço se manteve o mesmo.

Pois bem, há sete anos, quando o recém rebaixado JEC estreava pelo Estadual de 2005, cerca de 10 mil pessoas lotaram a Arena, numa prova de amor ao clube. No mesmo ano, os torcedores continuaram comparecendo em bom número. Nos anos seguintes, mesmo com os sucessivos fracassos e até mesmo com o rebaixamento no Estadual, a fanática torcida tricolor continuou apoiando o JEC.

Este ano, na série C, a maioria dos jogos teve público superior a 10 mil pessoas, com o preço do ingresso a 30 reais. Claro, os sócios ajudam nessa conta, mas muita gente comprava na hora e desembolsava a grana. No último jogo, contra a Chapecoense, foram cerca de 15 mil pessoas na Arena. Muita festa e euforia com o acesso e com a vaga na final.

Mas, justamente agora, quando pela primeira vez o JEC vai disputar a final de um campeonato nacional, a diretoria resolve aumentar o preço do ingresso para 50 reais. É esse o presente que os dirigentes tricolores dão ao seu torcedor? É essa a consideração com quem sempre esteve ao lado do time? Não havia necessidade de, nesse momento, fazer esse reajuste.

Posso estar errado, mas acredito que muita gente ficará de fora, deixará de ir ao jogo. Mas aí vocês podem dizer: quem é torcedor de verdade vai mesmo pagando 50 reais. Mas o torcedor do Joinville não precisa provar mais nada. Outros poderão dizer que o futebol é caro. Sim, concordo, mas esteve caro o campeonato todo e se deu um jeito. Muitas pessoas não têm condições de pagar esse valor. Futebol é diversão, deveria ser acessível ao povo. Cobrar 50 reais pela entrada é tirar de muitos trabalhadores a possibilidade de ir ao estádio.

Acho que o argumento mais plausível nesse momento é: ah, vamos aumentar, eles pagam de qualquer jeito, é final mesmo. Infelizmente, prevaleceu o lucro e não a gratidão na relação entre uma torcida apaixonada e seu clube de coração que acaba de renascer das cinzas.

Alexandre Perger é jornalista e autor do livro "Glória e Fracasso: a história de uma paixão".

O herói do milhão

POR JORDI CASTAN

Que um policial militar do Rio de Janeiro tenha recusado aceitar um suborno de R$ 1.000.000 tem sido uma das notícias mais comentadas nestes dias, numa sociedade em que é comum que com uma contribuição a Nossa Senhora do Cafezinho seja possível não ser multado e sair sem pontos na carteira, é evidente que recusar um suborno como este merece destaque. A duvida é se o destaque é pela recusa ou pelo valor oferecido. Os especialistas informam que os valores praticados pelo mercado são em geral muito menores.

Sem ir muito longe, aqui em Santa Catarina, não é mais novidade que policiais e outros funcionários públicos que deveriam estar comprometidos com a segurança dos cidadãos estejam mais próximos dos marginais, de quem deveriam nos proteger. Ver, ouvir e ler notícias que envolvem diretamente estes agentes públicos, pelo recebimento de propinas e subornos tem se convertido em algo tão corriqueiro, que já ficamos insensíveis. O caso do policial do Rio ganhou notoriedade pela recusa. Tem até gente maldosa que acha que o valor foi tão alto que ele próprio não acreditou que fosse verdade. O importante é que não aceitou e o marginal foi preso.

A banalização da corrupção se dapela quantidade de corruptos e pelo baixo valor envolvido nas transações. Um troco para um cafezinho mostra melhor que nada o nível a que temos chegado. Casos de R$ 20 ou pouco mais, são a melhor prova de que a corrupção é sistêmica, que tanto corruptores como corruptos tem desenvolvido um mercado, emque regras e valores são conhecidos e praticados pelas partes, na maior tranqüilidade.

A informação do próprio Nem, que a metade do seu movimento econômico era destinada a pagar policiais corruptos, casos de policiais escoltando marginais não são raros e mais que envergonhar as corporações, semeam a desconfiança e a insegurança numa sociedade que nãoconsegue mais diferenciar marginais comuns, dos marginais fardados. O resumo éque 90% dos policiais envergonham os 10% restantes.

Um mergulho inesperado

POR ET BARTHES

Mary Lee Fine tem 86 aos e vive numa casa para idosos em Austin, no Texas. E há poucos dias viveu aquela que talvez seja a maior aventura da sua vida. Ao tentar sair para ir às compras, a simpática senhora não conseguiu entrar no carro pelo lado do motorista (um vizinho tinha estacionado outro carro muito próximo). E ela tentou entrar pela porta do lado do passageiro, quase a se arrastar. O problema e que, sem querer, ligou o carro e pôs uma marcha. O resultado é o que se vê no filme: acabou dentro de uma piscina, que por sorte era rasa. A reportagem é da Sky News.